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V JORNADA NACIONAL DA AGROINDÚSTRIA

Bananeiras, 11 a 14 de setembro de 2012


ISSN 1980-1122

MANEJO NA COBRIÇÃO E NO PARTO DE SUÍNOS NAS MESORREGIÕES DO ESTADO


DA PARAÍBA COM ÊNFASE NA AGRICULTURA FAMILIAR
Naijany Aparecida Pacheco de Sousa¹ Terezinha Domiciano Dantas Martins1 Dayanna
Medeiros da Costa1 Rosilda Renovato da Silva1 Walter Francisco da Silva1
CCHSA-UFPB¹ naijany.nadjy@hotmail.com

Área: (Produção agropecuária)


Instituição fomentadora (CNPq)

Introdução
A suinocultura moderna se destaca por altos índices de produtividade. O uso de alta
tecnologia é prática rotineira nas granjas técnificadas de suínos localizadas principalmente
nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Outro fator importante para a maximização da
atividade suinícola é o manejo reprodutivo, não só para a perpetuação da espécie, mas
principalmente por ser fator decisivo no desempenho econômico, pois esta diretamente
ligada à produtividade da atividade. Porém, as regiões Norte e Nordeste se caracterizam por
uma suinocultura de baixa tecnologia, ainda pouco produtiva, pois a escassez e
consequente alta no preço dos insumos têm limitado o aumento da produtividade e
expansão da atividade. Na maioria dos estados nordestinos é desenvolvida de forma
rudimentar, com o emprego da mão-de-obra familiar e em pequenas propriedades, um
sistema típico de agricultura familiar. Os baixos índices reprodutivos observados na região
estão associados à maneira de se produzir suíno, a genética pouco expressiva originada de
cruzamentos de animais nativos e raças locais, aliado a fatores sócio-culturais e climáticos,
favorece a pequena expressão da atividade na região (SOLLERO, 2006). A criação de
suínos no estado da Paraíba que de acordo com dados do IBGE (2006) possui um efetivo
de 106 mil suínos envolvendo cerca de 30 mil produtores que criam em média 4,5 animais,
neste sentido possui características predominantemente locais, relacionadas às tradições
familiares. Segundo Rodriguez (2002), a criação e manejo dos suínos produzidos no Estado
da Paraíba realiza-se na sua maioria em instalações rústicas, muitas vezes limitada a “fundo
de quintal” apresentando características reprodutivas e padrão genético de baixa
produtividade.
Objetivos
O trabalho teve como objetivo geral caracterizar o manejo no momento da cobrição e do
parto nas criações de suínos das mesorregiões do Agreste, Zona da Mata, Borborema e
Sertão, do estado da Paraíba com ênfase na agricultura familiar.
V JORNADA NACIONAL DA AGROINDÚSTRIA
Bananeiras, 11 a 14 de setembro de 2012
ISSN 1980-1122

