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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1974

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Mantenha um conceito
68

equilibrado sobre os
desassociados
1, 2. (a) Por que é correto que a congregação cristã tome ação contra os
que exercem influência imoral no seu meio, e quem leva a
responsabilidade especial neste respeito? (b) Que perigos paralelos
existem no manejo de tais coisas?

UM POUCO de fermento pode levedar a massa inteira. Do


mesmo modo também pode a influência imoral infiltrar-se
e corromper toda uma congregação. Corretamente, pois,
toda congregação desejará proteger-se contra tal
influência, e especialmente os anciãos da congregação
devem estar interessados em fazer isso. — 1 Cor. 5:6; Atos
20:28-30.

2
Há um verdadeiro perigo em ser remisso neste assunto,
assim como a congregação de Corinto foi remissa para com
um transgressor no seu meio, deixando de agir para
eliminar tal influência ‘fermentante’. Mas há um perigo
paralelo. Qual? O de ir ao outro extremo, de passar de
remisso para rígido e duro.

3, 4. Qual e o significado das palavras de Paulo em 2 Coríntios 2:11?

3 Podemos observar a advertência dada pelo apóstolo


Paulo na sua segunda carta aos Coríntios, evidentemente
relacionada, (no contexto) com o pecador descrito na sua
primeira carta, que foi preciso ‘remover de seu meio’. (1 Cor.
5:1-5, 13) Neste caso, este transgressor evidentemente se
arrependeu. Depois de mencionar de a congregação
perdoar a tal, pela tristeza que lhes havia causado qual
ã P l i di d “ ã
congregação, Paulo prosseguiu, dizendo, “para que não
sejamos sobrepujados por Satanás, pois não
desconhecemos os seus desígnios”. (2 Cor. 2:5-11) O que
queria dizer com isso o apóstolo?

4
Os “desígnios” de Satanás são devorar todo servo de Deus
que ele possa, e ele anda em volta “como leão que ruge”
para alcançar este objetivo. (1 Ped. 5:8) O homem que fora
desassociado em Corinto havia sido ‘entregue’ a Satanás no
sentido de que fora expulso da congregação e assim
lançado fora, no mundo sob o domínio de Satanás. (1 Cor.
5:5; Atos 26:18; 1 João 5:19) Assim como um ‘pouco de
fermento’ na “massa toda”, este homem havia sido a “carne”
ou o elemento carnal dentro da congregação; e ao remover
este homem incestuoso, a congregação de mentalidade
espiritual havia destruído a “carne” no seu meio. Então, o
desígnio ou objetivo de Satanás seria reter tal presa até 68
conseguir devorar completamente o homem, destruindo-o
espiritualmente. Se a congregação, embora em boa
consciência, fosse cautelosa e relutante demais em acolher
de volta o transgressor então realmente arrependido,
adiando desnecessariamente sua readmissão, isto poderia
servir o objetivo do Adversário. (Veja 2 Coríntios 2:7.) Por
isso, outras traduções de 2 Coríntios 2:11 rezem: “Para que
Satanás não se aproveite de nós, pois conhecemos bem os
planos dele.” (A Bíblia na Linguagem de Hoje) “Para não
sermos vítimas dos ardis de Satanás, já que não ignoramos
as suas tramas [intenções, Taizé].” — Mateus Hoepers.

5, 6. (a) No que se refere aos desassociados, que atitude errada


precisam evitar os anciãos cristãos e os membros da congregação?
(b) Ilustre isso.

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Os anciãos congregacionais, bem como os membros
individuais da congregação, portanto, devem precaver-se
contra criar uma atitude parecida à que alguns escritores
rabínicos, judaicos fomentaram para com os gentios, ao
considerá-los como virtuais inimigos. É correto odiar o mal
cometido pelo desassociado, mas não é correto odiar a
p
pessoa, nem é correto tratar a tais de modo desumano.

