Você está na página 1de 11

DIREITO COMERCIAL

Títulos de Créditos

Curso de contabilidade e Auditoria

UNIVERSIDADE ROVUMA

Departamento de Ciência Económica e Empresarial

Delegação de Pemba-Cabo Delgado

Pemba, Setembro de 2023


Altina Américo

André Fernandes

Aura Tagir

Nelson Marqueza

Zeneta Makuinda

Títulos de Créditos

Trabalho do Curso de Licenciatura em Contabilidade


e Auditoria, a ser entregue ao Departamento de
Ciência Económica e Empresarial para efeitos de
avaliação leccionado pelo:

Docente։dr. Ferraz Fai Sufo

UNIVERSIDADE ROVUMA

Pemba, Setembro de 2023


Índice
CAPITULO I...................................................................................................................................1

1. Introdução.................................................................................................................................1

1.1. Objectivos.........................................................................................................................2

1.1.1. Objectivo Geral..........................................................................................................2

1.1.2. Objectivos Específicos...............................................................................................2

2. DESENVOLVIMENTO TEORICO........................................................................................3

2.1. Origem e Evolução Histórica dos Títulos de Crédito.......................................................3

2.2. Características dos títulos de crédito.................................................................................4

2.3. Princípios correspondentes aos títulos de crédito.............................................................5

2.3.1. lnoponibilidade de excepções....................................................................................5

2.3.2. Independência das assinaturas e solidariedade..........................................................5

2.3.3. lnocorrência de novação............................................................................................5

2.4. Conclusão..........................................................................................................................6

2.5. Bibliografia.......................................................................................................................7
CAPITULO I

1. Introdução
Os títulos de crédito correspondem a um instituto de nascimento tardio, mas que conseguiu
satisfazer às necessidades de circulação de crédito do momento histórico em que surgiu,
momento em que comércio tomava novas formas.

Este instituto era grandemente utilizado: conseguia conciliar a circulação do crédito com
segurança, com quase certeza do cumprimento da obrigação.Esses títulos de crédito em conjunto
com o desenvolvimento do sistema bancário propiciaram a mudança da constituição económica
da sociedade.

Porém, hoje, descreve-se o destino dos títulos de crédito pela frase célebre de Newton de Lucca:
“os títulos de crédito começaram a descrever uma longa trajectória de retomo ao limbo de onde
vieram".Actualmente as instituições financeiras estão à procura de um sucedâneo menos oneroso
para substituir o modelo até então vigente que sobrecarrega os sistemas bancários.

Esta procura coincidentemente aparece no momento em que presenciamos mais uma das
evoluções da humanidade, um momento de grande informatização, que tem como sua principal
ferramenta de sustentação a internet.

Esta vem desenvolvendo-se numa velocidade indescritível; actualmente existem teorias sobre
autenticação de documentos presentes em fita magnética, a qual substituiria o papel em quase
todos os meios. Dessa forma, para se adequar a este novo momento, há uma tentativa de
modificar os títulos de crédito, adequando-os a esta nova realidade.

1
1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral


 O objectivo geral do presente trabalho é fazer uma pequena apresentação no que diz
respeito aos títulos de crédito.

1.1.2. Objectivos Específicos

 Origem e Evolução Histórica dos Títulos de Crédito;

 Características dos títulos de crédito;

 Princípios correspondentes aos títulos de crédito.

2
CAPITULO II

2. DESENVOLVIMENTO TEORICO

2.1. Origem e Evolução Histórica dos Títulos de Crédito


Originalmente, eram utilizados como instrumento de trocas de produtos de uso comum, como o
gado e o sal. Num segundo momento da economia chega-se a uma fase metálica, para
posteriormente chegarmos a uma fase financeira, onde temos o surgimento do papel moeda.

Os títulos de crédito aparecem com a finalidade de substituição deste modelo económico; seu
surgimento marca a superação da então economia monetária para um modelo de economia
creditória, a qual é considerada por Túlio Ascarelli como o modelo económico moderno.

