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AULA 3

CONTAGEM DE CARBOIDRATOS – ESTRATÉGIA NUTRICIONAL PARA O SEU TRATAMENTO

1. Introdução

Para iniciarmos o conteúdo de contagem de carboidratos, é muito importante que você tenha
estudado os conteúdos das apostilas anteriores – Alimentação e Diabetes; Educação em Diabetes.

Estes conteúdos são pré-requisitos para um melhor aproveitamento da nossa aula de hoje. Se
você ainda não estudou, pegue as apostilas passadas e estude primeiro.

Talvez você já tenha ouvido falar na contagem de carboidratos e nunca tentou implantá-la no
seu tratamento por que alguém disse que é muito difícil, ou por que tem muitos cálculos. É claro que
tudo na vida quando temos contato pela primeira vez, pode parecer muito difícil. Mas eu garanto pra
vocês que não é um bicho de sete cabeças.

Meu objetivo é que até o final dessa aula, você clareie suas ideias para este tema e comece a
implantar os ensinamentos HOJE, junto com sua equipe de saúde, é claro.

2. O que é a Contagem de Carboidratos

A Contagem de Carboidratos é uma ESTRATÉGIA nutricional destinada para PESSOAS COM


DIABETES.

Existe muita confusão acerca desse detalhe por que pessoas acreditarem que a contagem de
carboidratos é uma dieta. E não! A Contagem de Carboidratos não é uma dieta! Ela é uma estratégia
nutricional que você aplica em cima de uma dieta.

Digamos, por exemplo, que você faça dieta cetogênica, vegetariana, low carb, etc. Você aplica
a contagem de carboidratos em cima da dieta que você faz.

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Outra confusão muito difundida por aí, e eu gostaria logo de quebrar essa objeção, é que a
Contagem de Carboidratos é uma permissão para você consumir alimentos não saudáveis. Esse mito
começou por que a característica da contagem é justamente fazer a aplicação de insulina apenas para
os carboidratos da refeição, sem ter descontrole na glicemia. Logo, as pessoas começaram associar a
estratégia como uma válvula de escape para sair da rotina e ingerir alimentos não saudáveis.

Esse pensamento é totalmente equivocado. A alimentação de QUALQUER pessoa,


independente se ela tem diabetes ou não, deve estar dentro de um contexto de alimentação saudável.
A contagem de carboidratos veio para trazer mais flexibilidade e liberdade alimentar para as
pessoas com diabetes. Mais abaixo você vai entender quando falo de flexibilidade liberdade.

Apesar da contagem te permitir comer o que quiser, ela deve ser utilizada a seu favor para te
dar mais saúde tendo como base uma alimentação saudável.

Para fecharmos agora a definição oficial da contagem de carboidratos:

“A contagem de carboidratos é uma estratégia nutricional em que você contabiliza


os gramas de carboidratos em cada refeição. Você utilizar fórmulas matemáticas e
informações pessoais do seu tratamento, para calcular a quantidade de insulina
ideal para fazer uma refeição ou corrigir uma hiperglicemia.”

2.1. Objetivos da Contagem de Carboidratos

Devemos contabilizar os carboidratos por conta do principio básico que eu tanto repeti na
nossa aula 1 de Alimentação no Diabetes:

“100% dos carboidratos consumidos vão se converter em glicose na tua corrente sanguínea, em um
intervalo de tempo de 15 minutos à 2 horas, independente de que fonte seja”

É por isso que a gente precisa ter domínio sobre contagem de carboidratos, pois este é o
macronutriente que mais impacta na nossa glicemia.

Os principais objetivos da contagem de carboidratos é:

• Encontrar o equilíbrio entre carboidrato consumido, e dose de insulina administrada,


te ajudando a aplicar a dose de insulina ideal para a refeição;
• Gerar controle na ingestão de carboidratos, e principalmente melhorar os valores de
glicemias no pós-refeição.

Aplicando a contagem de carboidratos, você passa a errar menos nas aplicações. Você
dominando a estratégia, passa a não cometer mais erros como aplicar insulina demais (causando
hipos), ou aplicar insulina de menos (causando hipers), até você encontrar seus parâmetros ideais.

