Você está na página 1de 2

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde


Curso de Psicologia

Aluna- Katia Regina Martins Laino - 9º período - manhã


Estágio Clínico - Psicanálise

ESTUDO DIRIGIDO
Texto: Sobre o início do Tratamento (Novas recomendações sobre a técnica da
Psicanálise) – S. Freud (1913)
Como a questão do pagamento é abordada por Freud? Com quais problemas
éticos a gratuidade do tratamento provavelmente vai esbarrar?
No texto “Novas recomendações sobre a técnica da Psicanálise, Freud (1913), dá
orientações a profissionais iniciantes na Psicanálise. Dentre essas recomendações, está a
de conhecer o paciente e identificar sua estrutura psíquica, antes de saber se é possível
dar continuidade ao tratamento, uma vez que, em se tratando de um paciente com
estrutura psicótica, existe orientação diferenciada de um paciente neurótico. Outras
orientações são feitas à respeito do tempo de atendimento, sobre o encaminhamento ao
divã, sobre pacientes com os quais tenha-se algum tipo de vínculo afetivo e outros.
Nesse estudo, coube fazer algumas pontuações a respeito do pagamento da análise.
Para Freud, o sujeito trata das questões do dinheiro, da mesma forma que trata
das questões sexuais, com a mesma incoerência, pudor e hipocrisia. Ao determinar seu
preço perante o paciente, o analista também está deixando de lado uma falsa vergonha
em tratar do assunto dinheiro. Aconselha também a não acumular um grande valor para
receber, mas sim receber a cada sessão ou dentro de um intervalo breve e determinado
de tempo.
Ainda sobre o dinheiro, que este seja cobrado pelo analista sendo um valor justo,
uma vez que possui em suas mãos, técnicas e ferramentas úteis ao paciente. Quando se
cobra um preço muito baixo, o paciente fica tentado a não dar o devido valor ao
tratamento.
A gratuidade do tratamento também é outro ponto questionável na Psicanálise,
uma vez que pode favorecer o amento das resistências do neurótico. Para as mulheres, a
gratuidade pode intervir na relação transferencial e para os homens, pode intervir
causando uma obrigação sentirem-se gratos. Assim, nem temporariamente o analista
deve atender com gratuidade, para não gerar uma dívida objetiva e moral no paciente.
Para Lacan, a gratuidade do tratamento também não é aconselhada, uma vez que
o paciente poderá ver-se estimulado por um “fantasma perverso”, em que ele acredita
que o analista goza com o atendimento a ele. Portanto, esse paciente não sai do sintoma,
para não sair da posição de objeto de gozo do analista.
Assim, é importante para o paciente que a análise tenha um real valor. Uma
análise não se paga com o resto ou com o que sobra, pois é esse o preço que se paga
para se haver consigo mesmo.
Curitiba, abril/2017

Você também pode gostar