A utilização do crédito pelos comerciantes veio aumentar o número de transacções, trazendo


benefícios para o comércio e maiores possibilidades de desenvolvimento dele; porém estes
direitos creditórios possuíam dificuldade de circulação, problemaeste que foi solucionado com o
advento dos títulos de crédito.Os títulos de crédito são considerados como uma das maiores
inovações apresentadas pelo Direito Comercial, sendo esta evolução decorrente do problema
relativo a circulação de direitos creditórios.

Os títulos de crédito têm origem na Idade Média, onde podiam ser reconhecidos alguns dos
elementos presentes actualmente. Seu surgimento, segundo parte da doutrina, decorre mais de
necessidades momentâneas de carácter mercantil, do que de um procedimento visando
especificamente à solução de um problema jurídico.

O surgimento do título de crédito foi possível na idade média devido a uma maior intensidade e
desenvolvimento do tráfico mercantil, quando se procurou simplificar a circulação de capitais

Pode-se afirmar que os títulos de crédito apareceram inicialmente como instrumento de


pagamento; como as relações humanas, sobretudo, no campo negocial, estão em constante
movimento e aperfeiçoamento; foram os comerciantes pela a necessidade de mobilização dos
créditos antes do advento doprazo estipulado para resgate dos valores, que lhes deram forma,
justificando sua natureza peculiar e suas características específicas.

3
2.2. Características dos títulos de crédito
Após breve apanhado histórico dos títulos de crédito, podemos começar a estudar sua estrutura
actual. Para possibilitar a circulação do crédito foi necessário dotar o instituto de características
que assegurassem a seus portadores a confiabilidade dele e a certeza da satisfação do crédito ao
último dos portadores na cadeia de circulação de riqueza.

Primeiramente deve-se entender que o título de crédito é um documento, ou seja, é indispensável


que exista o documento; este é necessário para o exercício dos direitos nele mencionados.

Sobre as características dos títulos de crédito, temos que existe alguma divergência entre a
doutrina. Temos, por exemplo, a lição de Amador Paes de Almeida (1997); ele entende que
somente são apresentadas duas características principais (literalidade e autonomia), enquanto são
enquadradas na qualidade de características acessórias a cartularidade e a abstração

Já no ponto de vista de Fran Martins (2000), temos que este apresenta três características
principais do título que são: literalidade, autonomia e abstracção. No nosso estudo vamos elencar
como características principais dos títulos de crédito a literalidade, a cartularidade e a autonomia:

2.2.1. Literalidade
Por literalidade se entende que o título de crédito vale exactamente a medida nele contida.
Equivale à existência de uma obrigação literal, independente da relação fundamental, atendendo-
se exclusivamente ao que eles expressam e directamente mencionam.

2.2.2. Cartularidade
Segundo este princípio, temos que existe uma conexão entre o direito e a cártula, o direito se
materializa nela e nela se corporifica, o que toma imprescindível o documento para exercício do
direito que nele se contém.O credor deve possuí-lo, deve apresentá-Io ao devedor e deve restituí-
lo a este quando receber o respectivo valor.

Dos títulos de crédito decorreria um chamado direito cartular, decorrente da representação


documental do crédito.

2.2.3. Autonomia
O princípio da autonomia diz respeito à autonomia das obrigações assumidas. Cada um dos
intervenientes assume obrigação relativa ao titulo. Segundo BORGES (1977), a autonomia

4
possuiria duplo aspecto. O primeiro corresponde ao fato de o título ser considerado autónomo da
causa que o gerou (direito cartular). Nesse primeiro aspecto seria uma espécie de autonomia
nominal, pois o direito autónomo emergente do título pode ser paralisado por uma excepção,
oposta pelo devedor com base no negócio que lhe deu origem.

2.3. Princípios correspondentes aos títulos de crédito


Estes princípios, somados às características tratadas no item anterior, caracterizam um
formalismo inerente ao instituto, o qual pretende carrega-lo com segurança, além de torna-lo
eficaz.

