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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9

Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE


NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ - UNESPAR - CAMPUS DE PARANAVAÍ


Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA NO PDE

O Caminho para ler, escrever e declamar um poema

Área PDE: Língua Portuguesa


Tema de Estudo: Gêneros discursivos e leitura em sala de aula
Professora PDE: Sônia Maria Ferreira
IES: Universidade Estadual do Paraná – Unespar, Campus de Paranavaí/Fafipa
NRE: Loanda
Orientador: Jonathas de Paula Chaguri

PARANAVAI
2013

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SÔNIA MARIA FERREIRA

O CAMINHO PARA LER, ESCREVER E DECLAMAR UM POEMA

Produção didático-pedagógica apresentada à


SEED – Secretaria de Estado da Educação,
como parte integrante do PDE – Programa de
Desenvolvimento Educacional, sob a
orientação do Prof. Me. Jonathas de Paula
Chaguri.

PARANAVAÍ
2013

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F ICHA DE IDENTIFICAÇÃO

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

1.2 TÍTULO: O Caminho para ler, escrever e declamar um poema.

1.3 PROFESSOR PDE: Sônia Maria Ferreira

1.4 ÁREA DO PDE: Língua Portuguesa

1.5 ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO LOCALIZAÇÃO: Colégio Estadual Presidente


Afonso Camargo, Avenida Londrina, nº 12, Centro, Loanda - PR

1.6 MUNICÍPIO: Loanda, PR

1.7 NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO: Loanda

1.8 PROFESSOR ORIENTADOR IES: Prof. Me. Jonathas de Paula Chaguri

1.9 INSTITUTO DE ENSINO - IES: Unespar - Campus de Paranavaí/Fafipa

1.10 RELAÇÃO INTERDISCIPLINAR: História.

1.11 RESUMO:
Essa produção didático-pedagógica aborda o estudo do gênero “poema” pelo qual desperta a
sensibilidade para a manifestação do poético no modo de ver e sentir o mundo, na arte das
palavras. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é possibilitar o convívio com a poesia que
favorece o prazer da leitura do texto poético e sensibiliza para a produção dos próprios
poemas. Esse gênero foi proposto para estudo pelo exercício poético que ajuda no
desenvolvimento de uma percepção mais rica da realidade, aumentando a familiaridade com a
linguagem mais elaborada da literatura e enriquecendo a sensibilidade. Diante disso, para
elaboração deste material didático-pedagógico, utilizamos como metodologia o quadro
teórico-metodológico do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD) desenvolvido por Bronckart
(2009, 2006) e pesquisadores de Genebra (DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004) para
fundamentar as reflexões sobre a sequência didática (SD) e nos estudos de Bakhtin (2006,
2003) acerca do trabalho com gêneros discursivos enquanto produto discursivo para o ensino
de Língua Portuguesa. Essa intervenção pedagógica será desenvolvida no Colégio Estadual
Presidente Afonso Camargo, na cidade de Loanda, no ano de 2014 e os sujeitos de pesquisa
serão os alunos do 3º ano do Ensino Médio. Para a coleta de dados será aplicado um
questionário para perceber o interesse dos alunos pela leitura e escrita de poemas. Por
conseguinte, seguiremos para a sequência didática e as discussões com o Grupo de Trabalho
em Rede. O trabalho culminará com um Sarau envolvendo alunos, família e comunidade
escolar.

1.12 PALAVRAS-CHAVE: Língua Portuguesa. Gêneros Discursivos. Poema.

1.13 FORMATO DO MATERIAL: Sequência Didática – SD

1.14 PÚBLICO-ALVO DA INTERVENÇÃO: Alunos do 3º ano do Ensino Médio.

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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA NO PDE

Sônia Maria FERREIRA (PROFESSORA-PDE | Unespar-Fafipa)


Jonathas de Paula CHAGURI (Orientador – Unespar-Fafipa)

Apresentação

A poesia desperta a sensibilidade para a descoberta de um mundo mais humano e

crítico. Assim, ao trabalhar com o gênero textual “poema”, mais especificamente, “poemas

contemporâneos” nas aulas de Língua Portuguesa no Ensino Médio, o aluno é capaz de

perceber que este gênero trata-se de uma narrativa poética curta e dinâmica. O convívio com

esse gênero favorece o prazer da leitura do texto poético e, por conseguinte, a produção dos

próprios poemas. O exercício poético ajuda no desenvolvimento de uma percepção mais rica

da realidade, apropria uma linguagem mais elaborada da literatura e enriquece a sensibilidade.

