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Apresentação
A sociedade se desenvolveu, ao longo dos séculos, apoiada na ideia de reunião em assembléias para
decidir acerca de assuntos considerados fundamentais para o funcionamento social. Durante alguns
períodos da história, tais conselhos foram atravessados pelas relações de poder existentes,
favorecendo aos interesses dos grupos dominantes, de maior força e prestígio social e que se
aliavam aos governos estabelecidos. Assim, há no Brasil, os Conselhos de Notáveis, no período
colonial, à semelhança do que ocorria em Portugal, de caráter patrimonialista e defensor dos ideias
da elite e do Reino. Esse modelo de conselho segue até a década de 1980, quando começam a
existir movimentos em prol da redemocratização nacional, que se consolida com as eleições
indiretas de 1985 e com a Constituição Federal de 1988. Assim, o Conselho Escolar passa a ser um
dos espaços de contribuição para gestão democrática das escolas públicas brasileiras, propondo a
participação da comunidade escolar nas ações de gerenciamento das instituições de ensino,
seguindo assim até os dias atuais.
Bons estudos.
• Descrever o contexto histórico até a década de 1980 acerca da constituição dos Conselhos na
área da educação.
• Reconhecer as leis que regulamentam a constituição dos Conselhos Escolares.
• identificar a implementação dos Conselhos Escolares a partir da Constituição Federal de 1988,
que garante a organização democrática do ensino público.
Desafio
A gestão das escolas da educação básica brasileiras, conforme estabelece a Constituição Federal de
1988 e é reforçado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 e demais
legislações e políticas públicas educacionais, deve ser feita por meio do regime democrático, o que
implica no efetivo cumprimento da função social da escola e permite que aumente, então, o capital
social da região onde a escola se insere. Isso implica em favorecer que a comunidade possa se
inserir no ambiente escolar, exercendo sua cidadania e contribuindo com seu engajamento, tempo
e habilidades para que a instituição de ensino atinja seus objetivos educacionais, formando pessoas
plenas, cidadãos conscientes e preparados para a vida e para o mundo do trabalho.
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Diante disso, proponha algumas alternativas para esse problema em sua gestão, enfim, como fazer
com que o foco desses pais se desloque de seus conflitos pessoais para uma participação mais
efetiva na escola?
Infográfico
O Conselho Escolar, atualmente, é considerado como o principal órgão colegiado que visa garantir
a gestão democrática nas escolas públicas da educação básica brasileira, congregando em seus
membros representantes de todas as áreas da comunidade escolar e dando-lhes vez e voz.
Boa leitura.
GESTÃO DA
AVALIAÇÃO
EXTERNA E
CONSELHOS
ESCOLARES
Introdução
A sociedade teve, historicamente, o hábito de unir-se em conselhos para a
deliberação de assuntos de interesse comum e para a busca por soluções
para as suas demandas mais urgentes. Em um primeiro momento, esses
conselhos acabavam servindo aos interesses dos grupos dominantes,
que detinham o poder de mando e se aliavam aos governos locais. Com
o passar do tempo, surgiram os conselhos de direito, que funcionava, de
forma colegiada.
Os Conselhos Escolares no Brasil tiveram seu início marcado por essa
visão patrimonialista, em que os interesses das elites se associavam ao
poder dos agentes governamentais. Somente com o processo de re-
democratização na década de 1980 e a Constituição Federal de 1988 o
Conselho Escolar terá outro sentido: o de assegurar a gestão democrática
dentro das escolas públicas, o que é regulamentado posteriormente pela
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, e reforçado nas
metas do Plano Nacional de Educação vigente. Assim, para se tornar
2 Conselhos na gestão da educação: origens e bases históricas
O critério de escolha — dos mais “sábios”, dos “melhores”, dos “homens bons”
— que fluía do respeito, da liderança na comunidade local, passa, gradativa-
mente, a ser substituído pelo poder de influência, seja intelectual, econômico
ou militar. Ao longo do tempo, o critério dos “mais sábios” é paulatinamente
contaminado pelos interesses privados das elites, constituindo os conselhos
de “notáveis” das cortes e dos Estados modernos.
Como podemos perceber, uma das principais finalidades dos conselhos existentes
no Brasil no período anterior à década de 1980 era a busca pelo concílio entre as
pessoas e o governo estabelecido, atividades que consideravam as relações de
poder estabelecidas em cada época. Riscal (2010, documento on-line) acrescenta
que havia, nesse período, além do conselho de notáveis, o conselho de Estado
no período monárquico, “[...] com características de conselho dos nobres, com
o papel de mediação e conciliação dos conflitos entre a Coroa e os diferentes
grupos políticos que se lhe contrapunham”. Essa estrutura se manteve assim,
pois não era interessante que se abrisse espaço para a participação popular,
Conselhos na gestão da educação: origens e bases históricas 5
uma vez que contrariava os interesses das elites dominantes da época, cujos
conselhos realizavam a cooptação a favor dos interesses do Estado. Riscal (2010,
documento on-line) reforça esse aspecto ao comentar que:
Assim, para que essa direção dos recursos existentes na escola frente aos
seus processos postos em prática cotidianamente seja condizente com os an-
seios e participação da comunidade escolar e, ainda, projete com qualidade o
futuro dos estudantes em sua preparação para a cidadania e para o trabalho e
a busca de seu desenvolvimento pleno, o Conselho Escolar é imprescindível.
