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Cadernos PDE
II
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014
PEDÓGICA
PDE 2014
UNIDADE DIDÁTICA
DE LEITURA E ESCRITA
JACAREZINHO – PARANÁ
2014
SEQUÊNCIA DIDÁTICA
APRESENTAÇÃO
CARO(A) PROFESSOR(A)
Esse material didático tem como proposta trabalhar o gênero textual fábula no 6ºano
do ensino fundamental. Ao trabalhar com o lúdico, esse gênero desenvolve valores
fundamentais à vida do aluno em sociedade, como também enriquece o vocabulário, aumenta
a capacidade de interpretação, fazendo com que o aluno se torne um cidadão mais crítico e
informado.
A Diretriz Curricular Estadual da Língua Portuguesa (DCE), construída sob a
perspectiva bakhtiniana de linguagem e de gêneros, orienta que “é tarefa da escola possibilitar
que seus alunos participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a
oralidade, com a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de interação” (PARANÁ, 2008,
p. 48). O que se justifica uma vez que o ensino e a aprendizagem de Língua Portuguesa
visam:
[...] aprimorar os conhecimentos linguísticos e discursivos dos alunos, para que eles
possam compreender os discursos que os cercam e terem condições de interagir com
esses discursos. Para isso, é relevante que a língua seja percebida como uma arena
em que diversas vozes sociais se defrontam, manifestando diferentes opiniões
(PARANÁ, 2008, p. 50)
Para o desenvolvimento deste trabalho, portanto, optou-se por utilizar estratégias que
serão concretizadas por meio da elaboração e implementação de uma sequência didática para
o ensino do gênero fábula. Segundo Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004, p.97), sequência
didática “é um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno
de um gênero textual oral ou escrito”. Esse conjunto possibilita o acesso dos alunos às práticas
novas de linguagem, permitindo-lhes escrever e/ou falar “de maneira mais adequada numa
dada situação de comunicação” (DOLZ, NOVERRAZ, SCHNEUWLY, 2004, p. 97).
Para que isso realmente se efetive em sala de aula, os autores desenvolveram uma
estratégia de trabalho que possui aspectos muito relevantes e que auxilia o professor em sua
prática em sala de aula, o que chamam, portanto, de sequência didática.
PROFESSOR: Desejo que esta unidade didática seja útil e enriquecedora para a sua
prática pedagógica.
ALUNOS:
Com que frequência você costuma ler? Qual o tipo de texto que você lê?
Você sabe o que é uma fábula? Já ouviu ou leu uma fábula?
Se você já conhece as fábulas, você acredita que as ilustrações são
importantes para o leitor entender esse gênero textual? Por quê?
Você conhece as características que formam uma fábula?
Qual a finalidade do gênero fábula?
Onde podemos encontrar esse tipo de texto?
O que se pode aprender com as fábulas?
PROFESSOR(A):
Organize um momento para que os alunos tenham contato com algumas fábulas.
Para isso, realize a seguinte abordagem:
Leve para a sala de aula e apresente aos alunos livros de fábulas e também coletâneas
pertencentes ao acervo da biblioteca da escola, a fim de que os alunos possam realizar
leituras.
Logo após esse primeiro contato, distribua para alguns alunos da sala fichas com o
início de fábulas, e para outros, fichas com o final e a moral da história.
Peça para os que estão com o início da história que leiam a parte que têm em mãos,
enquanto que os outros ficam atentos para descobrir quem está com a sequência. Quem
completar a fábula deverá fazer a leitura do texto todo.
No momento que todos os pares estiverem juntos, eles realizarão as seguintes
atividades: Promova um rápido debate sobre as fábulas lidas, sobre a moral e a sua
função na sociedade.
