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Rev. Adm. Empr. Rio de Janeiro, 28 (1) 55-60 jan Jmar. ! 988
A contabilidade de custos torna Capttulo 5 - Economia de múltipfos Capftulo 6 - Centros de
diretos os custos de departamentos No passado, a questâ'o do tama· responsabilidade
auxiliares, simplificando, assim, a nho das máquinas foi satisfatoria- Antigamente, usavam~se os termos
tarefa de calcular os custos. mente resolvida, escolhendo-se a fluxo do processo, organização hu-
O controle da produção fica faci· maior máquina do catálogo. Porém, mana e disposição f(slca de maneira
litado, pois grande parte sará visual outros fatores mostraram-se impor· independente e desordenada. Hoje,
e os estoques intermediários desapa- tantes para serem considerados, co- usa-se o termo organização da fábri-
recem. mo: ca. É importante criar centros de res-
ponsabilidade. São analisados seis
Deve haver uma equipe formada • A rapidez com que a máquina pode tipos de organização de fábricas,
com o pessoal de Engenharia Indus- ser ajustada. depéndendo da situação:
trial, Compras, Engenharia de Fabri-
cação e Engenharia de Projetos. O • A facilidade de prover a manuten- • Agrupado e desordenado, que é o
objetivo dela é realizar apenas aque- ção e de mantê-la produzindo com pior tipo, e ocorre em duas situações:
les trabalhos· que acrescentam valor qualidade. em oficina de serviços intermitentes,
ao produto. e no caso de produtos mais padroni-
Deve·se lutar para reduzir prazos • A facilidade com que a máquina zados em que houve um crescimento
de toda a natureza, desde o trabalho pode ser movida. desordenado.
administrativo até o de produção.
• A facilidade de ajustar a velocidade • Linhas de fluxo agrupadas que con-
Capitulo 4 -Atuação exagerada da máquina de acordo com flutua- têm os equipamentos dispostos de
do capital ções da demanda final. maneira a garantir o fluxo de produ-
A automação e sua n-ecessidade t,:â'o. Pode conter máquinas unitárias.
são discutidas, e a conclusão a que • Preço baixo para que novas unida~
chega R. Schonberger é sobre sua des possam ser adquiridas com o tem- • Tipo celular, um tipo de agrupa-
vantagem; porém. apenas no caso de po, conforme a velocidade do cresci- mento que fabrica uma Iam (I ia de
melhorar o desempenho. Isto é tam- mento da demanda. produtos.
b6m válido para os robôs. O autor concluí:
Um primeiro ponto para começar • Estação ou máquina unitária, que
são os equipamentos que permitem • V~rias equipes, células, linhas ou executa várias operações em série
interligar as máquinas utilizadas para máquinas são melhores do que uma, para fabricação de um módulo com-
um mesmo produto. Na medida em pois duas equipes ou conjuntos de pleto do produto. Ao contrário das
que for necessário ampliar a capaci· equipamentos, conseguindo o mes- células, as operações são feitas em
dado, é prefer (vel instalar uma segun- mo produto ou fam ílía de produtos, uma em vez, de em várías máquinas
da linha igual à primeira, a ter uma estão em uma competição amigável, ou estações.
nova que substltua a primeira com quando as coisas vão hem. Elas se
velocidade maior. complementam quando ocorre uma • Linhas de fluxo dedicadas, que são
Uma técnica JIT utilizada para queda nas vendas ou quando algo não um caso de linhas de fluxo, porém
evitar paradas é tornar todos os vai bem. dadicadas para um produto ou uma
centros de trabalho em gargalo, para pequena gama de produtos.
que recebam a atenção necessária. Os • Deve-se adicionar capacidade fixa
operadores devem constituir a pri* da mesma maneira que se adicionam • Tipo combinado, que ocorre num
meira linha de ataque aos problemas pessoas: em pequenos incrementos. perfodo de transição para mudar a
que surgem quando termina um esto· à medida que a demanda cresce. organização do tipo egrupado para
que de amortecimento causando pa· linhas de fluxo.
