Você está na página 1de 11

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO

Licenciatura em Gestão Portuária


Cadeira De Contabilidade

TEMA: RÁCIOS ECONÓMICOS COMO FERRAMENTA DE MERCADO

Discente:

ADRIANA NAYARA

AMÉLIA AGOSTINHO MINESES

ANACLETO MARCELINO MIRITE

AVELINO DEVES

KIYOMI KATSUMI UBAGAMI

LURDES JONE DOMINGOS

NAIRA ANDREIA BARRETO

YUNEISA PORTRAITE SULTANGY

Docente:

Msc. Jorge Muchanga

Beira

Setembro, 2023
2

Índice
CAPITULO I: INTRODUÇÃO..............................................................................................................3
1.2.Objectivos........................................................................................................................................3
1.2.1.Objectivos gerais...........................................................................................................................3
1.2.2. Objectivos específicos..................................................................................................................3
CAPITULO II: REVISÃO LITERÁRIAS.............................................................................................4
2. Definição de Rácios Económicos:......................................................................................................4
2.1.1. Teoria de Base:.............................................................................................................................4
2.1.2. Modelos de Precificação de Ativos:.............................................................................................5
2.1.3. Teoria da Eficiência do Mercado:.................................................................................................5
2.2. Tipo de rácios económico................................................................................................................5
2.2.1. Rácio de Liquidez: Avaliando a Solidez Financeira.....................................................................6
2.2.2. Rácio de Endividamento: Medindo o Grau de Alavancagem.......................................................6
2.2.3. Rácio de Rentabilidade: Indicando Eficiência e Lucratividade.....................................................6
2.2.4. Rácio de Eficiência: Analisando a Gestão Operacional................................................................6
2.2.5. Rácio de Crescimento: Prevendo o Futuro....................................................................................6
2.2.6. Rácio de Preço/Lucro (P/E): Avaliando a Avaliação do Mercado................................................7
2.2.7. Rácio Dividendo/Proventos: Atraindo Investidores de Longo Prazo............................................7
2.3. A Importância dos Rácios Económicos como ferramenta do Mercado............................................7
2.4. Desafios e Limitações na Utilização de Rácios Económicos como Ferramenta de Mercado...........8
CAPITULO III: CONCLUSÃO...........................................................................................................10
Referencias bibliográficas....................................................................................................................11
3

CAPITULO I: INTRODUÇÃO

Os rácios económicos são ferramentas essenciais para avaliar o desempenho financeiro


de uma empresa. Eles fornecem informações críticas sobre a saúde financeira, eficiência
operacional e rentabilidade de um negócio. No contexto do mercado, entender e interpretar
esses rácios pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso. Neste trabalho exploraremos
profundamente os rácios económicos como uma ferramenta vital no mundo do mercado.

1.2.Objectivos
1.2.1.Objectivos gerais

Abordar sobre os rácios económicos como ferramenta de mercado


1.2.2. Objectivos específicos

a) Identificar os tipos de rácios económicos


b) Descrever os tipos de rácios
c) Mencionar a importância dos rácios económicos
4

CAPITULO II: REVISÃO LITERÁRIAS


2. Definição de Rácios Económicos:

Segundo Farinha (1995), rácios económicos são indicadores financeiros que


proporcionam informações sobre o desempenho de uma empresa. Eles são calculados usando
dados das demonstrações financeiras e ajudam a avaliar a eficiência operacional, a liquidez, a
rentabilidade e a solvência de uma empresa.

Para JOHN, (1993. P.23) afirma que rácios económicos são ferramentas vitais para
compreender a saúde e a dinâmica do mercado financeiro. Eles fornecem uma visão detalhada
das relações entre diferentes variáveis económicas, permitindo que investidores, analistas e
governos tomem decisões informadas.

No entanto, os rácios económicos são fundamentais na análise financeira porque são a


espinha dorsal da avaliação do desempenho no mercado e a sua aplicação na esfera de
mercado é profunda e multifacetada, e sua interpretação requer uma compreensão sólida dos
princípios teóricos subjacentes.

