Você está na página 1de 13

Universidade Lusíada de Lisboa

Licenciatura em Psicologia

Relatório de Avaliação Psicológica II

Beatriz Duarte (nº11025620), Gustavo Batista (11043020)

Avaliação Psicológica II

Prof. ª Túlia Cabrita

Ano Letivo2022/202
Introdução

Para a elaboração deste trabalho foram aplicadas três provas psicológicas a um sujeito do sexo
feminino escolhido pelo grupo. Esta mulher tem 38 anos, é divorciada, mas vive atualmente em união de
facto com outra pessoa. A sua entrevista estará presente em anexo.

As provas utilizadas procuram avaliar o sujeito em diferentes áreas, entre as quais a inteligência,
medida pela WAIS (Wechsler Adult Intelligence Scale), a personalidade e os traços psicopatológicos,
medidos pelo MMPI (Minnesota Multiphasic Personality Inventory), e os motivos, emoções e
personalidade, mais uma vez, medidos pelo TAT (Thematic Apperception Test).

As respostas dadas pela Lara serão anexadas a este documento. Procederemos então à sua
interpretação em cada teste.

Interpretação TAT

Cartão 1

Conteúdo manifesto: O individuo identificou o conteúdo manifesto referindo o rapaz e o violino como os
elementos principais da história.

Solicitações latentes: Ao reconhecer que o menino é incapaz de servir o objeto “violino”, pois refere que
o mesmo não quer tocar, o sujeito pode remeter para a impotência atual da criança. Ou seja, pode
implicar o reconhecimento da angústia de castração, que é a problemática essencial colocada pelo
cartão. Portanto, reconhece a imaturidade atual da criança e a possibilidade dela se distanciar num
projeto identificatório com um jogo possível entre posições ativas e/ou passivas, que se referem à
bissexualidade psíquica. Da mesma forma, as respostas do individuo constatam as insuficiências do
investimento de si, ou seja, surgem os afetos negativos.

Cartão 2

Conteúdo manifesto: A Lara identificou a cena campestre, bem como as três personagens envolvidas.
Notou ainda a gravidez da mulher e os livros da rapariga. Não mencionou cavalo. Não é mencionada
diferença de idades, apenas que a rapariga anda na escola.

Solicitações latentes: Foi identificada uma triangulação entre as personagens, no entanto não existia
qualquer relação direta entre o casal e a rapariga. Portanto, é possível afirmar que o individuo evitou o
conflito presente no cartão.

Cartão 3BM

Material manifesto: Foi identificado um individuo, no entanto, a Lara fez discriminação quando ao
género, identificando-o como masculino. Não foi percebido o objeto no canto inferior esquerdo, nem a
problemática associada ao cartão.

Solicitações latentes: Como os afetos depressivos não foram reconhecidos pelo sujeito, é possível
identificar uma recusa da depressão, constituindo uma defesa maior de tipo maníaco. Em relação às
organizações neuróticas, o cartão mostra uma possível elaboração da posição depressiva, em que os
afetos depressivos são reconhecidos e a representação de perda de objeto é associada à ambivalência
face ao objeto. O conflito, neste caso, joga-se em termos intrapsíquicos, entre o desejo e os interditos
superegóicos que ameaçam o laço de amor com as figuras parentais. A depressão é então dominada
pelo sentimento de culpabilidade e o temor inconsciente de um castigo. O individuo encontra-se com
conflitos intrapsíquicos, pois é referida a mãe e o castigo por ela dado, representando assim a depressão
na forma de castigo.

Cartão 4

Material manifesto: Foi identificado o material manifesto.

Solicitações latentes: O homem é percebido como potente e forte e a mulher mais frágil e dependente,
pois mostra-se à mercê das emoções do homem, como referido na história da Lara. É identificada uma
terceira personagem que, neste caso particular, se encontra contra a relação. No entanto, a terceira
personagem é feminina e vista como a irmã da mulher, não se relacionando com os conflitos edipianos.