Metodologia
A pesquisa foi desenvolvida com produtores das criações familiares de suínos em 64
municípios paraibanos. Inicialmente foi realizadas reuniões nos Sindicatos dos
Trabalhadores Rurais, Emater, e Associações dos municípios envolvidos na pesquisa, com
o objetivo de fazer o levantamento dos nomes e endereços dos criadores de suínos. As
coletas de informações foram realizadas através de visitas “in loco” aos criatórios de suínos
localizados nas mesorregiões do Agreste, Borborema, Zona da Mata e Sertão paraibano.
Durante o período de junho de 2008 a dezembro de 2009, foram visitadas 2.214
propriedades urbanas e rurais que tem como atividade a suinocultura. Para a coleta dos
dados da pesquisa foi elaborado um questionário semi-estruturado com questões fechadas,
de acordo com (Guilhermino & Grossi, 1996). Na Mesorregião do Agreste paraibano foi
entrevistado um total de 722 criadores de suínos, na mesorregião da Borborema foram
entrevistados 537 produtores, na mesorregião da Zona da Mata foi aplicado um total de 137
formulários e no Mesorregião do Sertão entrevistou-se 818 criadores. A pesquisa foi
coordenada por professores da Universidade Federal da Paraíba, do Centro de Ciências
Humanas Sociais e Agrárias, do Departamento de Agropecuária (UFPB/CCHSA/DAP),
Campus III do Município de Bananeiras – PB, e com participação de pesquisadores,
técnicos, colaboradores, estudantes bolsistas do CNPq, e voluntários, que foram
responsáveis pelo desenvolvimento das atividades durante toda a execução do projeto. As
principais variáveis avaliadas foram questões relacionadas com o manejo na cobrição e no
parto de suínos. Os dados coletados foram tabulados e avaliados mediante distribuição de
frequência utilizando-se o programa Microsoft Office Excel 2007.
Resultados e Discussão
Os resultados apresentados na tabela 1 mostram as características do tipo de mota no
momento da cobrição (sem controle, auxiliada e acompanhada, Inseminação Artificial e a
Monta Natural) nas mesorregiões do Agreste, Zona da Mata, Sertão e Borborema, do estado
da Paraíba. Observa-se que 86,8% dos criadores de suínos não realizam nem tipo de
manejo durante o período de cobrição, 9,6% realizam as cobrições com algum
acompanhamento ou auxiliada, 1,9% realizam a inseminação artificial e monta natural e
apenas 1,7% realizam apenas a inseminação artificial. Os resultados para as características
dos partos dos suínos (Tabela 2) foram verificados que 68,1% dos partos são sem controle,
mostrando assim que falta uma controle nesta fase que é de suma importância, já 22,1% é
assistido e apenas 9,8% é assistido e auxiliado. Com isso, os produtores devem ter um
maior cuidado para que ao final aumente significativamente a sua produção, e tenham
retorno financeiro. Segundo Roppa (1999), o índice de sobrevivência dos leitões durante e
logo após o parto não depende somente de um parto bem sucedido, mas também do
manejo realizado no acompanhamento do mesmo e do meio ambiente fornecido aos leitões.
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Portanto, é fundamental que haja um acompanhamento do parto pelo tratador para diminuir
a taxa de mortalidade durante o mesmo. Acompanhar o parto, interferindo de maneira
oportuna, é fundamental para o sucesso da criação. Podemos ressaltar ainda que, se ter um
acompanhamento durante o parto e muito importante, pois, esta é, sem dúvida, uma das
etapas de maior importância na produção de suínos. Qualquer problema que ocorrer
durante o parto pode afetar drasticamente a eficiência, tanto da porca quanto do leitão.
Considerações Finais
A partir dos resultados obtidos neste trabalho podemos ressaltam que as criações de suínos
no estado da Paraíba têm uma grande predominância da agricultura familiar e maioria dos
produtores não realizam o controle sobre o manejo reprodutivo, mais de 80% não tem
controle no momento da cobrição e mais 60% não tem controle no momento do parto sendo
esses de suma importância para um aumento significativo da produção e da produtividade
da atividade suinícola. Mas para que isso aconteça é necessário o investimento de políticas
públicas bem definidas para reverter esta situação e promover o desenvolvimento rural
sustentável para esta atividade produtiva.
Referências
GUILHERMINO, M. M.; GROSSI, S. F. Técnicas de inquérito na produção animal. B.
Indústr. Anim, v.53, n. único, 1996. 91-98 p.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo agropecuário de 2006.
Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/pecua/default.asp?z=t&o=21&i=P>.
Acessado em: 15/03/2008.
MANNO, M.C.; OLIVEIRA, R.F.M.; DONZELE, J.L. et al. Efeito da temperatura ambiente
sobre o desempenho de suínos dos 15 aos 30 kg. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 34,
n. 6, p.1963-1970, 2005.
PA LOVATTO. Suinocultura geral, Capítulo 06 Manejo reprodutivo. Disponível em:
<http://w3.ufsm.br/suinos/CAP6_reprod.pdf>. Acesso em: 01/08/2011.
ROPPA, L. Situação atual e tendência da suinocultura mundial. In: SEMINARIO
INTERNACIONAL DE SUINOCULTURA. 4. 0102. Set. 1999. São Paulo. Anais…Concordia:
EMBRAPA – ENPSA, 1999. 146p.
RODRIGUEZ, J. L. Atlas Escolar da Paraíba. 3ª ed. Editora: Grafset. João Pessoa: 2002 p.
112.
SOLLERO, B. P. Diversidade genética das raças naturalizadas de suínos no Brasil por
meio de marcadores microssatélites. Dissertação em Ciências Agrárias (Mestrado).
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária. Universidade de Brasilia. Brasilia, pp 87,
2006.
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Tabela 1. Características do manejo na cobrição


Mesorregiões
Zona da Total
Agreste Mata Sertão Borborema Geral %
1. Tipo de monta
Sem controle 159 39 145 73 416 86,8
Auxiliada e acompanhada 27 10 4 5 46 9,6
Inseminação Artificial 0 8 0 0 8 1,7
IA e MN 9 0 0 0 9 1,9
Total 186 66 149 78 479 100,0
*IA = Inseminação Artificial; MN= Monta Natural

Tabela 2. Características dos partos de suínos nas mesorregiões do estado da


Paraíba
Mesorregiões
Zona da Total
Agreste Mata Sertão Borborema Geral %
1. Tipo de parto
Sem controle 112 31 133 50 326 68,1
Assistido 46 25 16 19 106 22,1
Assistido e auxiliado 28 10 0 9 47 9,8
Total 186 66 149 78 479 100,0

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