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A Segura
A Segura
e saúde no trabalho
no sector da
reparação automóvel
Introdução
► Nos tempos actuais, deve ser crescente a preocupação com a
segurança no trabalho, com a saúde dos trabalhadores e com as
causas (directas e indirectas / visíveis e invisíveis) que acabam por
resultar em acidentes de trabalho. O nosso quadro legislativo pode ser
considerado suficiente, embora o seu principal problema resida na sua
falta de aplicação. A análise de riscos e a avaliação das condições de
trabalho são talvez as formas mais eficazes de combater a
sinistralidade laboral e todo o seu vastíssimo leque de consequências.
Os efeitos que, seguramente, resultam dos elevados níveis de
sinistralidade laboral, no nosso país, representam, em primeiro lugar, o
nosso anacrónico atraso em relação aos países mais desenvolvidos,
demonstrando não só a nossa falta de competitividade no mercado
internacional, como também “levantam o véu”, sobre todas as nossas
fragilidades políticas, económicas e sociais, bem como a ausência de
uma gestão estratégia para as nossas instituições.
► É natural que este quadro pouco favorável para o nosso país implique
elevados níveis de sinistralidade laboral (incluindo no sector da
reparação automóvel), não só pelas baixas qualificações académicas e
socio-profissionais dos nosso trabalhadores (geradoras dos elevados
níveis de literacia da maioria da nossa população activa), mas
particularmente, pela persistência dos nosso quadros de topo em não
apostarem, efectivamente, na formação profissional dos seus recursos
humanos, na procura e investimento em novas tecnologias,
nomeadamente as de ponta, na execução de produtos e serviço de alta
qualidade, na inovação, na investigação e nas aptidões psicossociais
(incluído o bom relacionamento humano e comunicacional) dos seus
colaboradores. Naturalmente que os acidentes de trabalho influenciam
directamente a produtividade (qualitativa e quantitativa) bem como os
seus custos.
►
[5] O DL 503/99, de 20 de Novembro, estabelece o regime jurídico de
acidentes em serviço (no regime geral, a designação para o acidente ocorrido
no trabalho é acidente de trabalho; no regime aplicável à Administração
Pública a designação do acidente de trabalho é acidente em serviço) aplicável
à Administração Pública, ou seja, faz a aplicação da Lei 100/97, de 13 de
Setembro e do DL 143/99, de 30 de Abril, às entidades e aos funcionários e
agentes da Administração Pública.
► a revisão da base de cálculo das indemnizações e pensões (passam a ser
calculadas com base na retribuição efectivamente auferida pelo sinistrado);
► Em relação aos riscos com agentes físicos, o ruído constitui a exposição mais
frequente, com efeitos indesejáveis, tanto auditivos, estreitamente
relacionados à dose-equivalente, como extra-auditivos, menos influenciados
pela dose. Em determinadas circunstâncias, os níveis de ruído podem atingir
valores iguais ou superiores a 110 dB(A), sabendo que o tempo de exposição
diário a níveis acima de 85 dB(A) podem implicar lesões irreversíveis do
aparelho auditivo. Além das consequências a nível auditivo, os efeitos nocivos
do ruído sobre o organismo podem ser divididos em fisiológicos e psicológicos:
Fisiológicos:
Psicológicas:
► A SHST pode ser analisada em quatro fases sucessivas, sendo a primeira a das
concepções tayloristas e fordianas (tarefas definidas, riscos compensados por
prémios e prejuízos reparados por indemnizações), a segunda caracterizada
pelas preocupações da Escola das Relações Humanas (ambiente de trabalho,
auscultação dos trabalhadores, etc.), a terceira originada pelas lutas das
décadas de 60 e 70 (melhoria das condições de trabalho) e a quarta fase, a
situação actual, que assenta em preocupações internacionais de melhoria de
qualidade de vida, enquanto forma de maior competitividade organizacional.
► É do conhecimento geral a existência de inúmeras situações de precariedade
das condições de trabalho, geradas por profundas deficiências dos métodos de
organização e planeamento do trabalho, sabendo que as empresas do sector
de reparação automóvel estão incluídas nesta extensa lista de instituições. Este
é um problema de proporções alarmantes em Portugal. Os elevados índices de
acidentes de trabalho e doenças profissionais, deveria fazer-nos reflectir sobre
algumas evidências da realidade nacional. Estamos profundamente convictos,
que este flagelo que assola diariamente o nosso país tem explicações a
montante, isto é, os acidentes de trabalho e as doenças profissionais não são
mera fatalidade do destino, existem causam objectivas que os determinam.
Essas causas são as diversas formas de risco às quais todos nos encontramos
expostos, muitas vezes, sem possuir-mos uma consciência efectiva da sua
existência e dos seus eventuais efeitos.
FIM