Cartão 5

Material manifesto: Foi identificado o conteúdo manifesto, no entanto não é feita uma descrição da sala,
mas a mesma é identificada como uma casa.

Solicitações latentes: Não há relações com os conflitos do cartão, ou seja, o sujeito evitou a problemática
associada, que diz respeito à presença materna.

Cartão 6GF

Material manifesto: Foi identificado o material manifesto, à exceção do cachimbo.

Solicitações latentes: Neste cartão observa-se o domínio da problemática narcísica, na medida em que a
personagem feminina é descrita como em posição superior por saber e ter ajudado na problemática
causada pela Lara. No entanto, não remete para o conflito pulsional de uma relação de desejo.

Cartão 7GF

Material manifesto: O material manifesto é expresso pelo individuo, à exceção da expressão da menina,
que não é identificada como sonhadora.

Solicitações latentes: A relação é associada à relação materna, no entanto, o sujeito identificou no papel
de mãe uma ama. De acordo com a interpretação do cartão, é possível afirmar que uma das
personagens é portadora de desejo, neste caso, a ama, que tem o papel de mãe e se inclina para a
criança. É percebido que a criança lhe vira as costas. Portanto, trata-se de um cenário clássico entre o
desejo de saber, neste caso a “curiosidade”, e a defesa contra esse desejo: “À filha isso não lhe interessa
nada, ela pensa que preferiria ir lá para fora brincar”. Isto pode representar temas relacionados à
identificação feminina, nomeadamente à problemática de rivalidade e de identificação, pois, segundo o
sujeito, a criança quer ir brincar, mas fica até ao fim para ouvir a história.

Cartão 9GF

Material manifesto: Foi identificado o conteúdo manifesto, que se retratou em duas irmãs a caminho de
um riacho.
Solicitações latentes: As duas jovens são percebidas como parecidas, pelo facto de serem referidas como
irmãs, o que pode arrastar para dificuldades nos sujeitos cuja identidade é vaga e frágil, o que não
sabemos se se aplica a este caso particular. No entanto, assumindo que sim, a semelhança serve de
trampolim para a evocação de uma relação em espelho. As duas jovens, mal diferenciadas, são tomadas
num sistema de identificação narcísica, com um evitamento total do conflito.

Cartão 10

Material manifesto: É percebido um casal próximo (irmãos), não são mencionadas idades ou algum tipo
de caracter sombrio. No entanto, são mencionadas diferenças entre os sexos (homem e mulher)

Solicitações latentes: Os rostos foram reconstruídos integralmente. O conflito aparece em evocações que
mostram a defesa contra a erotização desta aproximação. O conflito edipiano não é estruturante, pois
pode-se observar uma reativação de fantasmas incestuosos, que se traduzem pela evocação de uma
aproximação parental. Ou seja, a Lara evita o conflito representado, que diz respeito a uma proximidade
de tipo libidinal.

Cartão 11

Material manifesto: O sujeito percebeu o pormenor à esquerda, identificando-o como um animal


marinho; não associou a ponte nem a estrada, mas sim um rochedo com uma cascata.

Solicitações latentes: A Lara apresenta capacidade de elaborar a angústia pré-genital, pois conseguiu
elaborar uma paisagem relativamente organizada a partir do material manifesto, o que quer dizer que
não apresenta nenhum índice patológico.

Cartão 12BG

Material manifesto: O material manifesto foi percebido.

Solicitações latentes: A Lara reconheceu a ausência de objeto manifestada, no entanto, criou as suas
personagens à volta da imagem representada, isso pode remeter para uma atividade percetiva
conhecida, em referência com as “boas” experiências pré-genitais.

Cartão 13B

Material manifesto: O sujeito identificou um menino sentado numa “barraquinha”.

