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CONTABILIDADE E AUDITORIA – 2º ANO
1. Títulos de Crédito....................................................................................................................7
1.1 Noção.....................................................................................................................................7
1.2 Função....................................................................................................................................7
1.3 Características........................................................................................................................8
1.4 Classificação.....................................................................................................................8
1.6.1 O Saque.........................................................................................................................11
1.6.2 O Aceite........................................................................................................................11
1.6.3 O Endosso.....................................................................................................................12
1.6.4 O Aval...........................................................................................................................12
1.6.5 O Protesto.....................................................................................................................12
1.7.2 Livrança........................................................................................................................14
1.7.3 Cheque..........................................................................................................................15
Conclusões.....................................................................................................................................18
Referências Bilbliográficas............................................................................................................19
1. Títulos de Crédito
1.1 Noção
Nas economias mais antigas da história vivia-se numa economia que se limitava às trocas de um
certo produto ou bem pelo outro, porem devido ao desenvolvimento dos sistemas de troca, o
escambo mostrou-se insustentável em razão das suas limitações, dentre elas: o escambo
dificultava exigia uma dupla coincidência de interesses por parte dos participes da relação (a
troca só se perfaz se cada parte quiser exatamente o que a outra tem a oferecer); por outro lado o
escambo não garante a equivalência entre os diversos bens trocados.
Por essa razão foram criados mecanismos que dinamizassem as trocas comercias e que fossem
feitas na base de uma equivalência, dentre os instrumentos criados figuram os títulos criados, que
passamos a definir, segundo Vivante, como o “documento necessário para exercitar o direito
literal e autônomo nele mencionado”.
Segundo alguns autores a definição de Vivante é a ideal nos remete por intermédios das
expressões “necessário”, “literal” e “autónomo”, que são os três princípios informadores do
regime jurídico cambial: a circularidade; literalidade e a autonomia.
1.2 Função
A função dos títulos de credito se traduz na atribuição de legitimação (passiva e ativa: de
satisfação do direito a quem apresente o titulo: de afirmação do direito a ser reconhecido como
tal). Portanto, segundo Oliveira Ascensão, citado por José Almeida, et al, “um sujeito é
qualificado ou legitimado para o exercício do direito pela posição ocupada em relação ao
documento”.
Outra função que merece destaque é a função socioeconómico dos títulos de credito, na medida
em que das suas varias espécies em que eles se apresentam, os títulos abstratos não têm uma
causa ou função típica, enquanto que os causais a apresentam.
1.3 Características
Segundo a doutrina especializada do conceito de títulos de credito pode-se extrair também suas
principais características:
1.4 Classificação
Os títulos de crédito são classificados segundo vários critérios, entretanto passaremos a
classifica-los segundo os critérios mais utilizados pela doutrina.
1.4.1 Quanto à forma de transferência ou circulação
Sabido que negociabilidade e a circulabilidade são as principais características dos títulos de
credito, a classificação deles quanto a circulação merece destaque. Pelo que segundo este critério
podemos ter os seguintes títulos:
Nestes titulos a ordem, esse acto formal, e o endosso, tipico do regime juridico cambial.
1.6.1 O Saque
O saque é a declaração cambiária de quem cria a letra (o sacador). É pelo saque ou emissão que a
letra é criada e introduzida em circulação. O saque traduz-se numa ordem de pagamento
(incondicional e de determinada soma pecuniária) dada ao sacado e a favor do tomador ou à sua
ordem.
1.6.2 O Aceite
O aceite é o negócio cambiário pelo qual o sacado (que pode ser o próprio sacador) assume a
obrigação cambiária principal, ou seja, aceita pagar a letra no seu vencimento. Ou seja, é a
declaração cambiária pela qual o sacado assume a responsabilidade de cumprir a ordem
incondicional de pagamento que lhe foi dada pelo sacador.
O primeiro endosso será feito pelo beneficiário (inicial) da ordem dada pelo sacado, ou seja, pelo
tomador. O segundo endosso será feito pelo primeiro endossado e assim sucessivamente,
indeterminadamente.
