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santos.anacaraujo@gmail.com
Identidade Visual Página 2
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
5 IDENTIDADE VISUAL
5.1 Fundamentos
Depois de um bom design estratégico para sua marca, nada mais normal do
que pensar na apresentação dessa marca para o mercado.
Falando sobre isso, pode-se afirmar que a marca – brand – condensa todas as
características necessárias para uma organização se posicionar de forma competitiva
em seu mercado relevante. A ponto de ser facilmente reconhecida pelo seu público e
ter seus valores apreendidos, despertando identificação e emoções, aspecto que
denota a importância da marca também no campo subjetivo, das necessidades e dos
desejos intangíveis das pessoas.
Visto que pessoas se identificam mais com pessoas do que com coisas, essa
é uma forma de estreitar o vínculo emocional de uma organização com seu público-
alvo e perenizar essa relação. Uma metodologia muito utilizada para desenhar brand
personas é a do Mapa de Empatia, a mesma utilizada para desenhar as chamadas
buyer personas, ferramenta de visual thinking desenvolvida pela companhia XPLANE
e destacada no capítulo anterior.
O foco deste capítulo, por sua vez, é a identidade visual de marca, ou seja,
como ela se expressa visualmente para o seu público, tendo em vista todos os seus
possíveis pontos de contato, sejam eles físicos ou digitais.
5.3 Naming
5.3.1 Conceito
Como cada um de nós, que tem um nome registrado em cartório, pelo qual
somos chamados, as marcas também o têm – é certo que o nome de registro (que
seria o relacionado à razão social, efetivamente) nem sempre equivale ao nome
fantasia, da mesma forma que nem sempre o nome em cartório equivale à forma como
nos chamam, mas o fato é que, ao sermos lembrados ou chamados pelo nome, já
somos imediatamente identificados. Quem tem filhos, sabe muito bem como é.
Existem três principais tipos de nomes entre os quais a concorrência pode ser
classificada, no intuito de se identificar lacunas – em geral, um novo nome acaba indo
pelo tipo menos utilizado pelos concorrentes: descritivos, associativos e abstratos.
O terceiro tipo reúne os nomes abstratos, aqueles que não transmitem a sua
proposta de valor imediatamente e, em alguns casos, acabam sendo até mesmo
arbitrários, caso da Apple. Afinal, qual a imediata conexão de uma maçã com
tecnologia?
Há nomes abstratos que trazem consigo uma simbologia, outros que estão
ligados à experiência que a marca pretende proporcionar ao seu público, caso das
empresas de telefonia Vivo e Claro. Esse tipo de nome também inclui a invenção de
palavras, caso de Lego, que “significa ‘brincar bem’ e veio da fusão de duas palavras
dinamarquesas, leg godt” (FELIPE, 2018).
Todos os tipos de nomes também podem ser apresentados por meio da sua
sigla, como a Riachuelo, que, depois do reposicionamento recente da marca, passou
a ter a sua expressão baseada na sigla RCHLO.
Isso acontece por diversos motivos – há nomes cuja sigla permite uma melhor
representação gráfica do que o nome, outros em que a facilidade de assimilação da
sigla pelo público é maior do que a do nome em si.
Se você quer ter certeza se entendeu bem essa classificação, que tal acessar
a seção de lojas do site de um shopping center, na qual se encontram todas as
marcas, para treinar? Um site bacana para essa experiência é o da rede de shoppings
Iguatemi: <https://iguatemi.com.br>.
5.3.3 Processo
investir num nome abstrato para se diferenciar, aspecto que também facilita
para quem irá precisar pesquisar as palavras de acordo com o conceito;
● Identificação de territórios da marca de acordo com seu posicionamento no
mercado e transposição desses territórios para campos semânticos;
● Estudo de eventuais nomes concebidos por profissionais e colaboradores
da empresa para verificação da sua força perante a concorrência (se
houver);
● A partir de oportunidade identificada por meio das análises acima,
proposição de caminho a ser seguido de acordo com recursos de linguística,
linguagem do público-alvo e livres associações feitas pelo profissional de
Naming, com verificação nos resultados de pesquisa do Google, que irão
gerar uma série de palavras ou conjunto de palavras;
● A partir daí, ou o especialista em Naming escolhe um nome e defende essa
escolha ou apresenta alguns dos nomes identificados para que o cliente
escolha;
● Por último, existe a verificação de registro do nome de acordo com as regras
jurídicas.
Escolher um nome não é assim tão simples e quem o faz precisa ter no radar
ao menos onze critérios fundamentais, conforme explica Brenda Felipe em artigo no
site FriendsLab. Os sete primeiros, segundo ela, foram extraídos do livro The Brand
Gap: o Abismo da Marca, de Marty Neumeier. Os onze critérios são:
Portanto, quando se ouve que o desenho de uma marca foi feito de forma
arbitrária “num papel de pão” ou num guardanapo e apenas precisa de contornos de
design, é importante, antes de qualquer execução, questionar se ele realmente reflete
todo o conceito da marca e de seu posicionamento no mercado a ponto de tornar
competitiva a organização a que se refere.
Para criar um logo, não basta apenas desenhá-lo ou fazer isso por meio de
ferramentas, como o InDesign. O processo – que é tornar o nome visualmente atrativo
e facilmente identificável pelo seu público-alvo – segue o de definição de Naming,
conforme os passos abaixo:
Já o universo visual da marca é composto pelas cores, pela tipologia, pelo estilo
fotográfico e por todos os outros elementos gráficos que se juntam para torná-la uma
unidade visualmente identificável. Pois a logomarca, muitas vezes, não existe sozinha:
uma série de outros elementos se unem a ela.
No entanto, é preciso lembrar que a embalagem não pode deixar de ser fiel ao
universo visual da marca, ao passo que também precisa preservar o seu produto
(estoque, transporte e qualidade). Ou seja: há incidência de inúmeras variáveis
simultâneas – mercadológicas, logísticas, jurídicas – e, não por acaso, há estudiosos
que afirmam ser este o quarto P do marketing: o packing.
● Nome do fabricante;
● Data de fabricação;
● Prazo de validade;
● Lote;
● Ingredientes ou materiais que compõem o produto;
● País de origem;
Enxoval de uma marca é a forma como, depois de aprovada, ela pode ser
aplicada em diversos canais de comunicação da empresa ou em materiais
necessários à sua operação, de modo que todos componham uma unidade. A forma
como a marca irá se expressar num site, num cartão de visitas ou num brinde da
organização faz parte do chamado enxoval da marca.
E para finalizar, vale a pena mencionar aqui o Brand Book. Ele funciona como
um manual de identidade visual, garantindo que nada saia do lugar quando se trata
de marca. Geralmente, ele contém missão, visão, valores, tom de voz, formas de
aplicação do logo, tipografia, paletas de cores possíveis de serem aplicadas on e off-
line, além de outros do’s e dont’s referentes a fotografia, vídeos, temas a serem
abordados e assim por diante.
Mas tudo isso que falamos até agora sobre marca ainda não é o suficiente
para que você crie a sua estratégia. Aguenta mais um pouco, aí? Vamos falar de
estratégia de arquitetura de marca 😊.
REFERÊNCIAS
FELIPE, Brenda. Naming: o primeiro passo para iniciar seu negócio. FriendsLab,
2018. Disponível em: <https://friendslab.co/naming-o-primeiro-passo-para-iniciar-seu-
negocio/>. Acesso em: 22 mai. 2020.