Diante disso, o principal objetivo dessa sequência didática é de levar o aluno a

dominar as especificidades do gênero “poema”, permitindo que o mesmo escreva, fale e leia-o

de forma mais adequada ao comunicar-se, pois esta é um conjunto de atividades escolares que

são organizadas de maneira sistemática.

No estudo do gênero “poema contemporâneo” será explorada a estrutura textual,

bem como sua finalidade e aspectos literários e ainda o recurso linguístico adequado a este

gênero, sendo Figuras de Linguagens para um trabalho com as práticas discursivas (oralidade,

leitura e escrita).

O público-alvo para aplicação das atividades aqui proposta são alunos do 3º ano

do Ensino Médio do Colégio Estadual Presidente Afonso Camargo, cidade de Loanda, Estado

do Paraná. O número mínimo de aulas necessárias para aplicação desta produção didática

pedagógica é de 32 horas-aula.

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1. Agora, com seus colegas e com a ajuda do seu professor, discuta em grupo as seguintes
questões:

Vocês sabem o que é um poema? Já leram algum? Qual? (Quais)


Qual é a sua importância em nossa sociedade? E em sua vida ?
Quem produz o poema?
Para quem o texto poético é destinado?
Qual a finalidade do poema?
Quais são os profissionais que trabalham diretamente e indiretamente com o
poema?
Vocês conhecem algum poema? Qual? (Quais)
Você conhece algum poeta? Qual? (Quais)
Onde podemos encontrar esse tipo de textos?
( ) rádio
( ) televisão
( ) jornal
( ) panfletos
( ) internet
( ) revistas especializadas
( ) livros de literatura

Na Grécia Antiga o poema foi a forma predominante de


literatura. Os três gêneros (lírico, dramático e épico) eram
escritos em forma de versos. A narrativa, entretanto, foi
tomando importância, ficando a poesia mais relacionada
com o gênero lírico. O poema tinha uma forma fixa: seus
versos eram metrificados, isto é, observavam os acentos, a
contagem silábica, o ritmo e as rimas. A contagem silábica dos versos foi sempre muito
valorizada até o início do século XX, quando a obra que não se encaixasse nas normas de
metrificação não era considerada poesia. Isto mudou com a influência do Modernismo-
movimento cultural, surgido na Europa que buscava ruptura com o classicismo.
Atualmente o ritmo dos versos foi liberado e temos os chamados "versos livres" que não
seguem nenhuma métrica.

Fonte: Wikipedia: free encyclopedia. Disponível on-line em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Poema>. Acesso em 13


ago. 2013.

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Procure no dicionário o significado dos termos: poema, poesia
versos, rimas e estrofes. Registre no espaço abaixo.

Pessoal,
Agora vamos assistir a um vídeo que fala sobre o “amor”, de
Cecília Meireles.

Fonte: Clip-Art

Fonte do Vídeo: Youtube. Disponível on-line em: <http://www.youtube.com/watch?v=9Pe_kcmzaX8. Acesso


em 02 out. 2013.

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P oema é um gênero textual em versos e, mais raramente, em prosa em que a poesia,
forma de expressão estética através da língua. Além dos versos, não
obrigatoriamente, fazem parte da estrutura do poema as estrofes , a rima e a
métrica.Conforme a disposição dos versos e dos outros elementos estruturais, os poemas
podem receber classificações ou nomes específicos (ou ser considerados gêneros literários
próprios) tais como quadrinha , haicai , poema-colagem, soneto, poema dramático, poema
figurado, epopeia... Um poema também faz parte de um sarau (reuniões em casas
particulares para expressar artes, canções, poemas, poesias etc).Poema: gênero textual em
verso em que na maioria das vezes há poesia. Poesia: caráter do que emociona, toca a
sensibilidade e sugere emoções por meio de uma linguagem.

Fonte: Wikipedia: free encyclopedia. Disponível on-line em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Poema>. Acesso em 19


ago. 2013.

AMOR
Luiz de Camões
rima
Amor é fogo que arde sem se ver;
1 estrofe

É ferida que dói e não se sente; verso


É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer; rima


2 estrofe

É solitário andar por entre a gente;


É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
3 estrofe

É querer estar preso por vontade;


É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor


4 estrofe

Nos corações humanos amizade,


Se tão contrário a si é o mesmo amor?