O objetivo final, é fazer com que sua glicemia fique normal após fazer uma refeição.

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2.2. Como encontrar os carboidratos?

A forma mais prática, na minha opinião, é fazer uso de aplicativos ou tabelas nutricionais. Eu
particularmente utilizo mais os aplicativos do que as tabelas, tanto pela praticidade como pelas
atualizações que eles passam periodicamente.

Você também consegue encontrar os carboidratos nos rótulos dos alimentos. Nas
informações nutricionais você consegue visualizar essas quantidades. Na aula 1 de Alimentação no
Diabetes, eu mostrei pra você a rotulagem de alguns alimentos quando falei de diets e integrais.
Aquelas informações também nos auxiliam na contagem de carboidratos.

Mas voltando aos aplicativos, vou deixar a indicação dos 3 que eu mais uso:

Além desses, você pode experimentar o MyFitnessPal, Glic, ou o aplicativo da Sociedade


Brasileira de Diabetes. Minha dica é você baixar tudo e ficar mexendo, até encontrar aquele que você
mais se identifica e teve facilidade.

2.3. Como pesquisar os carboidratos

Existem duas formas de você medir os carboidratos das refeições. Os aplicativos, com o
iGlicho, nos fornecem a quantidade de carboidratos por gramas e por medidas caseiras.

Eu sugiro que quem estar iniciando na contagem, utilize primeiro as medidas caseiras, pois
utilizamos apenas utensílios domésticos que existem na maioria dos lares brasileiros. Trabalhando
com gramas, precisaremos de uma balança de alimentos, e eu reconheço que não são todas as famílias
que possuem uma balança em casa.

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Medidas caseiras Balança de alimentos

Fica minha recomendação que você depois buscar por este conhecimento com sua equipe de
saúde. Por utilizar a balança de alimentos, o método por gramas tem a característica de deixar a
contagem a contagem de carboidratos mais exata.

2.4. Diferenças entre dose fixa de insulina e contagem de carboidratos

Dose Fixa: independente da sua fome Contagem de Carboidratos: a pessoa


ou vontade/necessidade, a pessoa deve comer come a quantidade que deseja/precisa, aplica
as mesmas quantidades de comida e aplicar a somente a quantidade de insulina necessária.
mesma quantidade de insulina. A dose fixa Calcula também a quantidade de insulina pra
também serve para correção de correção de hiperglicemias. O paciente pode
hiperglicemias. É importante que o paciente variar o horário da refeição e quantidade de
que utiliza doses fixas, tenha horários para alimentos que quer ingerir.
comer, e sempre comer as mesmas
quantidades.

A contagem de carboidratos promove uma liberdade alimentar maior para o paciente, e


também mais flexibilidade. Ela consegue ser moldada para respeitar cada fase que a pessoa está
passando, respeitando sua individualidade. É muito complicado algumas pessoas utilizarem doses
fixas quando estão passando por momento específicos de suas vidas, como adolescentes, gestantes
ou mulheres em período pré-menstrual (TPM). São momentos da vida em que o nosso corpo passa
por descargas hormonais diferentes dos habituais, e faz com que precisemos de dosagens de insulinas
também diferentes.

A contagem de carboidratos além de trazer mais liberdade e flexibilidade, também é mais


aplicável na individualização do tratamento.

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2.5. O que iremos devemos calcular

Para iniciar a contagem de carboidratos, precisamos aprender a calcular dois tipos de


administração da insulina. Os nomes são bastantes intuitivos:

Bolus Alimentação: Quantidade de Bolus Correção: Quantidade de


insulina ultra-rápida necessária para cobrir os insulina ultra-rápida necessária para corrigir a
gramas de carboidratos. uma hiperglicemia.

Para calcular os bolus, temos que definir previamente três conceitos que são TOTALMENTE
INDIVIDUAIS do seu tratamento, e você deve solicitá-los apenas com seu médico endocrinologista.

São eles:

• Razão Insulina/Carboidrato: quantidade de insulina ultra-rápida necessária para cobrir


os gramas de carboidratos.