2.1. Princípios teóricos dos rácios económicos como ferramenta do mercado


Segundo Beaver, (1966), a aplicação dos rácios económico na esfera de mercado é
profunda e multifacetada, e sua interpretação requer uma compreensão sólida dos princípios
teóricos subjacentes:

2.1.1. Teoria de Base:


a) Teoria da Racionalidade dos Investidores:

Investidores, de acordo com esta teoria, são racionais e procuram maximizar seus
retornos. Rácios de rentabilidade (como ROE - Return on Equity) são cruciais aqui, pois
indicam a eficiência com que a empresa está usando seu capital próprio para gerar lucro. Um
ROE elevado geralmente é visto como sinal de uma empresa bem administrada.

b) Teoria da Agência:
Agentes, como gestores e accionistas, muitas vezes têm interesses conflituosos. Os
rácios de governança corporativa, como o rácio de gestão (administração), analisam como a
gestão utiliza os recursos da empresa e como ela é eficiente em transformar investimentos em
lucros.
5

2.1.2. Modelos de Precificação de Activos:


a) Modelo de Precificação de Activos Financeiros (CAPM - Capital Asset Pricing
Model):

Rácios como Beta, que medem a volatilidade de uma ação em relação ao mercado, são
fundamentais no CAPM. Investidores usam esses rácios para entender o risco associado a um
investimento, crucial na teoria moderna de portfólio.

b) Modelo de Precificação de Ativos de Arbitragem (APT - Arbitrage Pricing Theory):


Os APTs consideram múltiplos factores que influenciam os retornos do activo. Rácios
como P/E (Price to Earnings) são cruciais aqui, já que indicam o valor percebido do
investimento em relação aos lucros. A compreensão desses rácios ajuda os investidores a
discernir se uma acção está subvalorizada ou sobrevalorizada.

2.1.3. Teoria da Eficiência do Mercado:


a. Formas de Eficiência do Mercado

Em mercados eficientes, as acções são sempre negociadas a seus valores intrínsecos.


Rácios como P/B (Price to Book) são vitais aqui, pois revelam quanto o mercado está disposto
a pagar sobre o valor contável dos activos de uma empresa.

b. Anomalias do Mercado

Anomalias, como a Anomalia do Valor (Value Anomaly), indicam que, ao longo do


tempo, as ações com baixos rácios de valor (como P/E ou P/B) superam aquelas com altos
rácios. Esta observação desafia a teoria da eficiência do mercado e destaca a importância da
compreensão aprofundada dos rácios de valor.

2.2. Tipo de rácios económico


Segundo ALTMAN, (1969), os rácios económico-financeiros são um instrumento
prático para resumir dados e comparar o desempenho dos mercados, ajudando-as a fazer as
perguntas certas.
Estes rácios subdividem-se em grupos:
6

2.2.1. Rácio de Liquidez: Avaliando a Solidez Financeira

O rácio de liquidez, representado pela divisão dos activos circulantes pelos passivos
circulantes, é uma medida fundamental da capacidade de uma empresa honrar suas obrigações
de curto prazo. Um rácio superior a 1 indica saúde financeira, mas muito alto pode sugerir
subutilização de recursos. (Altman, 1969, p.56).

2.2.2. Rácio de Endividamento: Medindo o Grau de Alavancagem

O rácio de endividamento compara o capital próprio de uma empresa ao capital


emprestado. Investidores usam isso para avaliar o risco; empresas com menor endividamento
são consideradas mais seguras, mas um equilíbrio saudável é vital para o crescimento.
(Altman, 1969, p.56).

2.2.3. Rácio de Rentabilidade: Indicando Eficiência e Lucratividade

Os rácios de rentabilidade, como ROA (retorno sobre activos) e ROE (retorno sobre o
património líquido), mostram a eficiência com que uma empresa utiliza seus recursos para
gerar lucro. Investidores os usam para comparar o desempenho de diferentes empresas e
sectores. (Altman, 1969, p.57).

2.2.4. Rácio de Eficiência: Analisando a Gestão Operacional


O rácio de eficiência, também conhecido como rácio de giro de activos, avalia a
eficácia da gestão operacional, indicando quantas vendas são geradas por cada unidade de
activo. Isso é vital para determinar a produtividade e a eficácia da gestão. (Altman, 1969,
p.57).

2.2.5. Rácio de Crescimento: Prevendo o Futuro


O rácio de crescimento compara as receitas ou lucros ao longo do tempo. Investidores
o usam para entender as tendências de crescimento de uma empresa e fazer projecções para o
futuro, fundamentais para decisões de investimento a longo prazo. (Altman, 1969, p.58).
7

2.2.6. Rácio de Preço/Lucro (P/E): Avaliando a Avaliação do Mercado

Este rácio compara o preço das acções de uma empresa com seu lucro por acção. É
crucial para entender se uma acção está sobrevalorizada ou subvalorizada. Um P/E alto pode
indicar expectativas optimistas dos investidores, enquanto um baixo pode indicar o contrário.
(Altman, 1969, p.58).