Solicitações latentes: Foram identificadas angústias de separação e de perda de objeto na medida em


que o menino representado pela Lara acordou e o avô tinha ido embora. O contexto materno foi
substituído por uma figura de autoridade (avô), mas a solidão foi descrita na medida em que o rapazinho
foi projetado como sozinho e impaciente.

Cartão 19

Material manifesto: O sujeito identificou a casa e a tempestade, tendo a história sido elaborada à volta
das mesmas.
Solicitações latentes: A Lara organizou a separação entre o dentro e o fora de maneira clara, pois situou
as pessoas na rua numa situação de tempestade e depois dentro de casa para se recolherem da mesma,
associando, respetivamente, o mau e o bom. Desta forma, guardou o bom no interior e expulsou o mau
para o exterior, o que constitui o mecanismo fundador do funcionamento psíquico.

Cartão 16

Solicitações latentes: O sujeito identificou os seus objetos privilegiados, representando-os através de


uma família unida, o que identifica também as relações que com eles estabelece, tal como referido na
sua entrevista.

Recorrendo à história de vida da Lara, é possível associar certas respostas a situações pelas
quais passou, tal como no cartão 4, no qual refere uma história em que a irmã da Sofia fala sobre o seu
relacionamento com o namorado. A Lara passou por um divorcio, e a sua relação com a irmã é muito
boa pelo que pode estar associado à história que ela construiu. Em alguns cartões o sujeito evita o
conflito representado, tais como no 2, 4, 5, 6GF, 9GF e 10, em que o sujeito não menciona nenhuma das
solicitações latentes. Por outro lado, nos cartões 1, 3BM, 7GF, 11, 12BG, 13B, 19 e 16 a Lara enfrentou os
conflitos representados pelos mesmos, apresentando algumas problemáticas associadas a alguns deles,
tal como a narcísica e a depressiva. No caso do cartão 3BM, que representa a depressão, a Lara
representou o conflito a nível intrapsíquico, associando-o a um castigo. Nos restantes cartões que
remetem à depressão, o sujeito representou as angústias de separação e apresentou “boas”
experiências pré-genitais. Isto pode significar que há aspetos que Lara não reconhece como
potencialmente depressivos, no entanto, no caso do cartão 12BG o individuo lidou bem com o conflito,
preenchendo o espaço com objetos que não estão presentes, que podem representar pessoas na sua
vida quotidiana. Já no caso do cartão 13B, Lara refere a solidão e associa-a a uma figura mais paternal do
que maternal. Como já é sabido da sua história de vida, tal pode associar-se à distância que teve do pai
em algumas partes da vida e como isso pode não ter sido superado.

Interpretação WAIS

Escalas R.P. Q.I./Ind. Pcent. Interp.


Verbal 62 101 53 Média
Realização 56 106 66 Média
Total 118 103 58 Média
C.V. 29 98 45 Média
O.P. 24 87 19 Média Baixa
M.T. 42 122 93 Média Alta
V.P. 22 106 66 Média
Tabela 1: Resultado dos Q.I.

Após consulta das respetivas tabelas e efetuados os cálculos, procedemos à interpretação dos
resultados obtidos. Como é possível observar na Tabela 1, a Lara apresenta um Q.I verbal de 62 e um Q.I
de realização de 56, o que totaliza 118 como resultado do Q.I total. Para saber se o Q.I daria umas boas
medidas da capacidade do sujeito, efetuou-se a subtração do Q.I verbal pelo Q.I de realização, que deu
6, o que corresponde à homogeneidade do Q.I, que significa que o mesmo dá uma boa medida das
capacidades do sujeito, como referido anteriormente. Procedeu-se também ao cálculo dos índices de
Compreensão Verbal, Organização Percetiva, Memória de Trabalho e Velocidade de Processamento, os
quais totalizaram 29, 24, 42 e 22, respetivamente. Após interpretação, é-nos possível afirmar que a Lara
tem os seus valores de Q.I médios, apresentando apenas valores mais baixos no Índice de Organização
Percetiva e no Índice de Memória de Trabalho.

