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Trácia: região da Europa Oriental, atualmente dividida entre a Grécia, a Turquia e a Bulgária; na Antiguidade, estava limitada pela Macedônia, a oeste;
Rio Danúbio, ao norte; Mar Negro, a leste; e o Estreito de Bósforo, ao sul.
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Os conflitos religiosos
As preocupações religiosas atingiram proporções
exageradas em Constantinopla, como relata Gregório de
Nissa, padre da igreja bizantina. O povo discutia a religião
com ardor, muitas vezes questionando os dogmas
Mapa do Império Bizantino. básicos do cristianismo e dissimulando fortes compe-
tições políticas. O imperador Justiniano, consciente
2. Justiniano: dessas dissensões, procurou unificar a religião ortodoxa
grega, submetendo a Igreja à sua autoridade e perpe-
o apogeu do Império tuando o cesaropapismo, largamente utilizado pelos
seus sucessores. A construção da lgreja de Santa Sofia
Petrus Sabatus era filho de camponeses e sobrinho do pretendia demonstrar a preocupação do imperador em
imperador bizantino Justino I. Em 502, foi trazido para a tutelar a Igreja ao poder do Estado.
Corte, sendo preparado para dar sequência à dinastia Procurando evitar que o divisionismo religioso
Justiniana, uma vez que o imperador não tinha filhos. afetasse a unidade do império, Justiniano combateu
Recebeu uma educação esmerada e o aristocrático nome fortemente as heresias, sobretudo aquelas que envol-
de Flavius Justinianus, assumindo o trono em 527. viam Jesus Cristo, como o arianismo, o nestorianismo e
Em seu governo, desempenhou o papel de um ver- o monofisismo. Em razão, porém, da forte influência da
dadeiro imperador romano, bem como de um monarca imperatriz Teodora, adepta do monofisismo, que tinha
oriental. Controlava a diplomacia, as finanças, as leis e os como principais centros a Síria e o Egito, o imperador
negócios militares, cercando-se de uma autoridade abso- tentou conciliar os interesses dessa heresia com a
luta e dando ao seu poder um caráter quase sagrado. ortodoxia defendida pela Igreja, evitando desta forma
um choque direto com a Igreja de Roma.
? Saiba mais
Arianismo: doutrina do bispo de
Ário, de Alexandria (280-336), se-
gundo a qual era Cristo uma criatura
de natureza puramente humana.
Nestorianismo: heresia defendida
pelo patriarca de Constantinopla,
Nestório, o qual sustentava que se
deviam distinguir em Cristo duas
naturezas: a humana e a divina, sem
O imperador Justiniano acompanhado de sua que pudessem se fundir. Como um
Corte, mostrando aspectos da influência romana e oriental. ator, Cristo ora era homem, ora deus.
Monofisismo: doutrina daqueles
O governo de Justiniano está diretamente associado que admitiam em Jesus Cristo uma
à importância que teve sua esposa Teodora, “uma das só natureza: a divina.
A imperatriz Teodora.
mulheres mais interessantes e mais bem dotadas da his-
tória bizantina”. Apesar de sua origem humilde, filha de
um domador de ursos, soube exercer profunda influência
nos assuntos do Estado e nas decisões do imperador. Revolta Nika
No início de seu reinado, Justiniano esteve a ponto
A economia bizantina de ser deposto por uma sublevação. Em 532, o
A economia do Império Bizantino era essencialmente imperador encontrava-se no hipódromo, onde, segundo
agrícola e de bases escravistas. Existia ainda um importan- o costume, os espectadores torciam para a equipe azul
te comércio, tendo como seus principais centros Antioquia ou então para a equipe verde (relativo à cor do uniforme
(Síria), Alexandria (Egito) e a própria Constantinopla. dos jóqueis). Os primeiros representavam os católicos
ortodoxos, ligados à aristocracia fundiária, e os segun-
Dissensão: divergência de opiniões ou de interesses; desavença.
dos, os monofisistas, representando os interesses dos
Cesaropapismo: submissão da Igreja ao Estado. artesãos e dos comerciantes. Justiniano apoiava os
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azuis e os partidários verdes perturbavam os jogos com O expansionismo teve início com a reconquista da
seus gritos. Ao final, Justiniano, irritado, chamava-os de África, sob o domínio dos vândalos. Seu êxito deveu-se
bêbados. Estes por sua vez revidavam, xingando-o de não apenas à eficiência militar do general Belisário, com
asno, ignorante e idólatra. A polícia prendeu alguns, um exército de 15.000 soldados, como também à crise
porém seus companheiros os libertaram e, por sua vez, política em que se encontrava o reino bárbaro, dividido
azuis e verdes se uniram contra o imperador. Logo, uma em duas facções religiosas: o arianismo e o cristianismo.
parte da cidade se sublevou. Isso durou cinco dias e os A relativa facilidade da conquista africana estimulou
sediciosos proclamaram um novo imperador ao grito de Justiniano a investir contra os ostrogodos, na Itália. As
“Nika” – que em grego significa vitória –, acusando seu divisões políticas existentes no Reino Ostrogótico
governo de ilegítimo. favoreceram a vitória dos exércitos bizantinos, comanda-
Justiniano temeu enfrentar a multidão e muitos de dos pelos generais Belisário e Narses. Fundou-se, na Itá-
seus conselheiros lhe sugeriram que fugisse. Teodora lia, o Exarcado de Ravena, centro das decisões bizanti-
interferiu afirmando: “Quem recebeu a vida não a nas na Península Itálica.
recebeu senão para perdê-la. Porém, quem foi investido Em razão do rompimento da “paz perpétua”, Justi-
do poder soberano não deve sobreviver à sua perda.” niano voltou a concentrar seus esforços no Oriente, sus-
Justiniano, envergonhado de sua fraqueza, ordenou pendendo temporariamente o expansionismo ocidental.
ao general Belisário que reprimisse a revolta. Com as tro- Após o retorno à paz com os persas, os exércitos bizan-
pas na rua, 30.000 foram mortos e a rebelião sufocada. tinos conquistaram a Espanha meridional aos visigodos.
A revolta evidencia o descontentamento com o O Império Bizantino chegava, desta forma, ao limite
dirigismo estatal sobre a religião, a economia, as leis e máximo de sua expansão geográfica e militar. Após a
os altos impostos. morte do grande imperador, as regiões conquistadas na
África e na Espanha caíram sob o domínio dos árabes,
A obra legislativa que também conquistaram o Egito, a Síria, a Palestina e
a Mesopotâmia. Era o fim do sonho de reconstrução do
A carreira de Justiniano, como legislador, iniciou-se
Império Romano.
logo após ter assumido o trono, quando resolveu fazer
uma revisão e uma codificação do Direito existente para
que correspondesse às necessidades reais e servisse 3. Conclusão
como base legal para o seu governo.
Redigida por uma comissão de juristas presidida por
A morte de Justiniano foi festejada pela população
Triboniano, essa obra recebeu o nome de Corpus Juris
de Constantinopla, que esperava, a partir daí, um período
Civilis, contendo quase 2.000 anos de jurisprudência
de paz e diminuição da excessiva carga tributária. Seus
romana e dividindo-se em: Codex (Código), que, com-
sucessores enfrentaram profundas dificuldades na
posto de doze livros, faz uma revisão sistemática das leis
condução da administração, entrando o Império
desde o tempo de Adriano até o momento de sua com-
Bizantino em um lento processo de decadência.
pilação; Digesto ou Pandectas, que, considerada uma
A Dinastia dos Herá-
das obras mais estruturadas de todos os tempos, é uma
clidas (610 a 717), que
vasta enciclopédia metódica, abrangendo as decisões
sucedeu a Justiniano,
dos maiores jurisconsultos romanos dos séculos II e III;
enfrentou o expansionis-
as Institutas, resumo dos princípios do novo Direito para
mo do Islão, perdendo
aprendizagem dos estudantes; as Novellae (Novelas),
vários de seus territórios.
que contêm a legislação elaborada no governo de Justi-
As constantes invasões e
niano, a qual serviria para seus sucessores.
insurreições ocorridas no
O Corpus Juris Civilis foi criado, em princípio, para
vasto império neces-
atender às necessidades do Império Bizantino, porém
sitavam de um poderoso
acabou estendendo-se também para o Ocidente.
exército, comprometendo
Correspondeu às atividades dos legistas medievais e,
as frágeis finanças do
durante a Época Moderna, foi utilizado pelos Enciclope-
reino.
distas em suas reivindicações, perdurando até os dias
atuais, pois serviu de modelo para as nações europeias
e para a América Latina. Os bizantinos
acreditavam num
poder milagroso dos ícones.
A reconquista do Ocidente
Após um século de crise, a Dinastia Isáurica (717 a
A política externa, defendida por Justiniano, 802), fundada pelo imperador Leão III, deu início a uma
consistia em restaurar as antigas fronteiras do Império fase de reorganização do Império, que se distanciou de-
Romano, por meio de guerras ofensivas. Visando a isto, finitivamente das estruturas ocidentais, e tornou-se cada
estabeleceu uma “paz perpétua” com os persas, seus vez mais um Estado grego-asiático. É nesse sentido que
antigos inimigos do lado oriental. surgiu o movimento iconoclasta, por meio do qual o
Exarcado: governo militar, abrangendo também funções civis, imperador proibiu a representação e o culto às imagens
estabelecido pelos imperadores bizantinos nas regiões reconquistadas sagradas, ordenando sua destruição, que provocou forte
dos bárbaros germânicos. reação da população e do papado romano.
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A (MODELO ENEM) – Segundo a crença que, recuperando os princípios originais do central e à influência das províncias asiáticas,
dos cristãos de Bizâncio, os ícones (imagens monoteísmo judaico-cristão, condenava a que defendiam a dupla natureza de Cristo
pintadas ou esculpidas de Cristo, da Virgem e materialização da essência sagrada da (divina e humana).
dos Santos) constituíam a "revelação da divindade em pedaços de pano ou madeira. b) a Questão Iconoclasta expressou as
eternidade no tempo, a comprovação da e) descontentamento imperial com o divergências entre os sacerdotes orientais
própria encarnação, a lembrança de que Deus crescente prestígio e riqueza dos mosteiros (egípcios e maronitas) — defensores do culto
tinha se revelado ao homem e por isso era (principais possuidores e fabricantes de das imagens — e os sacerdotes ocidentais
possível representá-lo de forma visível." ícones), que atraíam para o serviço monástico (gregos e latinos) — contrários ao culto das
(Franco Jr., H. e Andrade Filho, R. O. numerosos jovens, impedindo-os com isso, de imagens.
O Império Bizantino. São Paulo: Brasiliense, contribuírem para o Estado na qualidade de c) o Cisma do Oriente (1054) dividiu o
1994. p. 27). soldados, marinheiros e camponeses. Cristianismo em duas Igrejas, a Católica
Resolução Romana e a Cristã Ortodoxa, significando um
Apesar da extrema difusão da adoração dos A alternativa pode ser escolhida por elimina- dos passos decisivos para a afirmação do
ícones no Império Bizantino, o imperador Leão ção, devido ao absurdo das demais afirmações. poder papal na Europa Ocidental e da influência
III, em 726, condenou tal prática por idolatria, Contudo, a questão iconoclasta desencadeada bizantina no Leste Europeu.
desencadeando assim a chamada "crise por Leão III (e continuada por seus sucessores) d) o Tribunal do Santo Ofício (a Inquisição)
iconoclasta". buscava eliminar o poder do clero bizantino, servia para garantir a ortodoxia da Igreja e foi
Dentre os fatores que motivaram a ação de cuja influência sobre a população ameaçava a criado pelo Basileus como instrumento de
Leão III, podemos citar o (a) autoridade imperial. controle do poder central sobre as heresias,
a) intolerância da corte imperial para com os Resposta: E que explodiram primeiramente no Império
habitantes da Ásia Menor, região onde o culto Bizantino.
aos ícones servia de pretexto para a 2 (UFPB – MODELO ENEM) – O Império e) o Arianismo, uma heresia religiosa, foi
aglutinação de povos que pretendiam se Bizantino dominou vastas regiões de responsável pela conversão dos povos
emancipar. diferentes etnias, em três continentes (Europa, germânicos (os "Bárbaros") ao cristianismo,
b) necessidade de conter a proliferação de Ásia e África), sob a égide de um modelo defendendo a superioridade dos povos arianos
culto às imagens, num contexto de reaproxi- teocrático centralizado, conhecido como sobre asiáticos e semitas.
mação da Sé de Roma com o imperador cesaropapismo, no qual o basileu concentrava, Resolução
em suas mãos, a chefia suprema do exército, O “cisma do Oriente” tem suas origens nas
bizantino, uma vez que o Papado se posicio-
da administração do Estado (Poder de César) e
nava contra a instituição dos ícones e exigia a divergências entre os bispados de Constanti-
da religião cristã (Poder de Papa). Por conse-
sua erradicação. nopla e o de Roma, quando este último bus-
guinte, os conflitos de natureza política,
c) tentativa de mirar as bases políticas de cava impor uma série de medidas reformistas
econômica, social e cultural se manifestavam
apoio à sua irmã, Teodora, a qual valendo-se do como questões de religião: as famosas na Igreja. Por não querer se submeter às
prestígio de que gozava junto aos altos "querelas religiosas" bizantinas. orientações do papa, o patriarca Cerulário foi
dignitários da Igreja Bizantina, aspirava Sobre essas querelas, é correto afirmar que excomungado, em 1054, dando origem à
secretamente a sagrar-se imperatriz. a) o Monofisismo, uma corrente religiosa separação entre a Igreja Católica Romana e a
d) aproximação do imperador, por meio do europeia, concebia o caráter unicamente Igreja Católica Ortodoxa.
califado de Damasco, com o credo islâmico Resposta: C
humano de Cristo, contrapondo-se ao poder
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1 Por que o Império Romano do Oriente foi também chama- (2) De 395 até 1453, a cidade funcionou como centro político
do de Império Bizantino? e econômico, quando foi conquistada por Maomé II.
RESOLUÇÃO: (3) O grande imperador de Bizâncio foi Justiniano, de origem
Porque a maior parte do povo que habitava a região falava humilde, mas protegido por seu tio, o imperador Justino.
grego e a cidade de Constantinopla (capital) estava localizada (4) Teodora, uma ex-atriz, teve pouca influência no governo de
onde antigamente fora a colônia grega de Bizâncio.
Justiniano.
(5) No Corpus Juris Civilis, Justiniano organizou uma compila-
ção das leis romanas desde a República até o Império.
(6) Para facilitar a consolidação de sua monarquia universal,
Justiniano procurou dar unidade ao cristianismo, combatendo
2 Vários conflitos religiosos marcaram a história do Império as heresias.
Bizantino durante o governo de Justiniano. Neste contexto, (7) A Revolta Nika, ocorrida no Hipódromo de Constantinopla,
qual foi o significado do cesaropapismo? foi uma das principais ameaças ao trono de Justiniano.
RESOLUÇÃO: (8) Com o objetivo de reconstruir o Antigo Império Romano,
Significou a submissão da Igreja aos interesses do Estado,
Justiniano empreendeu campanhas militares denominadas
procurando desta forma unificar a religião ortodoxa grega e
combater os dissidentes, classificados como hereges. “Reconquista”.
(9) Os generais Belisário e Narses reconquistaram a África, a
Itália e o sul da Espanha.
3 A economia de Bizâncio, no período da Alta Idade Média
RESOLUÇÃO:
1 – A localização de Constantinopla facilitava sua defesa.
europeia, tinha aspectos característicos, como 2 – Constantinopla foi conquistada pelos turcos otomanos.
a) o monopólio de alguns setores pelo Estado, tendo em vista 4 – Teodora foi fundamental no governo de Justiniano, auxilian-
a segurança do Império. do-o com muita firmeza.
b) o predomínio da iniciativa privada, o que determinou a Resposta: 1, 2 e 4 são falsos (F).
formação de uma classe burguesa.
c) o exercício predominante da aristocracia na produção
industrial.
d) a ampla liberdade quanto aos preços de mercado e ao
pagamento de salários.
e) a liberdade do comércio, sem que o Estado estabelecesse 6 (PUC-PR – Modelo ENEM) – "É bizantino esperar de uma
limite aos lucros. política bancária que aumenta os depósitos compulsórios e
RESOLUÇÃO: que eleva a alíquota do PIS/Cofins uma redução expressiva das
O governo exercia forte controle sobre as atividades comerciais taxas de crédito. Também o é culpar a Selic e o lucro dos
Resposta: A bancos pelos empréstimos caros no Brasil, ignorando as
demais causas. A superação da barreira do crédito demanda
4 Justiniano (527-565), no Império Romano do Oriente, um diagnóstico realista e a eliminação das bizantinices."
enfrentou diferentes dificuldades internas, até mesmo nas (Roberto Luis Troster, Folha de S.Paulo,
relações entre a Igreja e o Estado, em virtude das heresias, 03. Ago.2006, p. A3).
como a dos monofisistas, que entre outros princípios
a) pretendiam a destruição de todas as imagens. O autor nos compara, com muita propriedade, com o Império
b) negavam a natureza humana de Cristo. Bizantino, onde
c) defendiam o conhecimento de Deus, inspirado no misti- a) o povo não era atingido por tributações exageradas, causa
cismo. da paz e equilíbrio sempre presentes naquela sociedade.
d) admitiam o dualismo de inspiração budista. b) seus habitantes deleitavam-se com discussões filosóficas,
e) afirmavam a reencarnação das almas em corpos animais. sutis e que não levavam a nenhuma conclusão.
