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8985 - PRINCÍPIOS LEGAIS BASE

APLICÁVEIS À DISTRIBUIÇÃO
Carga horária: 25horas
Formadora: Lélia Ferreira

Formadora: Lélia Ferreira 1


Formadora: Lélia Ferreira 2
•Delitos económicos
• Noção
• Tipologias
• - Crimes contra a saúde pública - código penal
•Enquadramento
• Noção
• Importância
• Âmbitos de atuação
• - Crimes contra a economia
• - Contraordenações
• - Outras
• Contraordenações
• - Coimas
• - Sanções acessórias
•Defesa do consumidor
• Venda de bem não conforme, dentro do prazo de garantia
• - Direitos do consumidor
• - Bem não conforme
• - Prova da falta de conformidade
• - Prazo para reclamar
• - Bens usados
• - Direito de regresso
• Reparação fora do prazo de garantia
• - Direitos do consumidor
• - Prazo para reclamar
• - A quem pedir responsabilidades

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• Avaria do bem cuja reparação não pode ser abrangida pela
garantia
• - Direitos do consumidor
• - Prazo para reclamar
• - A quem pedir responsabilidades
• Venda (intencional) de artigo com defeito
• - Direitos do consumidor
• - Prazo para reclamar
• - A quem pedir responsabilidades
• Consumidor pretende efetuar a troca/reembolso do preço
sem causa justificativa
• - Direitos do consumidor
• - Prazo para reclamar
• - A quem pedir responsabilidades
• Direito de informação
• - Direitos do consumidor
• - Prazo para reclamar
• - A quem pedir responsabilidades
•Regime geral de fixação dos preços
• Noção
• Coimas
• Sanções acessórias
•Saldos e promoções
• Noção
• Anúncio de venda
• Preço de referência
• Afixação de preços
• Obrigações do comerciante
• Substituição do produto
• Produtos com defeito
• Aspetos especiais
• Contra-ordenações Formadora: Lélia Ferreira 4
•Rotulagem
•Rotulagem em português
•- Menções obrigatórias
•- Coimas
•- Sanções Acessórias
•Rotulagem alimentar
•- Géneros alimentícios pré-embalados
•- Géneros alimentícios não pré-embalados
•- Menções obrigatórias
•- Coimas
•- Sanções acessórias
•Furtos e roubos
•Noção
•Queixa
•Pena
•Concelhos práticos de atuação
•Cheques
•Requisitos essenciais
•Principais crimes
•Procedimentos
•Livro de Reclamações
•Noção
•Obrigações do retalhista
•Procedimento da ASAE
•Contraordenações
•Sanções acessórias
•Procedimentos com as autoridades administrativas
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Enquadramento:
Portugal é um dos poucos países do mundo em que os direitos do consumidor
estão consagrados constitucionalmente. Os consumidores dispõem de um
conjunto de direitos que salvaguardam os seus interesses.

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Originalmente o conceito de distribuição confundia-se com distribuição física
de mercadorias, ou seja: transporte de produtos entre uma origem (produção)
e os locais onde se tornam acessíveis aos consumidores (pontos de venda),
podendo incluir várias etapas e diversos intervenientes.

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Agora quem manda é o consumidor, que não compra aquilo que há, mas
aquilo que quer!

Agora quem compra está preservado pelos Princípios legais base aplicáveis
à distribuição.

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Delitos económicos
 

■ A criminalidade económico-financeira é comummente associada aos


crimes cometidos pelos poderosos, pelas elites, pelas classes altas (crime
de colarinho branco).

■ Tem por objetivo a obtenção de lucros ilimitados e desenvolve-se no


contexto de atividades legais, pelo que, goza de um grau de invisibilidade
que dificulta a sua perseguição criminal.

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Tipologias :
 Estelionato - falsificação de dinheiro;

 Lavagem de dinheiro;

 Fraude - Furto, assalto, extorsão e extorsão


mediante sequestro de dinheiro mediante violação
do direito autoral.

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Crimes contra a saúde pública - código penal
 

■ Os crimes contra a saúde pública – que emergem ao lado do crime


previsto na parte especial do Código Penal, quando está em causa
particular ou especificamente a vida, a saúde e a integridade física dos
lesados - visam proteger, igualmente, os consumidores de condutas que
colocam em crise a sua proteção da confiança nas relações negociais.