Conforme já observamos, alguns escritos rabínicos


afirmavam que, mesmo quando há perigo de morte, não se
devia prestar ajuda aos gentios. Suponhamos, pois, que um
membro duma congregação cristã, que anda de barco num
lago, visse outro barco com um desassociado soçobrar,
lançando o desassociado na água, onde este luta para se
manter à tona. Pode o cristão desconsiderar o perigo do
outro, remar para longe e sentir-se livre de culpa perante
Deus — visto que aquele que está em perigo de se afogar é
desassociado, considerado como “homem das nações”?
Certamente que não. Isto seria cruel e desumano. Não
podemos imaginar Cristo Jesus agir assim; tampouco teria
outro judeu do primeiro século, com conceito equilibrado,
reagido assim para com um gentio ou cobrador de
impostos em tais apuros.

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Mas, considere uma situação menos extrema. O que se
daria se uma mulher desassociada, que assistiu a uma
reunião congregacional, ao sair do salão, verificasse que
seu carro, estacionado perto, está com um pneu vazio?
Devem os membros varões da congregação, vendo seus
apuros, negar-se a ajudá-la, deixando talvez que uma
pessoa mundana apareça e o faça? Isto também seria
desnecessariamente rude e desumano. No entanto,
surgiram situações assim, talvez em boa consciência,
contudo, por causa da falta de equilíbrio no conceito.

7. O que podemos aprender do próprio exemplo de Jeová Deus neste


respeito?

7
Se imitamos nosso Pai celestial, lembrar-nos-emos de que
ele até mesmo mostrou certa consideração para com o
primeiro casal humano, depois da desassociação deles no
Éden, fornecendo-lhes vestimenta. (Gên. 3:21) Isto foi
benignidade imerecida para com eles. Conforme Jesus fez
seus discípulos lembrar, Jeová Deus “faz o seu sol levantar-
se sobre iníquos e sobre bons, e faz chover sobre justos e
se sobre iníquos e sobre bons, e faz chover sobre justos e
sobre injustos”. (Mat. 5:45) O apóstolo Paulo mostrou que,

apesar do proceder independente adotado pelas nações


gentias, contrário ao proceder de Deus, Jeová “não se
deixou sem testemunho, por fazer o bem, dando[-lhes]
chuvas do céu e estações frutíferas, enchendo os [seus]
corações plenamente de alimento e de bom ânimo”. (Atos
14:16, 17) Portanto, não “ter convivência” com alguém, ou
tratar a tal como “homem das nações”, não nos impede de
sermos decentes, corteses, atenciosos e humanitários.

O QUE ESTÁ ENVOLVIDO NO


COMPANHEIRISMO ESPIRITUAL
8. (a) O que dá a entender a expressão grega para “ter convivência
com”, usada pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 5:9, 11? (b) O que
significa ter “companheirismo” com alguém? (c) Será que exortar os
transgressores ao arrependimento é ter tal companheirismo com eles?

8 A expressão grega usada por Paulo para “ter convivência


com” é o verbo sunanamígnymi, significando “misturar
com”. O verbo básico envolvido (mígnmi) é usado em 68

Mateus 27:34 para descrever a mistura de vinho com fel, e


em Lucas 13:1 para descrever a mistura de sangue com
sacrifícios, por Pilatos. Por isso, envolve uma verdadeira
fusão ou combinação, a unificação num conjunto ou
complexo. Para nós, “ter convivência” com outros
significaria haver companheirismo entre nós. O termo
português “companheirismo” tem o sentido de “convivência
íntima, camaradagem, solidariedade”, havendo “dedicação
às pessoas com quem se convive, espírito de classe”.
(Enciclopédia Brasileira Mérito) Portanto, manter
companheirismo com outro significa aceitar o outro como
igual a si mesmo, estando interessado nos seus conceitos e
acolhendo-os, compartilhando-os com atitude franca e
favorável. Ter companheirismo espiritual com outro, de
fato, seria passarem juntos ‘agradáveis momentos’
espirituais. Mas quando exortamos alguém ao
arrependimento não nos juntamos a ele numa associação
arrependimento, não nos juntamos a ele numa associação
amigável; não compartilhamos com ele nenhuma atitude e

sentimento impróprio que possa ter evidenciado, mas,


antes, tratamos com ele como alguém que precisa de
correção.

