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O tema é composto por duas palavras: processo e conhecimento. Por isso, procuremos
antes de mais nada entender o que esses dois termos significam para assim nos facilitar
a compreeensão.
A palavra processo tem a sua origem do latim procedere, que significa mover adiante,
avançar. Dai que que podemos definir o processo como sendo uma sucessão de
mudanças que ocorrem em um determinado objecto ou sistema.
A palavra conhecimento tem a sua origem do latim cognoscere que significa acto de
conhecer. Conhecer, por sua vez, é fazer ideia, ter noção de alguém ou alguma coisa.
Por isso todo o conhecimento evoca a relação entre o sujeito, aquele que conhece, e o
objecto, aquele que é conhecido. Sendo assim, processo de conhecimento refere-se a
maneira como se dá essa relação entre o sujeito que o objecto para que haja
conhecimento. Mais adiante veremos os vários factores que contribuem no processo de
conhceimento.
O papel da experiência
Para Platão o conhceimento que vem dos sentidos é enganoso. Por isso, muda de
indivíduo para indivíduo, de sociedade para sociedade. Ou seja, é subjectivo. “Depende
das condições da nossa alma durante as sensações como também … podendo mudar se
mudarem os custumes e as conveções” (Chaui, 2002, p. 252). Por isso o homem deve
procurar sair desse conhecimento para o conhceimento racional a partir da dialética.
Assim ele separa a sensação da razão.
A mesma ideia foi defendida por Santo Agostinho. Porém Santo Agostinho propunha a
iluminação divina como a única forma de encontrar o verdadeiro conhecimento (Zilles,
2005). Isto é, todo o verdadeiro conhecimento nos é dado por Deus.
Essa tese foi defendida também por Emmanuel Kant e pelos empiristas. Para eles a
nossa faculdade intelectiva é despartada pelos nossos sentidos, quando tocados pelos
objectos. E depois começamos a refletir a cerca deles e depois são reproduzidos no
pensamento. Nesse sentido, nenhum conhecimento antecede a experiência (Zilles,
2005, p. 115), ou seja, o conhecimento deriva só da experiência.
Os conceitos são são ideias abstractas que representam objectos, eventos, processos ou
fenômenos da realidade. “Segundo Aquinate, chegamos a conceitos universais atraves
da abstração” (Zilles, 2005, p. 118). Ou seja, os conceitos são formados a partir da
identificação de caracteristicas comuns entre diferentes objectos ou eventos, que são
agrupados em categorias ou classes. Isso envolve a experiência sensível. Por isso se
pode dizer que, os conceitos são formados a apartir da percepção e da abstração.
Com isso dá para ver que os conceitos são formados por nós. A partir da nossas
percepções das coisas. Não se esperar que um conceito se auto-crie do nada. “os
conceitos possibilitam o trabalho científico e a mediação do saber” (Zilles, 2005, p.
120).
As categorias
A palavra categoria vem do verbo grego kategóreo que significa falar contra, acusar,
revelar, tornar visível, dar a conhecer, exprimir, significar e afirmar (Chaui, 2000).
Nesse sentido categoria são palavras usadas para revelar, exprimir ou afirmar coisas ou
ideias. Gramticalmente corresponderiam ao substantivo, adjectivo, verbo e advérbio
(idem).
Categorias são aquelas unidades de classificação das quais dispomos para ordenar e
relacionar factos e experiências.
Conceito e juizo
Juízo é “o ato pelo qual a inteligência afirma ou nega uma coisa de outra, ou ainda, ato
pelo qual se afirma ou se nega uma relação de conveniência entre dois termos” (Zilles,
2005). “É uma afirmação ou negação que o pensamento realiza indo diretamente à
realidade e a proposiçã” (Chaui, 2002, p. 363). A caracteristica principal de um juízo é o
ato de afirmar positivamente e negativamente uma síntese de dois conceitos.
Os Juízos segundo Kant podem ser analíticos, quando o predicado pertence ao sujeito.
Ou seja, “O juízo analítico é aquele em que o predicado não é senão a explicitação do
conteúdo do sujeito e sintéticos quando o predicado não pertence ao sujeito” (Chaui,
2000, p. 294).
Os universais são conceitos ou ideias que se aplicam a muitos objectos ou eventos. Essa
é um dos temas centrais da filosofia desde os tempos antigos. Os filósofos procuravam
saber os universais existem de forma independente fos objectos ou eventos individuais,
ou são apenas construções mentais que surgem a partir da experiência sensorial e
cognitiva do indivíduo.
O realismo dos universais é uma corrente filosófica que defende a existência dos
universais como entidades reais e independentes dos objetos individuais. Segundo essa
corrente, os universais são conceitos ou ideias que se aplicam a muitos objetos ou
eventos, e que existem de forma independente dos objetos individuais(Zilles, 2005).
Essa corrente remonta a Platão, que acreditava que os universais existem de forma
independente dos objetos individuais, e que são acessíveis apenas através da razão.
O realismo dos universais é uma corrente filosófica que defende a existência dos
universais como entidades reais e independentes dos objetos individuais, e é uma
posição oposta ao nominalismo, que nega a existência dos universais.
O nominalismo, defendido por Boécio é uma corrente filosófica que nega a existência
dos universais, defendendo que apenas os particulares existem de fato. Segundo essa
corrente, os universais são apenas construções mentais que surgem a partir da
experiência sensorial e cognitiva do indivíduo, e que não possuem existência real e
independente dos objetos individuais(Zilles, 2005).
O realismo moderno defendido por Pedro Abelardo, por sua vez, defende que os
universais são construções mentais que surgem a partir da experiência sensorial e
cognitiva do indivíduo, e que são aplicáveis a todos os objetos da experiência possível
(Zilles, 2005).