radas. Em virtude do fato de que as má-
R. Schonberger di seu te o uso de quínas devem ter suas velocidades Capftu/o 7- A qualidtKie como meta
máquinas unitárias que fazem muitas adaptadas às necessidades, podendo Foi na década de 80 que as indús·
operações, tanto em oficinas quanto mesmo parar, surge a necessidade de trias ocidentais embarcaram na Qual i·
em escritórios. manter-se o operador sempre ocupa· dade Total, após uma estagnação de
As conclusões a seguir terminam o do. Assim, os operadores deverão ser 35 anos.
cap(tulo: versáteis, a fim de moverem-se para Um dos pontos fundamentais é o
onde o trabalho estíver. controle do processo. Ferramentas
• A mão-de·obra é muito valiosa, en· Quando as máquinas estão pró- úteis para esta finalidade são:
quanto equipamentos não pensam ximas entre si, as mudanças nas velo·
nem resolvem problemas. Equ'ipa- cidades podem ser comunicadas ao e quadro de fluxo de processo;
mentos devem ser introduzidos ape~ operador anterior pelo próprio siste-
nas quando há realmente uma vanta· ma de puxar, como o Kanban. •análise de Pareto;
gem calculada. Os conceitos de tornar a produ-
ção flexível também são aplicáveis • diagrama de espinha de peixe;
• Os equipamentos apresentam, so· para a movimentação das máQuinas,
bre as pessoas, a vantagem de me'nor prateleiras móveis, formar células e • histogramas;
variabilidade: movimentos, tempos, eliminar sistemas automáticos de
ciclos e qualidade untformes. estocagem. •diagrama de controle de processo.
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- Treine seus funcionários para domi- Seattle (Chefe fndio). Preserva- da praia, cada bruma nas densas fio·
narem mais de um trabalho. ção do meio ambiente - mani- restas, cada clareira e cada inseto a
Registre e guarde os dados sobre a festo do Chefe Seattle ao presi- zumbir são sagrados na memória do
produção, qualidade e problemas no dente dos EUA. São Paulo, Ba- meu povo. A seiva que corte através
local de trabalho. bei Cultural, 1987. 47p. (Trad. das árvores carrega as memórias do
- Garanta que o pessoal da produção homem vermelho ( ...). Somos parte
faça a primeira tenta! iva para resolver
Magda Guimarães Khouri Cos· da terra e ela é parte de nós( ... ). Des·
os problemas, antes do pessoal dos
ta.l te modo, quando o grande Chefe
departamentos auxiliares. manda dizer que quer comprar nossa
Mantenha e melhore o equipamen· terra, ele pede muito de nós ( ... ). Con·
to e o pessoal existentes, antes de sideraremos sua oferta de comprar
pensar a respeito de novos equipa· nossa terra. Mas não será fácil, pois
mentos. esta terra é sagrada para nós" (p.
- Procure um equipamento simples, 11,13e15).
barato e móvel. A Editora Babei Cultural, no in(· Em sua sabedoria, o Chefe Seattle
- Em lugar de apenas uma, procure cio de suas atividades, acaba de lan- dá conselhos ao homem branoo, lem·
ter várias estações de trabalho, má· çar, numa tradução de Magda Guima· brando que deve ensinar às crianças
quinas, células e linhas para cada pro- rães Khouri Costa e com 20 ilustra- que uos rios são nossos irmãos.. # que
duto: ções de Vera Rodrigues, o Manifesto 'la terra é nossa mãe". Assim, ntudo
- Automatize paulatinamente, quan- do Chefe (ndio Seattle. Ele escreveu. o que ocorrer com a terra ocorrerá
do não houver outra maneira de re~ Preservação do meio ambiente em aos filhos da terra. Se os homens des·
duzir a variabilidade do processo. 1855, respondendo à proposta do prezam o solo, estão desprezando a si
então presidente dos Estados Unidos mesmos ( .. .). O que ocorrer com a
Diz ainda R. Schonberger como da América, Frankl in Pearce, que dew terra recairá sobre os filhos da terra.
dar os primeiros passos em direção a sejava comprar a terra dos índios. O homem não teceu a trama da vida;
ser um fabricante classe universal. O editor Sérgio Amad Costa infor· ele é meramente um de seus fios.