2.2.7. Rácio Dividendo/Proventos: Atraindo Investidores de Longo Prazo


Para investidores interessados em dividendos, este rácio compara os dividendos pagos
por uma empresa com seus lucros. Um rácio sustentável indica uma política de dividendos
sólidos e pode atrair investidores de longo prazo. (Altman, 1969, p.58).

Segundo (Altman, 1969, p.59), todos estes rácios carecem de critérios de comparação,
possível via a análise dos resultados de anos anteriores ou a média do sector de actividade
(publicada periodicamente pelo INE – Instituto Nacional de Estatística).

Habitualmente os valores de balanço são utilizados nos rácios financeiros e os da


demonstração de resultados nos rácios económicos.

A correlação entre diferentes rácios pode determinar se a informação fornecida é a


mesma, evitando que se calculem e analisem rácios de forma duplicada. Por outro lado,
quando não há correlação, analisar ambos os indicadores permite obter informação adicional.

Não existe nenhum padrão internacional para os rácios económico-financeiros, pelo


deve prevalecer a reflexão e o bom senso à cega aplicação das fórmulas. Deve existir
selectividade na escolha dos rácios pois, frequentemente, rácios diferentes proporcionam a
mesma informação, sendo necessária uma base de referência para permitir a avaliação da
situação financeira de uma empresa.

2.3. A Importância dos Rácios Económicos como ferramenta do Mercado

Na visão de Fernandes, (2010), no mundo volátil dos investimentos, os rácios


económicos tem um papel importante ao oferecer uma visão profunda da saúde financeira de
uma empresa. Estas métricas são mais do que números; elas representam ferramentas
poderosas que ajudam investidores e analistas a tomar decisões informadas.
8

Os rácios económicos, como o rácio de liquidez e o rácio de endividamento, fornecem


uma visão instantânea da saúde financeira de um determinado mercado. Investidores usam
essas métricas para avaliar a capacidade de um mercado de lidar com dívidas e cumprir suas
obrigações financeiras. Uma empresa com um rácio de liquidez saudável é mais estável em
tempos de crise económica, proporcionando confiança aos investidores.

Enquanto para a IES (2014) diz rácios de rentabilidade como ROA e ROE, faz com
que investidores possam entender como uma empresa está gerando lucros em relação aos seus
activos e património líquido. Estas informações são vitais para investidores que desejam
tomar decisões informadas sobre onde colocar seu dinheiro. Um histórico sólido de
rentabilidade frequentemente indica uma gestão competente e uma estratégia de negócios
sólida.

Os rácios de crescimento ajudam os investidores a prever o futuro. Ao analisar as


tendências de crescimento de uma empresa ao longo do tempo, os investidores podem fazer
projecções sobre o seu desempenho futuro. Este conhecimento é inestimável para aqueles que
estão interessados em investimentos a longo prazo, permitindo-lhes escolher empresas com
perspectivas de crescimento sólidas.

O rácio preço/lucro (P/E) é uma ferramenta vital para avaliar a avaliação do mercado
de acções. Investidores comparam este rácio entre empresas do mesmo sector para determinar
se uma acção está sobrevalorizada ou subvalorizada. Isso é essencial para tomar decisões de
compra ou venda no mercado de acções, evitando investimentos excessivamente arriscados.

Ao entender os rácios económicos, os investidores podem construir portfólios


diversificados e equilibrados. Compreendendo a variedade de métricas disponíveis,
investidores podem escolher empresas com diferentes perfis de risco e retorno. Isto é crucial
para reduzir o risco e optimizar o potencial de retorno, criando uma carteira mais resiliente.

2.4. Desafios e Limitações na Utilização de Rácios Económicos como Ferramenta de


Mercado

A utilização de rácios económicos como ferramenta de mercado oferece inúmeras


vantagens, mas não está isenta de desafios significativos e limitações cruciais. Embora esses
indicadores forneçam informações valiosos sobre a saúde financeira das empresas, eles têm
suas próprias armadilhas que os investidores e analistas precisam entender para tomar
9

decisões informadas. Um desses desafios reside na comparação entre sectores diversos


conforme (Altman, 1969, p.78), cada indústria possui padrões de rácios específicos, tornando
a comparação directa entre empresas de sectores diferentes uma tarefa complicada. O que
pode ser um rácio saudável numa indústria pode parecer desfavorável noutra.