RESOLUÇÃO: c) as decisões econômicas eram tomadas democraticamente.
mono = um, fisios = natureza ⇒ De acordo com essa heresia, d) havia programas de previdência e aposentadorias bastante
Cristo teria apenas uma natureza (a divina), e não duas como complexos.
afirmava a Igreja. e) as decisões políticas eram tomadas com grande
Resposta: B
objetividade e rapidez.
RESOLUÇÃO:
5 Sobre o Império Bizantino, coloque verdadeiro (V) ou falso Os bizantinos se consideravam herdeiros da cultura grega e por
(F). isso acreditavam que o muito discutir (geralmente coisas inúteis
e fúteis) demonstrava erudição e conhecimento filosófico.
(0) Constantinopla, a “Nova Roma” de Constantino, foi funda-
Resposta: B
da para servir de capital do Império.
(1) Sua localização geográfica era péssima: era descampada
por todos os lados, facilitando as invasões.
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Traços característicos do bizantino O segundo traço característico da “compra os lugares, vende os favores, a
O primeiro traço do bizantino, que se alma bizantina é seu amor inato pela proteção, a justiça. Para enriquecer e subir,
pode sublinhar, é sua superioridade beleza em suas múltiplas manifestações. conta menos com o mérito que com a
As formas humanas, as paisagens intriga, a habilidade, as conspirações ou a
intelectual. Diehl escreve, a propósito, insurreição. Ambiciosos ou servis, igual-
naturais, as construções, os tecidos, os
uma bela página: “Já se analisou a próprios livros eram motivos para a expan- mente sem escrúpulos, igualmente dis-
complexidade infinita da alma bizantina, a são do sentimento pelo belo. Mas esse postos a todas as baixezas e a todas as
flexibilidade perfeita da inteligência, a sentimento revestia muitas vezes um traições, tais se nos deparam, salvo exce-
finura sutil do espírito, a curiosidade caráter transcendental: levava o bizantino ções, os indivíduos da classe dirigente.”
além das aparências, à contemplação A crueldade bizantina reponta na atro-
sempre pronta, a amplitude dos conheci-
mística da Beleza Incriada, Deus. cidade com que se infligiam certos casti-
mentos, a riqueza da vida moral, que gos: narizes cortados, olhos vazados,
caracterizam esses gregos da Idade A religião orelhas arrancadas, lentas agonias que ante-
Média. Em face dos bárbaros que os Os bizantinos não dissociavam as coi- cedem a pena suprema. Diehl salienta
sas belas das verdades proclamadas pela essa mentalidade cruel e a atribui ao fato
cercam, esses bizantinos engenhosos,
religião. Tocamos aqui no terceiro e mais de ser o bizantino um oriental: “Como
cultos e sobretudo extremamente inteli- profundo traço característico da alma bizan- oriental que é, o bizantino tem âmago de
gentes, que pensam em assuntos compli- tina: sua profunda religiosidade. Com alma cruel, cuja emoção é por assim dizer
cados e difíceis e sabem traduzir com efeito a religião impregnava a vida política, açoitada pelos suplícios, pelo sofrimento
beleza seu pensamento, que são capazes social e privada dos bizantinos. (...) e a vista do sangue derramado.”
de aprofundar e discutir os problemas Um quarto traço característico do Como o leitor terá notado através
mais delicados, que, na conduta da vida, povo bizantino encontramo-lo na supers- desses exemplos, a alma bizantina está
tição que é a deformação do verdadeiro repleta de contrastes. Seu temperamento
sabem resolver com elegante habilidade
sentimento religioso. Feitiçaria, astrologia, revela-se “estranhamente apaixonado, tanto
todas as dificuldades e que, ademais, não magia, cartomancia, tratos com o diabo, pelo bem quanto pelo mal; se a inteligên-
se embaraçam com vãos escrúpulos, crendices, oráculos, etc., formavam um cia é precisa e muitas vezes admirável, o
assemelham-se a seres da raça superior, quadro sombrio e ridículo. Para avaliarmos caráter não está geralmente à altura do
a educadores, a mestres.” até que absurdos podiam levar as crenças espírito”. Diehl vê no amor do bizantino
supersticiosas, basta lembrar o fato de pelos êxitos da astúcia e pela perfídia
uma multidão haver destruído em 1204 bem calculada, uma das causas da rápida
uma grande estátua de Atena só porque a desmoralização social. Tal espírito explica
mesma dava a impressão de estar ace- por que, “mau grado suas reais virtudes,
nando para os ocidentais. esses gregos sutis sempre inquietaram a
A corrupção, a intriga e a crueldade são rudeza franca e reta dos latinos, e por que,
traços que os historiadores apontam como enfim, mau grado a grandeza do Império e
próprios do caráter bizantino. Claro está tudo o que ela implica em esforços e
que é necessário evitar as generalizações. mérito, um renome tão desfavorável
adere ao epíteto de bizantino.”
Os traços negativos
Corrupção e intriga havia principalmen- (GIORDANI, M. C. História do Império
te entre as classes dirigentes. O bizantino Bizantino.Petrópolis, Editora Vozes,
1968. pp. 170-171.)
(...)
“Era a educação, e não o nasci-
mento, que permitia o ingresso na
sociedade bizantina. Foi a ignorância da
cultura que tornou Romano I e seus
amigos desprezados nos melhores círcu-
los, enquanto o Patriarca Nicetas, no
século XI, foi objeto de ridículo, por causa
do seu sotaque eslavônico, e o estadista
Margarites foi tratado com desrespeito no
século XIII porque falava com voz pouco
agradável.” Mosaico comumente encontrado nos interiores das Igrejas, representando a figura do Bom Pastor.
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2. A origem e
a vida dos germânicos
As origens dos povos germânicos apresentam dife-
rentes versões por parte dos estudiosos. Uma corrente
alemã diz que faziam parte de uma grande família indo-
-europeia, tendo como habitat a parte oriental da Rússia. Os germanos dedicavam-se à agricultura
rudimentar, cultivando a cevada e o centeio.
Outra corrente afirma que eram originários das regiões
escandinavas e que sofreram influências de outros po- A família era a molamestra da vida social, sendo
vos, acabando por aceitar a língua europeia. Porém, em patriarcal e monogâmica. A moral era bastante rígida e o
relação ao seu físico, ambos concordam que apresenta- castigo pela infidelidade da mulher cabia ao marido, que
vam as seguintes características básicas: estatura geralmente a expulsava da aldeia. Entre os jovens era
elevada, dolicocefalia e carência pigmentária. ensinado o valor da castidade, pois acreditavam que lhes
dariam maior constituição física e melhor controle
emocional. A mulher gozava de um certo prestígio social
em razão da sua importância na educação dos filhos, de
seu conhecimento das plantas medicinais e das
possíveis forças religiosas a ela atribuídas.
A organização política apoiava-se na família, nas
aldeias e nas tribos, à frente das quais se encontravam os
chefes. As tribos eram independentes, reunindo-se ape-
nas em ocasiões extraordinárias ou em épocas de guerra,
inexistindo a estrutura política de Estado como a
compreendemos classicamente. As relações políticas
eram recíprocas e temporárias, definindo-se pelo
comitatus, que teve profunda influência na formação do
feudalismo. O Direito era bastante primitivo, baseando-se
no costume.
Territórios do Antigo Império Romano, conquistados A religião germânica era rica em lendas e mitos. O
e ocupados pelos bárbaros germânicos nos séculos IV e V. paganismo foi uma constante em suas vidas religiosas e
os deuses estavam associados às forças da natureza,
O pastoreio e a caça eram a base de seu sustento. destacando-se: Thor, deus do raio e do trovão, divindade
A agricultura era itinerante e bastante rudimentar, ine- preferida na época histórica; Wotan-Odin, deus da guer-
xistindo um grande apego à terra, talvez para não aban- ra, a divindade mais mencionada na mitologia germânica;
donarem o nomadismo, não perderem o amor à guerra e as Valquírias, virgens guerreiras.
Dolicocefalia: diz-se do tipo humano cujo crânio é oval, sendo o diâmetro transversal menor, em um quarto, do que o longitudinal.
Comitatus: grupos formados pelos guerreiros e pelo seu chefe, com obrigações mútuas de serviço e lealdade.
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Depois da morte de Teodorico, uma violenta crise Os visigodos constituíram um dos mais importantes
política abateu-se sobre o reino e este foi conquistado reinos da Idade Média, desaparecendo em 711 quando o
pelas forças bizantinas do general Narses, em 553. exército muçulmano, sob o comando de Tarik, derrotou-os
na Batalha de Guadalete.
Reino Visigótico (419-711)
Anglo-Saxões (450-1035)
Assim como os ostrogodos, os visigodos também
sofreram a fúria dos hunos sobre suas regiões na Rússia A Bretanha constituiu-se, ao norte, no posto mais
Meridional. Fugindo da terrível ameaça, migraram em avançado do Império Romano. Os bretões romanizados
direção ao Império Romano, onde foram admitidos pelo estavam sob a constante ameaça dos pictos da Escócia
imperador Valente, após a passagem através do rio e dos escotos da Irlanda. Apesar da muralha que o
Danúbio, em 376, formando uma federação. imperador Adriano mandou construir para proteger a
As dificuldades oferecidas pela região provocaram a população bretã, eram constantes as ameaças e muito
revolta dos visigodos contra os romanos, atacando ci- pouco os romanos conseguiram intervir.
dades da Península Balcânica e deixando nas populações
Quando a tempestade das invasões assolou as
sua marca atroz. O imperador romano Valente tentou pôr
fim à revolta dos novos inquilinos, sendo morto e seu regiões centrais do Império, a maior parte das tropas
exército massacrado na Batalha de Andrinopla. romanas foi retirada da Bretanha. Por volta de 450,
Sob o reinado de Alarico, os visigodos dirigiram-se para desembarcaram na ilha os jutos, os anglos e os saxões,
a Itália e por três vezes consecutivas investiram em Roma. povos de origem germânica. Apesar da resistência dos
Em 24 de agosto de 410, a cidade foi saqueada violen- bretões, os conquistadores formaram sete reinos, cuja
tamente, o que abalou o Império Romano. Dirigiram-se unidade nunca se efetivou.
para a Gália, fundando o Reino Visigótico de Toulouse, Na segunda metade do século IX, os vikings iniciaram
que conheceu o apogeu no governo do rei Eurico (466- a conquista da Inglaterra. O rei Alfredo, do Reino de Wessex,
484), responsável pela conquista da maior parte da Espa- empreendeu um notável trabalho de defesa, o que não
nha e pela habilidade com que soube conduzir o reino, foi seguido por seus sucessores, permitindo a conquista
elaborando leis e preservando a administração imperial.
de toda a Inglaterra pelos danos ou dinamarqueses.
Em 507, Alarico II foi derrotado e morto pelo rei fran-
co Clóvis, na Batalha de Vouillé. Os visigodos perderam Canuto, o Grande, ao eleger-se soberano, transfor-
a Gália, ficando reduzidos à Espanha, onde se iniciou o mou o reino em um grande império marítimo nórdico. Ao
segundo Reino Visigótico, com capital em Toledo. No go- converter-se ao cristianismo, estabeleceu a criação de
verno de Recaredo I, convertido ao cristianismo, a Igreja ducados, entregues a seus parentes e companheiros,
Católica passou a ter grande influência sobre o reino. descentralizando a unidade governamental.
Picto: povo celta que habitava a Escócia. Juto: povo germânico originário da atual Jutlândia.
Escoto: povo celta originário da Irlanda, que ocupou a Escócia, dando Ducado: território que constitui o domínio de um duque.
o nome à região.
O conhecimento da História
Os hunos rece, carne esta que esquentam por algum as peludas pernas. Seus calçados disfor-
“Os historiadores antigos mal mencio- tempo, sobre o dorso de seu cavalo entre mes estorvam-lhes a marcha, tomando-os
nam os hunos. Habitam além do paul Meó- suas próprias pernas. Não possuem abrigo. pouco aptos para combater a pé. Di-los-ía-
tido, nas margens do Mar Glacial. Sua fero- Entre eles não se usam casas, nem tam- mos pregados aos corcéis pesados, mas
cidade supera tudo. Por meio de ferro, mar- pouco túmulos. Não encontraríamos nem robustos. Montados neles, assentados por
cam com profundas cicatrizes as faces dos mesmo uma cabana. Passam a vida percor- vezes à maneira das mulheres, os hunos
recém-nascidos, a fim de destruir aí todo o rendo as montanhas e as florestas, enri- se entregam a toda espécie de ocupação.
germe de barba. Assim envelhecem imber- jados desde o berço contra o frio, a fome, A cavalo dia e noite, é de lá que negociam
bes e sem graça, semelhantes aos eunu- a sede. Mesmo em viagem, não entram em suas compras e vendas. Não põem pé em
cos. Têm um corpo grosso, os membros habitação sem necessidade absoluta, e não terra, nem para comer nem para beber.
robustos, e nuca espessa. Suas espáduas se creem nunca em segurança. Cobrem-se Dormem reclinados sobre o magro pesco-
largas tornam-nos assustadores. Diríamos de um linho ou de peles de ratazanas do ço de sua cavalgadura, onde sonham bem
animais bípedes ou destas figuras mal-es- mato, cosidas entre si. Não possuem veste à vontade. É ainda a cavalo que deliberam
boçadas, em forma de troncos que bordam interior nem roupa para visita. Uma vez sobre os interesses da comunidade.”
os parapeitos das pontes. Os hunos não que enfiaram a túnica de uma cor desbota-
cozinham nem temperam o que comem. da, não a deixam mais até que ela caia de (Amiano, Marcelino, apud GIORDANI, M. C.
Nutrem-se apenas de raízes silvestres ou velha. Cobrem a cabeça com chapéus de História dos Reinos Bárbaros. Petrópolis,
de carne crua do primeiro animal que apa- abas caídas. Envolvem em peles de cabra Editora Vozes, 1970. pp. 50-51.)
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A (PucCamp – MODELO ENEM) – Os povos e) os princípios da corveia, o da hospitalidade um reino único, subjugado pelos normandos.
forçada aos nobres e o clima de insegurança Apenas o Reino Franco deitou raízes e
germânicos contribuíram para a formação do
que obrigava as populações a se refugiarem no estruturou-se na Gália."
sistema feudal à medida que trouxeram, para a
campo. (Mello e Costa. História Antiga e Medieval )
Europa Ocidental,
Resolução
a) a ideia de poder político local, a estrutura das
Os elementos descritos na alternativa correta O texto refere-se ao período compreendido
vilas, do clientelismo e do colonato. ressaltam as características gerais da organiza- entre os séculos
b) as bases da organização política, social e ção dos reinos bárbaros germânicos. a) II e III a.C. b) III e V a.C. c) III e VI.
judiciária, e os elementos que contribuíram Resposta: C d) V e XI. e) II e VII.
para o fortalecimento do poder da Igreja.
c) a prática de economia natural, a imobilidade
2 (FGV – modificada – MODELO ENEM) –
Resolução
As datas de formação dos reinos citados não
"Os reinos bárbaros que emergiram da
social, a ausência do Estado e o "comitatus", podem ser fixadas com precisão. Entretanto, é
destruição do Império Romano tiveram curta
com sua noção de reciprocidade. possível considerar os seguintes limites
duração. O reino dos ostrogodos e o dos
cronológicos: o reino visigótico (410 - 711),
d) o regime de trabalho servil baseado nas obri- vândalos foram conquistados pelo Império
ostrogótico (476 a 552), Vândalos (435 - 534),
gações devidas pelos servos fundamentadas Bizantino. O reino dos visigodos acabou
Anglo-saxão (500 a 850 ), e o Franco (criado em
na talha, nas banalidades e nos tributos de destruído pelos árabes. A heptarquia —
507).
sistema de governo de 7 reinos, que só existiu
casamento. Resposta: D
na Inglaterra — anglo-saxônica — deu origem a
1 Aponte as duas versões para a origem dos povos germânicos. (1) Sua economia era baseada em trocas naturais e na explo-
RESOLUÇÃO: ração coletiva da terra, por meio de cultivos agrícolas e da
Uma das hipóteses, a defendida pela escola alemã, é a de que criação de rebanhos.
eram originários da parte oriental da Rússia. A segunda é a de (2) O modo de produção combinava a propriedade comum e a
que eram originários da região escandinava e que, ao sofrer
propriedade individual do solo.
influência de outros povos, acabaram por aceitar a língua
estrangeira. (3) Aos poucos, os camponeses livres foram perdendo sua
independência individual, sendo submetidos à autoridade de
uma nova nobreza.
(4) A sociedade germânica era patriarcal; sob o ponto de vista
religioso, eram animistas, adorando as forças da natureza.
(5) A organização política tinha por base a família, que formava
unidades maiores, até chegar à tribo.
(6) Em tempo de guerra formava-se o “comitatus”, bando
armado, temporário, baseado na reciprocidade das relações
entre líderes e liderados.