É importante, ainda, entender de forma mais detalhada os sentidos que
envolvem a palavra conselho, que, conforme define Cury (2000, p. 47):
[...] vem do latim Consilium. Por sua vez, consilium provém do verbo consu-
lo/ consulere, significando tanto ouvir alguém quanto submeter algo a uma
deliberação de alguém, após uma ponderação refletida, prudente e de bom-
-senso. Trata-se, pois, de um verbo cujos significados postulam a via de mão
Conselhos na gestão da educação: origens e bases históricas 7
representar a comunidade;
falar aos dirigentes;
representar a diversidade;
produzir uma visão sistêmica;
traduzir anseios da comunidade;
defender a função social da escola;
12 Conselhos na gestão da educação: origens e bases históricas
ouvir opiniões;
compartilhar decisões.
Acessando o link a seguir, você poderá reforçar seus conhecimentos sobre os conselhos
escolares e suas atribuições.
https://qrgo.page.link/6wpvi
14 Conselhos na gestão da educação: origens e bases históricas
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Dica do professor
É importante conhecer os antecedentes históricos ao período de redemocratização brasileira, para
que se possa manter firme a posição de educadores em defesa da democracia brasileira, buscando
abrir espaços para a participação da comunidade escolar na gestão da escola, situação na qual o
Conselho Escolar é uma excelente estratégia.
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Exercícios
1) “O critério de escolha - dos mais “sábios”, dos “melhores”, dos “homens bons” - que fluía do
respeito, da liderança na comunidade local, passa, gradativamente, a ser substituído pelo
poder de influência, seja intelectual, econômico ou militar. Ao longo do tempo, o critério dos
“mais sábios” é paulatinamente contaminado pelos interesses privados das elites,
constituindo os conselhos de “notáveis” das cortes e dos Estados modernos.” (BORDIGNON,
2004, p.16).
B) os conselhos de notáveis eram compostos por membros da sociedade que tinham influência
intelectual, aliado aos interesses dos grupos dominantes.
C) os interesses dos grupos da elite da época eram defendidos pelos conselhos de anciãos,
conciliando os mesmos com os objetivos dos governos existentes.
E) eram considerados “notáveis” para compor os conselhos, quem se enquadrava como “sábios”,
as pessoas “melhores”, os “homens bons” da sociedade.
B) Para poder lidar com um vasto território a ser controlado, atravessado por forças políticas
locais dos fazendeiros, era necessário desfazer as burocracias existentes.
C) Poucos eram os que poderiam ser considerados letrados ou contavam com uma formação
universitária no Brasil da época, o que fornecia grande poder a quem tinha esses saberes: os
“notáveis”.
D) O poder era exercido pelos governantes por meio de alianças realizadas com as elites locais,
que detinham condições de conduzir ações negociadas junto ao povo.
I. CF/88.
II. LDB/96.
( ) Propõe que as escolas públicas constituam conselhos escolares ou equivalentes, para que
a comunidade local e escolar possa participar da gestão democrática.
( ) Transfere aos sistemas de ensino existentes a responsabilidade por criar as normas que
garantirão a gestão democrática das escolas públicas.
( ) Estabelece como um dos princípios da área da educação que exista uma gestão
democrática do ensino público.
( ) Conta com uma meta específica para monitoramento da gestão democrática das escolas
públicas, com suas estratégias que envolvem o Conselho Escolar.
4)
Realizar a gestão democrática das escolas públicas é uma tarefa complexa que desafia a
equipe gestora da escola constantemente, pois é preciso buscar o concílio entre o que
determinam as leis e políticas públicas educacionais existentes e as expectativas da
comunidade. Ao analisar a relação existente entre a gestão democrática da escola pública e
o Conselho Escolar, analise as asserções a seguir, e marque a alternativa que apresenta um
correta relação entre elas.
I. A gestão democrática do ensino público foi instituída com a Constituição Federal de 1988
e reforçada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, vigente atualmente,
e para vir a existir de fato, precisa da existências de órgãos colegiados, como o Conselho
Escolar.
II. O Conselho Escolar, por meio da sua formação, com representantes de toda a comunidade
escolar e local, permite que a sociedade participe da gestão da escola, garantindo a
democracia por intermédio das deliberações coletivas acerca dos assuntos educacionais.
5) O Conselho Escolar desponta como um dos principais órgãos colegiados existente nas
escolas públicas e que visa promover a gestão democrática, preceito constitucional para
esses estabelecimentos de ensino da educaçao básica. Assim, para atender a essa finalidade,
tem algumas características específicas em seu funcionamento. Analise as alternativas e
marque aquela que apresenta uma característica do Conselho Escolar e sua correta
descrição.
A) O Conselho Escolar representa aqueles que têm poder nas comunidades e podem influenciar
as políticas públicas existentes.
B) Uma das características do Conselho Escolar é falar pelos dirigentes, traduzindo suas
imposições para o aceite da comunidade.
C) Representar a diversidade cultural existente na comunidade escolar é uma das características
do Conselho Escolar de uma escola pública.
D) Por meio de sua participação na gestão da escola pública, o Conselho Escolar atua produzindo
uma visão centralizada e restrita da escola.
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