9. (a) O que determina se é correto ou não que um ancião


congregacional dirija palavras de exortação ao desassociado com quem
se encontra? (b) Por que seria correto que o ancião exortasse o
desassociado que não segue o proceder descrito em 2 João 7-11?

9 Então, o que acontece quando um ancião da congregação


se encontra com alguém que foi desassociado, talvez na
rotina diária do ancião, na rua, no trabalho secular ou em
atividade similar? Estaria o ancião agindo em desacordo
com a ação da desassociação feita pela congregação, se
falasse com tal pessoa, exortando-a a ‘dar meia-volta’ e a
procurar novamente a reconciliação com seu Pai celestial?
Isto seria governado pelas circunstâncias. Naturalmente, se
o desassociado adotasse um proceder semelhante ao dos
falsos instrutores e propagandistas descritos em 2 João 7-
11, procurando deliberadamente influenciar outros a seguir
crenças falsas ou práticas imorais, o ancião não desejaria
ter nada que ver com tal pessoa. Mas nem todos os que
caem num proceder pecaminoso tornam-se ‘enganadores e
anticristos’. Portanto, se ele não for desta classe, não
permitiria o próprio exemplo de Jeová Deus que o ancião
proferisse palavras que exortassem o desassociado a
procurar recuperar a boa posição perante Deus? Antes, em
vez de estar em desacordo com a desassociação, o ancião
realmente mostraria pelas suas palavras de exortação seu
apoio a tal desassociação, como tendo sido certa e
necessária.

10-12. (a) Será que todos os desassociados continuam a manifestar as


tendências ou modos que os tornaram “fermento”? Ilustre isso.
(b) Portanto, que circunstâncias precisam receber a devida consideração
para se saber a atitude correta para com os desassociados? (c) Como é
este entendimento do assunto ilustrado pela parábola do filho pródigo?

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P d bé ó l d
10
Podemos notar, também, que o apóstolo adverte em
1 Coríntios 5:11 contra a convivência com alguém que “for”
fornicador ou praticante de outra espécie de transgressão
séria. Mas o que se dá no caso de alguém que foi
desassociado por ser tal espécie de pessoa, mas que
depois, quer logo cedo, quer mais tarde, apresenta
evidência constante de ter descontinuado tal prática
errada, parando com ela? Pode-se dizer que ele ou ela
ainda ‘é’ fornicador ou outro tipo de transgressor assim,
que fez com que ele ou ela fosse como que “fermento” para
com a congregação?

11
Por exemplo, um jovem desassociado por fornicação
poderá depois casar-se, constituir família e levar uma vida
respeitável. Ou alguém desassociado por embriaguez
poderá abandonar tal prática, e se é que bebe, talvez o faça
apenas em moderação. Por tais mudanças, estas pessoas
poderão então recuperar o respeito da comunidade. Estes
talvez ainda não tenham chegado e procurado
formalmente a readmissão da congregação. Não há,
porém, uma diferença evidente entre estes e os outros que
continuam na sua transgressão, que causou sua
desassociação? Os que renunciam à prática errada ainda
poderão mostrar certo apreço da verdade cristã, talvez até
mesmo defendendo a verdadeira congregação cristã 68

quando alguém fala mal dela. Não se deve dar a devida


consideração a tais circunstâncias e não devem afetar
nossa atitude, como congregação, para com tais?

12Certamente, se o filho pródigo da parábola tivesse


voltado embriagado para casa, talvez arrastando consigo
uma de suas companheiras meretrícias, a reação do pai
não teria sido a mesma. Mas o pai teve motivos para crer
que o filho se chegava com a motivação correta, e, em vez
de suspeitar o pior, o pai esperava o melhor e foi ao
encontro de seu filho errante.

13. (a) Que evidência de arrependimento ultrapassa a das palavras,


conforme mostram as declarações de João Batista e do apóstolo Paulo?
conforme mostram as declarações de João Batista e do apóstolo Paulo?
(b) Como se aplica então este princípio no caso dum desassociado?