RESOLUÇÃO:
2 Comente as relações políticas entre o chefe e os guer- Todas são verdadeiras.
reiros de uma tribo.
RESOLUÇÃO:
Trata-se do comitatus, que definia relações políticas temporárias
e de reciprocidade entre os guerreiros e o chefe da tribo.
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O major domus Pepino de Heristal, duque da tação da economia doméstica, regras para a exploração
Austrásia, aliando-se à Igreja, conseguiu consolidar seu do domínio real etc.
poder, submetendo os demais prefeitos de palácio. Seu No Natal do ano 800, logo após o apoio dado ao papa
filho, Carlos Martelo, demonstrando inteligência política Leão III contra os partidários de uma família inimiga,
e administrativa, consolidou a subordinação dos francos. Carlos Magno foi coroado Imperador Romano do
Após deter o avanço muçulmano na Batalha de Ocidente, cargo desocupado desde 476.
Poitiers, em 732, teve início a centralização política, uma
vez que a Igreja Católica devia a ele a continuação de sua
supremacia sobre a Europa.
Com a sua morte, em 740, tornou-se prefeito do
paço, seu filho Pepino, o Breve. Aspirando ao poder real
e apoiado pelo papa Zacarias, Pepino foi coroado rei dos
francos, em 751, afastando o último rei indolente
merovíngio, Childerico III.
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Com a morte de Luís II, herdeiro de Lotário, a França Os descendentes de Luís, o Piedoso, governaram a
Central foi repartida entre Luís, o Germânico, e Carlos, o França oriental até 911, quando quatro duques germâni-
Calvo, o que enfraqueceu ainda mais o Império cos (Francônia, Saxônia, Suábia e Baviera) fundaram o
Carolíngio, já sofrendo as invasões dos normandos que Reino Germânico. Nessa monarquia, o rei seria um dos
devastaram a região. Alguns nobres sobressaíram-se na duques eleito pelos outros três. Assim, em 936 assume
luta, pois o rei não tinha mais condições de ajudar os o reinado Oto I (da Saxônia) que conquista grande
súditos e deter o avanço da nobreza feudal que se prestígio ao vencer os húngaros e pouco tempo depois
formava. Em 987, Hugo Capeto, conde de Paris, pôs fim (962) foi sagrado imperador pelo papa João XII. Nascia,
à dinastia Carolíngia, substituída pela nova dinastia que então, o Sacro Império Romano Germânico, que
se formava, a dos Capetíngios. duraria até 1806.
Coroação de Carlos Magno pelo Papa Leão III. Estátua equestre de Carlos Magno. Moeda com a esfinge de Carlos Magno.
No Portal Objetivo
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”, digite HIST1M202
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Semita: família etnográfica e linguística, originária da Ásia ocidental, e Razias: guerras rápidas realizadas no deserto.
que compreende os hebreus, os assírios, os aramaicos, os fenícios e Pedra Negra: os árabes acreditavam que a grande pedra foi enviada
os árabes. pelo céu e simbolizava Deus; trata-se, provavelmente, de um meteorito.
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Sincretismo: fusão de elementos culturais diferentes, ou até antagônicos, em um só elemento, continuando perceptíveis alguns sinais originários.
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A mulher, [...] seja irmã, mãe ou os efeitos, casando, de preferência, com perpetuar, sem o mínimo suporte, numa
esposa, não tem outra importância a não a filha do tio paterno, sem que a esposa, sociedade tão furiosamente patrilinear, mas
ser a que lhe conferem o seu lugar e a sua portanto, venha a quebrar o círculo da talvez explicável pela preocupação que há
autoridade moral no seio do grupo, e a sua família agnática. Outras vezes, tira-se de dar-se uma referência masculina ao
fecundidade, também: fora do que, vantagem da presença de mulheres na único ponto da cadeia de ascendências, no
especialmente no que respeita às decisões linhagem: orgulhando-se de uma dupla qual, por força das necessidades biológicas,
do grupo, à sua vida cultural, à sua história, ascendência nobre, pelo pai e pela mãe, a intervenção do elemento feminino não
ela é uma personagem de segundo plano. não se procura dar a esta o que lhe é de- pode ser evitada. Aqui ainda, portanto,
O que conta, fundamentalmente, é a linha- vido, mas reatar, para além deste anel de exigências de uma masculinidade que
gem, e a linhagem masculina: é a ela e só parentesco, por exemplo, a partir do avô encontraremos, aliás, do mesmo modo, se,
a ela que se ligam a glória, a raça e mesmo materno, uma nova linhagem de homens, invertendo os pontos de vista, nos
o nome do beduíno. de acordo com o princípio assente de que colocarmos do lado do grupo, não de re-
A intervenção da mulher, enquanto duas ascendências por via masculina cepção, mas de origem, da mãe:
meio de assegurar uma descendência ou valem mais do que uma. porquanto, para os homens que o
de obter alianças fora do grupo, não deve Enfim, é talvez uma mentalidade do constituem, o irmão da mulher assim dada
causar a estes princípios masculinos mesmo tipo a que explica a presença, no a outro grupo, lembrará, no seio deste, que,
senão a mínima perturbação possível, vocabulário árabe, de um termo especial através dela, é uma linhagem masculina
sendo a feminilidade considerada, neste para designar o tio materno: não por que se alia a outra linhagem masculina.
aspecto, como um mal necessário ou um sobrevivência de um hipotético matriarca- (MIQUEL, André. O Islame e sua Civilização.
obstáculo a vencer. Logo, limitam-se-lhe do, que perguntamos como se poderia Lisboa, Cosmos, 1971. pp. 28-32.)
A (FGV – MODELO ENEM) – "Inspiramos-te, A respeito do Islão é correto afirmar que Península Arábica, Palestina, Mesopotâmia e
assim como inspiramos Noé e os profetas que a) a religião muçulmana, apesar das influên- Ásia Menor.
o sucederam; assim, também inspiramos cias do judaísmo e do cristianismo, significou e) a transferência da capital do império
Abraão, Ismael, Isaac, Jacó e as tribos, Jesus, uma ruptura com a tradição monoteísta ao islâmico para Damasco, durante a Dinastia
estabelecer Alá como divindade superior a um Omíada, e para Bagdá, com a Dinastia Abás-
Jonas, Aarão, Salomão, e concedemos os
conjunto de gênios e divindades secundárias. sida, provocou uma revalorização da cultura
Salmos a Davi. E enviamos alguns mensagei-
b) a religião muçulmana surgiu no século VII, tribal árabe e a retomada dos valores panteís-
ros, que te mencionamos, e outros, que não te
a partir das pregações de Maomé realizadas na tas dos primeiros califas.
mencionamos; e Allah falou a Moisés direta-
Palestina, entre as tribos judaicas que haviam Resolução
mente... Ó adeptos do Livro, não exagereis em
renegado o Livro Sagrado. Para a história, a criação do islamismo tem
vossa religião e não digais de Allah senão a
c) a pregação de Maomé, registrada no uma explicação política – a unificação das
verdade. O Messias, Jesus, filho de Maria, foi
Alcorão, ajudou a reverter a tendência à tribos árabes rivais, dispersas pela Península
tão somente um mensageiro de Allah e o seu
fragmentação política e cultural dos povos Arábica. Maomé observou que as religiões
Verbo, que Ele enviou a Maria, e um Espírito
árabes, fornecendo as bases religiosas para a monoteístas tinham a capacidade de anular
d'Ele."
expansão islâmica, a partir do século VII. diferenças étnicas e divergências comerciais,
d) a pregação de Maomé foi registrada no sendo, portanto, a solução para dar unidade
(Alcorão, 4:163-164 e 171. O significado Alcorão, primeiro livro sagrado escrito em política e cultural aos povos árabes.
dos versículos do Alcorão Sagrado com hebraico e traduzido para o árabe, grego e Resposta:C
comentários, p.137-138.) latim, o que facilitou sua divulgação na
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2 (UFRS – MODELO ENEM) – O texto vista, a preceptora do Ocidente, depois de ter b) hebreus – Judaísmo – Antigo Testamento –
abaixo refere-se aos progressos de uma por sua vez recolhido, vivificando-a, grande Moisés – Jerusalém – comércio
parte do legado antigo.” c) árabes – Budismo – Corão – Maomé –
importante civilização dentro da História da
(PERROY, E. "A Preeminência das Civilizações Meca – artesanato
Humanidade nos séculos VII ao XIV da Era
d) persas – Zoroastrismo – Livro dos
Cristã. Orientais". In CROUZET, M. História Geral das
Ensinamentos – Nostradamus – Bagdá –
“Um povo, até então quase desconhecido, Civilizações. Tomo III, 1Ž vol., p. 95.)
artesanato
unificara-se levado pelo impulso de uma nova
e) árabes – Islamismo – Corão – Maomé –
religião. [...] Os mais antigos Estados desmo- A partir das informações fornecidas, identifique Meca – comércio
ronavam e, do Sir-Daria ao Senegal, as religiões o povo que marca esta civilização, indicando, Resolução
estabelecidas inclinavam-se diante de uma também, a religião, o livro sagrado, o profeta, a A civilização é a árabe; a religião, a islâmica; o
recém-chegada, a mesma que, hoje, conta cerca principal cidade e a atividade econômica que livro sagrado, o Corão; o profeta, Maomé; a
de 300 milhões de fiéis. A nova civilização caracterizam este povo. principal cidade, Meca; e a atividade eco-
resultante destas conquistas alinhar-se-ia entre a) árabes – Islamismo – Novo Testamento – nômica, o comércio.
as mais brilhantes e seria, de vários pontos de Cristo – Bombaim – agricultura Resposta: E
1 Faça uma comparação entre as características e a forma 4 (ENEM) – O ano muçulmano é composto de 12 meses,
de vida da população da Arábia do deserto e da Arábia do entre eles o Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos que,
litoral, antes da implantação do islamismo. em 2001, teve início no mês de novembro do Calendário
RESOLUÇÃO: Cristão, conforme a figura que segue
Os árabes do deserto (beduínos) eram nômades, praticavam
uma modesta agricultura (tâmaras e trigo), criavam rebanhos e
realizavam o comércio por meio de caravanas; os árabes do
litoral eram sedentários, viviam de comércio, artesanato e
exportação (café, incenso, tâmaras, perfumes).
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5 Analise o texto:
O Paraíso
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1. Introdução
Ninguém poderia imaginar que das areias do deserto
? Saiba mais
da Arábia surgisse um povo empreendedor, de uma DIVISÕES DO ISLÃ
conquista tão rápida e fulminante. Em pouco mais de Após a morte de Maomé, o islã se dividiu em vá-
cem anos, os árabes construíram um vasto Império que rias seitas, sendo duas as mais conhecidas -- sunitas
se estendeu do Atlântico ao Oriente. e xiitas. Os primeiros aceitaram a forma como se
Ao desejo de expandir a fé e converter o mundo à reli- procedeu a sucessão, pelo califa Abu Becker e hoje
gião islâmica, preceito fundamental da Guerra Santa, correspondem a aproximadamente 85% do islamis-
somam-se a atração pelo butim e a ideia de um paraíso mo. Os segundos surgem da não aceitação do sogro
material aos que morressem pela causa de Alá. Além disso, do profeta e defendem Ali, seu genro e primo, como
a expansão foi motivada pela busca de melhores terras, em o legítimo sucessor.
decorrência da explosão demográfica, fruto da poligamia; a A identificação dos xiitas com o fundamentalismo
fraqueza dos Impérios Persa e Bizantino; e a fragmentação ocorre na Revolução Iraniana comandada pelo aiatolá
dos reinos bárbaros que conquistaram o Império Romano. Khomeini em 1979, na qual se buscava a eliminação da
influência ocidental. O termo, na verdade, designa a
aplicação da sharia -- lei islâmica -- ao pé da letra, sem
2. A organização dos califados adaptações a tempo, épocas ou a novas situações.
“O desaparecimento de Maomé não provocou a
dissolução da incipiente comunidade muçulmana,
primeiro porque os adeptos do islamismo, em sua
maioria, eram crentes sinceros, apegados à fé, à sua
defesa e propagação; depois porque, de imediato,
surgiram dois homens de caráter, Abu Bekr e Omar, os
primeiros dois califas que, além das responsabilidades
do poder, souberam assumir temerariamente as da
sucessão e herança do profeta. Tanto um como outro
souberam manter os muçulmanos coesos, a despeito de
cisões locais, por sua autoridade firme e, sobretudo, pelo
sucesso da expansão muçulmana fora da Arábia.”
(Mantran, R. Expansão Muçulmana.
São Paulo, Pioneira, 1977. p. 77.)
Mesquista de
Os quatro primeiros califas eram parentes de Córdoba,
Maomé, fazendo parte da dinastia dos Haxemitas, que Espanha.
A expansão do
estenderam seus domínios sobre as antigas civilizações
Islão influenciou
da Síria, Palestina, Pérsia e Egito. Desta forma, o domí- profundamente
nio árabe saiu de suas fronteiras, convertendo uma gran- os povos con-
de população que, com o passar do tempo, integrou-se quistados.
com os mesmos direitos ao mundo muçulmano.
O expansionismo nessa fase foi orientado em dire-
Os Omíadas (661-750) ção ao norte da África, submetendo as populações nati-
Com o califa Moawiya foram rompidas as tradições vas ao islamismo, que passaram a ser denominadas de
da eleição pela comunidade, impondo-se o princípio da mouros. Após a conquista da Tunísia e Marrocos,
sucessão hereditária. Deu-se prioridade à centralização avançaram em direção à Península Ibérica, liderados pe-
do governo, a capital foi transferida para Damasco, trans- las forças de Tarik. Em 711, após a queda do reino visi-
formando a Síria na base da nova dinastia. godo, a conquista muçulmana continuou em direção à
O governo dos Omíadas foi marcado por períodos de Gália, onde foi detida por Carlos Martel, na batalha de
extrema agitação, oriunda das divergências entre as sei- Poitiers. No Mediterrâneo, as conquistas restringiram-se
tas rivais que quebravam a unidade religiosa pregada apenas a algumas ilhas.
pelo profeta. No Oriente, penetraram pacificamente na Índia e no
Butim: despojo do inimigo, de que o vencedor se apropria; saque,
Oceano Índico, instalando algumas colônias de comer-
pilhagem. ciantes nos grandes portos.
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1. A arte e o mestre
2. Da reflexão
Para aprender qualquer arte se recebe por via do ensino e de instrução. os animais são os únicos que gozam desta
é preciso um mestre A faculdade adquirida do primeiro modo é, faculdade: percebem os objetos exterio-
pois, mais completa e mais sólida que a res por meio dos sentidos externos de
A arte é uma faculdade adquirida pela faculdade cuja aquisição fosse feita pela que Deus os dotou. São em número de
qual se age sobre uma coisa que está sendo segunda via. A habilidade do indivíduo que cinco: o ouvido, a vista, o olfato, o paladar
objeto de um trabalho e de reflexão. O que aprendeu uma arte e a faculdade que tem e o tato. Possui o homem a mais, a facul-
for objeto de trabalho é corporal e sensível, de bem exercê-la, dependem dos bons en- dade da reflexão, que, colocada por detrás
e o que é corporal e sensível se transmite sinamentos que recebeu e do talento de dos sentidos, possibilita-lhe a percepção
de uma pessoa para outra muito melhor e quem o instruiu. do que está fora dele. Esta percepção se
de modo mais completo quando feita a faz por meio de certas potências que,
transmissão diretamente. É, pois, pela Da reflexão colocadas nos ventrículos do cérebro,
transmissão direta que se obtém estes Deus distinguiu o homem de todos apreendem as formas das coisas sensí-
objetos da maneira a mais vantajosa. Pelo os outros animais dotando-o de reflexão, veis, retornam-nas para o entendimento e
termo faculdade adquirida entendemos faculdade que marca o início da perfeição dão-lhes, por abstração, outras formas. A
uma qualidade inerente, resultando do ato humana e que perfaz a nobreza da espé- reflexão operando atrás dos sentidos age
repetido tantas vezes que a sua forma se fi- cie, assegurando-lhe a superioridade sobre sobre estas formas. É esta reflexão e o
xou definitivamente na alma. A faculdade quase a totalidade dos seres. Para com- ato do entendimento que as fazem voltar
adquirida depende da natureza de sua preender-lhe a natureza é preciso saber para decompô-las e combiná-las.
origem. Compreende-se melhor e de modo que a percepção é o ato pelo qual o ser (Os Prolegômenos II, Khaldun, Ibn, pp. 313-380).
mais completo o que se transmite ao perceptivo percebe em si mesmo o que
espírito por intermédio dos olhos que o que está fora dele. De todos os seres criados, Vizir: ministro de príncipe muçulmano.
