Inativação enzimática pelo uso do calor e mudanças no pH
Sobral-Ceará 1. INTRODUÇÃO
Um dos fatores importantes que determinam a qualidade dos frutos e hortaliças é a
manutenção da cor natural. Mudanças na coloração durante a colheita, pós-colheita, processamento e armazenamento acarretam uma queda de qualidade, quando não controlados, tornando-se um grande desafio na elaboração desses produtos. O escurecimento enzimático é um fenômeno amplamente difundido que induz severas mudanças de cor, sabor indesejável e perdas nutricionais. O escurecimento enzimático ocorre devido a presença da enzima polifenoloxidase (PPO), uma enzima que catalisa a oxidação de compostos fenólicos, produzindo pigmentos escuros em cortes ou superfícies danificadas de frutas e hortaliças. O escurecimento enzimático não ocorre em células intactas, porque os compostos fenólicos que se encontram nos vacúolos celulares ficam separados dessa enzima que fica armazenada nos plastos. Quando o tecido é danificado pelo corte ou por injúrias, a enzima entra em contato com seu substrato e há formação de pigmentos escuros devido a exposição ao oxigênio. O controle do escurecimento enzimático pode ser feito através de métodos físicos e/ou químicos. Métodos físicos incluem redução de temperatura ou inativação térmica da enzima, proteção do produto contra oxigênio, desidratação, uso de atmosfera modificada, embalagens ativas e outros. Métodos químicos envolvem o uso de compostos antioxidantes que inibem a ação da enzima. A inativação enzimática da PPO por aquecimento é possível aplicando temperaturas superiores a 50°C, porém isso pode produzir cores e flavors indesejáveis, como também mudanças na textura. O ácido ascórbico e seus sais neutros, reconhecidos por sua ação redutora e contribuição nutricional (vitamina C), são os principais antioxidantes para o uso em frutas, hortaliças e seus sucos, visando prevenir o escurecimento e outras reações oxidativas. Ele atua sequestrando o cobre, grupo prostético da PPO, e reduzindo as quinonas de volta a fenóis, antes de formarem pigmentos escuros (COSTA, 2010). O ácido cítrico é um dos principais ácidos orgânicos naturais em frutas, previne o escurecimento enzimático pela ação sobre PPO e PDO. Também é utilizado para potencializar outros antioxidantes como o ácido ascórbico. O ácido cítrico, em conjunto com o ácido ascórbico é muito utilizado para inibir a alteração de cor. Entre os diversos processos de conservação, o branqueamento é bastante utilizado em vegetais como um pré-tratamento com a finalidade de inativar enzimas, ajudar na limpeza, reduzir a carga microbiana da superfície do alimento, eliminar ar e gases existentes nos tecidos, impedir a despigmentação, desenvolver sabor característico e pré-aquecer o produto.
2. OBJETIVOS
Verificar a eficácia da acidificação e do branqueamento na inativação de enzimas que causam o
escurecimento em vegetais.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
EQUIPAMENTOS, REAGENTES E EPI/EPC MATERIAIS POR GRUPO
2 Béqueres com capacidade de 250ml 3 Batatas inglesas (adquiridas no comércio local) 2 Pipetas graduada de 1,0 mL 3 Maças (adquiridas no comércio local) 1 Faca 1 Tábua de teflon Solução de ácido cítrico a 1% Solução de guaiacol a 1% Vinagre de álcool (ácido acético) Peróxido de hidrogênio a 3%
4. METODOLOGIA
Inativação enzimática por acidificação
1º) Cortar os vegetais previamente higienizados em 4 partes; 2º) Imergir os vegetais em cada uma das soluções dos diferentes tipos de reagentes (solução de ácido cítrico a 1% e vinagre) por 5, 10 e 15 minutos, agitando-os suavemente; 3º) Depois de completado os tempos (5, 10 e 15 minutos), retirar uma fatia de cada tempo para realizar o teste de guaiacol; 4º) Após o teste do guaiacol colocar as amostras com resultado negativo para peroxidase por 7 em embalagens plásticas sob refrigeração. Inativação enzimática pelo uso do calor (branqueamento) 1º) Aquecer 200 mL de água em fogão a gás; 2º) Adicionar o vegetal na água fervendo por 2, 5 e 7 minutos; 3º) Colocar o vegetal em banho de gelo por aproximadamente 2 minuto; 4º) Após resfriamento, colocar o vegetal em uma peneira para drenar a água por aproximadamente 2 minutos; 5º) Retirar uma fatia de cada tempo para realizar o teste de guaiacol; 6º) Após o teste do guaiacol colocar as amostras com resultado negativo para peroxidase por 7 dias, em embalagens plásticas sob refrigeração. Teste do Guaiacol 1º) Em uma fatia do vegetal, adicionar uma gota de guaiacol 1% e uma gota de H2O2 3% no mesmo local. Esperar por 2 minutos. 2º) Avaliar o resultado: Aparecimento de uma coloração marrom avermelhada indica que a enzima peroxidase não foi inativada; A ausência de coloração marrom avermelhada indica que a enzima peroxidase foi inativada. Obs.: deve ser armazenado sob refrigeração uma amostra controle, ou seja, uma amostra sem nenhum tratamento para comparação visual ao final dos 7 dias de refrigeração.
5. RESULTADOS 6. DISCURSÃO 7. CONCLUSÃO 8. FOTOS
FOTO 1 – MATERIAIS UTILIZADOS
FOTO 2 – MAÇA E BATATA CORTADAS
FOTO 3 – MATERIAIS A SEREM UTILIZADOS
FOTO 4 – PIPETANDO REAGENTES APÓS 5 MIN
FOTO 5 – BATATA JÁ COMEÇOU A REAGIR ESCURECENDO
FOTO 6 – BATATAS MAIS ESCURAS E MAÇAS ESBRANQUIÇADAS AO FIM DOS TESTES