António de Oliveira Salazar: O Estado Novo em Portugal

António de Oliveira Salazar (1889-1970) foi uma das figuras mais influentes e controversas da história de
Portugal no século XX. Ele é conhecido principalmente por liderar o regime autoritário conhecido como o
Estado Novo, que governou Portugal por quatro décadas, de 1932 a 1968.

Formação e Ascensão ao Poder

Nascido em Santa Comba Dão, Salazar era um intelectual com uma sólida formação em economia e
finanças. Antes de se tornar uma figura política proeminente, ele lecionou na Universidade de Coimbra e
ocupou cargos no governo. Em 1928, o presidente Óscar Carmona convidou-o a assumir o cargo de
Ministro das Finanças, um marco que marcou o início de sua carreira política.

O Estado Novo

Em 1932, após uma crise política e econômica em Portugal, Salazar foi nomeado Presidente do Conselho
de Ministros, o equivalente ao cargo de primeiro-ministro. Foi a partir desse ponto que ele começou a
moldar o destino de Portugal de maneira significativa.

O Estado Novo, inspirado por princípios autoritários e nacionalistas, visava a estabilidade e a ordem em
Portugal. Sob o seu governo, as instituições democráticas foram enfraquecidas, a censura foi imposta e a
oposição política foi suprimida. Salazar acreditava que a ordem e a estabilidade eram essenciais para o
desenvolvimento econômico e social do país.

Economia e Autarquia

Uma das principais contribuições de Salazar para Portugal foi a sua política econômica. Ele implementou
uma abordagem de autarquia, que buscava tornar Portugal autossuficiente e menos dependente de
importações estrangeiras. Isso envolveu a promoção da agricultura, a industrialização controlada pelo
Estado e a criação de várias empresas estatais.
Embora a economia tenha crescido sob o governo de Salazar, isso também resultou em isolamento
internacional e estagnação econômica em algumas áreas. O regime também era marcado pela repressão
política, com opositores frequentemente perseguidos e presos.

Legado e Declínio

O governo de Salazar durou até 1968, quando uma queda acidental o deixou incapacitado e levou à sua
substituição por Marcelo Caetano. O Estado Novo continuou sob o novo líder, mas enfrentou crescente
pressão interna e internacional para reformas políticas.

Após a Revolução dos Cravos em 1974, que pôs fim ao regime autoritário, Portugal passou por uma
transição para a democracia. O legado de Salazar permanece controverso até hoje, com alguns o vendo
como um estadista que modernizou a economia de Portugal e outros o considerando um ditador
responsável por violações dos direitos humanos.

Em resumo, António de Oliveira Salazar foi uma figura dominante na história de Portugal durante o
século XX, moldando a política, a economia e a sociedade do país sob o regime do Estado Novo. Seu
legado é complexo e continua a ser debatido, refletindo as várias facetas de seu governo autoritário e
sua influência duradoura na história de Portugal.