HISTÓRIA 313
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A (UNESP – MODELO ENEM) – "Quando deuses tribais. Diante da perseguição sofrida, o c) os árabes exerceram uma postura intole-
Maomé fixou residência em Yatreb, teve início profeta e seus partidários fogem (hégira) para a rante em relação aos valores culturais nas
uma fase decisiva na vida do Profeta, em seu cidade de Yatreb. A conversão dos moradores regiões conquistadas, obrigando os povos a
da cidade refúgio assinala a passagem de uma assimilarem seus conhecimentos científicos e
empenho de fazer triunfar a nova religião. A
comunidade pagã para uma submissa aos religiosos.
cidade de Yatreb, que doravante seria chamada
preceitos de Alá. d) a contraofensiva, desencadeada pelos
de Madina Al-Nabi (Medina, a cidade do
Resposta: D cristãos, entre os séculos VIII e XI, possibilitou
Profeta), tornou-se a sede ativa de uma
a unificação da Igreja cristã que, através da
comunidade da qual Maomé era o chefe
espiritual e temporal." 2 (PUCamp – MODELO ENEM) – Entre os guerra santa, conseguiu reconquistar a
séculos VII e IX, os árabes realizaram uma Península Ibérica no século XI.
(Robert Mantran, e) a guerra santa árabe consistiu num difusor
grande expansão territorial principalmente no
Expansão Muçulmana.) dos princípios da mensagem de Alá,
Norte da África, na Península Ibérica e em
muitas regiões do Oriente, controlando, inclu- contribuindo como elemento fundamental para
Essa mudança para Medina, que assinala o a expansão islâmica, uma vez que conciliava
sive, o mar Mediterrâneo. Sobre essa expan-
início da era muçulmana, ficou conhecida como interesses materiais e espirituais.
são, é correto afirmar que
a) xiismo. b) sunismo. c) islamismo. Resolução
a) se moveu exclusivamente por interesses
d) hégira. e) copta. religiosos, visando impor às regiões conquis- Entre os fatores que contribuíram para a
Resolução tadas os princípios estabelecidos no "Corão", expansão árabe encontramos: a unificação
A doutrina monoteísta de Maomé chocava-se através das chamadas "guerras santas". político-religiosa proporcionada pelo islamismo
com os interesses comerciais da tribo coraixita b) as lutas constantes entre árabes e cristãos e a permissão para a prática dos saques, o que
que comandava a cidade de Meca, pois tinha impossibilitaram a estes adquirir os conhe- arregimentou muitos adeptos, cujo interesse
como uma de suas principais fontes de renda a cimentos que os árabes tinham, sobretudo os eram os lucros a serem obtidos com a
exploração da Caaba, em cujo interior relacionados à navegação e às técnicas de pilhagem.
encontravam-se os altares dos diversos irrigação. Resposta: E
1 Do ponto de vista político-religioso, como se explica a 3 O que ocorreu politicamente com o Império islâmico após
expansão islâmica a partir do século VII? a substituição da Dinastia Omíada pela Abássida?
RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO:
Maomé conseguiu unir as tribos árabes em torno da fé islâmica, A ascensão da Dinastia Abássida provocou algumas mudanças
cujo corpo doutrinário estimulava a “guerra santa” e a prática no mundo islâmico; transferiu a capital para Bagdá e promoveu
do botim (saques). A expansão ocorreu em direção a regiões uma notável expansão territorial e desenvolvimento cultural. A
cujos impérios enfrentavam problemas de divisões internas vastidão do Império também produziu seus efeitos negativos
(persa e bizantino), ou em processo de fragmentação (reinos como a perda da unidade política (separatismo de muitas
bárbaros que haviam conquistado o Império Romano). regiões) e a formação de dinastias locais.
314 HISTÓRIA
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5 Durante a Idade Média, a Península Ibérica, em virtude da 7 (UNESP – MODELO ENEM) – "Os muçulmanos enten-
invasão muçulmana, viveu oito séculos de contínuas guerras. deram que deveriam constituir uma frota para o Mediterrâneo.
A contraofensiva contra o Islão é conhecida com o nome de O resultado inicial foi a conquista de Chipre e de Rodes. A
a) Hégira. b) Revolução Gloriosa. Córsega foi ocupada em 809, a Sardenha em 810, Creta em
c) Guerra Santa. d) Reconquista. 829, a Sicília em 827. As cidades fundadas pelos gregos na
e) Diáspora. Sicília foram sendo conquistadas. Palermo caiu em 831,
RESOLUÇÃO: Messina em 843, Siracusa em 848, Taormina em 902".
A partir do século XI, os cristãos iniciaram a retomada da Penín- (Jacques Risler. A civilização árabe, 1955.)
sula Ibérica, resultando no surgimento dos reinos de Portugal e
Espanha. Esta ocupação resultou
Resposta: D
a) no clima de intolerância religiosa e de perseguição ao
6 Assinale verdadeiro (V) ou falso (F) sobre a expansão e a cristianismo no conjunto das regiões ocupadas pelos árabes.
civilização árabe. b) na decadência acentuada do patrimônio cultural, científico e
(0) Os parentes de Maomé foram os primeiros governantes filosófico da civilização grega antiga e clássica.
do Islão e conquistaram o Oriente Médio. c) na derrocada dos regimes democráticos do Ocidente,
(1) Os Omíadas mudaram a capital para Damasco e expan- inspirados no modelo da antiga democracia ateniense.
diram o Império para a região do Mediterrâneo Ocidental. d) na reconquista, pelos muçulmanos, de muitas regiões e
(2) Os Abássidas instalaram a capital em Bagdá e expandi- cidades invadidas pelo movimento das Cruzadas europeias.
ram-se para o Extremo Oriente. e) no aprofundamento da crise da atividade comercial
(3) As facções religiosas deram origem a partidos políticos, europeia, com o consequente deslocamento da população
dividindo o Islão em numerosos califados: Córdova, Marrocos, para os campos.
Egito, Tunísia etc. RESOLUÇÃO:
(4) Os árabes passaram a controlar o Mediterrâneo, pratican- A conquista de boa parte do litoral mediterrâneo, a superioridade
do a pirataria e as razias, isolando a Europa. de sua frota naval e a prática das razias (pirataria) levaram os
(5) A decadência da economia de mercado acentuou a rurali- árabes a dominar esse importante eixo da economia, utilizado
zação da Europa, cristalizando o feudalismo. desde os tempos romanos. Diante disso, se intensificou a rurali-
zação da economia e o comércio cristão se retraiu. Tal situação foi
(6) Os árabes enriqueceram o patrimônio cultural do Ocidente
fundamental para a consolidação do feudalismo.
com valiosas contribuições. Resposta: E
(7) Introduziram no Ocidente novos produtos agrícolas e téc-
nicas de cultivo.
RESOLUÇÃO:
Todos os itens são verdadeiros e apresentam um resumo das
características da expansão e e da civilização sarracena.
1. Introdução
Durante muito tempo o termo Idade Média foi utilizado de forma
pejorativa pelos estudiosos, como sinônimo de atraso, superstição e
contrário ao progresso. O termo foi utilizado inicialmente pelos
humanistas dos séculos XV e XVI, que dividiram a História em três
grandes épocas: Antiga, Média e Moderna.
No final do século XVIII e início do XIX, o termo Idade Média foi
reabilitado pelo Romantismo, que passou a desenvolver pesquisas mais
aprofundadas na vasta documentação medieval, mostrando a enorme
importância do período para a formação da sociedade moderna. Assim,
jogavam por terra o simples conceito de Idade das Trevas.
Costuma-se dividir o Período Medieval em duas fases distintas:
Alta Idade Média (do sec. V ao sec. XII) – formação e cristalização
do sistema feudal; O militarismo esteve sempre presente na sociedade
medieval.
Baixa Idade Média (do sec. XII ao sec. XV) – início da transição do
feudalismo ao capitalismo, que se consolidou apenas no século XVIII.
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do ministério (ofertas ou oblatas dos fiéis etc.); cular do senhor; manso servil, compreendendo as
rendimentos de natureza eclesiástica, especialmente os terras ocupadas pelos camponeses; e as terras
dízimos, figuraram também entre os objetos mais comuns, formadas pelos pastos, bosques e prados. As
procurados para a concessão como feudo.” terras de cultivo eram identificadas por uma aldeia ao
(Ganshof, F. L. Que é o Feudalismo? Lisboa, Publicações centro, cercada por campos abertos. Devido ao seu uso
Europa-América, 1974. p. 154.) constante o desgaste aparecia rapidamente. O grande
progresso para o cultivo da terra foi a substituição do
sistema tradicional de plantio pela técnica de rotação
trienal, que consistia em deixar a gleba descansando por
um ano após cultivá-la por dois anos seguidos.
4. As obrigações servis
O trabalho do servo era caracterizado por uma série de
obrigações, transmitidas de pai para filho, em caráter
compulsório. Dentre as principais obrigações destacamos:
corveia: consistia no trabalho dos servos e vilões na
reserva senhorial, durante alguns dias da semana, que
podia variar de dois a cinco dias; talha: parte da produção
servil destinada ao senhor feudal; banalidades: imposto
Desenvolvendo modernas técnicas de navegação, pago em produto pela utilização das benfeitorias do
os vikings saquearam a Europa nos séculos IX e X. feudo, como o uso do moinho, do forno e das moradias;
mão-morta: tributação paga pelo servo quando herdava
A economia feudal era totalmente baseada na um arrendamento.
agricultura e no pastoreio, utilizando-se de técnicas rudi-
mentares, gerando uma baixa produtividade. A produção
era autossuficiente, desvinculada da ideia de lucro. O No Portal Objetivo
único comércio existente era feito por meio de trocas in
natura, isto é, produto por produto, praticamente inexis- Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL
tindo a circulação monetária. OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”,
As terras do feudo estavam divididas, pelo uso, em digite HIST1M203
três partes: reserva ou manso senhorial, de uso parti-
A (UFESP – MODELO ENEM) – Os elemen- feudalismo cuja característica era a sociedade por meio do “Colonato”, sistema que se
tos constitutivos fundamentais da sociedade do tipo estamental. desenvolveu no processo de decadência do
Resposta: E modo de produção feudal.
feudal europeia estabelecida após a queda do
c) o “patrocínio”, instituição criada durante o
Império Romano do Ocidente (século V) se
originaram na dupla influência dos mundos
2 (MACKENZIE – MODELO ENEM) – Alto Império Romano, que obrigava escravos
Observe as figuras a seguir: e pequenos proprietários de terras, em troca
romano e germânico.
de proteção contra os invasores bárbaros, a
Dentre as influências germânicas, podemos cultivar lotes de terra para um grande proprie-
destacar tário.
I – a organização populacional em centros d) o uso do trabalho servil em substituição ao
urbanos. trabalho escravo por meio do “comitatus”,
II – a divisão da sociedade em classes, nas instituição que uniu camponeses pobres e
quais a elite era representada pelos intelectuais. grandes proprietários de terras, com o
III – a importância dos laços de fidelidade estabelecimento de laços de fidelidade.
pessoal. e) o vínculo entre escravos e senhores, esta-
IV – a inexistência da noção de "res publica" belecido no processo de expansão romana,
(coisa pública). que permaneceu inalterado na passagem da
Idade Antiga para a Idade Média Ocidental.
Assinale a alternativa que contém todas as Resolução
afirmativas corretas. A imagem do escravo no Império Romano e
a) I e II. b) I e III. c) II e III. Elas relacionam-se com do servo trabalhando nas terras medievais
d) II e IV. e) III e IV. a) o processo de desintegração do escravismo (identificado pelo castelo) nos leva à relação
Resolução e a lenta formação do feudalismo, quando o es- entre a crise do escravismo e a sua subs-
A afirmativa I está incorreta, porque os povos cravo progressivamente deixou de ser a força tituição pelo regime do colonato. O colono
bárbaros possuíam um estilo agrário e no de trabalho dominante e os camponeses, foi se tornando cada vez mais preso ao
feudalismo, uma das características era o presos a terra, não tiveram como se libertar senhor feudal por uma série de obrigações, o
predomínio da vida rural. A afirmativa II está dos latifundiários. que configurava a servidão típica da Idade
incorreta, porque a sociedade gemânica era b) o uso do trabalho escravo na Europa Média.
tribal e desprovida de classes – assim como o Ocidental em substituição ao trabalho servil Resposta: A
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1 O feudo era a principal unidade de produção da Idade 4 Durante a Idade Média, na Europa Ocidental, predominava
Média. o sistema feudal, cujos fundamentos eram
a) Como se dividia o feudo? a) o trabalho servil, a família patriarcal e o Estado Nacional.
RESOLUÇÃO: b) o trabalho servil, a família patriarcal e a posse da terra pela
Era dividido de acordo com o uso que se fazia da terra: reserva nobreza.
senhorial, manso servil e terras comunais.
c) o trabalho servil, a família igualitária e a posse da terra pela
burguesia.
d) o trabalho livre, a família patriarcal e a posse da terra pelos
nobres.
b) Explique a função de cada uma das partes do feudo. e) o trabalho escravo, a família patriarcal e a posse da terra
RESOLUÇÃO: pelos camponeses.
Respectivamente, uso particular do senhor; terras ocupadas e RESOLUÇÃO:
cultivadas pelos servos; pastagens e riacho. A alternativa apresenta alguns elementos fundamentais do
sistema feudal.
Resposta: B
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Tendências no sistema Cada castelo no condado convertera-se mente por cada vassalo. As dimensões do
Sob diferentes circunstâncias, e com em “um centro de governo independente feudo, os termos exatos em que este era
diferentes cadências em terras diferen- do castelo condal; a sede de um tribunal outorgado, os direitos de governação so-
tes, entre meados dos séculos IX e XI, a que resolvia disputas independentemente bre ele que permaneciam com o suserano
relação feudal passou a ser o principal do tribunal condal; o local de reunião de ou eram investidos no vassalo – na medida
componente do sistema de governo na uma clientela de vassalos que competia em que essas relações básicas variavam,
maioria dos territórios cobertos por estas com a que gravitava em torno do conde”. o mesmo ocorria com as modalidades e o
considerações. Na maior parte dos luga- Cada castelão poderoso explorava em sua conteúdo do exercício de governo. As
res, deixou também o seu cunho no sis- própria vantagem as prerrogativas de suas rotinas cotidianas podiam, pois, dife-
tema eclesiástico de cargos; em muitos, governo sobre o campesinato em toda a rir consideravelmente, mesmo entre
proclamou abertamente sua exclusivida- extensão de suas terras, desde o recruta- feudos adjacentes obtidos nas terras do
de na máxima nulle terre sans seigneur mento militar e a cobrança de impostos mesmo suserano. As diferenças nos
[nenhuma terra sem senhor] – máxima
até à jurisdição civil e penal. Por conse- termos em que um senhor enfeudava os
significativa não só a respeito do fenôme-
guinte: seus numerosos vassalos podiam ser
no de governo como tal mas também a
A própria natureza do governo foi ainda aumentadas pelas diversas con-
respeito da estrutura sobreposta de rela-
transformada. Deixa de haver distinção dições em que aquele, também como
ções de propriedade e modo de produção.
A importância desse desenvolvimen- entre o poder do ban, o qual, em virtude vassalo, detinha terras de outro senhor
to para a minha tese é que fez de uma rede de sua origem no poder do rei, era ante- que lhe era hierarquicamente superior.
de relações interpessoais a principal es- riormente considerado uma forma supe- Em segundo lugar, um homem podia
trutura de veiculação da autoridade gover- rior de ordem, e a dominação de facto de tornar-se vassalo de mais de um senhor, o
nante. Para usarmos a frase um tanto ana- que os indivíduos usufruíam sobre seus que aumentava ainda mais a diversidade
crônica de Theodor Mayer, correspondia à dependentes privados. (...) Todos aqueles na forma como os feudos eram sustenta-
edificação de “o Estado como uma associa- que protegem e mandam são considera- dos, explorados e governados. Além dis-
ção de pessoas”. Mas o “Estado” assim dos no mesmo plano. A hierarquia de po- so, no caso de os vários senhores de um
constituído possuía uma tendência ine- deres foi substituída por um padrão entre- vassalo brigarem entre si – e todos apelarem
rente para transferir a sede do poder efe- cruzado de redes competidoras de clien- para a – ajuda e apoio desse vassaio, este
tivo, o fulcro do governo, para os escalões tes. As obrigações gerais e claramente podia usar essa situação confusa como
inferiores da cadeia de relações entre definidas em relação à comunidade como pretexto para suspender suas obrigações
suserano e vassalo. Até certo ponto, o um todo foram substituídas por disposi- para com todos eles e proclamar a sua in-
“Estado feudal” é aquele que se debilita a ções individuais para serviços limitados e dependência. A complexidade que tais ar-
si mesmo, tornando o governo unificado diferentes: o compromisso do vassalo ranjos eram capazes de gerar no padrão
sobre grandes áreas cada vez mais difícil. para com o suserano, a submissão do de- de relações feudais pode ser vislumbrada
A notável monografia de George pendente humilde ao seu dominus. no depoimento prestado por Robert, con-
Duby sobre o Mâconnais – uma região no de de Gloucester, numa inquirição reali-
que é hoje o Centro-Leste da França – for- O caminho da fragmentação zada em 1133, em nome de Henrique I da
nece um exemplo desse fenômeno a lon- Como Duby e muitos outros autores, Inglaterra, “sobre os feudos de barões,
go prazo. Nessa área, onde o rei da França a principal tendência durante a maior cavaleiros e vavassours da Igreja de Santa
era uma figura tenuemente percebida e parte (mas não a totalidade) do período Maria de Bayeux”, na Normandia:
politicamente ineficaz, a principal mudan- feudal foi a fragmentação de cada grande Sou um dos barões de Santa Maria,
ça no sistema de governo durante os sé- sistema de governo em numerosos minha Senhora, e herdei o direito a ser o
culos XI e XII foi o enfraquecimento da po- sistemas menores e cada vez mais seu porta-estandarte, e detenho os feudos
sição do conde e a transferência de seus
autônomos que diferiam imensamente no de dez cavaleiros de Evreux. Devo o ser-
poderes para fidalgos de menor coturno,
modo como executavam a tarefa de viço de um cavaleiro à mercê do rei de
sobretudo aqueles que tinham edificado
governar e estavam frequentemente em França. Para benefício do senhor da Nor-
ou entrado na posse de castelos (os ba-
guerra uns com os outros. Vejamos o que mandia, devo o serviço de dois cavaleiros
rões e castelãos). Em fins do século XI, o
plaid (tribunal) do conde tornara-se um há por detrás dessa tendência. nas fronteiras há 40 dias, sempre do
órgão pseudojudicial, patrimonial, de sig- Em primeiro lugar, desde os primei- mesmo feudo. Além disso, para o feudo
nificado exclusivamente privado. Os cas- ros tempos, era normal cada senhor ter de Roger Suhart, que é um feudo de oito
telãos tenham deixado de frequentá-lo, mais de um vassalo. Como, em princípio, cavaleiros, e para o feudo de Malfiliàtre,
pois já haviam incorporado os poderes cada relação feudal era estabelecida intui- que é um feudo para sete cavaleiros que
sobre a população rural que originalmente tu personae, ou seja, levando em conta a recebi do bispo de Bayeux, devo para o
lhes eram delegados pelo conde para individualidade dos participantes, as obri- serviço da rei de França um cavaleiro e
serem exercidos dentro dos limites de gações mútuas do suserano e do vassalo meio, e para o serviço nas fronteiras da
seus respectivos patrimônios. Assim, o podiam diferir consideravelmente de rela- Normandia três cavaleiros durante 40 dias.
conde deixara de exercer uma liderança ção para relação. Por conseguinte, a rela- E quando o duque convoca as hostes, eu
direta sobre os homens livres de seu ter- ção do senhor com os objetos finais do devo através do bispo todos os cavaleiros
ritório. governo, a plebe, era mediada diferente- cujos feudos detenho, recebidos do bispo.