• Fator Sensibilidade: quanto que uma unidade de insulina ultra-rápida baixa na sua
glicemia.

• Meta Glicêmica: valor ideal da sua glicemia.

Apenas repetindo: Essas são informações PESSOAIS do teu tratamento, e você deve pegar
apenas com seu médico endocrinologista que te acompanha.

A Sociedade Brasileira de Diabetes nos passa alguns parâmetros como regra geral para
servirem apenas como um ponto de partida. Isto quer dizer que seu médico pode utilizar esses valores
para iniciar com segurança a descoberta dos SEUS parâmetros.

Para a Razão Insulina/CHO, a SBD recomenda para adultos a razão de 1/15. Ou seja, uma
unidade de insulina ultra-rápida, metaboliza 15g de carboidratos consumidos.

Para o Fator Sensibilidade (ou sensibilidade à insulina), a SBD recomenda para adultos o fator
sensibilidade de 1/50. Ou seja, uma unidade de insulina ultra-rápida baixa 50mg/dL da sua glicemia.

Lembrando que o fator sensibilidade é muito pessoal, pois ela varia ao longo do dia e também
de acordo com a idade. Por exemplo, você pode estar mais resistente a insulina pela manhã ao
acordar, e mais sensível a noite na hora do jantar.

Observação importante a fazer: A sensibilidade à insulina e razão insulina/carboidratos não


são lineares. Você precisa saber como esses parâmetros se comportam ao longo do dia para utilizá-
los corretamente caso precise fazer alguma refeição ou correção da glicemia.

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A meta glicêmica também é muito pessoal. Ela é determinada pelo seu médico de acordo com
sua condição de saúde, algum momento de vida, ou objetivos pessoais. As gestantes, por exemplo,
têm metas glicêmicas diferentes em cada trimestre da gestação. Durante a adolescência, o médico
por alterar a meta glicêmica do paciente até ele alcançar a fase adulta.

Por isso que eu bato na tecla que o diabetes não é igual pra todo mundo. Cada um tem o seu
diabetes. E o melhor profissional que pode te ajudar é aquele que procura fazer um atendimento mais
humanizado pra tratar o seu diabetes de forma individual.

Existe uma frase muito difundida no meio do pessoal da área de desenvolvimento pessoal, que
diz:

“Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”

Esta frase pode funcionar muito bem para quem busca desenvolvimento pessoal, mas no caso
do diabetes, eu digo pra vocês então que somos todos insanos.

É muito comum fazermos exatamente a mesma coisa e a glicemia se comportar de forma


diferente. Em um dia acertamos a contagem e a glicemia fica super bem. No outro dia, nos
alimentamos do mesmo alimento e aplicamos a mesma quantidade de insulina, e dá errado. É por esta
razão que vejo muita gente difundindo por aí que a contagem de carboidratos não funciona. É um
sentimento de frustação que leva a pessoa a seguir pelo caminho mais fácil: culpar. Ao invés de buscar
informação, a pessoa opta por culpar e abandonar a estratégia.

O paciente deve procurar observar a sua individualidade para entender por que isso
acontece. Dissemos acima que os parâmetros de razão insulina/CHO e sensibilidade à insulina são
variáveis ao longo do dia. De manhã pode ser que você seja mais resistente a insulina, e a noite pode
ser que seja mais sensível. Se você comer um alimento no período da manhã, fazer a contagem, aplicar
a insulina, e acertar, não espere o mesmo resultado se você repetir esta refeição no dia seguinte em
outro horário do dia.

Certas etapas da vida também contribuem para alterar estes parâmetros. Adolescentes
durante a puberdade, podem ter estes parâmetros alterados com mais frequência, devido as
descargas hormonais que passam neste período da vida. As gestantes também possuem parâmetros
muito diferentes de mulheres não grávidas. Caso você estava sedentário e iniciou a atividade física,
também haverá alteração na sua sensibilidade a insulina e razão insulina/CHO.

Uma ferramenta poderosa que pode te mostrar como sua sensibilidade à insulina e razão
insulina/CHO variam, é preenchendo um Diário Alimentar. O médico de posse desse diário, com as
quantidades de carboidratos anotadas, glicemias pré e pós refeição, e dosagem aplicada, estará com
informação suficiente para calcular estes parâmetros para você nos diferentes períodos do dia,
individualizando seu tratamento e deixando a contagem de carboidratos mais assertiva.