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Infrações Antieconómicas e Contra a Saúde Publica

■ Estão compreendidos, neste catálogo, o Crime de Abate clandestino (art.


22º do Decreto-Lei n.º 28/84 de 20 de janeiro relativo as Infrações
Antieconómicas e Contra a Saúde Publica) ou o Crime Contra a
Genuinidade, Qualidade ou Composição de Géneros Alimentícios e
Aditivos Alimentares (art. 24.º) e para animais (art.25.º)

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 Estes crimes revestem a natureza pública, pelo que, a legitimidade do
procedimento criminal não está dependente de queixa do titular ou
lesado, bastando, para tanto, a simples participação dos factos ou
denúncia (que poderá ser feita, por qualquer meio, à ASAE ou junto
do tribunal).

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Crimes contra a economia

■ A previsão destes delitos (e a sua investigação) visa garantir os interesses


dos consumidores (considerando, sobretudo, a decisão autónoma e
consciente do consumidor), bem como a livre prática e concorrência leal
entre os operadores económicos e a estabilidade dos mercados, através,
por exemplo, do controlo dos preços de determinados bens.

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Leitura e Análise
■ Com efeito, no catálogo dos delitos antieconómicos (no Decreto-Lei
28/84, de 20 de Janeiro), estão previstos, entre outros, os crimes de
Açambarcamento (art. 28.º), Exportação ilícita de bens (art. 33.º), Ofensa
à Reputação Económico (art. 41.º), o crime de Especulação (venda de
artigos ou prestação de serviços acima de valor legalmente estabelecido,
previsto no art. 35.º) e Fraude sobre Mercadorias (art. 23.º).

■ Estes crimes revestem a natureza pública, pelo que, a legitimidade do


procedimento criminal não está dependente de queixa do titular ou lesado,
bastando, para tanto, a simples participação dos factos ou denúncia (que
poderá ser feita, por qualquer meio, à ASAE ou junto do tribunal).

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Outras Contraordenações
Coimas
■ As coimas podem aplicar-se tanto às pessoas singulares, como às pessoas
coletivas, bem como às associações sem personalidade jurídica.

■ As pessoas coletivas ou equiparadas, serão responsáveis pelas


contraordenações praticadas pelos seus órgãos no exercício das suas
funções.

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■ A determinação da medida da coima faz-se em função da gravidade da
contraordenação, da culpa, da situação económica do agente e do
benefício económico que este retirou da prática da contraordenação.

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Sanções acessórias
Nos casos em que a lei o determine, poderá decidir-se como sanção acessória
de uma contraordenação a apreensão de objetos.
A apreensão só será permitida quando:

■ a) Ao tempo da decisão os objetos pertençam ao agente;

■ b) Representem um perigo para a comunidade ou para a prática de um


crime ou de outra contraordenação;

■ c) Tendo sido alienados ou onerados a terceiro, este conhecesse, ou


devesse razoavelmente conhecer, as circunstâncias determinantes da
possibilidade da sua apreensão.
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A lei poderá também, simultaneamente com a coima, determinar, entre
outras, as seguintes sanções acessórias:

■ a) Interdição de exercer uma profissão ou uma atividade;

■ b) Privação do direito a subsídio outorgado por entidades ou serviços


públicos;

■ c) Privação do direito de participar em feiras ou mercados.

As sanções referidas no número anterior terão a duração máxima de 2 anos,


contados a partir da decisão condenatória definitiva.
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Defesa do consumidor
 

Direitos do consumidor

O consumidor tem direito:

■ a) À qualidade dos bens e serviços;

■ b) À proteção da saúde e da segurança física;

■ c) À formação e à educação para o consumo;

■ d) À informação para o consumo;

■ e) À proteção dos interesses económicos;


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■ À prevenção e à reparação dos danos patrimoniais ou não patrimoniais
que resultem da ofensa de interesses ou direitos individuais homogéneos,
coletivos ou difusos;

■ g) À proteção jurídica e a uma justiça acessível e pronta;

■ h) À participação, por via representativa, na definição legal ou


administrativa dos seus direitos e interesses.

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Bem não conforme

Um bem não é conforme com o contrato quando:

■ Não for conforme com a descrição que dele é feita ou não


possua as qualidades apresentadas pelo vendedor, através de
uma amostra ou modelo (alínea a) do n.º 2 do artigo 2.º).