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Em terceiro lugar, se um vassalo, por lões os separavam dele na cadeia de flagrante e à comprovada negligência no
sua vez, concedia uma parte de seu feudo subenfeudações. Mas, na Europa conti- cumprimento do dever; e, mesmo em tais
a um ou mais vassalos de categoria infe- nental, apesar da existência da obscura e casos, o vassalo podia resistir com êxito,
rior, não criava uma relação direta entre o discutida noção de suserania, pela qual, a pela força, à retomada de posse do seu
seu próprio suserano e esses vassalos partir do século XI, certos senhores sus- feudo. Em segundo lugar, onde vigorava a
inferiores. Assim, o que poderíamos cha- tentaram, que podiam fazer algumas rei- máxima nulle terre sans seigneur, era fre-
mar coerência de cima para baixo do sis- vindicações aos vassalos de seus próprios quentemente imposta ao senhor “uma
tema era exígua: as probabilidades eram vassalos, a fragmentação da autoridade compulsão para outorgar” um feudo que,
muito escassas de que as inciativas de continuou. por qualquer razão, lhe fosse devolvido;
determinado senhor fossem unanimemen- Esses três fatores, enfraquecendo o em outras palavras, ele tinha de outorgá-lo
te apoiadas, de forma coordenada, por todos controle efetivo dos poderes feudais su- a outro vassalo e não podia mantê-lo en-
aqueles vassalos que, em última instân- periores sobre os menores, foram acom- tre suas próprias possessões. Finalmente
cia, “dependiam dele” em graus muito panhados de três momentos nos desen- (e de um modo sumamente significativo),
distintos. A Inglaterra da pós-invasão foi volvimentos no vínculo entre o senhor e o feudo passou a ser considerado parte
uma exceção significativa, desde esse seu vassalo. Em primeiro lugar, a duração do patrimônio da linhagem do vassalo – e,
ponto de vista, pois aí o rei fez valer suas desse vínculo deixou de estar na contin- por conseguinte, divisível, transmissível
pretensões a ser considerado e obede- gência de certos desempenhos por parte por herança e, por vezes, alienável.
cido (em assuntos específicos como o so- do vassalo. As circunstâncias em que o
berano de todos os nobres e vassalos do vassalo tinha de devolver o feudo ao seu (POGGI, Gianfranco. A Evolução do
país, sem levar em conta quantos esca- senhor ficaram agora reduzidas à traição Estado Moderno, Zahar Editores.)
A (MACKENZIE – MODELO ENEM) – O lidade e conduta dos cavaleiros baseavam-se 2 (MODELO ENEM) – "Na sociedade feudal,
cavaleiro se situava no centro de vários círculos em relações dinâmicas de produção que o vínculo humano característico foi o elo entre
concêntricos, cuja coesão se devia à lealdade deter minavam a posição econômica dos subordinado e o chefe mais próximo. De
dele. Devia ser leal aos componentes de todos suseranos e dos senhores feudais. escalão em escalão os nós assim formados
esses círculos. Porém, havendo exigências d) Seus deveres compunham-se de compro- uniam, tal como se tratasse de cadeias infini-
contraditórias, devia prevalecer a fidelidade aos missos de reciprocidade vertical entre senho- tamente ramificadas, os mais pequenos aos
mais próximos. res e cavaleiros. Os seus valores definiam a maiores. A própria terra só parecia ser uma
(Georges Duby. Guilherme, o marechal.) sua condição de submissão e a sua riqueza tão preciosa por permitir obter
exploração pelos membros da nobreza e do 'homens' remunerando-os."
Assinale a alternativa que apresenta alguns clero. (Marc Bloch, "A sociedade Feudal")
deveres e valores que faziam parte da ética e) Através da cerimônia da homenagem, era
de um cavaleiro medieval. oficializada uma relação de dependência O texto descreve a
a) Ser leal a todos os componentes de seu recíproca entre os cavaleiros que passavam a a) hierarquia eclesiástica da Igreja Católica.
exército; agir com valor e coragem, comba- obedecer a seus suseranos. Essa cerimônia b) relação de tipo comunitário dos camponeses.
tendo com o objetivo de vencer e obe- era o alicerce da relação entre os servos e os c) relação de suserania e vassalagem.
decendo a determinadas leis, como a de senhores feudais. d) hierarquia nas Corporações de Ofício.
enfrentar o inimigo à vista dele e em campo Resposta e) organização política das cidades medievais.
aberto. O texto da questão fala sobre o juramento de Resolução
b) Em troca de proteção, os cavaleiros fidelidade a que o vassalo está submetido e a As relações de vassalagem e suserania eram
deviam aos senhores feudais algumas quem ele deve a prioridade em caso de costumeiras, pessoais e hereditárias e tendo
obrigações e taxas. Obrigações, como o confronto. Já a alternativa se refere ao código como base a concessão de um feudo, feita
juramento de fidelidade que os obrigava a de ética dos cavaleiros (moral cavalheiresca) pelo suserano ao vassalo. Elas tinham caráter
combater os inimigos dos vassalos e taxas, em cuja função estavam valores como: a recíproco, pois a fidelidade do vassalo ao
como a talha e a corveia. honra, o despreendimento e a destreza nos suserano implicava a proteção deste último em
c) Os ideais de honra eram baseados em um combates. relação ao primeiro.
rígido sistema de castas, e as normas de fide- Resposta: A Resposta: B
1 Explique o que era um Suserano. 2 Um senhor feudal poderia ter quantos vassalos quisesse?
RESOLUÇÃO: Explique.
Senhor feudal que concedia o benefício a um outro senhor que, RESOLUÇÃO:
em troca, lhe prestava uma homenagem. Sim, pois a quantidade de vassalos estava ligada à possibilidade
de conceder benefícios, como terras. Assim, se possuísse
grandes propriedades, poderia ter muitos vassalos.
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3 Em que consistia a instituição germânica do Comitatus que 6 (MODELO ENEM) – “Na sociedade feudal, o vínculo
influenciou as relações feudais? humano característico foi o elo entre subordinado e o chefe
RESOLUÇÃO: mais próximo. De escalão em escalão os nós assim formados
O comitatus era o costume segundo o qual os guerreiros jura- uniam, tal como se tratasse de cadeias infinitamente
vam fidelidade a um chefe, recebendo em troca despojos de ramificadas, os mais pequenos aos maiores. A própria terra só
guerra e terras.
parecia ser uma riqueza tão preciosa por permitir obter ‘homens
remunerando-os’.”
(Marc Bloch, A Sociedade Feudal.)
O texto descreve a
a) hierarquia eclesiástica da Igreja Católica.
b) relação de tipo comunitário dos camponeses.
c) relação de suserania e vassalagem.
d) hierarquia nas Corporações de Ofício.
e) organização política das cidades medievais.
RESOLUÇÃO:
4 As principais características do feudalismo eram Essa relação estipulava a divisão hierárquica na guerra.
a) sociedade de ordens, economia levemente industrial, unifi- Resposta: E
cação política e mentalidade impregnada pela religiosidade.
b) sociedade estamental, economia tipicamente artesanal,
organização política descentralizada e mentalidade marcada
pela ausência do cristianismo.
c) sociedade de ordens, economia terciária e competitiva,
centralização política e mentalidade hedonista.
d) sociedade de ordens, economia agrária e autossuficiente, 7 (MODELO ENEM) – “(...) a própria vocação do nobre lhe
fragmentação política e mentalidade fortemente influenciada proibia qualquer atividade econômica direta. Ele pertencia de
pela religiosidade. corpo e alma à sua função própria: a do guerreiro. (...) um corpo
e) sociedade estamental, economia voltada para o mercado ágil e musculoso não é o bastante para fazer o cavaleiro ideal.
externo, fragmentação política e ausência de mentalidade É preciso ainda acrescentar a coragem. E é também porque
religiosa. proporciona a esta virtude a ocasião de se manifestar que a
RESOLUÇÃO: guerra põe tanta alegria no coração do homens, para os quais
Essas características identificam o sistema feudal. a audácia e o desprezo da morte são, de algum modo, valores
Resposta: D
profissionais.”
(BLOCH, Marc. A Sociedade Feudal. Lisboa, Edições 70, 1987.)
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A (UECE – MODELO ENEM) – "Por toda a envolvida pela fé cristã que não havia diferença d) não desapareceu com a antiguidade porque
Europa reinava apenas uma Igreja: se um entre o espaço do sagrado e o do secular. A a Igreja serviu de conduto para sua sobre-
Igreja era o elemento definidor da vida me- vivência.
homem não era batizado na Igreja, não era
dieval. e) escapou do desaparecimento graças à pre-
membro da sociedade. Quem fosse exco-
Resposta: B servação fortuita de textos antigos.
mungado pela Igreja perdia automaticamente
Resolução
seus direitos civis e políticos."
A civilização da Europa possuiu a característica
2 (FUVEST – MODELO ENEM) – Do ponto A Igreja foi a depositária e detentora do
de vista cultural, na passagem da Antiguidade conhecimento durante a Idade Média. Apesar
anteriormente mencionada na para a Idade Média, é correto afirmar que o de as obras clássicas fazerem parte dos acer-
a) Antiguidade, durante principalmente o Im- patrimônio greco-romano vos das bibliotecas, pertencentes aos mostei-
pério Romano. a) só não sofreu perda maior devido à ação ros, não havia liberdade para o seu estudo,
b) Idade Média. esclarecida de muitos chefes bárbaros. afinal o princípio que regia toda a cultura era a
c) Idade Contemporânea. b) perdeu-se quase completamente porque, glorificação a Deus (teocentrismo). Muitas
d) Idade Moderna, por inspiração do Iluminismo. dado o seu caráter pagão, foi rejeitado pela obras acabaram, portanto, esquecidas, ou
Resolução Igreja. ainda, desaparecidas por muito tempo.
Em uma parte da Europa Ocidental, durante a c) foi rejeitado pelos bárbaros em razão do cará- Resposta: D
Idade Média, a existência estava de tal forma ter cristão com que foi revestido pela Igreja.
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4 A Igreja integrou-se ao Sistema Feudal por meio dos A respeito das heresias medievais, é correto afirmar que
mosteiros, cujas características se assemelhavam às dos a) o termo heresia designava uma doutrina contrária aos
domínios dos senhores feudais. Como tinha princípios da fé oficialmente declarada pela Igreja Católica.
a) o controle do destino espiritual, procurou combater a usura b) os heréticos eram filósofos e teólogos que debatiam
entre os integrantes do clero e entre os judeus, no que foi racionalmente a natureza divina e humana da Trindade no
rigorosamente obedecida. século XIII.
b) o monopólio da cultura, possuía também o monopólio da c) a Igreja tinha atitudes tolerantes com os hereges de origem
interpretação da realidade social. popular, que propunham uma nova visão ética da instituição
c) grande influência na formação da mentalidade, insistia no eclesiástica.
ideal do preço justo, permitindo que na venda dos produtos se d) os primeiros heréticos apareceram nos séculos XII e XIII e
cobrasse a mais apenas o custo do transporte. defendiam antigas doutrinas difundidas pelo império otomano.
d) o controle da realidade social, exigia que os cristãos distri- e) a heresia era conciliável com o poder temporal do Papa, mas
buíssem os excedentes entre seus parentes mais próximos provocou a ruptura das relações entre a Igreja e o Estado.
para auferir lucros. RESOLUÇÃO:
e) a fiscalização sobre a distribuição dos excedentes em A doutrina da Igreja Medieval era fundamentada no dogma
(verdade incontestável de fé), meio pelo qual a instituição impu-
épocas de calamidade, inibia a atuação dos comerciantes ines-
nha o seu domínio. Portanto, não era tolerável qualquer objeção
crupulosos, ameaçando-os com multas ou com a perda de aos seus princípios.
suas propriedades. Resposta: A
RESOLUÇÃO:
Cabia à Igreja justificar o domínio da nobreza, a exploração
servil e o monopólio eclesiástico sobre o conhecimento.
Resposta: B 7 (ENEM) – Considere os textos a seguir.
“(...) de modo particular, quero encorajar os crentes
empenhados no campo da filosofia para que iluminem os
diversos âmbitos da atividade humana, graças ao exercício de
uma razão que se torna mais segura e perspicaz com o apoio
que recebe da fé.”
(Papa João Paulo II. Carta Encíclica
5 Na chamada Idade Moderna, a Igreja sofria grandes críticas Fides et Ratio aos bispos da igreja
e um dos alvos era a prática da Simonia, ou seja: católica sobre as relações entre fé e razão, 1998)
a) o comércio de coisas sagradas: venda de cargos ecle-
siásticos, de indulgências etc. “As verdades da razão natural não contradizem as
b) a distribuição de terras da Igreja entre os membros mais verdades da fé cristã.”
pobres do clero. (São Tomás de Aquino – pensador medieval)
c) o uso indevido das rendas da Igreja pelo alto clero e o luxo
das catedrais. Refletindo sobre os textos, pode-se concluir que
d) o descaso do clero pelas coisas espirituais e o apego aos a) a encíclica papal está em contradição com o pensamento de
bens materiais. São Tomás de Aquino, refletindo a diferença de épocas.
e) impor o domínio de Simão Pedro (papa) sob o mundo. b) a encíclica papal procura complementar São Tomás de
RESOLUÇÃO: Aquino, pois este colocava a razão natural acima da fé.
A expressão deriva do pecado cometido por Simão em Atos dos c) a Igreja medieval valorizava a razão mais do que a encíclica
Apóstolos (Novo Testamento) que tentou negociar os favores de João Paulo II.
espirituais (Atos 8:18-24). d) o pensamento teológico teve sua importância na Idade
Resposta: A
Média, mas, em nossos dias, não tem relação com o
pensamento filosófico.
e) tanto a encíclica papal como a frase de São Tomás de
Aquino procuram conciliar os pensamentos sobre fé e razão.
RESOLUÇÃO:
Mera interpretação dos textos apresentados, pois nos dois casos
6 (UFSCar – MODELO ENEM) – "O Quarto Concílio de
a razão é vista como um instrumento que facilita a compreensão
da fé.
Latrão, em 1215, decretou medidas contra os senhores Resposta: E
seculares caso protegessem heresias em seus territórios,
ameaçando-os até com a perda dos domínios. Já antes do
Concílio e como consequência dele, as autoridades laicas
No Portal Objetivo
decretaram a pena de morte para evitar a disseminação de
heresias em seus territórios, a começar por Aragão em 1197,
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL
Lombardia em 1224, França em 1229, Roma em 1230, Sicília
OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”,
em 1231 e Alemanha em 1232".
digite HIST1M204
(Nachman Falbel. Heresias medievais, 1976.)