A palavra que resumo todo os parágrafos anteriores é INDIVIDULIDADE. Busque por


profissionais que conduzem o tratamento de pacientes com diabetes de forma individual.

Eu peço a todos que após esta aula, já questionem os profissionais que te acompanham sobre
os SEUS valores de meta glicêmica, sensibilidade a insulina e razão insulina/carboidratos. Eles são
essenciais para você iniciar os cálculos da contagem. Preencha a tabela de glicemias e leve na
consulta.
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2.6. Pesquisando os carboidratos na prática

Nesta seção da nossa apostila, vamos descobrir a quantidade de carboidratos da refeição


acima, com o auxílio do aplicativo iGlicho.

Lançando os alimentos no aplicativo, temos:

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TOTAL DE CARBOIRATOS DA REFEIÇÃO: 47g

2.7. Contagem de Carboidratos na prática

Vamos usar como exemplo um paciente fictício que possui os valores de razão
insulina/carboidrato e sensibilidade a insulina iguais às recomendações da Sociedade Brasileira de
Diabetes. Digamos que a meta glicêmica desse paciente foi definida pelo médico em 120mg/dL.

▪ Razão insulina/carboidrato: 1/15

▪ Sensibilidade à insulina: 1/50

▪ Meta glicêmica: 120mg/dL

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Cenário 1: Glicemia na Meta

O paciente vai comer um prato com 60g de carboidratos e está com a glicemia na meta
(120mg/dL). Neste caso, ele vai precisar fazer apenas um Bolus Alimentação (BA).

Para fazer um bolus alimentação:

𝐶𝑎𝑟𝑏𝑜𝑖𝑑𝑟𝑎𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑓𝑒𝑖çã𝑜
𝐵𝐴 =
𝑅𝑎𝑧ã𝑜 𝐼𝑛𝑠𝑢𝑙𝑖𝑛𝑎/𝐶𝐻𝑂

A conta para nosso paciente fictício fica:

60
𝐵𝐴 = = 4𝑢𝑖
15

O resultado são 4 unidades de insulinas para cobrir os 60g de carboidratos da refeição

Cenário 2: Glicemia está alta em 200mg/dL

O paciente precisa fazer um bolus correção pra voltar com a insulina para meta glicêmica.

Para fazer um bolus correção (BC):

𝐺𝑙𝑖𝑐𝑒𝑚𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 − 𝑚𝑒𝑡𝑎 𝑔𝑙𝑖𝑐ê𝑚𝑖𝑐𝑎


𝐵𝐶 =
𝑆𝑒𝑛𝑠𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 à 𝑖𝑛𝑠𝑢𝑙𝑖𝑛𝑎

A conta para nosso paciente fictício fica:

200 − 120
𝐵𝐶 = = 1,6𝑢𝑖
50

O resultado são 1,6 unidades de insulina para o paciente corrigir a glicemia de 200 para 120.

Aqui neste ponto eu deixo uma observação. Para quem usa canetas, não existe a opção de
aplicar 1,6 unidades de insulina. A graduação das canetas geralmente é de uma em uma unidade. O
que devo fazer então quando o resultado for fracionado? Esta é uma informação que apenas o seu
médico pode te passar. Ele é quem vai te instruir se você deve arredondar para cima ou para baixo,
ou seja, aplicar 2 unidades ou 1 unidade.

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O mesmo vale para quem tem canetas de graduação em 0,5 unidade. Essas canetas são mais
indicadas para crianças por serem mais sensíveis a insulina. Meia unidade de insulina em uma criança
faz muita diferença! As mamães pâncreas também devem consultar os médicos endocrinologistas
para saberem se podem arredondar as dosagens de insulinas calculada dos bolus.

Cenário 3: O paciente vai comer e está com a glicemia alta

Nosso paciente vai comer os mesmos 60g de carboidratos e está com a glicemia fora da meta,
em 200mg/dL. Para este caso, o paciente vai fazer os cálculos de bolus alimentação e bolus correção
apresentados anteriormente, e SOMAR os valores.