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Prova da falta de conformidade
 

A desconformidade existe nas seguintes situações:

■ Vício ou defeito do bem.

■ As informações prestadas pelo vendedor, fornecedor, fabricante, produtor ou


locador devem ser obrigatoriamente respeitadas. Podem ser dadas oralmente
ou constar de um catálogo, um folheto, um cartaz, uma amostra, uma
fotografia, um fax, um e-mail, um contrato-promessa, uma nota de
encomenda, um rótulo ou uma mensagem publicitária, entre muitos outros
meios.
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■ Quanto à publicidade, é importante referir que o n.º 5 do artigo 7.º da Lei de Defesa do
Consumidor estabelece que “as informações concretas e objetivas contidas nas
mensagens publicitárias de determinado bem (…) consideram-se integradas no
conteúdo dos contratos que se venham a celebrar após a sua emissão, tendo-se por não
escritas as cláusulas contratuais em contrário”.

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■ Prazo para reclamar
■  
■ Para exercer os seus direitos, o consumidor deve denunciar ao vendedor a falta de
conformidade num prazo de dois meses, caso se trate de bem móvel, ou de um ano, se
se tratar de bem imóvel, a contar da data em que a tenha detetado.

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■ Bens usados
■  
■ A presunção de que a falta de conformidade que se manifeste nos 2 ou 5 anos seguintes
à entrega do bem móvel ou imóvel, respetivamente, existiam nesta data, aplica-se a
todos os contratos de venda para consumo, seja de bens novos seja de bens usados. No
entanto, deve ter-se em atenção o disposto no artigo 5.º quanto aos bens móveis usados.
Quanto a estes, o prazo pode ser reduzido, por acordo, para um ano.

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■ Direito de regresso
■  
■ Se um determinado profissional, por exemplo, o vendedor, satisfizer um dos direitos do
consumidor, repondo a conformidade do bem, isto não quer dizer que ele seja o
“verdadeiro” responsável pela desconformidade do bem. Nesta situação, a lei confere-
lhe o direito a ser ressarcido pelas despesas e/ou encargos que tenha suportado perante o
consumidor, com a reposição da conformidade do bem. Trata-se do chamado direito de
regresso.

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■ Reparação fora do prazo de garantia
■  
■ Fora da garantia, só com orçamento.
■ Procure um serviço de reparações que conheça ou do qual tenha boas referências.
Descreva a situação com rigor e peça um orçamento escrito e detalhado antes de
avançar. Se lhe parecer caro ou suscitar dúvidas, pesquise outros orçamentos e compare-
os. Como é uma prestação de serviços, podem cobrar-lhe pela realização do orçamento.
Informe-se antes sobre as condições.

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■ Avaria do bem cuja reparação não pode ser abrangida pela garantia
■  
■ Nos termos das disposições conjugadas do n.º 1 do artigo 5.º e n.º 2 do artigo 4.º do
Decreto-Lei n.º 67/2003, de 8 de abril, com redação atual, só existe prazo de reparação
para os bens em garantia.
■ Os custos derivados são da responsabilidade do consumidor.

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■ Venda (intencional) de artigo com defeito
■  
■ Decorre do disposto no art. 913.º do Código Civil que se a coisa objeto da venda sofrer
de vício que a desvalorize ou impeça a realização do fim a que é destinada, ou não tiver
as qualidades asseguradas pelo vendedor ou necessárias para a realização daquele fim, é
reconhecido ao comprador o direito à anulação do contrato – art. 905.º do Código Civil

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■ Consumidor pretende efetuar a troca/reembolso do preço sem causa justificativa

■ Ao comprar na Internet a um vendedor profissional, tem direito a cancelar a sua
compra, ou seja, a devolver os bens comprados e a receber de volta o seu dinheiro, sem
ter necessidade de qualquer justificação. O direito de cancelamento ou arrependimento
aplica-se a bens e serviços.

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■ O consumidor tem um direito de cancelamento, seja qual for o país da União Europeia
em que a loja eletrónica se situe, incluindo a Islândia e a Noruega, mas as regras variam
de país para país. Nalguns casos está protegido pela lei portuguesa e noutros, pela
legislação do país em que se encontra a loja.
■ Tenha em atenção que este direito só se aplica se estiver a comprar a um profissional. Se
comprar a um particular, não se aplica o direito de cancelamento.
■ O período de cancelamento é de 14 dias seguidos, tal como em qualquer outro país da
EU.