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A (UEL – MODELO ENEM) – " ... o aumento e as consequentes alterações na estrutura c) militar, indiferente ao desejo cristão de
demográfico, ocorrido do século XI ao XIV, per- interna do sistema feudal. libertar Jerusalém do fiel muçulmano.
mitiu uma multiplicação da nobreza cada vez Resposta: D d) comercial, alheio ao propósito de resgatar a
rota da seda, gravemente ameaçada.
mais parasitária. Seus hábitos de consumo tor-
naram-se mais exigentes e maiores, o que 2 (UEL – MODELO ENEM) – "Deixai (seguir e) religioso, mas relacionado com a busca de
viagem rumo ao Oriente) para lutar contra os soluções para a superação de problemas sociais
determinava uma necessidade de renda cada
infiéis, os que outrora combatiam impiedosa- Resolução
vez mais elevada. Segue-se, pois, uma supe-
mente os fiéis em guerras particulares... Deixai O sermão do papa Urbano II no Concílio de
rexploração do trabalho dos servos, exigindo-se
(partir) os que são ladrões, para tornarem-se Clermont (França) desencadeou o movimento
destes um maior tempo de trabalho..."
soldados. Deixai (viajar) aqueles que outrora se cruzadista, cujo objetivo primário era a liber-
bateram contra os seus irmãos e parentes, tação de Jerusalém do domínio dos turcos
O texto descreve uma das causas, na Europa, da
para lutarem contra os bárbaros... Deixai seldjúcidas, considerados infiéis profanadores
a) formação do modo de produção asiático. (participar do movimento) os que outrora foram
b) consolidação do despotismo esclarecido. do túmulo de Cristo. Contudo, o trecho citado
mercenários, muito mal remunerados, para pela questão, demonstra outros interesses
c) decadência do comércio que produziu a que recebam a recompensa eterna."
ruralização. envolvidos na realização das Cruzadas: cana-
(Pregação do Papa Urbano II, lizar a violência guerreira, demonstrada nos
d) crise que levou à desintegração do feudalis- no Concílio de Clermont-Perrand, 1095).
mo. torneios, a fim de retomar a Terra Santa; e
e) prosperidade que provocou o processo de livrar-se de praticantes da marginalidade, pro-
O texto comprova que o Papado via nas Cruza-
industrialização. metendo-lhes o perdão de seus delitos, bem
das um movimento
Resolução como a possibilidade de conquistar a
a) teocrático, desvinculado das demais inten-
O texto descreve a crise do feudalismo benevolência divina.
ções.
evidenciada no crescimento populacional, em Resposta: E
b) político, mas dissociado da intenção de
função do esgotamento das invasões bárbaras submeter reis e nobres à obediência da Igreja.
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5 O movimento das Cruzadas resultou em importantes Sobre o crescimento demográfico, apresentado no texto, é
mudanças para a sociedade europeia. Dentre elas, destaca-se correto afirmar que
a) o fortalecimento do poder dos senhores feudais em razão a) foi consequência direta da manutenção de um clima sempre
de suas vitórias sobre os turcos. muito úmido e quente, além dos fortes fluxos migratórios
b) a liberação do Mediterrâneo, dominado pelos árabes desde oriundos do norte da África, desde o século VII, trazendo mão
o século IX, dando assim um impulso às atividades comerciais. de obra abundante e qualificada.
c) o monopólio dos produtos orientais, que passou a ser b) devido à passagem da servidão para a escravidão — por
controlado pelas nações ibéricas. meio de um processo longo e progressivo —, melhoraram de
d) o predomínio do trabalho servil e o consequente declínio do maneira considerável as condições de vida dos trabalhadores
trabalho assalariado. rurais e urbanos a partir do século X.
e) o crescimento do poder político do papa e a reunificação c) apesar da diminuição da produtividade e da quantidade das
dos dois ramos do cristianismo (oriental e ocidental). terras agriculturáveis, houve o aumento da resistência da
RESOLUÇÃO: população europeia a várias doenças contagiosas, além de um
A condução dos guerreiros cruzados pelo mar, rumo à Terra importante avanço nas práticas médicas.
Santa, produziu pelo caminho, o enfrentamento dos navios d) tem uma forte ligação com o incentivo para o aumento da
árabes anulando o poderio naval que possuíam até então. natalidade patrocinado pela Igreja Católica, desde o século IX,
Resposta: B
como mecanismo de defesa contra o avanço da presença
árabe no sul da Europa e norte da África.
e) entre outros fatores, há a ausência de epidemias no
6 (FGV – MODELO ENEM) – “(...) apesar de flutuações no Ocidente entre os séculos X e XIII, os limites da guerra
tempo e desigualdades regionais, a população da Europa Oci- medieval — recorrente, mas pouco destruidora — e as
dental passou de 18 milhões de pessoas por volta do ano 800, inovações técnicas que favoreceram o aumento da produção
para 22 (em torno do ano 1000), quase 26 (ano 1100), mais de agrícola.
34 (ano 1200) e mais de 50 (cerca do ano 1300). Apesar de RESOLUÇÃO:
paralelamente ter havido o desbravamento, a conquista e a A alternativa e explica algumas das razões do crescimento
populacional ao qual o texto faz referência. Em contrapartida, não
ocupação de vastos territórios, a densidade populacional quase
houve aumento da produção de alimentos, desencadeando, assim
dobrou de fins do século VIII a fins do século XIII.” a crise do sistema feudal, a partir do século XI.
(Hilário Franco Jr., O feudalismo) Resposta: E
1. O despertar do comércio
Desde o século IX, devido ao profundo clima de insegurança provocado pelas
invasões, a Europa foi inundada pela construção de um grande número de
castelos e fortificações, que surgiram com a finalidade de proteção. Esses burgos
e as antigas cidades constituíram a base da formação de novos centros urbanos,
a partir do desenvolvimento do comércio.
Os séculos XI e XII viram renascer um comércio mediterrâneo, além do
florescimento das atividades mercantis, no até então desconhecido Mar do
Norte, onde as atividades se tornaram pela primeira vez realmente intensas.
As Cruzadas contribuíram decisivamente para integrar as relações comerciais
entre o Ocidente e o Oriente, bem como a integração da Europa através das rotas
comerciais, destacando-se a Rota de Champagne, que interligava o norte da
Itália a Flandres. Veneza, ao sul, era o entreposto entre o Ocidente e o Oriente, e
Burgos, ao norte, unificava a Europa com o mundo russo-escandinavo.
Neste contexto, observamos o surgimento da figura do mercador, que vaga-
va de domínio para domínio, exibindo-se frente às fortificações. No dorso de seus
animais, transportava os exóticos produtos do Oriente, artigos de luxo até então
pouco vistos no Ocidente, que mesmo vendidos em pequenas quantidades da-
vam-lhe um assombroso lucro.
Mercado de Bolonha, século XIV.
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A (MACKENZIE – MODELO ENEM) – "Rotas e) a Rota do Mediterrâneo impedia o cresci- crédito, como cheques, letras de câmbio,
e cidades, cidades e rotas não passam de um mento da rede de comunicação entre as conhecimentos de depósito, e outros, marcan-
único e mesmo equipamento humano do cidades. do inclusive o nascimento do direito comercial.
espaço (...) a cidade do Mediterrâneo é criadora Resolução Esses progressos comerciais tiveram origem:
de rotas, e ao mesmo tempo é criada por elas." As Cruzadas promoveram a reabertura do a) no livro de autoria de Marco Polo, que
(Fernand Braudel, O Mediterrâneo e o mundo Mediterrâneo à navegação cristã e intensi- revelava idênticas práticas dos chineses.
mediterrânico na época de Felipe II.) ficaram o contato cultural e comercial entre o b) durante a Primeira Cruzada, que conquistou
Ocidente e o Oriente. Por ser o terminal de Jerusalém.
Relacionando o texto acima com o renascimen- embarque para essa empreitada, a Itália c) na iniciativa dos monarcas ingleses do final
to comercial e urbano, podemos afirmar que tornou-se, com o passar do tempo, a porta de da Guerra dos Cem Anos.
a) as rotas das invasões bárbaras desen- entrada dos produtos orientais, graças aos d) nas feiras medievais.
volveram locais fixos de comércio, respon- seus inúmeros portos. O crescente comércio e) na corte portuguesa dos monarcas da
sáveis pela formação de cidades. acabou transformando estes locais em dinastia de Avis.
b) as cidades costeiras da Itália tiveram seu verdadeiras cidades comerciais. Assim, o Resolução
crescimento ligado ao desenvolvimento das comércio deu origem às novas cidades, e As feiras medievais surgiram em locais de
rotas comerciais marítimas. estas por sua vez estimularam , ainda mais o trânsito ou que ofereciam possibilidade para o
c) as cidades do Mediterrâneo produtoras de lã comércio. encontro de mercadores que trocavam produ-
e especiarias desenvolveram o monopólio das Resposta: B tos trazidos de diferentes regiões. Com o cres-
rotas comerciais através da liga hanseática. cimento desse comércio, paralelamente, foram
d) as cidades da região dos Pirineus monopo- 2 (PUC-PR – MODELO ENEM) – Facilitando se desenvolvendo as atividades bancárias.
lizaram o comércio de produtos orientais, o comércio e evitando os perigos do transporte Resposta: D
dominando a Rota da Champagne. do dinheiro amoedado, surgiram os títulos de
1 Qual foi a importância das feiras medievais para o 2 Como as cidades italianas monopolizaram o comércio
desenvolvimento do capitalismo? medieval?
RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO:
As feiras surgiram para atender às necessidades dos mercadores Elas já mantinham relações com o Oriente, o que se intensificou
interessados na troca de seus produtos, valendo-se das trocas com a realização das Cruzadas.
monetárias, e das atividades bancárias, além do desenvolvi-
mento de um tipo de indivíduo que passaria a viver daquilo que
não produzia; tais práticas caraterizariam o início do capitalismo.
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3 Preencha o quadro abaixo com as rotas comerciais que 5 (MACKENZIE – MODELO ENEM) – “Chegou o dia em
surgiram na Europa, a partir da crise do feudalismo. que o comércio cresceu, e cresceu tanto que afetou
profundamente toda a vida da Idade Média. O século XI viu o
comércio andar a passos largos; o século XIl viu a Europa
ocidental transformar-se em consequência disso.”
(Leo Huberman)
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1 (UFRN – MODELO ENEM) – O crescimen- ou impor ‘cartas de franquias’. Coletivamente, Refletindo sobre essa afirmação, pode-se
to das cidades é um fenômeno da Europa continuavam vinculadas ao sistema feudal (...). concluir que
Ocidental a partir do século XI. Tratando sobre Mas em seu território, e sobretudo no recinto a) os moradores das cidades gozavam de sig-
a questão, Pierre Vilar afirma: dentro da muralha, os habitantes eram livres e nificativa autonomia, mesmo submetidos à
participavam da organização coletiva.” autoridade dos senhores, que lhes cobravam
“As cidades dependiam dos senhores. Mas taxas.
(VILAR, Pierre.
elas foram mais fortes que as aldeias para b) os camponeses das aldeias medievais im-
Do feudalismo ao capitalismo. puseram aos senhores feudais um documento
discutir com seus amos, rebelarem-se, obter 4. ed. São Paulo: Contexto, 1992. p. 39.) que garantia autonomia política à comunidade.
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c) os habitantes das cidades libertaram-se de 2 (UNESP – MODELO ENEM) – “Sobre as a) as universidades medievais.
inúmeras obrigações, entre elas a de participar b) a atuação das ordens mendicantes.
associações de importantes grupos sociais da
das corporações de ofício. c) as corporações de ofício.
Idade Média, um historiador escreveu:
d) as populações urbanas eram isoladas por d) o domínio dos senhores feudais.
muralhas que as impediam de estabelecer rela- "Eram cartéis que tinham por objetivo a
e) as seitas heréticas.
ções socioeconômicas com o mundo feudal. eliminação da concorrência no interior da
Resolução
Resolução cidade e a manutenção do monopólio de uma
As corporações de ofício reuniam pessoas liga-
As cidades surgiram dentro das terras do senhor minoria de mestres no mercado urbano.”
das a uma mesma profissão, cujo propósito era
feudal, mas sua prosperidade e crescimento (Jacques Le Goff,
a defesa dos interesses daquele ramo produtivo.
levaram seus moradores a se organizarem para A Civilização do Ocidente Medieval.) Resposta: C
obter autonomia administrativa, surgindo assim,
as cidades francas e as comunas. O texto caracteriza de maneira típica
Resposta: A
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6 (UNESP – MODELO ENEM – “A fim de satisfazer as d) insegurança provocada pelas lutas entre nobres feudais
necessidades do castelo, os comerciantes começaram a afluir sobre a atividade mercantil.
à frente da sua porta, perto da ponte: mercadores, e) fixação crescente de uma população ligada às atividades
comerciantes de artigos caros e, depois, donos de cabaré e mercantis.
RESOLUÇÃO:
hoteleiros que alimentavam e hospedavam todos aqueles que
Os mercadores procuravam locais onde havia concentração de
negociavam com o príncipe (...) Foram construídas assim casas pessoas que pudessem se interessar pelos produtos ofertados.
e instalaram-se albergues onde eram alojados os que não eram As atividades comerciais foram então se desenvolvendo nos
hóspedes do castelo (...) As habitações multiplicaram-se de tal cruzamentos entre duas estradas, nas margens dos rios
sorte que foi logo criada uma grande cidade.” navegáveis ou ao lado de castelos e mosteiros. A fixação desses
comerciantes acabou originando as cidades medievais.
(Jean Long, cronista do século XIV.)
Resposta: E
Formação das
28 Monarquias Nacionais • Localismo
• Universalismo • Centralismo
1. Introdução 2. As centralização
O renascimento mercantil e urbano florescia por
monárquica na França
toda a Europa. Entretanto, a nova ordem burguesa sentia
entraves em seu desenvolvimento, devido aos impostos No ano 987, após derrubar o último rei carolíngio,
cobrados pela nobreza senhorial, representada pelos Hugo Capeto assumiu poderes políticos que foram
condes, duques e até mesmo pelos feudos eclesiás- preservados por mais de 300 anos. Embora não
ticos. As barreiras alfandegárias, a diversidade de moe- houvesse leis que concedessem à dinastia capetíngia
das, tributos, pesos, medidas e até mesmo de leis poderes centralizadores, diversos Capetos governaram
levavam a nova classe emergente a sonhar com uma poderosamente.
nova ordem, uma unificação nacional livre das imposi- Vários fatores auxiliaram essa excessiva centra-
ções feudais que restringiam as leis do mercado. Assim, lização medieval: a divisão do reino nunca foi questio-
surgiu o interesse pela centralização monárquica, a única na da pelos sucessores; nunca houve regências
solução possível para a expansão do mercado. imperiais; e o florescimento comercial dava à dinastia
Durante a Alta Idade Média, o poder real foi teórico, condições de manter-se inabalável frente à pressão
pois de fato era exercido pelos senhores feudais. As lu- nobiliárquica.
tas constantes entre si e a perda de grande parte de A Monarquia nacional francesa teve seu início com
suas terras e servos agravaram o enfraquecimento do Filipe Augusto (1180-1223). O rei nomeou funcionários
poder senhorial. Neste contexto, foi importante a partici- de sua confiança para supervisionar a justiça nos tribu-
pação dos príncipes e reis, fortes aliados da burguesia na nais feudais, o que diminuiu consideravelmente a
emancipação das cidades. A ajuda financeira dada pela autonomia dos senhores de terras. Apesar de conti-
burguesia permitiu ao monarca a formação de um nuar dependendo de seus vassalos em questões béli-
exército profissional. A utilização de novos equipamen- cas, preocupou-se em tomar providências para criar
tos bélicos provocava pânico na obsoleta e frágil um exército nacional, submetido à sua autoridade. Por
cavalaria medieval. isso, tratou de assalariar e convocar soldados aos mi-
O “casamento” que se firmara entre o rei e a incipi- lhares, conseguindo, desta forma, o poder da força
ente classe burguesa foi vantajoso para ambos. A bur-
militar. A partir daí, muitas funções atribuídas aos
guesia conseguiu a unificação dos mercados e o monar-
senhores dos feudos caíram em mãos reais.
ca revestiu-se de seus antigos poderes, centralizando
em suas mãos a justiça, o exército, as leis e as moedas.
Nobiliárquico: relativo à nobreza.
Nascia, assim, o Estado Nacional.
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? Saiba mais
MAGNA CARTA
Este documento de caráter essencialmente feudal, continha as seguintes disposições: o rei ficava proibido de
criar impostos e taxas, sem o consentimento do Grande Conselho do Reino – ou Parlamento – (órgão formado por
bispos, condes e barões); nenhum homem livre poderia ser preso nem sofrer qualquer punição, sem o julgamento
prévio pelos seus iguais perante a lei; para garantir a execução destas medidas, 25 barões seriam considerados
guardiães da lei, com autoridade para se apoderar das terras e bens do rei, se ela fosse ameaçada.
1 (UFG – MODELO ENEM) – Observe a d) o auxílio para a libertação da cidade santa de O documento expressa a concepção do poder
imagem a seguir: Jerusalém do domínio muçulmano. papal de Gregório VII (1073-1085) que se
e) os mecanismos de proteção nos conflitos relaciona com
frequentes entre os reinos cristãos da a) o "Cisma do Oriente", que selou a separação
Península Ibérica. entre as duas Igrejas, a católica romana e a
Resolução ortodoxa grega.