No nosso exemplo, o paciente fictício vai precisar aplicar 4 + 1,6 = 5,6 unidades de insulina.

DICA: Lembre da informação da nossa aula anterior. Antes de se alimentar, espere o tempo de ação
da insulina que você usa. Geralmente, as insulinas ultra-rápidas começam a agir cerca de 15 minutos
após a aplicação. Aplique sua insulina (bolus alimentação) e aguarde 15 minutinhos para começar a
se alimentar.

3. Contagem de Gorduras e Proteínas

Optei por não me estender muito no nosso curso pocket sobre o assunto de contagem de
gorduras e proteínas.

Primeiro, aprenda e domine a contagem de carboidratos. Só depois, suba de nível e aprenda


contagem de gorduras e proteínas. Lembra da mensagem da aula anterior: Faça o básico bem feito,
não ignore o poder de fazer o básico bem feito todos os dias.

A informação que te trago sobre a contagem de gorduras e proteínas é em relação a sua


absorção pelo nosso organismo. Lembra que 100% dos carboidratos são convertidos em glicose? Pois
é, com gorduras e glicemias o cenário muda.

Cerca de 30% a 60% das proteínas são convertidas em glicose. Para gorduras, essa taxa é de
apenas 10%.

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Essa variação na taxa de absorção é que faz o assunto ser um pouco mais complexo. Fica mais
fácil o entendimento quando você já domina a contagem de carboidratos.

As gorduras e proteínas só são relevantes no impacto glicêmico quando consumidas em


grandes quantidades. Este é o exemplo quando você consome muita gordura indo à pizzaria, ou
consome muita proteína indo no churrasco do final de semana.

Para a alimentação comum do dia a dia, como um pedaço de bife no almoço, a proteína e
gordura não são relevantes para impactar a glicemia (para elevar). Nessas ocasiões, nós as utilizamos
apenas como aliadas ao tratamento, combinando-as com fontes de carboidratos para reduzir a
velocidade absorção e evitar picos na glicemia. Lembra do leite desnatado? É disso que estou falando.

Geralmente consumimos muita gordura ou proteína em ocasiões especiais fora da rotina. E


para ocasiões especiais, precisamos de bolus especiais. Na contagem de gorduras proteínas, fazemos
outros tipos de bolus, como o bolus duplo, bolus multionda, bolus quadrado, bolus estendido, etc.

Domine primeiro a contagem de carboidratos! Depois em outra ocasião eu te ensino a


contagem de gorduras de proteínas.

4. Comer não é só sobre matar fome

Gostaria de deixar esta mensagem pra você no final da nossa aula:

Comer não só sobre matar fome, é um ato social e afetivo.

Tem muito profissional da saúde que trata o paciente como se ele fosse um robô de controlar
a glicemia, e não uma pessoa que enxerga a alimentação como um ato social e afetivo. Não somos
mecanizados para nos mantermos sempre na linha e com a glicemia maravilhosa. Esta é a
humanização no tratamento que eu tanto defendo.
Você tem sentimentos e emoções que em alguns momentos impactam na sua alimentação, e
por consequência, impacta na sua glicemia. E tá tudo bem. Eu bato sempre na tecla para você investir
em educação em diabetes, por que você tendo conhecimento, consegue retomar seu controle
rapidamente e voltar pra normalidade, após uma instabilidade emocional ou um momento ruim
passageiro. Você vai saber exatamente o que fazer, por que você é um paciente empoderado!
Existem coisas na vida que não em preço. Existe o bolo da sua avó que só tem o gosto do bolo
da sua avó, e você só a visita uma vez por mês, e sempre que você vai ela prepara esse bolo pra você.
Como dito durante esta aula, a contagem de carboidratos te proporciona mais liberdade e
segurança para você, esporadicamente, sair de um contexto de alimentação saudável. Isso lhe
permite viver esses momentos especiais, comer com afeto!

Você não é um robô.

Com amor,
Noelly Dantas
Nutricionista | Educadora em Diabetes | Diabética tipo 1

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