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simpatizantes de seus métodos. Para além da França, antes mesmo da segunda guerra
mundial, em países como Bélgica, Grã-Bretanha já haviam admiradores e entusiastas do
movimento, no entanto, o ponto motriz se deu somente na era de Braudel em que a revista e
o movimento ganharam notoriedade em toda Europa.
Numa visão geral europeia, Marc Bloch era visto mais tal como um historiador econômico da
idade média do que como representante de um novo estilo de história, por outro lado, Febvre
muito pouco conhecido, tendo notoriedade entre geógrafos e irrisoriamente visto pelos
historiadores.
No que se refere a tradução dos componentes literários destes autores, pode ser visto uma
negligência e até certo desdém por parte do povo europeu, pois, como visto mais acima no
texto, houve rejeição nos métodos do Annales dentro de alguns grupos intelectuais. Ao
exemplo disso são as revistas inglesas Times Literary Supplement ao English Historical Review.
Nestas, seus escritores referiam-se como ‘’o afetado e irritante estilo do Annales’’, ‘’o estilo
excêntrico legado por Lucian Febvre’’, ou ainda ‘’ o jargão esotérico que sugere às vezes que os
autores da VI seção escrevem apenas para serem entendidos entre si’’. Aos que apoiavam,
emanava o sentimento de pertencimento a uma minoria acrética.
Em alguns casos, o acolhimento dos Annales era de cunho político, na época, essencialmente
marxista, pois era ancorado no ideal dos Annales como aliados na luta contra o domínio da
história política tradicional. É conjecturável que essa finidade dos marxistas pelos franceses
fossem derivada do interesse de ambos pela totalidade, um ideal que foi de marx antes
mesmo de ser de Braudel. Essa afinidade tornou-os mais receptivos à mensagem dos Annales.
Em relação à Ásia e à América, os estudos dos Annales emplacam complicações ainda mais
acentuadas, não obstante de um certo interesse nesse modelo. Como observado numa
conferência realizada em Nova Dheli intitulada de ‘’a nova história’’, os historiadores hindus
pouco se aproveitaram dos Annales. Ainda haja uma parcela que fazem o proveito dessa
escola, estes preferem ainda um marxismo aberto. Em outra parte da Ásia, um australiano
projeta uma ‘’história total’’ da região de 1450 a 1680 e toma como base a obra de Braudel
sobre a cultura material e a vida cotidiana.
Os flertes interdisciplinares dos Annales é um ponto deveras pertinente para a escola; não
apenas confinada às fronteiras da história, esse movimento se fundamentou em tantas
‘’ciências dos homens’’ e naturalmente atraiu o interesse de outras disciplinas. Já nos anos 70,
ou senão, até mesmo antes, já era possível encontrar arqueólogos e economistas lendo
Braudel a respeito da ‘’cultura material’’, pediatras discutindo sobre a história da infância, e
folcloristas escandinavos discorrendo lendas folclóricas com Le Roy Ladurie.
Particularmente, hão de ter três ciências com interesse incisivo nos Annales. Elas são a
geografia, sociologia e antropologia, este interesse pode ser observado como relativamente
recente e está vinculado restritamente à obra de Braudel.