A localização e a data apresentados no b) o "Cativeiro de Avignon", período de 70 anos
comando da questão nos remetem obriga- em que os papas submeteram-se à autoridade
toriamente à Guerra de Reconquista, quando do rei da França.
os cristãos retomaram a Península Ibérica do c) a "Querela das Investiduras", conflito político
domínio mourisco, o que mais tarde que demarcou as esferas do poder papal e as
do poder imperial.
possibilitou a formação dos Estados de
d) a "Doação de Constantino", que serviu como
Portugal e Espanha.
justificativa para o estabelecimento do
Resposta: C
Foto de Augusto Cabrita. In: "Os mais belos Patrimônio de São Pedro.
castelos e fortalezas de Portugal". Lisboa: e) o "Cisma do Ocidente", que dividiu a
Verbo, 1986. p. 190.
2 (UFG – MODELO ENEM)
autoridade suprema da Igreja entre dois papas,
o de Roma e o de Avignon.
A imagem do castelo Almourol, situado em I. Só a Igreja romana foi fundada por Deus. Resolução
uma ilha no rio Tejo, em Portugal (século XII), II. Só o pontífice romano, portanto, tem o A questão envolvendo o poder espiritual e o
relaciona-se com direito de ser chamado universal. temporal foi um dos momentos marcantes
a) os ideais cavalheirescos da nobreza guer- III. Só ele pode nomear e depor bispos. [...] ocorridos durante a Baixa Idade Média, quando
reira de origem germânica na Europa ocidental VIII. Só ele pode usar a insígnia imperial. o poder real buscava sua afirmação diante dos
cristã. IX. O papa é o único homem a quem todos os poderes locais (cidades autônomas e
b) a insegurança diante das invasões ger- príncipes beijam os pés. nobreza)e do poder supranacional (papado).
mânicas na Hispania, no Império Romano do XII. É-lhe lícito destituir os imperadores. Obs: A palavra “querela” transmite a ideia de
Ocidente. (GREGÓRIO VII, Dictatus papae. Apud um conflito por motivos fúteis, o que não
c) a defesa e proteção do reino na guerra de SOUZA, José Antonio C. R. de; BARBOSA, condiz com a gravidade do fato envolvendo os
Reconquista do território ibérico outrora João Morais. O reino de Deus e o reino dos dois poderes.
dominado pelos mouros. homens. Porto Alegre: Edipucrs, 1997. p. 47-48.) Resposta: C
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2 Na Europa Ocidental dos nossos dias, em consequência 4 No século XIII, os barões ingleses, contando com o apoio
do processo de integração, verifica-se um problema parecido de alguns mercadores e religiosos, sublevaram-se contra as
com o que existiu durante a Baixa Idade Média. Trata-se da pesadas taxas e outros abusos. O rei João Sem-Terra acabou
articulação das três esferas do poder político: o poder local, o aceitando as exigências dos vassalos sublevados e assinou a
poder do Estado-Nação e o poder supranacional. Hoje, se a Magna Carta. Pode-se afirmar que o documento apresenta
integração se concretizar, ela será feita, ao contrário do que importante legado do Mundo Medieval porque
ocorreu no fim da Idade Média, em prejuízo do poder do a) reafirmava o princípio do poder ilimitado dos monarcas para
Estado-Nação. Neste contexto, responda ao que se pede: fixar novos tributos.
a) Quem exercia cada uma das três esferas do poder durante b) freou as lutas entre os cavaleiros e instituiu o Parlamento,
a Baixa Idade Média? subdividido em duas Câmaras.
RESOLUÇÃO: c) assegurava antigas garantias a uma minoria privilegiada,
O poder local era exercido pela nobreza e cidades autônomas; o mas veiculava princípios de liberdade política.
poder do Estado-Nação, pelo rei; e o poder supranacional, pelo papa. d) limitou as ambições políticas dos papas, mesmo tratando-se
de um contrato feudal.
e) proclamava os direitos e as liberdades do homem do povo,
por meio de 63 artigos.
RESOLUÇÃO:
O rei deveria respeitar os direitos dos nobres e impedia o
b) Qual delas, no fim deste período histórico, se sobrepôs às governo autocrático do rei.
demais, por quê? Resposta: C
RESOLUÇÃO:
O poder do Estado-Nação, com o apoio da burguesia,
sobrepôs-se aos demais, o que provocou o enfraquecimento da
nobreza, as guerras e a nova realidade econômica. 5 (UFRN – MODELO ENEM) – “Em 1215, os grandes
senhores feudais da Inglaterra impuseram ao rei João a
assinatura da Magna Carta, na qual o obrigavam a reconhecer
os antigos direitos da nobreza. Em um dos seus trechos, o rei
João admitia que para melhor pacificação da Nossa disputa
com os barões, [...] lhes concedemos a garantia seguinte: os
Barões que elejam, entre seus pares no Reino, vinte e cinco,
segundo a sua vontade, e estes vinte e cinco devem cumprir a
paz e as liberdades que Nós lhes concedemos e confirmamos
pelo documento presente...”
(FRISCHAUER, Paul. Está escrito: documentos que
3 Sobre a Magna Carta inglesa de 1215, é correto afirmar que assinalaram épocas. São Paulo: Melhoramentos, 1972. p. 199.)
a) foi assinada pelo rei João Sem-Terra, consolidando a
separação entre a Inglaterra e o papa ao torná-lo chefe da Igreja. A Magna Carta, apesar de ser um estatuto jurídico tipicamente
b) determinou que os bens da Igreja passariam às mãos da feudal, posteriormente veio a se tornar importante documento
nobreza inglesa que apoiava o rei João Sem-Terra, instituindo a para garantir liberdades a todas as categorias sociais, na
Monarquia constitucional. medida em que
c) proclamou o rei João Sem-Terra “Lorde Protetor da a) a alta nobreza teve seus poderes políticos e econômicos
Inglaterra, Escócia e Irlanda”, desencadeando uma onda de limitados, devido às medidas tomadas pelo rei João em favor
nacionalismo extremado. dos camponeses.
d) foi imposta pela nobreza inglesa ao rei João Sem-Terra, b) o rei João concedia aos nobres rebeldes o direito de
limitando o poder real e obrigando-o a respeitar os direitos confiscarem seus castelos, terras e outras possessões, caso
tradicionais de seus vassalos. ele violasse a Magna Carta.
e) criou o Parlamento inglês bicameral, constituído pelas câ- c) a Assembleia dos Barões, prevista na Magna Carta, levou à
maras dos Lordes e dos Comuns, impondo ao rei João Sem-
formação do Parlamento, com duas câmaras, que exerciam
Terra a declaração de direitos “Bill of Rights”.
funções legislativas e limitavam os poderes reais.
RESOLUÇÃO:
A Magna Carta impediu as pretensões absolutistas de João Sem-
d) a Câmara dos Lordes, que reunia os nobres leigos e
Terra. eclesiásticos escolhidos pelo rei, tornou-se o órgão legislativo
Resposta: D do Parlamento, cabendo-lhe o controle da cobrança dos
tributos do Estado.
RESOLUÇÃO:
A Magna Carta foi o primeiro capítulo de um longo processo
histórico que levaria ao surgimento da Monarquia Constitucional
na Inglaterra, no século XVII. Neste documento procurava-se
No Portal Objetivo estabelecer as prerrogativas do soberano, impedindo que esse
pudesse exercer o poder de maneira absoluta.
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL Resposta: C
OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”,
digite HIST1M206
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Lei Sálica: lei dos francos sálios que impedia as mulheres e os descendentes por linhagem feminina de A jovem camponesa
ocuparem o trono. Joana d’Arc tornou-se o símbolo
Jacquerie: revolta camponesa liderada por Jacques, o Simples, contra a nobreza. da luta da França contra a Inglaterra.
HISTÓRIA 339
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1 Sobre a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), indique A análise do texto anterior e os conhecimentos sobre Idade
a) as principais monarquias envolvidas e o palco do conflito; Média e outros períodos da História permitem afirmar:
b) sua importância histórica. ( ) O texto dá uma visão dos efeitos advindos da Peste
RESOLUÇÃO: Negra, ocorrida na Europa, no século XIV, responsável pelo
a) França e Inglaterra. desequilíbrio demográfico de várias áreas do continente e pela
Norte da França. desorganização da produção de alimentos.
b) Assinala o aprofundamento da crise feudal por meio do ( ) A frequente ocorrência de epidemias, em centros
fortalecimento do poder real (florescimento do sentimento de
urbanos medievais, decorreu da aglomeração urbana, das pre-
nacionalidade) e do abandono da cavalaria medieval como arma
de guerra. cárias condições de higiene, da inexistência de conhecimentos
de medicina preventiva e da subnutrição.
( ) O texto indica que as epidemias incidiram apenas sobre
as camadas menos favorecidas das cidades medievais, em de-
corrência de sua extrema pobreza e das desigualdades sociais.
( ) Embora a peste seja considerada fator de desagre-
gação das estruturas políticas, jurídicas e sociais, podem ser
2 Na questão a seguir, escreva nos parênteses V (verdadei- computadas a fome e a guerra como também responsáveis
ro) ou F (falso). pela desarticulação dessas estruturas, na Baixa Idade Média.
A peste é, sem nenhuma dúvida, entre todas as calamidades ( ) As revoltas camponesas ocorridas em Flandres e em
desta vida, a mais cruel e verdadeiramente a mais atroz. É com outras regiões da França e da Inglaterra, durante a Baixa Idade
grande razão que é chamada por antonomásia de o Mal. Pois, Média, resultaram da incapacidade dos governos de cidades e
não há sobre a Terra nenhum mal que seja comparável e feudos em conter a propagação de epidemias.
semelhante à peste. Desde que se acende num reino ou numa ( ) A ocorrência de pestes e epidemias, nos dias atuais, tem
república esse fogo violento e impetuoso, veem-se os magis- sido interpretada, pela maioria das pessoas, como resultado do
trados atordoados, as populações apavoradas, o governo po- castigo do céu e da ira divina, anunciando o fim dos tempos.
lítico desarticulado. A justiça não é mais obedecida; os ofícios RESOLUÇÃO:
param; as famílias perdem sua coerência e as ruas, sua V; V; F – As doenças não escolhiam a categoria social atingindo
animação. Tudo fica reduzido a uma extrema confusão. Tudo é indistintamente os moradores das cidades; V; F – As revoltas
camponesas estão ligadas ao contexto de exploração do
ruína. Pois tudo é atingido e revirado pelo peso e pela grandeza trabalho servil e à fome; F – Algumas pessoas até as consideram
de uma calamidade tão horrível. As pessoas, sem distinção de castigo divino, porém a ciência têm outras explicações.
estado ou de fortuna, afogam-se numa tristeza mortal. Sofren-
do, umas da doença, as outras do medo, são confrontadas a
cada passo ou com a morte, ou com o perigo. Aqueles que
ontem enterravam, hoje são enterrados e por vezes, por cima
dos mortos que na véspera haviam posto na terra.
(Apud Delumeau, 1989, p. 121.)
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3 A chamada Crise de Retração do século XIV é marcada 6 (PUCCamp – MODELO ENEM) – Observe uma gravura de
pela trilogia 1349.
a) Guerra dos Cem Anos, Peste Negra e Fome.
b) Guerra das Duas Rosas, Fome e Peste Negra.
c) Guerra dos Ducados, Peste Negra e Fome.
d) Cisma do Oriente, Cruzadas e Querela das Investiduras.
e) Cruzadas, Peste Negra e Guerra dos Cem Anos.
RESOLUÇÃO:
As atividades produtivas e comerciais foram profundamente
abaladas neste período por causa do grande número de mortos.
Resposta: A
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sentante foi o holandês Erasmo de A última grande época foi o Cinquecento, que
Rotterdam, que, em sua célebre corresponde ao século XVI. Nessa fase, devido à ação
obra Elogio da Loucura, defendeu fanática de Savonarola, Florença deixou de ser capital
uma maior pureza dos costumes, da cultura renascentista, assumindo Roma, graças à
criticou o luxo da Europa e as su- ação do papa Leão X, que
perstições que se introduziram no transformou a cúria papal em
cristianismo, atacando a ignorância uma verdadeira corte à altura
do clero. do maior monarca europeu.
Encontramos aí o apogeu da
pintura, graças à atuação de
A Divina Comédia, uma das obras pré-
-renascentistas, e Dante Alighieri, o seu autor.
Michelângelo, Rafael e o
gênio de Leonardo da Vinci.
5. As fases do Renascimento
A invenção dos tipos
A morte de Boccaccio colocou fim ao primeiro pe- móveis por Gutenberg
revolucionou a imprensa.
ríodo renascentista, denominado pelos italianos como
Trecento, para designar o século XIV. Durante essa fase, A ciência política teve em Nicolau Maquiavel o seu
a renovação cultural restringiu-se à literatura, limitando-se esplendor. Em sua obra máxima, O Príncipe, lançou as
bases do absolutismo monárquico, ao propor a
à Península Itálica.
necessidade de um príncipe forte, hegemônico, capaz
O período conhecido como Quattrocento – século de manter a segurança do Estado, independentemente
XV – foi o ápice dos estudos gregos, pois praticamente de quais forem os meios utilizados para conseguir seus
todos os representantes do período dominavam com objetivos, sendo a maior virtude do príncipe a total au-
destreza a língua grega para melhor compreender os sência de escrúpulos.
tesouros helênicos. Foi durante esse período que
chegaram de Constantinopla estudiosos bizantinos, Savonarola, Girolamo: pregador italiano que tomou medidas
trazendo consigo muitos clássicos gregos, obras de extremas para a moralização de Florença, reprimindo o jogo, a bebida
e as manifestações de erotismo; ordenou que se queimassem valiosas
dramaturgos, historiadores e os principais filósofos
obras de arte, consideradas obscenas.
foram colocados em contato com o Ocidente.
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1 (UNIRIO – MODELO ENEM) – “Criada b) cultura medieval já realizava um questiona- 2 (UNESP – MODELO ENEM) – "Hoje não
pelos humanistas italianos e retomada por mento ao teocentrismo, fato que foi apenas vemos em Petrarca senão o grande poeta
Vasari, a noção de uma ressurreição das letras aprofundado pelo Humanismo e pelo Renas- italiano. Entre os seus contemporâneos, pelo
e das artes graças ao reencontro com a cimento. contrário, o seu principal título de glória estava
Antiguidade foi, seguramente, fecunda (...). c) ruptura que os humanistas pretendiam com em que de algum modo ele representava
Essa noção significa juventude, dinamismo, pessoalmente a Antiguidade (...) Acontece o
a Idade Média era apenas aparente, pois a
vontade de renovação (...). Teve em si a mesmo com Boccaccio (...) Antes do seu
suposta inspiração na Antiguidade esteve
inevitável injustiça das abruptas declarações de Decameron ser conhecido (...) admiravam-no
sempre subordinada aos padrões medievais.
adolescentes, que rompem ou creem romper pelas suas compilações mitográficas,
d) obscurantismo medieval não impediu a exis-
com os gostos e as categorias mentais dos geográficas e biográficas em língua latina."
tência de uma produção artística, embora esta
seus antecessores. Mas o termo ‘Renasci- (Jacob Burckardt, A Civilização da
mento’, mesmo na acepção estrita dos huma- fosse esteticamente inferior à da Renascença.
e) Humanismo ainda imprime ao Renasci- Renascença Italiana.)
nistas, que o aplicavam, essencialmente, à
literatura e às artes plásticas, parece-nos mento uma visão conformista com relação ao Petrarca e Boccaccio estão intimamente
atualmente insuficiente.” mundo, o que muito se assemelhava ao relacionados com o
(DELUMEAU, Jean. pensamento medieval. a) nascimento do humanismo.
A Civilização do Renascimento. Resolução b) declínio da literatura barroca.
Lisboa, Editorial Estampa, 1983, vol.1, p.19) A expressão “renascimento” transmite a ideia c) triunfo do protestantismo.
de que algo que estava morto tornou a viver. d) apogeu da escolástica.
A revisão que o autor nos apresenta com Esse conceito fundamenta-se na visão e) racionalismo clássico.
relação ao termo Renascimento aponta para o humanista que procuravam afirmar seus Resolução
fato de que o(a) valores racionais e antropocêntricos diante de O humanismo foi o movimento literário
a) Idade Média não deve mais ser vista como uma sociedade ainda marcada por valores responsável por lançar as bases que
um período de obscurantismo onde a cultura místicos e teocêntricos. fundamentaram o Renascimento Cultural.
estava totalmente morta. Resposta: A Resposta: A
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1 Por que o Renascimento cultural começou na Itália? 4 O Renascimento, no início dos chamados Tempos Mo-
RESOLUÇÃO: dernos, resultou, entre outros fatores significativos
Porque a Itália era o mais importante centro comercial e urbano a) da ação desenvolvida pela nobreza tradicional na formação
do período, não havia passado pelo processo de centralização
dos Estados nacionais.
monárquica e possuía um grande respeito pelo seu passado
clássico. b) da rebelião religiosa provocada por dissidentes germânicos.
c) da crise geral do feudalismo e subsequentes transforma-
ções sociais e políticas.
d) da ação de fatores conjunturais, como as Cruzadas e as
Investiduras.
e) da criação, na época, de grandes universidades, como
Oxford e Bolonha.
RESOLUÇÃO:
O Renascimento faz parte da transição feudo-capitalista
relacionado com as artes e com a ciência.