13
Nós também queremos hoje reconhecer que a melhor
das evidências do arrependimento não são apenas
palavras, formalmente declaradas, mas sim ações. (Veja
1 João 3:18.) Assim, quando alguns se chegaram a João
Batista, (que batizava as pessoas em símbolo de
arrependimento para o perdão de pecados), João não
encarou sua ação formal como o fator mais importante ou
como tudo o necessário. Antes, disse-lhes que fossem e
‘produzissem frutos próprios de arrependimento’, citando-
lhes exemplos de tais frutos ou boas obras, tais como ter
generosidade misericordiosa, abandonar a fraude e a
extorsão, abster-se da hostilização de outros ou do falso
testemunho contra eles. (Mat. 3:7, 8; Luc. 3:7-14) O apóstolo
Paulo exortou similarmente as pessoas a que “se
arrependessem e se voltassem para Deus por fazerem
obras próprias de arrependimento”. (Atos 26:20) Assim,
quando um desassociado abandona a prática errada que
fez com que a congregação o removesse qual “fermento”,
esta mudança pode ser considerada pelo menos como
algum indício de que ele dá ‘meia-volta’ e se arrepende de
seu proceder anterior. — Atos 3:19.

14. De que outro modo poderá o desassociado manifestar ‘frutos


próprios de arrependimento’, e em que circunstância poderá um ancião
achar bom dirigir-se a tal?

14 O desassociado poderá também fornecer evidência de


‘frutos próprios de arrependimento’ por freqüentar as
reuniões cristãs acessíveis ao público. Novamente, se ele ou
ela viesse ali para argumentar a favor dum proceder errado
ou para justificá-lo e tentar convencer outros do conceito
antibíblicos, então se enquadraria na descrição de 2 João 7-
11. Mas quando não há tal tentativa, não estaria em
desacordo com o conselho bíblico se o ancião se chegasse
a tal (talvez ao observar a presença dele ou dela nas
reuniões por várias vezes) e lhe dirigisse palavras de
exortação visando produzir uma cura espiritual e o pleno
exortação, visando produzir uma cura espiritual e o pleno

restabelecimento como membro aprovado da


congregação. — Tia. 5:19, 20.

15. Quando um desassociado tiver sério impedimento para pôr em


prática seu desejo de freqüentar às reuniões, o que se poderá fazer
corretamente?

15 Em alguns casos, o desassociado talvez tenha um


impedimento real para chegar a tais reuniões cristãs,
embora tenha o desejo de fazê-lo. O lugar de reunião talvez
esteja muito distante e não seja servido por transportes
públicos. Ou talvez outras circunstâncias pessoais ou físicas
possam ser um obstáculo sério a ir às reuniões. Num caso,
uma senhora que havia sido desassociada gastou oito
dólares de taxi para chegar a uma reunião. Ela informou os
anciãos que queria assistir, mas não podia financeiramente
continuar a arcar com tal despesa. Até mesmo demonstrou
a genuinidade de seu desejo, certo domingo, por andar a
pé toda esta distância. Se os membros da congregação
vissem alguém assim ir tal distância até o lugar de reunião
e tivessem lugar no carro para dar carona, não seria
humanitário ajudar a tal pessoa?

16. Por que é preciso ter cautela em tais arranjos, e, por isso, o conselho
de quem se deve procurar sabiamente?

16
Naturalmente, onde não houver evidência de “frutos
próprios de arrependimento” e se souber que a pessoa
ainda continua num proceder imoral, isto mudaria a
situação, visto que prover condução ou outra ajuda regular,
similar, a tal pessoa seria causa de vitupério para a
congregação na comunidade. Por este motivo, quando 69

os membros da congregação souberem de alguém


desassociado e que aparentemente necessita e deseja
ajuda para poder freqüentar as reuniões, fariam bem em
procurar o conselho dos anciãos da congregação, antes de
providenciarem isso eles mesmos. — 1 Ped. 2:12; 3:16.
DENTRO DO CÍRCULO FAMILIAR
17. Que obrigações e relações bíblicas permanecem em vigor dentro do
círculo familiar, apesar de desassociação?