1.6.4 O Aval
O aval é o negócio cambiário pelo qual um terceiro ou um signatário cambiário (avalista),
garante o cumprimento da obrigação por parte de um (outro) obrigado cambiário (avalizado).
O aval pode ser parcial ou total e deve ser escrito na letra ou na folha anexa pelas palavra “bom
para aval” ou equivalentes, deve indicar a pessoa por quem se dá e ter a assinatura do dador 1. O
aval que não indicar a pessoa a quem se dá é considerado dado a favor do sacado; presunção
inilidível mesmo no domínio das relações imediatas.
1.6.5 O Protesto
O protesto, pode ser definido como o ato formal pelo qual se atesta um facto relevante para a
relação cambial. Esse facto relevante pode ser (i) a falta de aceite do título, (ii) a falta de
devolução do título ou (iH) a falta de pagamento do título.
No que toca estritamente à relação cambiária, o protesto, em regra, ao contrário do que muitos
pensam, só é indispensável se o credor deseja executar os codevedores (ou devedores indiretos),
como é o caso, por exemplo, do endossante. Sendo comum a afirmativa genérica de que o
protesto garante o direito de regresso em face dos devedores indiretos do título. Em
contrapartida, se a execução é dirigida contra o devedor principal do título, o protesto é
desnecessário.
1
Trata-se do “aval completo”. O “aval incompleto”, por sua vez, pode revestir duas modalidades: o “abreviado” que
é dado em qualquer parte da letra ou no alongue através da expressão “bom para aval” ou equivalente, seguida da
assinatura do avalista, mas sem a designação da pessoa avalizada e o “aval em branco”, que é dado mediante simples
assinatura do avalista, mas só é válido se for aposto na face anterior do título, não sendo a assinatura do sacador ou
do sacado.
1.7 Das letras, livranças, cheques e outras modalidades
Dentre os principais titulos de crédito, destacam-se quatro, nomedamente: letra de câmbio,
livranças, cheque e duplicata. Esses titulos de crédito possuem disciplina legal especifica e que
por isso, são denominados titulos de crédito tipicos ou próprios.
a palavra “letra” inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a
redacção deste título;
o mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;
o nome daquele que deve pagar (sacado);
a época do pagamento;
a indicação do lugar em que se deve efectuar o pagamento;
o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga;
a indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada;
a assinatura de quem passa a letra (sacador).
Pelo que a falta de um desses requisitos2 não produzirá efeito como letra, salvo nos casos
determinados nas alíneas seguintes:
2
Artigo 705 do Código Comercial
a letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar
designado, ao lado do nome do sacador
1.7.2 Livrança
Definição: a livrança é um título à ordem, obedecendo a formalidades certas, pelo qual uma
pessoa se compromete, para com outra, a pagar-lhe um certa importância em determinada data.
Trata-se de um título “à ordem”, transmissível, por isso, por endosso e que é comprovativo de
uma dívida, em rigor, de uma obrigação de pagamento.3
Preconiza, o artigo 778 do Código Comercial, ao seguintes requisitos qua a livrança deve conter:
A falta de um desses requisitos não produzirá efeito como letra, salvo nos casos determinados
nas alíneas seguintes:
O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produz
efeito como livrança, salvo nos casos determinados nos números seguintes.
A livrança em que se não indique a época do pagamento é considerada pagável à vista.
Na falta de indicação especial, o lugar onde o escrito foi passado considera-se como
sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do subscritor da
livrança.
A livrança que não contenha indicação do lugar onde foi passada consdiera-se como
tendo-o sido no lugar designado ao lado do nome do subscritor.
3
Enquanto a letra é uma ordem de pagamento, a livrança é uma promessa de pagamento, uma promessa pura e
simples de pagar uma determinada quantia. A
1.7.3 Cheque
Definição: O cheque é uma ordem dada por uma pessoa (sacador) a um banco (sacado), para que
pague certa quantia, por conta dos fundos disponíveis. Trata-se de um título de crédito; refere-se
a uma prestação em dinheiro e comunga de traços identificadores bem determinados: a
incorporação da obrigação, a literalidade, a autonomia e a abstracção.