Em vários dos cap(tulos, o autor ma, na Apresentaçlo, que o Manifes- Tudo o que fizer ao tecido fará a si
apresenta conceitos e exemplos de to foi traduzido da versão original, mesmo" (p. 19, 35 e 39).
análise do valor, mencionando-os localizada na Seattle Historical Socie· Nos dias de hoje, observa~se uma
claramente em alguns, e em outros ty, em Washington. Fica-se sabendo, série de modismos envolvendo a
não, preferindo englobá-los sob o igualmente. que o "chefe Seattle nas- questão ecológica, com partidos pol (.
trtulo "Fabricaçlo classe universal". ceu em 1790 e morreu em 1866. ticos e grupos de interesse das mais
Na oondição de antigo professor Liderou os Duwamísh e as tribos Su· diversas tendências se organizando
de administração de empresas, o au· quamish, Saminish, Skopamish e em torno dessa bandeira. Modismos
tor mostra seu conhecimento nas v-li· Stakmish, sendo o primeiro signatá· e oportunismos à parte, creio que to~
rias áreas que compõem uma empre· rio do tratado de Port Elliot, pelo dos os cidadãos - principalmente os
sa, tanto por meio de bibliografia ci- qual estas tribos se submeteram às im· que vivem nos grandes centros urba·
tada - incluindo nela são só disserta- posições governamentais dos EUA, nos - deveriam se ocupar no senti~
ções acadêmicas, como artigos em recebendo, em troca, uma reserva in· do de preservar os rios, os lagos, as
periódicos, além de livros - quanto dfgena. Cumpre lembrar, também, praias, a$ florestas, os animais e as
pela sua prática de consultor. · que a cidade de Seattle, nos EUA, montanhas. Caso isso não ocorra,
tem este nome em homenagem ao como nos lembra Seattle neste belo
R. Schonberger conseguiu, nas chefe dos Duwamish" (p. 5). livro lem que texto, ilustrações e
253 páginas de seu livro, numa lingua- Embora escrito há mais de 130 capa se integram com harmoniaL '"é
gem direta, bastante agressiva, ressal· anos, o manifesto é considerado co- o fim da vida e o inicio de uma
tar as vantagens do World class manu· mo um dos mais profundos pronun~ subvida" (p. 45).
facwríng, motivando os leitores dire- cíamentos sobre a defesa do meio
tamente para a ação. ambiente, sendo de uma atualidade
indiscutlvel. Isto porque chama a
atenção para a falta de respeito e de
cuidado com a terra e, conseqüente·
mente, cpm o equil fbrio ecológico. Afrlnio Mendes Catani
João Mário Csi/lag Seattle começa sua resposta ao Proffnwr na Faculdade de Educação
Engenhelrt~ ..eronáutfco pelo /TA~ Presidente Pearce afirmando que o de UniV11fflidade de Siio Poulo {USPJ.
doutor em administração de seu povo irá considerar a proposta re·
empresBS P81B FG V~ professar ns cebida para vender mais suas terras~
EAESPIFGV e consultor na árH
dtt produtividade.
embora se pergunte:"!: poss(velcom·
prar ou vender o céu e o calo r da
terra? Tal idéia é estranha para nós.
Se nílo possu f mos o frescor do ar e o
brilho da água, como podem com·
prá-los? Cada pedaço desta terra é
sagrada para o meu povo. Cada ramo
brilhante de um pinheiro, cada areia