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História da Escultura Medieval

Débora Jesus

2023

A escultura é uma categoria da arte.

Subcategorias de esculturas:

 Escultura arquitetónica; ex. Tímpano, impostola, mísula


 Escultura de vulto; costas planas ou costas escavadas
 Escultura funerária;
 Escultura heráldica.

A maioria das obras escultóricas da idade media eram feitas por um trabalho coletivo de uma
oficina com um mestre que dirigia o trabalho. Em poucos casos encontramos a assinatura deste
mestre.

O motivo por detrás das figuras estilizadas: no pensamento medieval, só Deus é capaz de
concretizar a perfeição, como grande criador do universo. Por isso, os artistas não tentam
copiar ou superar Deus, demonstrando humilda e reverência.

Relativamente à assinatura, nem sempre é necessário que o artista o faça para que seja
considerado grandioso. Algumas obras podem ser identificadas sem assinatura devido a
grandiosidade artística. Ex: O caso da atualidade de Joana Vasconcelos, não assina as obras,
mas devido à sai imagem de marca e estilo são possíveis de identificar.

Autoria repartida: o escultor tinha de negociar a criatividade com o encomendador. Em grande


parte das vezes o encomendador já tinha uma ideia do que queria que fosse representado, a
isto chamamos de autoria intelectual, visto que o encomendador já sabe o que quer. Na grande
maioria as inovações escultóricas vêm do encomendador e não do mestre.

Algumas esculturas mostram que o lugar do encomendador começa a ser aceite


acompanhando Deus, devido ao seu estatuto(começa a surgir como uma figura pequena que
se apresenta submissa a Deus), o Autorretrato de São Dunstan, prostrado aos pés de
Cristo(iluminura) e o Frontal de altar ou retábulo com a Maiestas domini e cenas da Paixão e
Glorificação de Cristo (relevo) são um exemplo de inovação que vem do encomendador.

Exemplos:

Os Capiteis da Catedral de Notre-Dame de Clairmont-Ferrand, apresentam-nos o autor e o


encomendador.

Frases:

“in (h)nore/sancta(e) maria(e) stefanus me fieri iussit” (Stefanus ordenou se me faça em honra
de Santa Maria): O promotor, no acto de oferecer um capitel a um anjo, identifica-se e assume
o seu papel na realização do projecto construtivo da igreja

“R[u]tb[er]tus me fecit” (Roberto me fez): O artista deixa a sua assinatura na filactéria sustida
pelo anjo na representação do Sonho de José.
O capitel da igreja de Saint-Hillaire é composto por duas colunas e dois capiteis.

Frase: facere me americus rogavit (Americus ordenou fazer-me).

Uma característica comum nestes capiteis, é que este fala com o observador em primeira
pessoa.

O Modilhão/mísula da Galeria porticada de Ermida de San Miguel de Gormaz, representa o


mestre da oficina segurando um livro com uma inscrição que nos indica o mestre que realizou a
obra.

Frase: “Fez-me o mestro Julianus na era de 1119" (ano 1081)

MAGISTER FECIT: isto é chefe de oficina + fazer

Monogramas:

Os monogramas e as epigrafes são utilizadas para identificar o encomendador ou o artista.

Grande parte das esculturas medievais foram parar a museus e por isso não temos o
conhecimento de onde elas vieram, o contexto da sua encomenda (artista/encomendador),
apenas é possível saber a proveniência da pedra.

Através da comparação escultórica podemos perceber quais obras com o mesmo monograma
representam o artista ou o promotor.

Uma das funções do monograma que identifica o artífice é a propaganda para que este seja
contratado.

Os contratos e recibos de pagamentos são raros em Portugal. Não nos chegaram quaisquer
informações de encomenda da família real, provavelmente por não terem sido realizados
devido a uma confiança mútua.

Relativamente ao tumulo do arcebispo de Braga, temos acesso ao contrato.

Estes tipos de materiais são muito importantes porque são a fonte mais real do tempo que
demoraria a ser realizada a encomenda, a liberdade artística que era dada ao mestre, os
valores, o que o encomendador queria, etc.

Sabemos através do recibo de pagamento do tumulo de D. Vataça Lascaris, feito pelo mestre
Pero, quanto foi cobrado e que ainda houve um acrescentado ao pagamento um manto.

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