Consagra, o arigo 782 do Código Comercial, a obresevâncai dos seguintes requisitos para o
cheque:
a palavra “cheque” inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para
a redacção desse título;
o mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;
o nome de quem deve pagar (sacado);
a indicação do lugar em que o pagamento se deve efectuar;
a indicação da data em que e do lugar onde o cheque é passado;
a assinatura de quem passa o cheque (sacador
O título a que faltar qualquer dos requisitos enumerados no artigo precedente não produz
efeito como cheque, salvo nos casos determinados nos números seguintes.
Na falta de indicação especial o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se
como sendo o lugar de pagamento. Se forem indicados vários lugares ao lado do nome do
sacado o cheque é pagável no lugar primeiro indicado.
Na ausência destas indicações ou de qualquer outra indicação o cheque é pagável no
lugar em que o sacado tem o seu estabelecimento principal.
O cheque sem indicação do lugar da sua emissão considera-se passado no lugar
designado ao lado do nome do sacador.
O cheque tem uma função económica relevante e funciona como instrumento de:
Porém, além daquelas funções directas, a tendência progressiva foi para o cheque ir
desempenhando (quer pela sua maleabilidade, quer pela ausência de encargos) outras funções,
serão funções acessórias do cheque.
Entre a letra e a livrança as semelhanças são muitas: desde a sua natureza económica e do
ponto de vsita juridico. Tanto a letra assim como a livrança, na perspectiva económica, têm as
mesmas finalidades: funcionam como instrumentos de crédito e diminuem a circulação de
numerário, permitindo pagamentos em praças diferentes sem o seu transporte
Por outro lado, a diferença é grande, na medida em que contrariamente ao que sucede na letra, na
livrança não há lugar uma ordem a outra a pagar, é o subscritor que se declara ele mesmo
obrigado ao pagamento da quantia titulada ou à ordem deste. Na letra como se intitui, a ordem é
dada pelo sacador ao sacado para que este pague ao tomador ou à sua ordem.
Ora, o cheque, por seu turno, já apresenta diferenças mais notórias. Sendo certo que também
envolve uma ordem de pagamento e também é um titulo adequado à movimentação de créditos,
dispensando a circulação de numerários e o seu transporte. Igualmente pode corresponder a uma
concessão de crédito do banqueiro (saque a descoberto).
Quer a letra, a livrança e o cheque, apresentam as mesmas formas de transmissão, que podem
ser:
1. Por via de endosso.
2. Tratando-se de títulos “não à ordem” só é transmissível pela forma e com os efeitos duma
cessão ordinária.
3. O endosso pode ser feito mesmo a favor do sacado, aceitante ou não, do sacador, ou de
qualquer outro co-obrigado. Estas pessoas podem endossar novamente a letra.
4
Esta reforma não se deve confundir com outra “reforma”, própria do giro comercial e que consiste no pagamento
total ou parcial de uma letra ou livrança, no vencimento, através da assunção de nova obrigação cambiária. Onde
chegada a data do vencimento o devedor, normalmente aceitante ou sacador, procede ao pagamento da letra
enviando ao portador nova letra por si aceite de montante correspondente parcialmente à quantia a pagar e o
remanescente em dinheiro, ou nos casos da chamada “reforma por inteiro”, que lhe envie uma letra pelo montante
do total anterior. A letra original extingue-se por cumprimento e surge uma nova letra autónoma da primeira.
Referências Bilbliográficas
Santa Cruz Ramos, A. (2015). Direito Empresarial Esquematizado
Almeida, E. J., Gomes, T. M & Geraldes, A. (2007). O Direito Dos Negócios E Societário.
Editor: INA- Instituto Nacional de Administração: Palácio dos Marqueses de Pombal