• Dialética – Na Grécia antiga, a arte do diálogo, a arte de conversar.
• Diálogo – acontece sob um princípio de identidade, entre os iguais.
Elaboração da Dialética como Método: Hegel é conhecido por
elaborar a dialética como um método de análise filosófica. A dialética é uma abordagem que se baseia na ideia de que o desenvolvimento do pensamento e da realidade ocorre por meio de contradições e conflitos. Em outras palavras, em vez de considerar conceitos como fixos e estáveis, a dialética os vê como em constante evolução, em um processo de mudança e desenvolvimento.
Princípio da Contraditoriedade: Hegel introduziu o princípio da
contraditoriedade, que afirma que uma coisa pode ser e não ser ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto. Isso significa que os conceitos e fenômenos podem conter contradições internas que não são necessariamente incoerentes, mas refletem a natureza dinâmica e em constante evolução da realidade.
Oposição Radical ao Dualismo Sujeito-Objeto: Hegel se opôs
radicalmente ao dualismo sujeito-objeto, que é a ideia de que existe uma separação fundamental entre o sujeito (a mente ou a consciência) e o objeto (o mundo exterior). Em vez disso, ele argumentou que o sujeito e o objeto estão intrinsecamente relacionados e se influenciam mutuamente. A mente humana não está separada do mundo, mas é uma parte integrante dele.
Princípio da Contradição (Identidade dos Contrários), Totalidade e
Historicidade: Hegel também defendeu o princípio da contradição, que implica que as contradições são uma parte natural do desenvolvimento e da evolução do pensamento e da realidade. Ele enfatizou a ideia de totalidade, argumentando que a realidade deve ser vista como um todo interconectado, e não como partes isoladas. Além disso, Hegel destacou a historicidade, sugerindo que o pensamento e a realidade devem ser compreendidos em um contexto histórico, pois estão em constante mudança ao longo do tempo.
• Em resumo, Hegel é conhecido por sua abordagem dialética
da filosofia, que enfatiza a natureza dinâmica e em constante evolução da realidade. Ele se opôs ao dualismo sujeito-objeto, promovendo a ideia de que mente e mundo estão interligados. Seus princípios fundamentais incluem a contraditoriedade, a contradição, a totalidade e a historicidade, que moldaram significativamente a filosofia ocidental e influenciaram pensadores posteriores. Lei da Transformação da Quantidade em Qualidade: Essa lei postula que as mudanças quantitativas gradualmente levam a mudanças qualitativas revolucionárias. Em outras palavras, à medida que uma quantidade específica de mudanças acumula, em algum ponto, isso pode resultar em uma mudança abrupta e fundamental na qualidade ou na natureza da coisa em questão. Por exemplo, a água aquecida a uma certa temperatura passa de líquida para gasosa (vapor), ocorrendo uma transformação qualitativa.
Lei da Unidade e Interpenetração dos Contrários: Essa lei afirma
que a realidade concreta é caracterizada pela unidade dos contrários ou contradições. Isso significa que muitos fenômenos e processos contêm elementos opostos que se interpenetram e influenciam mutuamente. Essa interação entre contrários é essencial para compreender a dinâmica da realidade. Por exemplo, o conflito entre classes sociais (burguesia e proletariado) é visto como uma expressão dessa lei, onde os contrários se confrontam e se influenciam mutuamente na sociedade.
Lei da Negação da Negação: Essa lei descreve um processo
dialético em que, no conflito entre contrários, um contrário nega o outro (tese vs. antítese). No entanto, em um estágio posterior de desenvolvimento histórico, ocorre uma síntese que preserva elementos de ambos os termos negados. Portanto, o processo é uma negação seguida por uma negação da negação, resultando em uma síntese superior. Isso sugere que a história e o desenvolvimento da sociedade envolvem uma série de contradições e resoluções dialéticas.
• Essas leis fundamentais do materialismo dialético são
conceitos-chave que ajudam a explicar a dinâmica do mundo natural, social e histórico. Elas fornecem uma estrutura para compreender como as mudanças ocorrem, como os opostos interagem e como o desenvolvimento histórico se desenrola. Estudar essas leis é fundamental para uma compreensão mais profunda da filosofia dialética e das ciências sociais. O processo de "movimentar o pensamento" implica em começar com a realidade empírica ou o que é dado, o chamado "real aparente" ou "aparência". A partir desse ponto de partida, o pensamento avança por meio de abstrações, que são elaborações mentais, reflexões e teorizações. Essas abstrações não são simplesmente afastamentos do real, mas servem como ferramentas para compreender o que é essencial (a "essência") em um objeto ou fenômeno.
A lógica dialética não exclui a lógica formal, mas a incorpora como
uma ferramenta útil. A lógica formal é usada para construir e refinar o pensamento, ajudando a organizar ideias e argumentos de forma precisa e coerente. No entanto, a lógica dialética vai além da lógica formal ao enfatizar a necessidade de compreender o objeto em sua totalidade, considerando múltiplas determinações e chegando ao "concreto pensado", que é uma compreensão mais profunda e elaborada do objeto que leva em conta suas complexidades e interações.
Portanto, esse trecho destaca a importância de começar com a
realidade empírica, usar abstrações como meio de compreensão mais profunda e incorporar tanto a lógica formal quanto a lógica dialética no processo de pensamento, visando a uma compreensão mais rica e completa da realidade.