17
Visto que as relações consangüíneas e maritais não são
dissolvidas pela desassociação congregacional, a situação
dentro do círculo familiar exige consideração especial. A
mulher cujo marido foi desassociado não está livre do
requisito bíblico de respeitar a chefia marital dele sobre ela;
apenas a morte ou o divórcio bíblico, separando-se do
marido, resulta em tal livramento. (Rom. 7:1-3; Mar.
10:11, 12) Tampouco o marido fica desobrigado de amar
sua esposa como “uma só carne” com ele, embora ela
possa ter sido desassociada. (Mat. 19:5, 6; Efé. 5:28-31) De
modo similar, os pais continuam sob a injunção de
‘prosseguir criando os filhos na disciplina e na regulação
mental de Jeová’, embora o filho ou a filha batizados, ainda
menores, tenham sido desassociados. (Efé. 6:4, ed. ingl.
1971) E os filhos e as filhas, de qualquer idade, continuem
sob a obrigação de ‘honrar pai e mãe’, embora um ou
ambos possam ter sido desassociados. (Mat. 15:4; Efé. 6:2)
Isto não é difícil de entender, quando consideramos que,
segundo as Escrituras, os cristãos devem mostrar a devida
honra até mesmo às autoridades políticas deste mundo. —
Rom. 13:1, 7.

18. Como podem os pais cumprir com sua obrigação de criar os filhos
na disciplina e regulação mental de Jeová e ainda respeitar a ação de
desassociação por parte da congregação?

18
Os membros da família podem desincumbir-se destas
obrigações bíblicas e ainda assim não estar em desacordo
com a desassociação congregacional de um dos do seu
círculo familiar. Fazem isso por não manterem
companheirismo espiritual com este. Mas então, como
podem os pais desincumbir-se da obrigação de disciplinar
seus filhos em harmonia com a Palavra de Deus, quando
um de seus filhos foi desassociado? Ainda podem usar a
l d bl d
Palavra de Deus ou outras publicações que consideram a
Bíblia na educação do filho, ou da filha, mas as usam de
modo corretivo, não como que passando ‘agradáveis
momentos’ espirituais com tal, assim como fariam com
outros filhos. Como isto deve ser manejado, cabe aos pais
decidir. Isto não significa ser rude, mas eles não concedem
a tal filho, ou filha, desassociado a mesma relação
espiritual, aprovada, que concedem aos outros. O filho, ou
a filha, desassociado deve ser estimulado a freqüentar o
estudo familiar da Bíblia, para receber a “regulação mental
de Jeová”.

19. Como pode o cristão ou a cristã casado contribuir para a readmissão


de seu cônjuge sem estar em desacordo com a ação de desassociação
por parte da congregação?

19 Do mesmo modo, quando o cônjuge de alguém é


desassociado, o outro cônjuge, sendo “uma só carne” com
este, poderá de direito fazer o que ele, ou ela, possa para
levar tal ao arrependimento e à readmissão na
congregação. Refrear-se do companheirismo espiritual não
excluiria o uso da Bíblia ou de publicações que explicam a
Bíblia, pois, conforme já vimos, companheirismo significa
reciprocidade de sentimentos e conceitos, igualdade
camaradesca. Se o cônjuge em boa situação usar a Palavra
de Deus ou publicações baseadas nela apenas como meio
restaurador e corretivo, isto não seria tal companheirismo.
Assim, o marido que planeja fazer leitura de matéria bíblica
poderá animar a esposa desassociada a escutar a sua
leitura. Ou a esposa, cujo marido foi desassociado, poderá
perguntar-lhe se gostaria de escutar enquanto ela fizesse
tal leitura. Naturalmente, esta leitura poderá resultar numa
palestra. Neste caso, mantém-se a abstenção do
companheirismo de modo espiritual por cuidar de que não
haja participação em sentimentos ou atitudes erradas
manifestadas pelo desassociado, nem disposição de 69

aceitar a tolerância da ação errada, que levou à


desassociação dele ou dela. (Veja o livro Organização Para
Pregar o Reino e Fazer Discípulos página 172 )
Pregar o Reino e Fazer Discípulos, página 172.)