Além disso, mudanças nas normas contáveis podem distorcer a interpretação dos
rácios. Alterações nos métodos contáveis podem levar a flutuações nos valores dos activos,
passivos e lucros, impactando directamente na análise dos rácios ao longo do tempo. A
ausência de informações qualitativas é outro desafio importante. Rácios económicos
geralmente ignoram factores intangíveis como qualidade de gestão, reputação da empresa e
situação política. Esses factores podem ter um impacto significativo, mas não são reflectidos
nos rácios.

Ademais, a possibilidade de manipulação de dados é uma preocupação constante.


Empresas podem ajustar seus dados financeiros para apresentar rácios mais favoráveis,
tornando a análise baseada nesses rácios potencialmente enganosa. A volatilidade do mercado
também desafia a eficácia dos rácios. Durante mercados em alta, as empresas podem parecer
mais rentáveis do que realmente são, enquanto em mercados em baixa, mesmo empresas bem-
sucedidas podem ser subavaliadas.

Conforme IGNIOS, (2014) a falta de consideração do tempo é uma limitação crítica.


Os rácios oferecem uma imagem instantânea, mas não indicam a trajectória histórica ou
futura. Uma empresa que está melhorando ou deteriorando ao longo do tempo não é capturada
por um único rácio. A complexidade empresarial também é ignorada, especialmente em
organizações grandes e diversificadas. Rácios muitas vezes simplificam demais a realidade
complexa das operações de uma empresa, o que pode levar a avaliações erróneas.

Finalmente, os rácios económicos são altamente sensíveis a mudanças económicas.


Uma crise económica global ou regional pode fazer com que rácios aparentemente robustos se
deteriorem rapidamente, pegando os investidores de surpresa.
10

CAPITULO III: CONCLUSÃO

Após a elaboração do presente trabalho concluímos que os rácios económicos são


ferramentas inestimáveis no mundo do mercado. Eles proporcionam uma visão detalhada do
desempenho financeiro de uma empresa e desempenham um papel fundamental nas decisões
de investimento e gestão. Compreender profundamente esses rácios não é apenas crucial para
os investidores, mas também para as próprias empresas que desejam prosperar num ambiente
de negócios cada vez mais competitivo. Estar ciente dos tipos de rácios, sua interpretação e
suas limitações é essencial para utilizar essa ferramenta de forma eficaz no mundo dinâmico
do mercado.

Os rácios económicos não são apenas números em um papel; eles são a linguagem dos
investimentos. Permitem que os investidores compreendam não apenas o passado e o presente
de uma empresa, mas também façam projecções educadas sobre seu futuro. Ao integrar essas
métricas em suas estratégias de investimento, os investidores podem navegar pelo mercado
com confiança, enfrentando menos riscos e colhendo recompensas mais consistentes ao longo
do tempo.
11

Referencias bibliográficas

FARINHA, Jorge Bento Ribeiro Barbosa (1995) – “Análise de Rácios Financeiros – Uma
Perspectiva Crítica”, 1ª Edição, Edições ASA;´

FERNANDES, Ana Nogueira (2010) – “Definição e análise dos indicadores económico-


financeiros para monitorização e acompanhamento das empresas do UPTEC “, Faculdade de
Economia, Universidade do Porto;

ALTMAN, E. I. (1969) – “Financial Ratios, Discriminant Analysis and the Prediction of


Corporate Bankruptcy”, The Journal of Finance. Vol. 23(4), p.589– 609;

INFORMAÇÃO EMPRESARIAL SIMPLIFICADA, IES (2014) - Consulta disponível em


http://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/apoio_contribuinte/modelos_formularios/
decl_anual_inf_contabilistica_fiscal/, acedido em 26 de Setembro de 2023;

IGNIOS, Gestão Integrada de Risco (2014) – Consulta disponível em http://www.ignios.pt/,


acedido em 2 de Junho de 2014;

JOHN, K. (1993) – “Managing Financial Distress and Valuing Distressed Securities: A


Survey and a Research Agenda”, Financial Management, vol.22, p.60-78;

BEAVER, W. H. (1966) – “Financial Ratios as Predictiors of Failure”, Journal of Accounting


Research, Vol. 4, Empirical Research in Accounting Selected Studies, p. 71- 111;

Você também pode gostar