Resposta: C
3 Estabeleça um paralelo entre os valores do Renascimento Assinale a alternativa que designa os patrocinadores citados
cultural e o pensamento do homem medieval. acima.
RESOLUÇÃO: a) Neoplatônicos. b) Condottieri. c) Mecenas.
Os valores renascentistas diferiam dos valores propagados d) Humanistas. e) Hedonistas.
durante a Idade Média. RESOLUÇÃO:
– Renascimento cultural: antropocentrismo, individualismo, Os mecenas (termo derivado do nome de um rico romano,
racionalismo, naturalismo e hedonismo. patrocinador dos poetas na época de Augusto) deram ao
– Homem medieval: teocentrismo, coletivismo, misticismo, Renascimento um impulso extraordinário , protegendo e
espiritualismo e ascetismo. estimulando a produção cultural do período. Compreendiam
tanto governantes da época (papas, reis e príncipes que
buscavam aumentar seu poder e glória) como burgueses
interessados em elevar seu status ou em obter —por meio do
incentivo à arte sacra— absolvição espiritual para suas práticas
mercantis e financeiras.
Resposta: C
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tica ao direcionismo dos teólogos da Sorbonne, suas obras destacam-se Hamlet, Romeu e Julieta, Rei
defendendo a razão e a natureza, procurando o ideal Lear e muitas outras.
humano por meio de uma total liberdade de vida, de fé e Na ciência, o grande representante foi Francis Ba-
de pensamento. Em Montaigne, os famosos Ensaios con, que desenvolveu o método da experimentação.
fazem a defesa da natureza humana.
6. O Renascimento
5. O Renascimento na Inglaterra na Europa Central
Apesar de o Renascimento ter tido seus primórdios
a partir da Guerra das Duas Rosas, foi no reinado de Apesar de os Estados alemães encontrarem-se em
Isabel I que alcançou seu apogeu, ao transformar sua franco progresso econômico, seu fracionamento impe-
corte em uma sábia universidade, criando a Idade de diu um profundo desenvolvimento da cultura
Ouro da literatura inglesa. O Renascimento inglês teve renascentista, que também foi bastante atacada pela
um traço sui generis, pois ao mesmo tempo que imitava Reforma religiosa.
os modelos gregos e romanos, conservou a originalidade Seu maior desenvolvimento deu-se na pintura, tendo
saxônica. a arquitetura e a escultura um desempenho medíocre.
No campo literário destacou-se Thomas Morus, Na ciência, o estudo nas universidades permitiu o de-
com sua obra Utopia, em que descreve um país imagi- senvolvimento de teorias astronômicas, como as do
nário onde não existe propriedade privada nem pobres alemão Johannes Keppler e do polonês Nicolau
e ricos. William Shakespeare, o maior dramaturgo de Copérnico, ambos defensores da teoria heliocêntrica –
todos os tempos, criou obras imortais, revelando o isto é, o Sol era o centro do Universo –, que se chocou
temor à anarquia e o constante apelo à ordem. Entre com a teoria geocêntrica, defendida pela Igreja Católica.
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1 (MODELO ENEM) – “(...) Depois de O aspecto a ser ressaltado em ambos os 2 (UEL – MODELO ENEM) – "Uma impor-
longas investigações, convenci-me por fim de textos para exemplificar o racionalismo tante atividade intelectual, desenvolvida por
que o Sol é uma estrela fixa rodeada de moderno é Galileu, no século XVII, foi objeto de
planetas que giram em volta dela e de que ela a) a fé como guia das descobertas. controvérsias, sobretudo nos meios da Igreja
é o centro e a chama. Que, além dos planetas b) o senso crítico para se chegar a Deus. Católica".
principais, há outros de segunda ordem que c) a limitação da ciência pelos princípios bíbli-
circulam primeiro como satélites em redor dos cos. O texto refere-se
planetas principais e com estes em redor do d) a importância da experiência e da observa- a) à ideia de que o conhecimento se reduzia à
Sol. (...) Não duvido de que os matemáticos ção. constatação da existência: "Penso, logo existo".
sejam da minha opinião, se quiserem dar-se ao e) o princípio da autoridade e da tradição. b) à análise do mundo animal, como um
trabalho de tomar conhecimento, não superfi- Resolução espaço intermediário entre a Física e a
cialmente mas duma maneira aprofundada, das Os dois autores citados viveram no período do Psicologia.
demonstrações que darei nesta obra. Se alguns Renascimento e refletem a mudança de men- c) à utilização de experimentos na investigação
homens ligeiros e ignorantes quiserem come- talidade e visão de mundo naquele momento da verdade científica.
ter contra mim o abuso de invocar alguns passos de transição. No período, o desenvolvimento d) à ideia de que a origem do conhecimento
da Escritura (sagrada), a que torçam o sentido, do capitalismo e da vida urbana estimulou a estava na dúvida metódica.
desprezarei os seus ataques: as verdades produção científica, baseada no racionalismo, e) ao princípio de que a matéria atrai a matéria,
matemáticas não devem ser julgadas senão na observação dos fenômenos naturais e no na razão inversa de suas massas.
por matemáticos.” experimentalismo. Dessa forma, ficaram supe- Resolução
(Nicolau Copérnico, rados o teocentrismo e o dogmatismo que
De Revolutionibus orbium caelestium.) O físico e astrônomo Galileo Galilei (1564-
predominaram no período anterior (Idade 1642) desenvolveu vários instrumentos que o
Média). Ressalte-se, porém, que, de acordo auxiliaram em várias de suas descobertas.
“Aqueles que se entregam à prática sem com a questão, ambos os textos enfatizam “a
ciência são como o navegador que embarca Dentre eles destacamos: o aperfeiçoamento
importância da experiência e da observação”. telescópio; a balança hidrostática; um tipo de
em um navio sem leme nem bússola. Sempre Ora, o texto de Copérnico não faz nenhuma
a prática deve fundamentar-se em boa teoria. compasso geométrico que permitia medir
referência à “experiência”; por outro lado, os ângulos e áreas; uma espécie de termômetro;
Antes de fazer de um caso uma regra geral,
dois textos enfatizam a importância das e o precursor do relógio de pêndulo.
experimente-o duas ou três vezes e verifique
“verdades matemáticas” (Copérnico) ou das Resposta: C
se as experiências produzem os mesmos
“demonstrações matemáticas” (Da Vinci).
efeitos. Nenhuma investigação humana pode
Resposta: D
se considerar verdadeira ciência se não passa
por demonstrações matemáticas.“
(Leonardo da Vinci. Carnets.)
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Circum-navegação: viagem feita por Fernão de Magalhães, piloto português a serviço da Espanha, de 1519 a 1522, comprovando definitivamente
a esfericidade da Terra. Cátedra: cargo ou função de professor de disciplina de nível universitário ocupado por professor titular. Cônego: padre
secular pertencente a uma determinada ordem e sujeito à regra monástica.
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de preços, os excessivos impostos e a perda de alguns em questões sucessórias do Sacro Império Germânico,
privilégios feudais. manteve-se alheio à profundidade da crise.
Nesse sentido, formou-se na Alemanha um pro- Em 1520, devido às repercussões de suas críticas, e
fundo sentimento nacionalista contra o poder exercido como Lutero continuava inabalável em suas afirmações,
pela Igreja Católica: os príncipes procuravam uma recusando retratar-se, o papa excomungou-o. O im-
maneira de aumentar seus domínios e fortalecer-se perador Carlos V, tentando pôr fim ao caos que se aba-
politicamente; os banqueiros e grandes comerciantes tera sobre seus Estados com a crise religiosa, convocou
aspiravam à independência das cidades dos laços ecle- Lutero a comparecer à Dieta de Worms, onde mais uma
siásticos; e os camponeses desejavam livrar-se dos vez recusou retratar-se. Condenado pelos partidários do
pesados tributos, sacudindo a sua miséria. imperador, refugiou-se no castelo de Frederico da
Saxônia. Durante esse período, o reformador produziu uma
As propostas reformistas de Lutero série de novos escritos e fez a tradução da Bíblia para o ale-
Martinho Lutero nasceu na Saxônia, em 1483, mão, para que os alemães tivessem acesso a sua leitura.
começando sua carreira estudando Direito. Aos 22 anos A nobreza alemã encontrou nas ideias de Lutero
entrou para a ordem dos agostinianos, ordenando-se meios para aumentar seus bens, tomando posse das
sacerdote em 1507, quando então transferiu-se para propriedades do clero. Quando, porém, os camponeses
Wittenberg. No ano seguinte, passou a ensinar Teologia revoltaram-se, liderados por Thomas Munzer, exigindo
na Universidade, onde começou a esboçar a sua doutrina. mudanças nas suas condições sociais, Lutero opôs-se à re-
O papa Leão X, sentindo necessidade de angariar volta, chegando mesmo a reclamar auxílio militar dos
fundos para o término da Basílica de S. Pedro, iniciada na nobres para sufocar o movimento camponês.
época de Júlio II, autorizou a venda de indulgências na Os fundamentos da doutrina luterana foram expos-
Alemanha, confiada aos dominicanos. tos na Confissão de Augsburgo, em 1530, por seu
Revoltado com o comércio das indulgências, em 31 discípulo Melanchton, que estabeleceu as bases do lu-
de outubro de 1517, Lutero afixou na porta da catedral as teranismo: salvação pela fé; simplicidade no culto religioso;
95 Teses, protestando contra os abusos do clero e a existência de apenas dois sacramentos, o batismo e a
rebelando-se contra a autoridade eclesiástica. eucaristia; e o reconhecimento na eucaristia da con-
Entre suas propostas, afirmava que a salvação da substanciação, rejeitando-se a transubstanciação.
alma dependia exclusivamente da fé, independentemente Com a finalidade de acabar com os conflitos religiosos
das obras de caridade. Somente mais tarde percebeu a que perturbavam a estabilidade do Império, o imperador
profundidade de suas teorias, pois atingiam os principais Carlos V assinou, em 1555, a Paz de Augsburgo. Estabe-
dogmas da Igreja Católica. lecia-se assim que o catolicismo continuaria a ser a principal
Apesar da oposição feita pela ordem dos agosti- religião, porém dava aos príncipes liberdade para escolher a
nianos, Lutero lançou novos escritos, conseguindo religião de seus súditos, entre o catolicismo e o protestan-
vários adeptos de suas ideias. O papa Leão X, envolvido tismo, com base no princípio cujus regio, ejus religio.
Consubstanciação: presença de Cristo na eucaristia. Transubstanciação: transformação do pão e do vinho em carne e sangue de Cristo, na hora
da eucaristia.
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1 (UFG – MODELO ENEM) – A Reforma Resolução b) cartas que permitiam a negociação de relíquias
Protestante, iniciada por Lutero, foi um movi- Lutero afirmava que Cristo não dotara a Igreja sagradas, usadas por Cristo, Maria ou santos.
mento de mudanças sociais de caráter funda- de autoridade civil, e que à semelhança dos c) dispensas, isenções de algumas regras da
mentalmente religioso, com importantes desdo- primeiros cristãos, a instituição deveria se Igreja Católica ou de votos feitos anterior-
bramentos políticos e econômicos. No que se submeter ao poder dos príncipes.
mente pelos fiéis.
refere aos princípios políticos e religiosos, o Resposta: A
d) proibições de receber o dízimo oferecido pelos
luteranismo defendia a
fiéis e incentivo à prática da usura pelo alto clero.
a) submissão da Igreja ao Estado e a valoriza-
ção da fé individual. 2 (MACKENZIE – MODELO ENEM) – "É pre-
e) absolvições dos pecados de vivos e mortos,
concedidas através de cartas vendidas aos fiéis.
b) implementação de políticas econômicas na ciso ensinar aos cristãos que aquele que dá aos
Europa e a quebra da autoridade religiosa. pobres, ou empresta a quem está necessitado, Resolução
c) jurisdição real sobre terras da Igreja e a faz melhor do que se comprasse indulgências". Lutero condenou a venda de indulgências afir-
cobrança de impostos sobre esse patrimônio. (Martinho Lutero - 43 Tese) mando que a salvação do homem se dá exclu-
d) extinção das rendas feudais e a oposição às sivamente pela fé. Elas foram o motivo desen-
As Indulgências eram
pregações morais do clero. cadeador das propostas que fazia para que a
a) documentos de compra e venda de cargos e
e) cessação do poder político-administrativo da Igreja Católica se reformasse.
Igreja sobre os reinos e o fim da condenação títulos eclesiásticos a qualquer pessoa que os
Resposta: E
da usura. desejasse.
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1 Por que a Reforma Religiosa começou na Alemanha, no b) o homem se salva ao praticar os sete sacramentos esta-
século XVI? belecidos pela Igreja.
RESOLUÇÃO: c) a leitura da Bíblia deve ser restrita, pois nem todos possuem
Porque a Alemanha ainda não havia passado pelo processo de condições intelectuais para interpretá-la.
centralização política. Os príncipes (senhores de origem feudal d) o papa, por ser eleito sob inspiração do Divino Espírito
que administravam algumas regiões com grande autonomia)
Santo, é infalível.
desejam ampliar os seus domínios por meio da conquista das
terras eclesiásticas. O desenvolvimento do capitalismo, no Norte e) a Igreja deve submeter-se ao Estado e somente possui
da Alemanha, permitiu a formação de uma classe poderosa de poder espiritual.
banqueiros e comerciantes, insatisfeitos com os excessivos RESOLUÇÃO:
impostos; dessa maneira, formou-se na Alemanha um profundo Lutero defende a supremacia do poder temporal sobre o espiritual.
sentimento nacionalista, contrário ao poder exercido pela Igreja Resposta: E
Católica.
6 A Dieta de Augsburgo (1555), ao admitir o princípio – cujus
regio, ejus religio –, no Sacro Império Romano-Germânico,
estabeleceu que
a) as doutrinas reformadas não seriam aceitas pelos governantes.
b) os governantes adotariam a fé religiosa da maioria de seus
súditos.
c) os súditos adotariam a religião de seus governantes.
d) os súditos católicos seriam convertidos ao luteranismo.
e) os assuntos religiosos não poderiam sofrer a influência dos
2 Qual foi a posição de Lutero frente às revoltas cam- Estados.
ponesas na Alemanha? RESOLUÇÃO: Os príncipes queriam evitar revoltas internas em
RESOLUÇÃO: razão da posição que adotariam frente à Reforma.
Lutero opôs-se à revolta, chegando mesmo a reclamar auxílio Resposta: C
militar dos nobres para sufocar o movimento camponês.
7 (UFRRJ – MODELO ENEM) – "III – Tem sido hábito, até
agora, de certos homens segurar-nos como propriedade sua,
visto que o Cristo nos libertou (...). Por isso, julgamos estar
garantido que seremos libertados da servidão."
3 Quais são os princípios básicos da doutrina luterana?
(Manifesto dos Camponeses Alemães Revoltados – 1525.)
RESOLUÇÃO:
A salvação pela fé, a simplicidade do culto religioso, a existência "Deus prefere que existam governos, por piores que sejam,
de apenas dois sacramentos (batismo e eucaristia), o reco- do que permitir à ralé que se amotine, por mais razão que tenha."
nhecimento da consubstanciação na eucaristia, a livre
(Martinho Lutero – Primeira metade do século XVI.)
interpretação da Bíblia e o sacerdócio universal.
Por mais que Lutero e os camponeses alemães tivessem
críticas comuns à Igreja Católica da época, existiam sérios
pontos de conflito entre eles. A raiz deste choque está
a) na ideia de que somente aqueles que possuíssem instrução
4 (PUC) – Entre vários aspectos, a quebra da unidade religiosa, ou títulos podiam manifestar-se contra a Igreja Católica e sua
no início dos tempos modernos, pode ser vista como resultado práticas.
a) das críticas ao poder temporal dos pontífices. b) no apoio mútuo existente entre Lutero e os setores da
b) das divergências entre os monarcas europeus sobre os nobreza alemã que mantinham os camponeses sob servidão.
poderes do clero secular. c) no fato de os camponeses alemães defenderem o respeito
c) dos conflitos entre a hierarquia da Igreja e o Papado. absoluto ao dogma da infalibilidade papal, com o que Lutero
d) das discussões sobre a venda das propriedades eclesiásticas. não concordava.
e) das teorias humanistas sobre a infalibilidade do papa. d) na excomunhão de Lutero pelo papa Leão X, já que os campo-
RESOLUÇÃO: neses temiam aproximação com alguém acusado de heresia.
Muitos reis estavam interessados numa Igreja nacionalizada e e) no fato de a doutrina luterana defender a salvação do corpo
submissa aos seus interesses.
e da alma, enquanto os camponeses só estavam preocupados
Resposta: B
com a salvação terrena.
RESOLUÇÃO:
Os nobres exergavam nas ideias de Lutero motivos para libertar-
5 O cisma de Lutero, no século XVI, defendia, entre outras, se da influência papal e para manter sua autoridade sobre os
camponeses. Ao mesmo tempo, Lutero precisava da proteção dos
a ideia de que nobres para livrar-se da perseguição e ameaça de morte a que fora
a) a tradição e o Novo Testamento são as únicas fontes da sujeito pela Igreja Católica.
doutrina cristã. Resposta: B
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