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Com o passar dos anos, a ausência de registro dessas técnicas e a difusão das
técnicas utilizadas pelos países de maior produção musical, apenas algumas escolas
nacionais continuaram sendo estudadas. Assim, cada escola/vertente possui seu próprio
estilo e tendências que surgiram da personalidade e sensibilidade de cada país
(HOLLAND, 2008).
Dessa forma, na arena da música vocal erudita, herdamos a rica tradição vocal
da Ópera Italiana, o estilo altamente romântico da Alemanha, o rico estilo impressionista
da França. Alemanha, França e Itália contribuíram significativamente para o gênero
vocal erudito, enquanto mantinham identidades estilísticas diferentes e, por conseguinte,
técnicas vocais diferentes (HOLLAND, 2008).
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conhecido appoggio é uma forma de controle respiratório que deve ser aprendido se o
cantor quiser unir energia e liberdade, a fim de produzir um vocalismo bem sucedido
(MILLER, 2000).
O appoggio é baseado em princípios fisiológicos. Na inspiração o músculo
diafragma se contrai para baixo e a caixa torácica se expande, aumentando o volume
de ar nos pulmões e, consequentemente, a pressão subglótica. No entanto, pressão
subglótica em demasia é algo indesejável, uma vez que pode causar uma sobrecarga
muscular nas PPVV. As pregas vocais, a seu turno, não devem oferecer resistência
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deveria
Outra técnica da escola germânica é o kopfstimme, ou voz colocada
exclusivamente na cabeça. Não é incomum ouvir um barítono numa performance da
Winterrreise de Schubert empregar esta técnica para acessar as notas mais agudas de
sua extensão vocal. A estética demanda que esta realização aconteça aderida a um
tor
evita misturar os registros de peito e cabeça, a fim de não escurecer o pitch, reduzindo,
portanto, a amplitude geral da voz aguda (HOLLAND, 2008).
Para quem não está acostumado, este som pode parecer um pouco escuro e
seco, talvez até forçado, o que pode ser correlacionado diretamente com a ineficiência
que este tipo de técnica pode criar. Certamente a grande variedade de timbres criados
é adequada à estética alemã e seu repertório.
Deve-se deixar bem claro que enquanto essas técnicas são tradicionalmente
germânicas, e com a evolução da fonoaudiologia e da pedagogia vocal, muitos
professores adeptos da escola germânica começam a adotar um ponto de vista mais
internacional sobre a técnica vocal, integrando aspectos mais eficientes sem esquecer
o aspecto mais importante desta escola: a cor.
geral no nível artístico das formas primitivas da música francesa vocal e a nova poesia
romântica produzida por escritores parnasianistas, compositores como Berlioz, Bizet,
Massenet e Saint- as mais livres, declamações
p. 157).
Formas livres e declamação vocal foram claramente opostas aos gostos alemães
e os franceses solidificaram sua estética, mais tarde, como uma oposição real com o
surgimento do impressionismo. O gosto francês, portanto, parece se opor ao
sentimentalismo germânico e à virtuosidade italiana quase que completamente,
formando um triângulo tonal e de preferências estilísticas.
Resumidamente, o foco das músicas francesas é dar prazer através puramente
da música em si, sem precisar de todo um significado filosófico, literário ou humanístico,
como acontece nas composições alemãs em abundância. Debussy escreve exatamente
Uma segunda área da pedagogia vocal que distingue a escola francesa é sua
crença na respiração natural e liberdade laríngea, em oposição ao método mais
muscular da escola alemã. Em seu estado natural, a laringe se encontra levemente
elevada dentro da garganta. Portanto, a escola francesa preconiza a elevação da
Existe uma infinidade de técnicas vocais utilizadas por cantores. Algumas são
pensadas na fisiologia vocal e sua ação é benéfica para o canto. Há aquelas, porém
que foram criadas a partir de ideias ou pensamentos de professores autodidatas e que
podem ser positivas para algumas pessoas e negativas para outras causando
problemas para o cantor e até patologias vocais.
Para este trabalho foram escolhidas três abordagens vocais que, por suas
características e técnicas, acredita-se atenderam à universalidade dos cantores e
mesmo dos profissionais da voz. São elas as abordagens de aquecimento,
desaquecimento (e seus exercícios) e Técnica de Alexander.