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“O espaço, a fronteira final...

Muito se conhece, mas muito ainda há de se conhecer, ainda mais em um ambiente


totalmente desconhecido, como as profundezas do mar ou a vastidão do espaço. E nesta
vastidão a contaminação pode passar despercebida. Um pequeno grão de areia, preso no
equipamento, que cai nas roupas ao desequipar, vai até o ralo no primeiro banho, um grão de
areia não... Um grão de “vida”.

Mas este pequeno grão de vida precisava de substrato para crescer, desenvolver,
desabrochar. E ele consegue seus tentáculos com cabelos humanos (coisa muito abundante
em ralos femininos). Ele dá vida aos fios, usando cada um como tentáculo independente,
começa a se mover. Coletando mais e mais cabelo, em todos os ralos possíveis. Banheiros,
lavanderias, até mesmo ralos de pias, até mesmo grelhas de áreas externas. Todos varridos
pelo nosso monstro cabeludo, já em terra rastejante pelo esgoto.

Ele não se dá por satisfeito e em uma escura noite de outono ele abandona seu
esconderijo espreitando os arredores de uma boate, em busca de mais cabelos, humanos ou
animais. Das sombras ele estende seus tentáculos e puxa os cabelos de uma transeunte que
saída dos fundos da boate para fumar. Arrancando um bolo de cabelo ela grita e foge, mas seu
premio é uma farsa, uma peruca sintética. Ele urra em ódio e fome enquanto retorna para o
esgoto.

Na mesma noite ele observa de dentro de uma grelha de rua, uma dondoca passeando
com seu lulu da pomerania. Enquanto se distrai com seu celular, os tentáculos se esgueiram
para o pequeno cão, que em segundos é envolvido. Impedindo de latir, seus pelos são
removidos um a um rapidamente e quando a madame olha na sua ponta de sua coleira não vê
mais um lindo pompom peludo, mas sim um rato despelado tremula e apavorado.
“haaaaaa!!!!!!” ela grita.

A peruca ambulante abandona as sombras do esgoto mais uma vez naquela noite e
horas depois pula de uma arvore sobre uma mulher que passava. Seus cabelos são removidos
enquanto os tentáculos felpudos exploram seu corpo e removem também cada cerda natural
de seu corpo. Os cabelos dentro de sua boca a impedem de gritar, e deixam um gosto amargo
quando a deixam caída no chão, totalmente careca.

O próximo a ser atacado é um motoqueiro barbudo e peludo. Englobado por uma bola
de pelos, ele é facilmente subjugado e logo depois abandonado em posição fetal, sem reação
em sua própria poça de urina e pânico.

Quase ao amanhecer a grande peruca pulsante avista saindo de um beco suspeito um


Hippe, um dorme sujo com seu cigarro sem filtro e seus tão desejados dreadloks. Estendendo
sorrateiramente seus tentáculos pelas sombras ate agarrar sua presa, os tentáculos o arrastão
até um canto onde podem realizar a dolorosa remoção capital, cerda a cerda, pelo a pelo,
cabelo por cabelo. Ao nascer do sol surge daquele beco mais um careca, correndo nú em
desespero a procura de ajuda, sem saber se o q acabara de acontecer foi real ou fruto de seu
fumo tão apreciado.
Durante a segunda noite de caçada por novos cachos, a nossa bola de pelos se depara
com agentes da SCP munidos com lança-chamas. Ele é levado até uma armadilha, uma caixa
de água repleta de creme para pentear. Quando cai em seu interior ele percebe que não
consegue manter seus tentáculos emaranhados de forma adequada, impossibilitando sua
locomoção. Dentro do recipiente ele é levado até a central SCP.

Classificado como nível Thalmiel deve ser sempre mantido embebido em creme para
pentear em ambiente hermeticamente fechado. Sua equipe de manutenção e manipulação
devem sofrer da condição Alopecia aguda que impede o crescimento de cabelos em todo o
corpo ou se submeterem ao processo de depilação total a lazer.

E assim a criatura repousa em cativeiro aguardando o momento que crescerá, se


alimentar e trazer o terror para os que ainda tem cabelos.

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