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World Class Manufacturing

Ao longo da história, podemos conferir a evolução dos métodos e técnicas de

gestão, principalmente após a Revolução Industrial, no século XVIII. Em busca

da excelência e da geração máxima de valor, passamos por modelos como o

Taylorismo e o Fordismo até chegar no Lean Manufacturing. O WCM, World

Class Manufacturing, é um conjunto de princípios e técnicas de gestão.

Fundamentado em alguns pilares que serão posteriormente apresentados,

essa metodologia foca nas melhores práticas para uma gestão com zero

desperdício. Se isso soa familiar, é porque o WCM compartilha de inúmeras

semelhanças com a filosofia Lean. Em meados da década de 80, quando a

Toyota se destacava cada vez mais das outras empresas pelo seu Sistema

Toyota de Produção (de onde o Lean Manufacturing se originou), as empresas

ocidentais precisavam achar uma maneira de se tornarem competitivas. Assim,

foi surgindo o conceito de “classe mundial”, ou seja, competir pela primazia,

pela liderança de mercado. Foi uma questão de tempo até surgir a Manufatura

de Classe Mundial, tendo sido aplicado de forma sistemática e bem sucedida

pela FIAT no ano de 2009, salvando a Chrysler da falência. O WCM pode ser,

dessa forma, visto como uma adaptação do Lean Manufacturing voltado a

atender algumas características culturais do ocidente, como a ansiedade por

resultados mais imediatos.

Pilares do WCM

O World Class Manufacturing é fundamentado em 10 pilares técnicos e 10

pilares gerenciais. São esses pilares que direcionam toda a metodologia. Na

base, estão os 10 pilares gerenciais:


1. Envolvimento e comprometimento da alta administração;

2. Definir os objetivos de forma clara;

3. Mapear todo o caminho para o WCM;

4. Alocar profissionais altamente qualificados;

5. Comprometimento de toda a organização;

6. Focar em melhoria contínua para obter competência organizacional;

7. Tempo e finanças;

8. Nível de expansão;

9. Nível de detalhes;

10. Motivação dos operadores.

Depois, estão os 10 pilares técnicos, que são:

1. Segurança;

2. Desdobramento dos custos;

3. Melhoria focada;

4. Manutenção autônoma e organização do ambiente de trabalho;

5. Manutenção planejada;

6. Controle de qualidade;

7. Logística e atendimento ao consumidor;

8. Gestão preventiva dos equipamentos;

9. Desenvolvimento das pessoas envolvidas;

10. Atenção ao meio ambiente.

Como começar a implantar o WCM?

Ao olhar para esses 20 pilares apresentados, surge a questão: como vou

colocar isso em prática? Afinal de contas, uma empresa é composta de


diversos setores diferentes, e implantar o WCM em todos é um grande desafio.

Esse desafio se dá pelo fato de que não basta colocar em prática as

ferramentas e técnicas envolvidas no WCM, pois se fizermos isso, teremos

uma otimização mal feita, que dependerá sempre de alguém supervisionando e

impulsionando a equipe a seguir os padrões estabelecidos. É necessário que

seja feita uma mudança na cultura da empresa, no modo de pensar de todos,

sem exceção. Começando pela alta gerência, e não pela base operacional,

como se costuma fazer erroneamente em muitas empresas ocidentais. Feito

essa imersão na filosofia de não gerar desperdícios, é hora de implantar o

WCM. Mas como já foi dito, fazer isso em toda a organização de uma vez é um

grande desafio. Por isso, é melhor escolher uma área modelo para uma

primeira estruturação da metodologia. Para isso, geralmente se escolhe a área

que apresenta o pior rendimento, pois é a que oferece maior oportunidade de

melhoria. Assim, seguindo os pilares, deve-se alocar profissionais altamente

qualificados para essa área, que aplicarão os métodos e princípios do WCM.

Dessa forma, por estarmos lidando com apenas uma área da empresa, é

possível ter um controle maior sobre o processo, garantindo o resultado

esperado. Então, depois de aplicar o WCM para uma área, podemos aplicar

para o resto da empresa, levando as lições aprendidas, sabendo assim com

maior precisão o que deve e não deve ser feito.

Sistema de auditoria WCM

O WCM possui um sistema de auditoria que mede o nível de implementação do

programa em uma empresa, unindo todos os sistemas e programas de uma

organização em uma unidade completa. Na avaliação é quantificado o nível de

expansão, profundidade e maturidade de todos os pilares do WCM e com base


no nível de desenvolvimento do sistema, a organização recebe uma

certificação, que possui três níveis de desempenho:

Fábrica de nível BRONZE

1. Possui bases bem implementadas, como o 5S, manutenção autônoma e

gerenciamento visual;

2. o nível bronze exige algumas técnicas de estratégia, então, uma empresa

que está nesse nível, possui excelência de negócio na área de atuação;

3. no sistema de gestão, uma empresa de nível bronze pelo WCM foca apenas

nos pilares prioritários para o seu negócio.

Fábrica de nível PRATA

1. o nível de excelência agora é expandido para todos os setores da empresa,

não mais apenas em áreas estratégicas;

2. alcance de um nível de excelência mundial na área de atuação;

3. nesse nível a empresa implementa todos os pilares do WCM.

Fábrica de nível OURO

Estado da arte - esse é um nível utópico para muitas organizações, pois exige

uma dedicação muito alta em melhoria de processos. Porém existem

empresas que conseguiram atingir o nível ouro e hoje são referência na

implementação da gestão integrada e redução dos custos. Um exemplo é a

fábrica da Iveco em Madri, que foi a primeira montadora a conquistar o nível

ouro WCM em 2017. Certificações WCM Além das certificações que podem

ser conquistadas pela empresa, o programa possui certificações pessoais, que


servem como motivação para qualificar um profissional que tem o

conhecimento dos métodos e ferramentas do programa. As certificações

possuem categorias iguais ao do Seis Sigma, porém as suas funções são um

pouco diferentes, pois consideram o conhecimento das ferramentas WCM. São

elas:

White Belt (WB): profissionais que demonstram o entendimento da teoria, das

ferramentas WCM. Ele é um membro ativo do time e é treinamento com as

principais ferramentas básicas do programa, como Kaizen e 5 porquês. Além

disso, o profissional precisa saber aplicá-las de forma autônoma.

Yellow Belt (YB): esse profissional precisa liderar e implementar um projeto,

com sucesso, seguindo um roteiro específico que combate perdas e demonstre

conhecimento teórico do roteiro.

Green Belt (GB): o profissional Green Belt deve realizar atividades

semelhantes aos do White e Yellow, porém com maiores responsabilidades e

em projetos mais complexos. Além disso, ele pode treinar, auxiliar e liderar

times WCM a utilizar metodologias, ferramentas e sistemas.

Black Belt (BB): é o profissional que possui certificado Green Belt em quatro

pilares WCM. E, por possuir essa certificação, um Black Belt pode treinar,

auxiliar, liderar, e mais ainda, pode certificar novos GB.

Master Black Belt (MBB): Além de ter as mesmas funções das certificações

citadas acima, o Master Black Belt gerência locais onde Black Belts atuam.

Esse profissional também deve possuir experiência superior a dois anos na

implementação de um programa WCM. Além disso, ele precisa ter dois pilares
adicionais aos de um Black Belt.

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