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■ Direito de informação
■  
■ Informação em geral - Incumbe ao Estado, às Regiões Autónomas e às autarquias locais
desenvolver ações e adotar medidas tendentes à informação em geral do consumidor;
■ Publicidade lícita – a regulação da publicidade não protege unicamente os interesses do
consumidor, mas do cidadão.
■ Informação em especial -

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■ O fornecedor de bens ou prestador de serviços deve, tanto nas negociações como na
celebração de um contrato, informar de forma clara, objetiva e adequada o consumidor,
nomeadamente, sobre características, composição e preço do bem ou serviço, bem como
sobre o período de vigência do contrato, garantias, prazos de entrega e assistência após
o negócio jurídico.
■ Têm especial importância nesta matéria os seguintes aspetos:
■ Informação pré-contratual
■ Direito de retratação
■ Direito de compensação

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■ Saldos e promoções
■  
■ De acordo com o consagrado no Decreto-Lei n.º 10/2015, de 16/01, posteriormente
alterado pelo Decreto-Lei n.º 70/2007, de 26/03, a venda de produtos por preço inferior
ao anteriormente praticado pode ser realizada em qualquer altura do ano e em diferentes
períodos, desde que não ultrapassem uma duração global de 4 meses por ano.

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■ As reduções devem ter em conta o preço mais baixo praticado para o respetivo produto,
no mesmo local de venda, nos 30 dias anteriores ao início dos saldos. Por se tratar de
uma época especial de venda com redução de preço é essencial que o consumidor
conheça os seus direitos.

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■ Preço de referência /Afixação de preços
■  
■ Todos os bens ou serviços destinados a venda devem exibir o preço de forma
inequívoca e perfeitamente legível por meio de letreiros, etiquetas ou listas para que o
consumidor fique devidamente informado. Os preços dos produtos em saldo não
constituem exceção.
■ Os produtos em saldo devem exibir de forma visível o preço anteriormente praticado e o
novo preço com desconto. Em alternativa poderá antes ser apresentada a percentagem
da redução.

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■ Produtos com defeito / Substituição do produto
■  
■ A venda de produtos com defeito é permitida, mas tal venda deve obedecer aos
seguintes requisitos: - A venda de produtos com defeito deve ser anunciada de forma
clara através de letreiros; - Os produtos com defeito devem estar expostos em local
previsto para o efeito e destacados da venda dos restantes produtos;

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■ Devem ter aposta uma etiqueta que identifique de forma precisa o respetivo defeito. Se
estes requisitos não forem cumpridos, o consumidor pode exigir a troca do produto por
outro que preencha a mesma finalidade ou a devolução do valor que tiver pago,
mediante a apresentação do comprovativo de compra.

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■ Rotulagem
■  
■ O rótulo é o "bilhete de identidade" de um produto e um fundamental meio de
informação ao consumidor, pelo que deve ser de fácil consulta e compreensão. O rótulo
facilita a correta atuação na conservação e uso do produto, bem como uma seleção
adequada em casos de consumidores com restrições à sua escolha por questões de
gostos pessoais, hábitos mais específicos e até questões de saúde, como é o caso de
alergias a certas substâncias e ingredientes.

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■ Adicionalmente, o rótulo também se tem tornado um meio de publicidade cada vez mais
importante, realçando todas as características diferenciadoras do produto de forma
atrativa.
■ De modo a proteger o consumidor na interpretação dos rótulos, existe uma contínua
publicação de legislação que dita as regras a nível da relevância, da simplicidade e da
facilidade do conteúdo. Isto implica que, de forma as empresas encontrarem o que
realmente deve constar no rótulo e de que maneira, é necessária uma morosa pesquisa e
organização da documentação.

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■ Rotulagem em português
■  
■ Menções obrigatórias
■ Os géneros alimentícios pré-embalados para venda direta devem apresentar as seguintes
menções obrigatórias:
■ a) Denominação do género alimentício, a que se refere o artigo 17.º do Regulamento;
■ b) Indicação de substâncias ou produtos a que se refere o anexo ii do Regulamento
suscetíveis de provocar alergias ou intolerâncias;

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