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INSTITUTO POLITÉCNICO MAKHETELE – CAIA

ENSINO TÉCNICO MÉDIO PROFESSIONAL

CURSO DE AGRO-PECUARIA

NÍVEL CV4- TURMA 2021-A

MODULO:
PRODUZIR FORRAGENS E RAÇÕES ALIMENTARES PARA PECUÁRIA

TEMA:
PREPARAR A PRODUÇÃO DE UMA CULTURA FORRAGEIRA

FORMANDO: FORMADOR:

Lídia Florindo Bacalhau Enucêncio António Daimone

Caia, novembro de 2022


INTRODUÇÃO
O teor de açúcares necessário a uma boa fermentação depende, no entanto, do poder
tampão e da umidade da forragem. Quanto maior a umidade e o poder tampão da planta,
maior o teor de açúcares necessário para uma boa fermentação. O milho, por exemplo,
se tiver 20% de matéria seca deverá ter 14% de carboidratos solúveis, para que a
intensidade de fermentação seja suficiente para o abaixamento do pH da silagem a
níveis adequados, mas se tiver 35% de matéria seca necessitará de apenas 5% de
carboidratos solúveis. A alfafa, com o mesmo teor de matéria seca (35%) necessitará de
14% de carboidratos solúveis para suficiente fermentação, por ter maior poder tampão.

Objectivos

Objectivo geral:

 Demonstrar a compreensão sobre a produção de uma cultura forrageira.

Objetivos específicos:

 Conhecer r os factores ter em conta na produção de uma determinada cultura


forrageira;
 identificar os tipos de forrageiras mais comuns em Moçambique;
 Conhecer as técnicas de estabelecimento de culturas forrageiras identificadas.

METODOLOGIAS

Forragicultura
Características da forragem pronta a ser colhida

O momento ideal para o corte é aquele em que a forrageira apresenta uma elevada
concentração de nutrientes, além de um bom rendimento de forragem. Isto ocorre
geralmente ainda na fase vegetativo, quando é maior a proporção de folhas, a porção
mais nutritiva da planta. Quando a planta é muito jovem, sua forragem contém, ainda,
um teor de água muito elevado

Características das forragens relevantes ao processo de ensilagem

A qualidade da ensilagem depende, muito, do cuidado com a matéria-prima, seja na


hora de picar ou de fechar o silo. Porém, nada é tão importante quanto o ponto de
colheita correto. Além de ser o início do processo, essa fase é fundamental para a
qualidade da silagem, pois se for realizada de forma errada, pode comprometer todo
silo, causando perdas irreparáveis para o produtor.

1.Teor de umidade:

O teor de umidade é um fator preponderante na determinação da qualidade fermentativa


das forragens, sendo que existe um conteúdo ótimo de umidade para o desenvolvimento
das bactérias desejáveis, produtoras de ácido láctico (homoláticas) é relativamente
variável, mas normalmente situa-se entre 30 e 42%.

Carboidratos:

Os carboidratos das forragens podem ser classificados como: estruturais, de reserva e


solúveis em água:

Carboidratos estruturais: componentes da parede celular (celulose, hemicelulose e


pectina),

- Carboidratos de reserva: amido e frutosana

- Carboidratos solúveis em água: glicose, frutose, sacarose.

Coletivamente chamados de açúcares, ou carboidratos solúveis em água, são o nutriente


básico dos microrganismos envolvidos no processo de ensilagem. Seu conteúdo nas
forragens vária com a espécie da planta forrageira, entre os cultivares, com o estágio de
maturidade, com o clima e até com a hora do dia. De forma geral, considera-se que para
que ocorra fermentação láctica adequada à conservação da silagem, a forragem deve
conter no mínimo de 16 a 15% de carboidratos solúveis na matéria seca (MS).

Proteínas:

Durante a ensilagem, uma grande parte da proteína das forragens (30 a 50%) é
transformada em compostos nitrogenados solúveis, como a amônia, nitratos, nitritos,
aminoácidos livres e peptídeos.

