A classe 4 é uma classificação comumente usada para corpos de água que são
designados como inadequados para determinados usos, como abastecimento de água
potável, irrigação ou recreação. Nesse contexto, a química dos metais e sua toxicidade desempenham um papel fundamental. Os metais podem entrar nos corpos de água através de várias fontes, como descargas industriais, efluentes de tratamento de esgoto, escorrimento agrícola e deposição atmosférica. Quando liberados no ambiente aquático, esses metais podem existir em formas livres (não ligadas) ou complexadas (ligadas a outros compostos). A forma livre de um metal, também conhecida como metal dissolvido, é geralmente a forma mais tóxica. Esses íons metálicos são facilmente absorvidos pelas células dos organismos aquáticos e podem causar uma série de efeitos adversos. A toxicidade dos metais pode variar dependendo do tipo de metal, sua concentração e das características do corpo de água em questão. Quando os metais estão complexados com outros compostos, como ligantes orgânicos ou partículas sólidas, sua toxicidade pode ser reduzida. A formação de complexos com outros compostos pode diminuir a disponibilidade dos metais para os organismos aquáticos, limitando assim sua absorção e consequentes efeitos tóxicos. No entanto, a toxicidade dos complexos de metal também pode depender das propriedades específicas do complexo e das interações com o ambiente. Além disso, a toxicidade dos metais pode ser influenciada por fatores ambientais, como pH, temperatura, salinidade e presença de outras substâncias químicas. Alterações nas condições ambientais podem afetar a solubilidade, a disponibilidade e a toxicidade dos metais no corpo de água. A poluição das águas por metais tóxicos pode ter efeitos significativos nos organismos aquáticos. Os metais podem causar danos aos sistemas respiratório, nervoso, circulatório e reprodutivo dos organismos. Além disso, a acumulação de metais nos tecidos dos organismos ao longo do tempo pode levar a efeitos crônicos e até mesmo à morte. Portanto, é essencial monitorar e controlar a presença de metais tóxicos nas águas, especialmente em corpos de água classificados como classe 4, a fim de proteger a saúde dos ecossistemas aquáticos e evitar impactos prejudiciais na vida aquática. Medidas de prevenção da poluição, tratamento adequado de efluentes industriais e urbanos, além de práticas de manejo sustentáveis, são importantes para minimizar a introdução de metais tóxicos no meio ambiente aquático.