20. (a) Seria necessário remover dum cargo de responsabilidade


congregacional o pai que permitisse que o filho ou a filha desassociado
voltasse para casa? O que está envolvido nisso? (b) O que poria em
dúvida ser aconselhável sua continuação em tal cargo de
responsabilidade?

20
Em alguns casos, o filho ou a filha menores talvez sejam
desassociados por algum proceder imoral e abandonem o
lar. Mais tarde, tal pessoa poderá reconsiderar isso e pedir
permissão de voltar para casa. A concessão disso cabe aos
progenitores decidir, especialmente ao pai. Quando o filho
ou a filha expressarem a disposição de respeitar a chefia
parental, o pai talvez decida permitir tal retorno e use isso
como meio para conseguir a possível reabilitação do filho
ou da filha. Se o pai for ancião ou servo ministerial, isto não
necessariamente exija que seja removido do cargo,
enquanto ainda gozar do respeito da congregação.
Naturalmente, se o filho ou a filha quiserem voltar e ainda
continuar na prática imoral que levou à desassociação,
dificilmente o pai cuidaria bem dos interesses espirituais de
sua família, se permitisse tal proceder de contaminação
espiritual a retornar ao círculo familiar. Isto corretamente
lançaria dúvida sobre suas qualificações para qualquer
cargo de responsabilidade na congregação. — 1 Tim.
3:4, 5, 12.

21. Quem precisa corretamente decidir até onde vai a associação com
parentes desassociados que não moram no mesmo lar? Quando
somente se envolveriam os anciãos congregacionais?

21
Quanto a membros desassociados da família (não filhos
ou filhas menores), que moram fora do lar, cada família terá
de decidir até que ponto mantenham associação com tais.
Não é algo que os anciãos congregacionais podem decidir
por eles. O que interessa aos anciãos é que o “fermento”
não seja novamente introduzido na congregação pelo
companheirismo espiritual com os que foram removidos
por serem tal “fermento”. Assim, quando um progenitor
p ,q p g
desassociado visitar o filho ou a filha, ou for ver os netos, e

se lhe permitir entrar no lar cristão, não é isto de interesse


para os anciãos. Tal pessoa tem o direito natural de visitar
seus parentes consangüíneos e a sua prole. De modo
similar, quando filhos ou filhas honram um progenitor,
embora desassociado, por visitá-lo para ver como está
passando ou quais as necessidades que possa ter, este ato
em si mesmo não é companheirismo espiritual.

22. Além dos filhos desassociados, por que talvez possam outros
membros desassociados da família ser aceitos como moradores no lar
cristão, e a quem cabe tal decisão?

22 Em alguns casos, quando o progenitor desassociado é


idoso ou não goza de boa saúde e precisa de cuidados, o
filho ou a filha talvez achem aconselhável trazer tal
progenitor ao lar, para cumprirem corretamente com as
obrigações filiais. Do mesmo modo, também, os pais
cristãos dum filho ou duma filha desassociado, que não é
mais menor, talvez decidam aceitar a tal de volta no lar, por
ter um grave problema de saúde ou ter sido incapacitado
num acidente, ou estar financeiramente destituído. Estas
são decisões humanitárias que a família cristã precisa fazer,
e não se requer que os anciãos congregacionais
intervenham quando não houver evidência válida da
reintrodução duma influência corrompedora na
congregação.

23. Em que circunstâncias seria correto negar até mesmo aos membros
da família a entrada no lar cristão?

23
No entanto, mesmo quando se trata de parentes,
quando o desassociado usar seus vínculos familiares como
meio para se entregar a uma atividade tal como a descrita
em 2 João 7-11, seus parentes cristãos negarão
corretamente a tal a entrada no seu lar, informando o
desassociado que não está bem-vindo, visto que a visita
tem o objetivo de promover crenças ou conduta errada. —
Judas 3 4; veja Deuteronômio 13:6-8
Judas 3, 4; veja Deuteronômio 13:6-8.

24. Não estando envolvidas relações carnais, de quem devem os


membros da congregação esperar corretamente que tomem a dianteira
na possível readmissão dos desassociados?

