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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS

Aluna: Laryane Dias Sales Palma


Prof.ª: Raquel Gonçalves da Fonseca
APS – TTP – PSICANÁLISE II
(A Primeira Sessão)

Sobre o início do tratamento, pode-se dizer que houve uma expectativa por parte dos
pacientes do documentário, uma demanda, sintoma para dar o primeiro passo, que é procurar o
analista. No início do documentário, é mencionado que dar esse passo é como “passar do outro lado
do espelho”, acredito que se refere ao se enxergar com os próprios olhos, através da associação livre
das ideias, da própria fala da pessoa. A maioria desses pacientes relatam uma certa resistência/medo
de ficar a frente do analista, o que me chamou atenção foi uma fala: “...isso me faria bem, mas iria
me fazer perder certas coisas…” Pois, ficamos com nossos problemas em uma zona de conforto, e
gostamos muita das vezes, e é difícil reconhecer que para ficarmos bem de fato, é necessário
algumas perdas. Ainda sobre o início do tratamento, no documentário aborda o desejo do analista
também, pois tem que partir do analista e paciente para a análise acontecer, e aborda a questão do
dinheiro, que também é uma ferramente do tratamento, o financeiro pode ser regulado, dependendo
de cada paciente, por exemplo no documentário, um homem que estava desempregado e conseguiu
fazer a análise e uma mulher que foi perguntado quanto ela estava disposta a pagar.
Freud cita 9 recomendações, para o analista se orientar. Ao longo do documentário foi
possível observar algumas:
Um paciente entrevistado, diz que o que ele falava, o analista repetia a mesma palavra, só mudava a
intonação, e aquilo dava sentido, o fazer se enganchar naquilo que diz. Logo mais, uma analista
comenta sobre ouvir o paciente, em tudo aquilo que ele quiser dizer, as “intimidades”, e manter uma
presença particular, sem julgar, sem tomar partido e sem se comover, a presença sem identificação
com o paciente para que ele se situe melhor naquilo que está dizendo, e isso está de acordo com a 7º
recomendação do Freud, que recomenda não ter troca de afetividade no sentido de dar opiniões
sobre tudo o que o paciente diz, dar exemplos da sua própria vida, pois atrapalharia o processo.
A 5º recomendação do Freud, que diz respeito sobre a ambição terapêutica, um sentimento
perigoso, de querer alcançar algo que produza efeito sobre outra pessoa, aquilo que diz mais sobre
mim do que o outro, o que eu acho que é bom, que acho que é justo, no documentário percebe-se
essa ambição no analista de uma paciente, que na primeira sessão prometeu que ela se livraria fácil
da onicofagia em 6 meses, a paciente não voltou mais.
Essa mesma paciente disse algo muito bonito, que ela sempre foi educada na ideia de que
sempre estava tudo bem, e depois que ela começou a análise ela repetiu essa frase para o
psicanalista, “eu estou bem”, e o analista disse que não estava, e isso para ela foi extraordinário,
houve uma liberação, alguém autorizou ela a pensar que não estava bem. Imagino que esse foi o
ponto para a entrada em análise, o reconhecimento de não está bem e o desejo de melhorar.
Para finalizar com uma das frases que foi citada no fim do documentário e que vou levar para
a minha vida: “A psicanálise é uma aventura que não nos promete cura, mas pelo contrário, nos
reconcilia com nossa própria história.” Acredito que isso responda o comentário no início do
documentário, um passo para o outro lado do espelho.

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