Quadro de Pontos Fortes e Débeis


Teste Pontuação Média Distância das Nível de Pontos fortes Pontos
Médias Conf. 95% (+) débeis (-)
Vocabulário 11 11,4 -0,4 2,30
Semelhanças 10 11,4 -1,4 2,58
Aritmética 8 11,4 -3,4 2,61 -
Memória de 16 11,4 4,6 2,57
Dígitos
Informação 8 11,4 -3,4 2,39 -
Compreensão 9 11,4 -2,4 2,75 -
Letras e 18 11,4 6,6 2,47 +
Números
Compl. De 12 10,9 1,1 3,59
Gravuras
Chave de 12 10,9 1,1 3,84
Números
Cubos 9 10,9 -1,9 3,46 -
Matrizes 13 10,9 2,1 3,47
Disposição de 10 10,9 -0,9 3,76
Gravuras
Pesquisa de 10 10,9 -0,9 4,00 -
Símbolos
Composição de 10 10,9 -0,9 4,24 -
Objetos
Tabela 2: Quadro de Pontos Fortes e Débeis

Relativamente aos pontos fortes e pontos fracos de Lara, como é possível observar na Tabela 2,
após análise é percetível que tem mais pontos fracos, tais como a aritmética, a informação, a
compreensão, os cubos, a pesquisa de símbolos e a composição de objetos, pois notaram-se diferenças
mais significativas entre a distância das médias e o nível de confiança. Tem como ponto forte as letras e
números, que corresponde ao teste com melhor resultado.

Interpretação Mini-mult

O Mini-Mult é projetado para fornecer uma avaliação rápida dos principais aspetos da
personalidade do indivíduo. Ele é composto por uma série de perguntas ou afirmações que o participante
deve responder, geralmente escolhendo entre "verdadeiro" ou "falso". O teste aborda diferentes áreas da
personalidade, como tendências emocionais, comportamentais e cognitivas.
Resultados dos testes aplicados

Escalas de validade:

Escala L- insinceridade

TL= 60- é uma pontuação moderada que sugere que a paciente quer passar uma imagem favorável de si
mesma e pode indicar uma rigidez psicológica ou simulação consciente. Esta pontuação pode subentender
limitação intelectual ou educacional ou pode ser encontrado em pessoas extremamente religiosas ou
moralistas, refletindo convencionismo ou conformismo com valores e normas socioculturais.

Escala F

TF= 53- este nível associa-se com a ausência de stress. São sujeitos que podem ser descritos como
honestos, simples, calmos, confiáveis e convencionais. Não obstante, neste nível inclui-se também, a
possibilidade de a paciente minimizar ou negar o seu problema, podendo chegar a haver simulação
deliberada.

Escala K

TK= 53- é uma pontuação média. Corresponde a um sistema de defesas adequado, com aceitação de si
mesmo e boa força do ego. Há certa exposição de problemas, mas também certa preservação de alguns
conflitos. As respostas refletem ajustamento, equilíbrio e competência em lidar com problemas.

Escalas clínicas

Os valores mais elevados das escalas clínicas apresentam-se da seguinte forma, por ordem
decrescente:

→ HS (Hipocondria)= 55
→ D (Depressão)= 53
→ Sc (esquizofrenia)= 53
→ Hy (Histeria)= 51
→ Pd (psicopatia)= 48
→ Pa (Paranoia)= 44
→ Pt (psicastenia)= 44
→ Ma (Mania)= 44