Poder tampão:

O “poder tampão”, ou capacidade tamponante, indica a intensidade com que a forragem


resiste à mudança de pH durante a ensilagem. Quanto maior o poder tampão maior será
a quantidade de ácido necessária para reduzir o pH da silagem, mais longo será o
processo fermentativo, maior o consumo de carboidratos solúveis e maiores serão as
perdas.

População de microrganismos:

Os microrganismos existentes na forragem no momento da colheita afetam o processo


fermentativo e a qualidade da silagem. Os chamados microrganismos epífitos estão
presentes em grande número e muitas espécies, variando de acordo com as condições
climáticas e com o tipo de forragem.

As técnicas de colheita de plantas forrageiras

Pode ser manual ou mecanizada

Manual

É feita com o auxílio de ferramentas (alfanje, garfos, restelos) ou equipamentos


motorizados costais (roçadeira, segadeira) de uso manual para o corte e manuseio da
forragem.

A demanda de mão-de-obra è grande e o rendimento è baixo. Este processo è indicado


apenas para a produção de pequenas quantidades de feno.

Corte de Planta Forrageira manual

O corte de planta deve ser realizado o mais cedo possível, logo apos a evaporação do
excesso de orvalho.
Pode-se utilizar alfange, foice ou roçadeiro costal motorizado. O rendimento de corte è
baixo – até 0,1 e 0,4 há/dia/homem, com alfange e roçadeira mecanizada,
respetivamente e sujeito a grande variação, em função da capacidade do trabalhador e
da disponibilidade e o tipo de forragem. Operacionalmente, pode-se usar
motossegadeira manual com barra de corte, com rendimento de até 1ha/dia/homem.

Precaução

As roçadeiras motorizadas devem ser operadas somente por trabalhador habilitado,


devido a risco de acidentes por imperícia ou negligência do operador.

Considerações Gerais Sobre Processo Manual de Produção de Feno.

Seca-se a forragem;

Mantêm-se a forragem recém-colhida uniformemente espalhada;

Revolve-se e espalha-se a forragem, após emurchecida. Deve-se expor o material mais


húmido, evitando s compactação, Em condições favoráveis, a forragem ceifada pela
manhã deve ser revolvida à tarde, entre as 13-15h. Deve-se usar garfos, rastelo ou outra
ferramenta apropriada.

Repetir esta operação pela manhã (9 às 11h) e à tarde (13 às 15h), nos dias seguintes.

Enleirar a forragem com baixa humidade ao final do dia. Neste ponto a forragem torna-
se mais leve e o seu revolvimento é facilitado. Deve-se formar leiras fofas, para maior
circulação de ar com dimensões aproximadamente de 1 m de largura e 0,5 m de altura.

Virar as lareiras pelas manhãs e nas tardes.

Recolher o feno do campo.

Ao atingir o ponto de feno, a forragem deve ser recolhida o mais rapidamente possível
do campo. Se necessário permanecer temporariamente no campo, reunir o feno em
montes, protegendo-os com lona plástica. Usa-se garfos e rastelos para juntar o feno e
quaisquer veículos para transporta-lo.
Enfardamento Manual do Feno.

O enfardamento do feno facilita o transporte e o manuseio; ocupa menos espaço no


depósito; e facilita a sua comercialização.

Os fardos de feno podem ser feitos utilizando-se enfardadeiras simples construídas


aproveitando-se matérias e as facilidades existentes na propriedade. A composição do
feno pode ser feita com os pés ou com uma alavanca, e o amarro do fardo com corda de
sisal apropriada ou arame fino.

Armazenamento do Feno

Armazenamento em medas no campo

O armazenamento em medas é indicado para os fenos de qualidade inferior, ou para o


aproveitamento de restos culturais, tais como: palha de arroz, de feijão, etc.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As medas de fácil construção e baixo custo, podem ser feitos no próprio campo de
produção do feno ou junto ao estábulo, em local plano, bem drenado e de fácil acesso
aos animais de modo a permitir a autoalimentação.
O formato apropriado para as medas é circular, com o diâmetro aumentando
ligeiramente desde a base ate a 2/3 de altura e a seguir, tomando a forma cónica: com
altura igual a duas vezes o diâmetro da base. Esta configuração assegura maior
estabilidade da meda e proteção contra chuva.

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