SUGESTÕES DE FILMES:
-Riohttp://www.filmesonlinegratis.net/assistir-rio-2-dublado-online.html
-A revolução dos bichoshttps://www.youtube.com/watch?v=xyjaZBnNdw0
- O segredo dos animaishttp://www.filmesonlinegratis.net/assistir-o-segredo- dos-
animais-dublado-online.html
ALUNOS:
A fábula é um gênero textual muito antigo, e, por consequência são contadas há muitos
anos, não é possível afirmar quando exatamente elas surgiram e nem quem as inventou.
Acredita-se que elas foram criadas aproximadamente há 2.800 anos, e naquela época,
possivelmente, elas eram produzidas oralmente, para adultos, com o objetivo de aconselhá-los
e distraí-los. Conta-se ainda que foram criadas por Esopo (figura lendária da Grécia Antiga),
que viveu no século VI a.C e era um escravo grego.
Com a intenção de criticar os valores da sociedade da época, Esopo utilizava- se de
animais como personagens em suas histórias e, justamente pelas ferrenhas críticas à
sociedade, o povo, irritado, diz a lenda, quis se vingar e jogaram Esopo do alto de um abismo.
Mesmo com a morte de Esopo, as fábulas continuaram a ser contadas por muitos
outros e reescritas por vários séculos, mas quem ficou famoso por reescrever as fábulas de
Esopo foi o escritor francês Jean de La Fontaine, que, nos anos de 1600, além de reescrever as
fábulas, também criou outras novas.
No Brasil, esse gênero se faz presente com o grande fabulista José Bento Monteiro
Lobato, que recontou e criou várias fábulas, entre elas, uma das mais conhecidas e populares,
as histórias que aconteciam no Sítio do Pica Pau Amarelo, contadas de forma satírica e
engraçadas.
De um modo geral, podemos dizer que as fábulas são pequenas histórias, construídas a
partir de uma linguagem simples e de fácil compreensão, histórias essas reais ou inventadas, e
que terminam sempre com um ensinamento moral de caráter instrutivo formada por
provérbio, o qual assume sempre uma sequência argumentativa. É uma narrativa em prosa ou
em verso, onde os protagonistas são animais que apresentam características humanas e tem
como intenção levar o homem à reflexão, enfatizando os modos de comportamento
humano, atuando sobre o leitor, dando-lhes uma perspectiva em que predomina os valores
morais e éticos da sociedade.
Agora vocês trabalharão com algumas fábulas e ao término desta unidade, vocês
produzirão suas próprias fábulas que serão apresentadas em um mural à comunidade,
quando da realização da Mostra Cultural do Colégio em que você estuda, ocasião em
que a escola receberá toda a comunidade escolar para conhecer os trabalhos realizados
pelos professores e alunos durante o ano letivo. Assim outros alunos e toda a
comunidade poderão ler as fábulas que vocês produzirão.
FÁBULA I
A CIGARRA E AS FORMIGAS
ATIVIDADES:
3- Atualmente, qual seria a profissão das personagens, considerando que a cigarra e a formiga
da história representam seres humanos?
R: Formiga – operária Cigarra -
artista
5- Qual foi a ideia que a cigarra teve para resolver seu problema?
Professor: Através da troca de opiniões, levá-los a conclusão que a cigarra foi pedir
ajuda às formigas.
6- Você concorda com a atitude das formigas? No caso, se você fosse a formiga, que decisão
que você tomaria em relação à súplica da cigarra?
R: Resposta pessoal
Professor peça que os alunos apresentem a sua opinião, justificando-a.
10- Como vimos nas fábulas, os animais têm atitudes humanas. Assinale as atitudes das
formigas na fábula lida:
( X ) Trabalho ( ) Preguiça ( ) Caridade
( X ) Intolerância ( ) Lealdade ( ) Flexibilidade
15- Faça uma pesquisa, na biblioteca de sua escola ou pela internet, sobre a vida e as obras
do autor do texto.
Professor: pedir que os alunos façam um varal das pesquisas em sala de aula.
É interessante comentar sobre outros fabulistas como: La Fontaine, Monteiro Lobato,
Ruth Rocha e Millôr Fernandes.