Relativamente à escala de hipocondria, depressão, esquizofrenia, histeria e psicopatia os valores


não se mostram significativos, o que quer dizer que o sujeito não apresenta nenhum nível significativo
nestas áreas. Na escala relativa à paranoia o sujeito teve uma pontuação de elevação baixa, o que significa
que o sujeito pode ser descrito como confiável, alegre e equilibrado. Podemos considerar ser uma mulher
madura, pacifica, séria, confiável e firme. Relativamente à escala de psicastenia, o sujeito apresenta
novamente uma elevação baixa o que significa que podemos descrever o individuo como eficiente, capaz,
relaxado, atento e tranquilo. Por fim relativamente à mania o sujeito apresenta uma elevação baixa mais
uma vez o que significa que pode ser descrito como apático e pessimista, com baixa-autoestima e
autoconfiança e falta de iniciativa.
Anexo

Entrevista Psicológica para Adulto

Informações pessoais:

Nome completo: Lara Sofia Condelipes Ângelo

Idade: 38

Estado civil: Divorciada/ atualmente em União de facto

Ocupação: estudante/ Desempregada

Histórico pessoal:

1- Descreva brevemente a sua infância e ambiente familiar.

Tive uma infância feliz, equilibrada. Tive dois pais presentes que sempre tentaram fazer o melhor
que sabiam para a minha educação. O ambiente familiar era muito bom, equilibrado e havia muito carinho,
respeito e preocupação por parte dos pais para comigo e com a minha irmã. Eu e a minha irmã eramos e
somos muito unidas embora com feitios muito diferentes sempre soubemos resolver as nossas
divergências. Tivemos sempre algumas discussões, mas eu calava-me ela levava a dela a avante como
ainda hoje o faz. Tem um feitio que me consegue tirar do sério e inquietar a minha paz espiritual, ela e o
meu pai. A partir do momento em que aprendi a lidar com isso correu muito bem. Passei os primeiros 6
anos da minha vida em Espanha porque o meu pai arranjou lá trabalho. Tive uma infância lá muito feliz,
fizemos muitas amizades incluindo amizades que se tornaram família, tinha tios, primos, avó e bisavó sem
serem de sangue e éramos muito unidos. Quando vim para Portugal era a minha irmã bebezinha, tinha
meses e eu já tinha quase 7 anos, passei por um processo de adaptação mais complicado durante
aproximadamente 2 anos. Tive a barreira da língua pois não queria deixar de falar espanhol, também tive
a barreira da cultura que é muito diferente. As pessoas em Espanha são mais alegres e libertas e
resolvidas... em Portugal achei as pessoas muito contidas, tristes e problemáticas. Quando ultrapassei
esses problemas no fim da segunda classe adaptei-me bem.

2- Quais são algumas das suas memórias mais significativas da infância?

Os piqueniques em Espanha à beira do rio com os amigos dos meus pais e família que não era de
sangue. O nascimento da minha irmã foi espetacular quando ela veio para casa. Tive se calhar um pique
de ciúmes (o que é normal) mas a minha mãe foi espetacular a lidar com a situação de tal forma que a
minha irmã se tornou a minha menina.

Andar a cavalo com o meu pai, junto ao castelo e estar a cozinhar com a minha mãe lá em Espanha
quando convidávamos os amigos a ir lá a casa.

Cá quando nos juntávamos todos com a família para almoçar e quando dormíamos os seis netos
na casa da minha avó materna nas férias. Lembro-me de ir para Canha e ficar lá a dormir com o meu primo
Carlitos.

3- Como foi a sua experiência na escola? Havia alguma dificuldade ou desafio específico?

Em Espanha fiz a pré e era boa aluna com trabalhos sempre bons. Quando vim para Portugal tive
muitas dificuldades na língua porque não queria ter vindo e por essa razão dava-me dificuldade a falar a
língua. Ultrapassei essa barreira no 5ºano. Tive dificuldade na matemática que foi ultrapassada quando
tive um explicador que me soube orientar devidamente.
4- Quais são as suas principais realizações e desafios até ao momento?

Em relação às realizações sempre quis ter um ambiente familiar muito bom, proporcionar aos
meus filhos e ao meu marido um ambiente familiar estável baseado no respeito, no amor e na harmonia
e consegui.