Fonte: Wikipedia: free encyclopedia. Disponível on-line em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_de_Ca


am%C3%B5es>. Acesso em 18 out. 2013.

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Agora que você já conhece um pouco sobre o poema, sua
origem e algumas de suas características é hora de pôr
em prática o seu conhecimento. Para isso, junte-se com
seu colega e responda por escrito as questões abaixo:

1. Qual é a origem do poema?


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2. O que caracteriza o poema?


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3. O que torna o poema diferente de outros textos?


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4. Como é caracterizada a linguagem do texto poético?


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5. Escreva duas características que marcam o estilo do texto.


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6. Recorra ao texto da seção “Você Sabia” e escreva algumas informações que


expresse algo sobre o poema.
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Após as explicações e das atividades até aqui realizadas,
rascunhe a primeira versão de seu próprio poema.

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Fonte: Clip-Art

Fonte: Portal dia-a-dia Educação. Disponível on-line em: <http://www.portugues.seed.pr.gov.br


/modules/galeria/fotos.php?evento=9&start=40>. Acesso em 02 out. 2013.

QUADRILHA
Carlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo


que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
Fonte: Clip-Art que não tinha entrado na história.

Fonte Wikipedia: free encyclopedia. Disponível on-line em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_de_Cam


%C3%B5es>. Acesso em 02 out. 2013.

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Agora, responda as atividades abaixo.

1. Por que o texto QUADRILHA é um poema? Justifique.


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2. A visão do eu-lírico em relação ao relacionamento amoroso é:

( ) trágica ( ) irônica ( ) crítica

3. De acordo com o texto, como que é o relacionamento amoroso?


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4. Use a sua criatividade e reescreva o poema utilizando termos ou expressões


relacionadas aos dias atuais.

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5. Leia o texto abaixo da escritora Clarice Lispector. Após a leitura, reescreva o
poema iniciando-o debaixo para cima. Após a reescrita, comente o que aconteceu
na história do poema.

Não te amo mais.


Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...

Comentário:

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Quem foi Carlos Drummond de Andrade?

Fonte: Portal dia-a-dia Educação. Disponível on-line em: <http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/f


otos.php?evento=9&start=40>. Acesso em 02 out. 2013.

Quem foi Cecília Meireles?

Fonte: Portal dia-a-dia Educação. Disponível on-line em: <http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/f


otos.php?evento=9&start=40>. Acesso em 02 out. 2013.

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Registre no espaço abaixo as pesquisas sobre esses dois
respeitados poetas.

A
pós conhecer um pouco mais
sobre Drummond e Meireles,
você já pode perceber o
estilo de escrita poética que cada um
deles apresenta em seu texto. Portanto,
agora, com auxílio do seu professor,
reescreva aquela primeira versão de
seu poema escrito nas aulas anteriores.
Procure seguir o estilo composicional
e linguístico do poema apresentando
suas próprias características, assim
como Drummond e Cecília Meireles
Fonte: Clip-Art
apresentam em seus textos poéticos.

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Após reescrever o poema, você deve ter percebido que há
alguns usos de linguagens próprios para esse tipo de
texto. Desse modo, é importante compreendermos quais os
conteúdos linguísticos necessários para elaborar um
poema.
Observe:

Você já notou que cada situação


exige um determinado tipo de
Fonte: Portal dia-a-dia Educação. Disponível on-line em:
<http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.ph

linguagem? Podemos dizer que cada


mensagem contém uma intenção, assim
p?evento=9&start=40>. Acesso em 02 out. 2013.

como cada ambiente social exige um


tipo de fala. Assim, o vocabulário
que escolhemos ao nos comunicar tem
uma função específica: de emocionar,
de transmitir a realidade, de
persuadir ou simplesmente de
estabelecer um contato maior com o
receptor.
Estamos falando das figuras de linguagem, as quais dentre
muitas podemos destacar: antítese, paradoxo, catacrese,
sinestesia, comparação, metáfora, hipérbole, metonímia,
personificação ou prosopopeia, perífrase, ironia, eufemismo.
Fonte: A autora.

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Agora, preste atenção em seu professor, e aprenda como e quando
devem ser utilizadas as figuras de linguagens abaixo na
construção de um poema.

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Agora que você já conhece as figuras de linguagens,


resolva as atividades abaixo:

a) “Amor é fogo que arde sem se ver;


É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer;”
Camões

Nestes versos de Camões temos:

( ) Ironia ( ) Paradoxo ( ) Metáfora

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Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
Fonte: MELO, João Cabral de. Poesias Completas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.