24
Quando não está envolvida uma relação carnal, os
membros da congregação farão bem em reconhecer que 69
é melhor que os anciãos, como pastores do rebanho,
assumam a responsabilidade primária de exortar ou fazer
empenho em prol da reabilitação dos desassociados que,
embora em certo sentido ‘ainda estejam longe’, iguais ao
filho pródigo, não obstante, dão evidência de que desejam
adotar o proceder certo. Em alguns casos, os anciãos talvez
achem que certas pessoas poderiam ajudar na reabilitação
dum desassociado, talvez por terem sido os primeiros a
ajudá-lo a obter conhecimento da verdade bíblica.

PROVEITO DO CONCEITO
EQUILIBRADO
25. (a) O que nos habilitará a manter o conceito equilibrado para com os
desassociados? (b) Como se entrega alguém a Satanás para a
destruição da carne a fim de que o espírito seja salvo’, conforme diz
1 Coríntios 5:5?

25
Por nos apegarmos às Escrituras, nem menosprezando o
que elas dizem, nem ler nelas coisas que não dizem,
seremos habilitados a manter um conceito equilibrado para
com os desassociados. Sempre nos lembraremos do motivo
da desassociação, de manter a congregação pura e
aprovada por Deus, livre de influência corrompedora. Tal
“fermento” ‘levedaria’ espiritualmente a “massa” inteira, a
congregação. De modo que a congregação, com efeito,
‘destrói’ esta pecaminosa influência carnal, eliminando-a de
seu meio por expulsar o transgressor impenitente para o
mundo dominado por Satanás, fazendo isso para preservar,
salvar, o “espírito”, o conceito predominante, sentimento e
motivação da congregação. — 1 Cor. 5:5.
26. (a) O que serão habilitados a refletir os membros da congregação
pelo conceito equilibrado e que efeito bem proveitoso e animador pode
isso ter sobre os desejosos de serem readmitidos na congregação? (b) O
que poderão os anciãos agora achar aconselhável fazer no caso de
certos desassociados que moram no território servido pela
congregação?

26
Ao mesmo tempo, o conceito equilibrado fará com que
continuemos a refletir harmoniosamente as qualidades
divinas de nosso Pai celestial, que é tanto justo como
misericordioso. Os que talvez tenham sido desassociados e
cujo coração sinceramente os induz a querer retornar,
portanto, não terão motivo para hesitar ou duvidar quanto
ao modo em que serão acolhidos seus esforços de retornar.
Não temerão ser repelidos em frieza e indiferença.
Reconhecerão que sua situação não é irremediável e que os
anciãos da congregação lhes mostrarão prestimosamente o
que terão de fazer para recuperar uma posição aprovada
na congregação do povo de Deus e para usufruir
plenamente todos os seus benefícios. Quando os anciãos
tiverem motivo real para crer que alguns desassociados no
território servido pela congregação desconheçam tais
provisões, poderão achar aconselhável comunicar-lhes esta
informação.

27. (a) O que é essencial para alguém ser readmitido numa condição
aprovada na congregação? (b) Por que devem os desejosos de serem
readmitidos ser induzidos a mostrar esta qualidade e dar os passos
necessários para a alegria de toda a família de Deus no céu e na terra?

27
É verdade que, recuperar a condição aprovada na
congregação, exigirá genuína evidência de humildade da
parte do desassociado. (Isa. 57:15; Tia. 4:8-10) Mas a
própria vida está em jogo, e, visto que o “tempo aceitável”
da boa vontade e tolerância de Deus já ficou agora tão
curto, eles certamente não desejarão que o orgulho lhes
impeça voltarem ao seu Pai celestial e procurarem
novamente uma situação boa perante ele e a plena
associação com seus filhos espirituais ou prospectivos
filhos na sua relação familiar feliz. (2 Cor. 6:1, 2) Antes,
ç ( , ) ,
serão gratos a Deus por ter feito tais provisões

misericordiosas para o perdão e a readmissão,


reconhecendo que ‘esta qualidade benévola de Deus está
tentando levá-los ao arrependimento’. — Rom. 2:4.

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