Sempre sonhei ter uma casa com um espaço exterior e interior bom que proporcionasse poder
juntar a minha família para criarmos memorias juntos e passarmos bons momentos e também consegui
realizar juntamente com o meu marido.

Vejo o divorcio como uma realização porque encontrava-me com uma pessoa que não me fazia
bem, não me acrescentava nada, muito pelo contrário sugava-me a alma pois fazia-me muito mal a nível
psicológico como tentativas de nível físico. Quando me divorciei senti uma sensação de alívio e liberdade
enorme como se estivesse a recomeçar a minha vida encontrando a minha essência novamente.

Ser mãe foi e é um dos maiores desafios da minha vida: criar dois seres humanos com valores
morais como terem carater, serem honestos, serem sinceros, saberem estar na sociedade e ao mesmo
tempo serem felizes e conseguissem ser eles mesmos nessa mesma sociedade é um dos maiores desafios.
Outro grande desafio é estar desempregada aos 38 anos por opção, por querer mudar de área para criar
carreira saindo da minha zona de conforto.

Saúde mental e emocional:

1- Já teve algum diagnóstico ou tratamento anterior relacionado à saúde mental?

Não, nunca tive um diagnóstico relativamente a isso pois nunca senti necessidade de recorrer a
ajuda. Mas se algum dia tiver de o fazer fá-lo-ei de certeza.

2- Como descreveria o seu estado emocional geralmente?

O meu estado emocional normalmente é calmo, raramente tenho desequilíbrios emocionais. Por
norma lido bem com as emoções no meu dia-a-dia e consigo aperceber-me quando começo a sentir-me
alterada e controlo bem a situação.

3- Quais são as principais emoções que tem experimentado recentemente?

Tristeza, tenho tido algumas mortes de familiares e familiares gravemente doentes. Ansiedade
devido ao facto de estar desempregada e estar a estudar para conseguir um novo lugar ao sol sem saber
bem para o que vou visto ser uma área nova.

Pratico karaté e vou ser avaliada agora ao final de oito anos para o exame mais importante de um
karateca e isso também me cria alguma ansiedade.

O facto de estar em casa por estar desempregada embora a estudar e tenha todas as tarefas
domésticas como tinha permite-me passar mais tempo com os meus filhos e com o meu companheiro e
com alguns familiares o que é maravilhoso e faz me sentir realizada e muito feliz. Ter voltado a estudar faz
me sentir que ainda sou capaz de fazer muita coisa e que estar fora da minha zona de conforto mostra-me
a coragem, a vontade e a determinação que guardo dentro de mim.

4- Enfrenta algum problema específico no momento? Se sim, gostaria de compartilhar mais


detalhes?

Não, não tenho nada que considere ser um problema.


Relacionamentos:

1- Descreva os seus relacionamentos mais significativos (familiar, amoroso, amizades).

O relacionamento que tenho com a minha mãe, foi uma pessoa que sempre esteve e está ao meu
lado incondicionalmente sendo este sentimento mútuo.

Com o meu companheiro é um amor de adolescência baseado no companheirismo, na amizade,


na paixão e no respeito.

O relacionamento que tenho com os meus filhos é um relacionamento baseado no amor


incondicional, no respeito embora às vezes me tirem do sério, mas faz parte, é o meu desafio/ amor maior.

O relacionamento com meu pai e com a minha irmã que são muito parecidos embora que por
vezes tempestivo não vivemos uns sem os outros porque amamo-nos muito.

O relacionamento com a minha família em geral e com os meus primos em particular que é um
relacionamento de amizade, de respeito e de amor.

As minhas maiores amizades encontram se dentro da minha família

2- Como se sente em relação a esses relacionamentos atualmente?

Sinto me feliz porque são relacionamentos saudáveis, equilibrados, ajudamo-nos e respeitamo-


nos uns aos outros independentemente das nossas divergências.