Sugestão: Se preferir divida a sala em grupos, onde cada grupo pesquise sobre um autor.
16- Em sua opinião, qual era a intenção de Esopo ao contar essa fábula? Com que propósito
ela teria sido produzida?
R: Esopo, provavelmente, tinha a intenção de satirizar e criticar as atitudes
humanas e para evitar repreensões eram usados animais como personagens.
EXTRUTURA TEXTUAL
FÁBULA II
A RAPOSA E O CORVO
EXERCITANDO
CONCEITUANDO...
Narrativa é uma sequência de acontecimentos, que relata fatos reais ou imaginários, numa
sequência de ações. Na sua organização tem um narrador, enredo, personagem, tempo e
espaço.
2- A fábula “A raposa e o corvo”, como também as outras fábulas são consideradas textos
predominantemente narrativos. Você sabe por quê?
R: Porque contam uma história, e, geralmente, na construção da história existe: um
narrador (que conta os acontecimentos), um enredo(acontecimento relatado),
personagens(geralmente animais que atuam e vivem os acontecimentos), espaço(lugar onde
acontece os fatos), tempo(quando acontece) e um final ou chamado desfecho da história.
CONCEITUANDO...
Os pequenos trechos que aparecem no final das fábulas chamadas de “moral da história”
são formados por sequência(s) dissertativa(s), pois traz(em) uma opinião do autor relacionada
ao texto.
3- Toda fábula possui uma moral. Copie a moral da fábula I e da fábula II. R:
Fábula I:Os preguiçosos colhem o que merecem.
Fábula II:Cuidado com quem muito elogia.
4- Na moral da fábula “O corvo e a raposa” que reflexões o autor provoca no leitor em
relação aos comportamentos humanos?
Professor: Debater com os alunos que não devemos aproveitar da inocência das pessoas
para nos sobressair, não devemos tirar vantagens em certas ocasiões que a vida nos
proporciona.
ALUNOS:
CONCEITUANDO...
Provérbios ou ditados populares são frases curtas, de origem popular, utilizados por
pessoas para relacionar a um determinado assunto ou acontecimento, com o intuito de
aconselhar ou satirizar uma situação. Os provérbios são caracterizados por resumir um
conceito moral.
Realize uma pesquisa com sua família ou amigos próximos e registre em seu caderno
alguns provérbios usados por eles no dia a dia, ou alguns que eles conheçam.
5- Faça uma análise sobre a moral da fábula II e verifique se algum provérbio encontrado em
sua pesquisa pode substituir a moral da história sem alterar o sentido.
Sugestões:
Não faça para os outros o que não quer para você.
Nem tudo que reluz é ouro.
As aparências enganam.
6- Você concorda com a moral da fábula II? Porquê?
Professor: Levar o aluno a refletir que, para alcançar nosso objetivo, em qualquer
circunstância da vida não devemos usar da simplicidade, inocência ou ainda da fraqueza
das pessoas, seja ela boa ou ruim.
7- De acordo com o seu conhecimento o que traz de reflexão a moral do texto I e II. R:
Fábula I:Todos nós devemos ter um momento para o trabalho e para o lazer. Fábula
II:Não devemos deixar-nos levar por elogios em certas ocasiões da vida.
PROFESSOR(A):
ESTRUTURA LINGUÍSTICA-DISCURSIVA
FÁBULA III
O LOBO E A CABRA
PROFESSOR(A):
EXERCITANDO...
3- Há um sinal que marca quando as personagens estão falando. Você sabe qual sinal é
este?
R: O travessão
CONCEITUANDO...
Discurso direto: reproduz fielmente a fala do personagem. A marca que indica que o
personagem é quem vai falar são os dois pontos (:); e a que marca que é o personagem quem
está falando é o travessão (-) ou as aspas (“ “).