2.3.1. lnoponibilidade de excepções


Este princípio pode ser entendido como decorrente da característica da autonomia; cada
obrigação seria autónoma e independente, não ficando sua validade subordinada a outra relação.
Segundo Fran Martins (2000), dessa forma o obrigado não se obriga apenas com a pessoa a
quem transfere o título, mas, também, com seu portador.

2.3.2. Independência das assinaturas e solidariedade


O grande valor dos títulos de crédito é fazer com que facilmente circulem os direitos neles
incorporados. O princípio da independência das assinaturas foi recepcionado pelo direito pátrio.

O princípio da solidariedade não vem derrubar o princípio da independência das assinaturas, na


medida em que este visa apenas a impedir que a nulidade de uma das assinaturas na cadeia de
endosso venha a prejudicar as demais assinaturas postas, enquanto aquele se refere apenas as
assinaturas válidas, excluindo-se as viciadas.

2.3.3. lnocorrência de novação


A emissão de título de crédito não opera novação relativamente ao negócio fundamental.
Existem títulos que, devido à sua abstracção, são considerados como títulos sem causa (letra de
cambio e nota promissória), enquanto em outros sua causa, isto é, a relação que lhe deu origem, é
bem clara.

Quando o título é feito, o direito é mensionado nele; quando é posto em circulação, este se
desprende de sua causa fundamental.

5
2.4. Conclusão
Os títulos de crédito tiveram sua origem na Idade Média, provavelmente no século XIII, surgindo
com a exigência de um documento para firmar acordos financeiros. Com as feiras de mercadores
existentes neste período, foi necessário ter uma forma de trocar os vários tipos de moeda que
circulavam, além de que na época os assaltos eram frequentes. Havia dois tipos de câmbio, o
manual e o trajetício

A partir do século XV, os títulos de crédito foram evoluindo em diferentes lugares da Europa,
buscando satisfazer os interesses dos comerciantes da época. Em Roma, não tinha documento
que provasse a existência dos títulos de crédito, mas, no chamado período italiano (até 1673), o
comércio funcionava com base na confiança, ou seja, usava-se do câmbio trajetício apenas para
trocar documento por moeda.

Os títulos e crédito são considerados documentos, mas não são documentos meramente
probatórios ou meramente constitutivos. Esses entram na categoria de documentos dispositivos:
servem para comprovação de determinada relação, além de serem necessários para o exercício
dos direitos neles contidos.

Os princípios norteadores do direito cambiário também podem ser considerados características


marcantes dos títulos de crédito. Dos princípios que disciplinam o regime jurídico dos títulos de
crédito, destacam-se a cartularidade, literalidade e autonomia.

Sobre o princípio da cartularidade, vimos que esse apresenta que deve existir um documento ao
qual o direito deva se conectar, porém nunca fora definido que a única forma de expressão no
papel, Pode, dessa forma, o documento expressar-se por meio de fita magnética.

O princípio da autonomia pode ser visto sob duas vertentes: a descrita pelo jurista Wille Duarte,
que separa autonomia em três âmbitos (do Direito, do Título e das Obrigações. O princípio da
autonomia parte do Direito quando refere-se a boa fé objectiva e não tem sub-rogação. (Duarte,
2003)

6
2.5. Bibliografia
[1]. ALMEIDA, Amador Paes de. Teoria e prática dos títulos de crédito. 16 Â ed. São Paulo :
Saraiva, 1997.

[2]. MARTlNS, Fran. Títulos de Crédito, Vols I. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2000.

[3]. MARTINS, Fran. Títulos de Crédito, Vols ll. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2000.

[4]. COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. V.1. 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

[5]. COSTA, Wille Duarte. Títulos de Créditos. Belo Horizonte: Del Rey, 2003.

[6]. BORGES, João Eunápio. Títulos de Credito. 2Ê ed. Rio de Janeiro : Forense, 1977

Você também pode gostar