3- Existe algum conflito ou desafio específico nos seus relacionamentos que gostaria de discutir?

Neste momento já não. Em tempos tive conflitos com o meu pai e com a minha irmã devido ao
temperamento deles ser mais explosivo e a eu não saber lidar da melhor forma com essa situação, mas
de momento já não.

Histórico médico:

1- Existe alguma condição médica ou crônica relevante?


Tenho asma alérgica.

2- Toma algum medicamento atualmente? Se sim, quais?

Não faço medicação constante. É sazonal na crise asmática.

Histórico de tratamentos:

1- Já participou em alguma terapia ou tratamento psicológico anteriormente?

Não nunca fiz.

2- Como descreveria a sua experiência anterior na terapia?

Estresse e bem-estar:

1- Quais são as suas principais fontes de stresse na sua vida atualmente?

A minhas principais fontes de stresse são a lida da casa porque a minha casa é muito grande e eu
tenho uns parâmetros de limpeza demasiado elevados o que faz com que seja difícil pedir ajuda; e o meu
trabalho quando trabalho em equipa porque considero-me uma pessoa disciplinada e quando faço alguma
coisa dou sempre o meu melhor e acabava por não ver essas características nos meus colegas e isso
acabava por impactar diretamente no meu trabalho.

2- Como costuma lidar com o stresse?

Quando me encontro stressada faço uma pausa nas coisas que estou a fazer e que me estão a
causar esse stress e faço atividades que gosto e que me fazem sentir feliz. Acabo por pensar numa forma
melhor de fazer o que estava a fazer e de lidar com a situação.

3- O que faz para cuidar de si mesmo e promover o seu bem-estar?

Tenho cuidado com a minha alimentação e com as horas de sono, faço desporto com alguma
regularidade, procuro a praia quando me encontro menos calma e leio.

TAT - Respostas

Lara – 38 anos, união de facto, divorciada

Cartão 1

5’’ O João estava na aula de violino e como acorda muito cedo estava muito cansado. Na verdade, o João
também não gosta muito das aulas de violino, mas como a mãe o obriga e ele, um menino obediente
não falta às aulas, mas aborrece-se muito e acaba sempre por adormecer.

Cartão 2

5’’ A Maria faz um trajeto para a escola em que passa por uns campos agrícolas e nesses campos vive um
casal em que a mulher se encontra gravida. A Maria sempre que lá passa pensa o quanto é bom estar a
estudar porque gostava de ter uma vida melhor que aquele casal.

Cartão 3BM

10’’ Era uma vez o Pedro que chegou a casa da escola e a mãe teve uma conversa com ele porque
descobriu que o Pedro lhe tinha mentido. O menino fazia uns dias que não comia o lanche da escola e
deitava fora para a mãe não descobrir. A mãe deu-lhe uma oportunidade falando com ele para que
contasse a verdade e como não o fez ficou de castigo.

Cartão 4

12’’ O Pedro e a Sofia estavam em casa com a irmã da Sofia que disse ao Pedro que não gostava muito
dele porque ele não tratava muito bem a irmã, que devia mimá-la mais. O Pedro, chateado, começou a
andar em direção à porta, mas a Sofia intersetou-o dizendo-lhe que embora fosse a opinião da irmã, não
era a dela e que gostava muito da relação deles tal como era.

Cartão 5

12’’ A senhora Claudina é a amiga da avó que lhe faz muita companhia. Há uns dias a avó andava à
procura de um lenço que usava todos os dias na cabeça e andava de um lado para o outro perguntando-
se onde estava o lenço. A senhora Claudina passou na janela e ouviu-a e abriu a porta de casa da avó
para dizer-lhe que ela se tinha esquecido do lenço na padaria.
Cartão 6GF

8’’ A Antonieta estava sentada no sofá da sua sala a ler a revista quando o seu marido chegou do clube
com a notícia que a sua melhor amiga, a Lurdes, tinha deixado o marido para se juntar ao Conde
Francisco. O que o marido da Antonieta não sabia enquanto contava isto divertido era que a Antonieta
sabia do que se passava como também ajudou a amiga.