Discurso indireto: o narrador conta com suas próprias palavras o que o personagem disse,
ou alguma situação, acontecimento que forma o enredo da história.
Minha senhora, que perigo! – disse ele numa voz amistosa. Não seja
imprudente, desça daí! Aqui embaixo está cheio de comida, uma comida muito mais gostosa.
Para o senhor, tanto faz se a relva que eu como é boa ou ruim! O que o senhor quer é me
comer!
6- Copie um ou mais parágrafos da Fábula III em que fica evidente o uso da ironia na
fábula.
R: Minha senhora, que perigo! – disse ele numa voz amistosa.
Não seja imprudente, desça daí! Aqui embaixo está cheio de comida, uma comida
muito mais gostosa.
CONCEITUANDO...
Adjetivos são palavras que indicam qualidades(características) para os
substantivos.
7- Complete o quadro abaixo com adjetivos que correspondam ao que o autor da Fábula
III atribuiu aos elementos a seguir:
Rochedo escarpado
Comida gostosa
Relva boa/ruim
Voz amistosa
8- Imagine que você é o autor da fábula III. Crie outros adjetivos para o lobo e a cabra
adequados ao enredo.
Professor: Debater o porquê dos
R: Lobo –resposta pessoal adjetivos escolhidos pelos alunos.
Cabra – resposta pessoal
PROFESSOR(A):
PRIMEIRA PRODUÇÃO
Realizar um sorteio na sala de aula em que cada aluno ficará responsável por pesquisar
em casa sobre as características de um animal. Na aula seguinte, realizada a pesquisa,
ela será apresentada à turma. As características encontradas pelos alunos deverão ser
anotadas na lousa e transcritas no caderno, para o momento da produção inicial. O que
se pretende é que essas características auxiliem os alunos a decidirem quais
personagens usarão em suas fábulas.
Após as atividades propostas e considerando os conhecimentos sobre o gênero textual
estudado em toda esta unidade, chegou o momento dos alunos colocarem em
prática o que aprenderam. Solicitar aos alunos que escrevam livremente, em duplas,
uma fábula, podendo se embasar nas fábulas estudadas. No texto, eles devem discutir
os valores que estão em evidência na sociedade atual, usando como personagens
animais, aproveitando para isso a pesquisa realizada por eles.
ALUNOS
Antes de começar a produção de sua fábula, fique atento para que o seu texto tenha todas
as características desse gênero.
ATENÇÃO:
Sua fábula precisa de um narrador, aquele que conta a história;
Os personagens são animais com características humanas;
O texto deve ser curto, com a utilização dos sinais de pontuação adequados para
organizar as ideias de um texto;
Crie diálogos com parágrafos e travessões, marcando as falas dos
personagens;
Deixe claro o tempo em que passa a ação da fábula;
Crie uma moral da história;
Não se esqueça de elaborar um título bem legal para a sua fábula.
MÃOS A OBRA...!
PROFESSOR(A):
MÓDULOS
Depois da produção inicial dos alunos, você deve preparar os módulos de trabalho. Os
módulos são etapas para o trabalho com as dificuldades detectadas na primeira
produção dos alunos. Para cada uma das dificuldades apresentadas pelo conjunto,
elabore exercícios variados.
ALUNOS:
PRODUÇÃO FINAL
Professor: distribuir para os alunos folhas, lápis de cor, régua entre outros
materiais necessários para que eles possam ilustrar as fábulas.
Você irá ilustrar a fábula que você produziu e irá expô-la em um mural no pátio
do seu colégio junto com as demais pesquisas.
REFERÊNCIAS
PAPOLI, Monica Carneiro. Língua Portuguesa, 4°. Ano: ensino fundamental/ Ana Paula
Dias Torres, Maria Helena Costa. – 2 ed.- São Paulo: IBEP, 2011. il. (Brasiliana)
SATIM, M.B. Contrariando o desfecho da fábula. Cadernos PDE. Alto Paraná, 2008.