Nos versos

“E se encorpando em tela, entre todos,


se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo…”
tem-se exemplo de:

( ) eufemismo ( ) antítese ( ) aliteração

IGUAL-DESIGUAL
Eu desconfiava:
todas as histórias em quadrinho são iguais.
Todos os filmes norte-americanos são iguais.
Todos os filmes de todos os países são iguais.
Todos os best-sellers são iguais.
Todos os campeonatos nacionais e internacionais de futebol são
iguais.
Todos os partidos políticos são iguais.
Todas as mulheres que andam na moda são iguais.
Todas as experiências de sexo são iguais.
Todos os sonetos, gazéis, virelais, sextinas e rondós são iguais
e todos, todos os poemas em versos livres são enfadonhamente iguais (...).

Fonte: ANDRADE, Carlos Drumond. Igual-Desigual. In: CITADOR. s/d. Disponível on-line em: <
http://www.citador.pt/poemas/igualdesigual-carlos-drummond-de-andrade> Acesso em 27 nov. 2013.

No título do poema podemos encontrar uma figura de linguagem denominada:


( ) antítese ( ) metáfora ( ) eufemismo

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Após o estudo e conhecimento do gênero poema, vamos
colocar em prática o que aprendeu.

Você será o escritor e seu trabalho


será apresentado aos colegas. Em
seguida, seu texto circulará na
Fonte: Clip-Art comunidade escolar por meio de um
sarau de poesias de sua autoria e de autores consagrados.

Vamos lá? Como todo escritor você precisa planejar


sua produção escrita:

1ª Proposta: produção de diversos poemas


Reescreva seus poemas produzidos ao longo das aulas, e
vamos fazer uma coletânea dos textos poéticos
produzidos!

2ª Proposta: organização de um sarau de poemas


Um evento cultural ou musical realizado para as pessoas se
encontrarem para se expressarem ou se manifestarem
artisticamente.

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REFERÊNCIAS

ANDRADE, C. D. Igual-Desigual. In: CITADOR. s/d. Disponível on-line em: <


http://www.citador.pt/poemas/igualdesigual-carlos-drummond-de-andrade> Acesso em 27 nov.
2013.

ANTUNES, I. Análise de Textos: fundamentos e práticas. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.

_____. Língua, Texto e Ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.

BAKTHIN, M. M. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo: Hucitec, 2006.

_____. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BRONCKART, J. P. Atividade da Linguagem, textos e discursos: por um


interacionismosócio-discursivo. 2ª ed. Tradução de Anna Rachel Machado. São Paulo: Educ,
2009.

______. Atividade de Linguagem, Discurso e Desenvolvimento Humano. Campinas, SP:


Mercado de Letras, 2006. p. 121-160.

CODAX, M. Poesia Galega: das origens à Guerra Civil. São Paulo: Hedra, 2009.

CANDIDO, A. O Direito da Literatura. In: Vários Escritos. 3ª ed. São Paulo: Duas Cidades,
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DOLZ, J; NOVERRAZ, M; SCHNEUWLY, B. Sequências Didáticas para o Oral e a Escrita:


apresentação de um Procedimento. In: ROJO, R; CORDEIRO, G. S. (orgs.). Gêneros Orais e
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GERALDI, J. W. Portos de Passagem. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

_____. Prática de Leitura na Escola. In: GERALDI, J. W. (org.). O Texto na Sala de Aula. 5ª
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MARCUSCHI, L. A. Gêneros Textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, A. P;


MACHADO, A. R; BEZERRA, M. A. Gêneros Textuais & Ensino. São Paulo: Parábola,
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_____. Gêneros Textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In:KARWOSKI, A. M;


GAYDECZKA, B; BRITO, K. S. (orgs.). Gêneros Textuais: reflexões e ensino. 4ª ed. São
Paulo: Parábola Editorial, 2011. p. 17-32.

MELO, J. C. Poesias Completas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação Básica. Superintendência da Educação.


Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: língua
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22
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Graduando, Feira de Santana. vol. 2, nº 2, p. 21-34, 2011.

TRAVAGLIA, L. C. A Caracterização de Categorias de Texto: tipos, gêneros e espécies. Alfa,


São Paulo, vol. 51, nº 1, p. 39-79, p. 2007.

23

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