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ALÉM DO RISO

O filme “Coringa” é dirigido por Todd Phillips, e lançada no dia 3 de outubro de


2019, ganhou 2 Oscars, nas categorias Melhor Ator, para Joaquin Phoenix, e Melhor
Trilha Sonora. O Todd Phillips também dirigiu outros filmes, como “Cães de Guerra”,
a franquia de “Se Beber, Não Case!”, “Um Parto de Viagem”, entre outros. Ele costuma
deixar a comedia como forte traço nos seus filmes, também mistura os gêneros,
incorporando suspense e ação na comedia. Mas com Coringa, se afastou do ramo da
comedia para dirigir um filme mais sombrio e psicológico.

O filme narra sobre a vida de Arthur Fleck. Que lida com doenças mentais e
que acreditam dia, ser comediante. Ele foi alvo de agressão por um grupo de jovens.
Sabendo disso, um amigo de trabalho resolve dar uma arma para ele, porém,
acidentalmente, deixa cair durante uma apresentação e é demitido. Logo após no
metrô três homens com boas condições assediam uma mulher, e batem no Arthur, ele
acaba matando dois dos homens. Ao descobrir a verdade sobre a história de vida que
sua mãe havia escondido, tem a sua saúde mental afetada, sendo um dos motivos
principais para se tornar o Coringa. Depois disso o protagonista vai atrás da ficha
psiquiátrica de sua mãe e ela acaba sendo hospitalizada, ele a sufoca e a mata. Logo
após, o apresentador Murray, chama ele para o seu programa com o intuito de
humilhá-lo. O Arthur vai com figurino de palhaço e usa o nome de Coringa. Durante a
Entrevista, ele confessa os assassinatos e dispara dois tiros no apresentador. O Arthur
é levado pela polícia, porém, os manifestantes tombam carro libertando o Coringa.

O que faz o filme Coringa se destacar é a sua análise psicológica. O


protagonista passa por uma série de problemas psicológicos, onde em várias cenas,
podemos observar esses sintomas, dentre elas: abandono, rejeição, isolamento
social, transtornos mentais, entre outros. Durante o filme vemos como o Arthur lida
com esses problemas, podendo fazer o espectador se questionar e pensar em outras
maneiras de lidar com os problemas do Coringa.

A obra aborda bastante sobre a violência e os problemas psicológicos, podendo


trazer uma visão negativa para o espectador, se uma pessoa com a saúde mental
afetada for assistir ao filme, pode acabar “se identificando”. Na cena do metrô, onde o
Arthur mata dois homens, retrata bem a parte da violência, assim como outras cenas,
como a do apresentador, onde o protagonista é chamado para dar uma entrevista e
acaba disparando um tiro, levando o apresentador a morte. Como o filme expressa
bastante sobre esses problemas, era bom ser recomendado por especialistas na área
da psicologia.

O papel da mulher, acaba sendo ausente de certa forma no filme. Aparecendo


como coadjuvantes, enquanto os homens aparecem frequentemente, além desse
ponto, os homens exercem papeis de desprezar e humilhar o protagonista. Vemos as
mulheres com papéis de “satisfazer” ou “cuidar” das vontades do protagonista, tal
como, a psicóloga, que ajuda no processo para o Arthur não surtar, a mãe, que possui
delimitações e mora com o protagonista, e a sua vizinha, que aparece para satisfazer
os prazeres do Arthur.

Um aspecto que não pode deixar de ser retratado nesse filme é o descaso do
governo em relação à população. No decorrer do filme nota-se uma cidade
extremamente violenta, o governo teria sua parcela de culpa referente a isso. Os
cortes que o governo fez nos programas de saúde mental afetou diretamente a
população e teve uma consequência maior no Arthur. No filme percebemos bem como
a falta dos acampamentos psiquiátricos fez com que o Arthur se tornasse alguém mais
violento, onde seus primeiros casos de assassinato foi logo após dele ser dispensado
pela sua psiquiatra. Assim como no filme, lamentavelmente presenciamos isso em
nossa realidade, os descasos do governo têm afetado os jovens e toda nossa
sociedade. O número de pessoas que estão em um nível de insanidade mental só
vem aumentando, e governo não tem tomado nenhuma atitude cabível pra resolver
esse problema.

Uma curiosidade do filme, que vale a pena saber, foram os danos físicos e
psicológicos que o ator sofreu. Durante as preparações e produções do filme, o ator,
Joaquin Phoenix, para interpretar o personagem Coringa, perdeu de 52 kg. Essa dieta
lhe afetou psicologicamente e começou apresentar graves problemas psicológicos,
como a depressão. A perda de peso afetou toda a sua vida e o ator passou a ter
acompanhamento com psicólogos.

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