Cartão 7GF

10’’ A Ana estava a brincar com a sua boneca preferida no jardim de casa quando foi chamada pela sua
ama para ouvir uma história. A Ana entrou, sentou-se num cadeirão ao pé da ama e a ama começou a
contar a história, mas a Ana não estava com muita atenção porque só queria estar lá fora a brincar com a
sua boneca no jardim, mas ouviu a história toda até ao fim.

Cartão 8

5’’ O Francisco está na universidade de Coimbra em Medicina no último ano e enquanto falava com os
seus colegas estava a lembrar-se de uma autopsia a que tinha assistido com o seu professor João e o
outro professor cirurgião Guedes.

Cartão 9GF

8’’ As irmãs Antunes saíram da escola mais cedo e como estava um lindo dia resolveram ir até ao riacho
próximo das suas casas e levaram uns livrinhos para lerem e passarem uma tarde agradável.

Cartão 10

10’’ O Joaquim já não vinha à sua terra natal e resolveu fazer uma surpresa à irmã Mariana indo a casa
da mesma. Quando lá chegou a irmã deu-lhe um forte abraço cheio de saudades e carinho ao irmão que
já não via há muitos anos e com quem tinha muita confidencialidade.

Cartão 11

30’’ Numa aldeia no Gerês onde viviam uma centena de habitantes junto a um grande rochedo com
cascata, houve uma grande descoberta. Descobriram um animal marinho que vivia nas grutas dessas
rochas há algumas dezenas de anos que se parecia com uma espécie de dinossauro e que andava a
aterrorizar as pessoas da aldeia. Acabaram por capturá-lo e fizeram estudos sobre ele e o sobre o seu
habitat.

Cartão 12BG

5’’ A casa de ferias da Margarida ficava perto de um rio onde o pai tinha o barco para ir à pesca. Era um
barquinho de madeira pequeno que a Margarida gostava muito e pertencia aos avós que ficava sempre
atracado ao pé de uma oliveira que tinha sido plantada quando o avô era pequenino.
Cartão 13B

8’’ O Manel foi visitar os avós à aldeia. O avô do Manel era pastor e o Manel ia com o seu avô pastar as
ovelhas. Um certo dia o avô saiu mais cedo para ir buscar o pão e depois foi direto para a barraquinha
buscar as ovelhas, entretanto o Manel acordou e não viu o avô, vestiu-se e desatou a correr para a
barraquinha onde estavam as ovelhas e sentou-se impaciente à espera do avô.

Cartão 13MF

10’’ A senhora Joaquina estava muito doente com febre muito alta. Certo dia, deixou de respirar e a irmã
Miquelina chamou o Doutor Gonçalves desesperada. Quando o Doutor chegou a casa das irmãs e teve
de fazer reanimação à Joaquina, mas não teve sucesso. A Joaquina acabou por falecer e o Doutor sentiu-
se frustrado e triste por ter de dar a notícia à irmã.

Cartão 19

15’’ Era uma vez uma casa num monte que estava abandonada há muito tempo e certo dia, como estava
muita chuva e mau tempo, umas pessoas que estavam a passear encontraram a casa e ficaram lá dentro
até o tempo passar. Eventualmente o mau tempo passou e as pessoas saíram de lá.

Cartão 16

10’’ (Interrogou-se sobre o que contar) Era uma vez uma família muito feliz que vivia com muito carinho
e harmonia, davam-se todos bem e ainda eram uns quantos. Cada vez que havia um aniversário juntam-
se todos e nos jogos de futebol também se juntam todos, enfim… tudo serve de desculpa para estarem
juntos e para fazerem festarolas.

Você também pode gostar