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Talabartes ou Trava-Quedas – Qual utilizar?

Quando falamos sobre trabalho em altura logo pensamos em um cinturão de


segurança, mas temos outros componentes de grande importância que devem
ser levados em consideração, como no caso do elemento de conexão, que pode
ser um talabarte ou trava quedas.

Talabarte e trava quedas são dispositivos essenciais para retenção e proteção


contra as quedas, mas você sabe a diferença entre eles? São considerados
EPIs? Quando e qual devo utilizar?

O que são trava quedas e talabarte?


Trava quedas e talabarte são elementos de ligação entre o cinto de
segurança do trabalhador com o ponto de ancoragem, tendo como objetivo
reter a queda do usuário. O talabarte, assim como o trava quedas, não é mais
um equipamento de proteção individual. Por isso, nos últimos anos você não
encontra mais o CA neste produto. Desde 2015, o Ministério do Trabalho
proibiu a emissão de CA para estes dispositivos. Ambos os equipamentos só
podem ser utilizados em conjunto com as peças do mesmo fabricante e estar
especificado no C.A do cinto de segurança.

É importante se atentar a esses pontos, pois ao utilizar os acessórios de


fabricantes diferentes ou que não estejam especificados no C.A do cinto,
poderá comprometer a funcionalidade e prejudicar a saúde e integridade física
do usuário.

Quando utilizar cada um?


Quando vamos comprar um cinto de segurança é importante se atentar ao
cenário onde será utilizado para atender de forma adequada e eficaz o trabalho
em altura que será executado. Um dos pontos a serem observados, por
exemplo, é se o local possui linha de vida. Esse ponto é fundamental para
ajudar na escolha entre um trava quedas ou talabarte.
O trava quedas é utilizado quando o cenário de trabalho possui linha de vida, a
grande vantagem do trava quedas é o aumento da segurança com a presença
da linha de vida para diminuir a distância da queda.

No caso do talabarte, normalmente é utilizado quando o cenário não possui


linha de vida, onde por conta dessa ausência (somada a outros fatores como o
absorvedor de energia) a distância da queda do usuário é maior.

ZLQ – Zona livre de queda


A Zona Livre de Queda (ZLQ) é a distância de segurança no trabalho em
altura que o usuário e os responsáveis pela atividade precisam conhecer, pois
apenas o fato de estar com os equipamentos de proteção de queda (Cinto e
Talabarte), talvez não seja suficiente para sua segurança.

A Zona Livre de Queda total leva em consideração o tamanho do talabarte que


será usado, o quanto o ABS pode abrir na pior situação, a distância entre o
ponto de ancoragem do cinto e os pés do trabalhador e a distância de
segurança.

 Comprimento do talabarte: (Vai variar de acordo com modelo e fabricante).


 Comprimento do ABS: (Vai variar de acordo com modelo e fabricante).
 Distância entre o pé do trabalhador e o ponto de ancoragem: (Padrão para
todos os talabartes e ABS).
 Altura de Segurança: (Padrão para todos os talabartes e ABS).

Vejamos um exemplo: Para um talabarte com a zona livre de queda total de


4,90m. Como chegamos nesse número?

Vamos distribuir os valores de cada um destes elementos e saber como


chegamos a este valor de 4,90m. Por exemplo:

 Comprimento Talabarte: 1.40 m


 Absorvedor de energia aberto: 1.00 m
 Distância do pé do trabalhador e o ponto de ancoragem do cinto: 1.50 m
 Distância de Segurança: 1.00 m
Total: 4,90m
Talabarte – Principais modelos
Talabarte Simples: Utilizado em situações com o menor risco para realizar o
trabalho em altura. Por esse motivo, ele é composto por apenas um ponto de
ancoragem. Também utilizado como limitador de distância, em linha de vida
horizontal ou ponto de ancoragem.
Talabarte Duplo: Também conhecido como talabarte de progressão e
movimentação. É ideal para utilizar em estruturas como o andaime e
plataforma elevatória, por exemplo, pois ele é composto por um ponto para
conexão com o cinto e dois mosquetões para conexão na ancoragem. Também
é utilizado para subida em escadas, de modo que o trabalhador permaneça
ancorado em todo o percurso, bem como, quando há necessidade de trocar a
ancoragem de uma linha de vida para outra ou de um ponto de ancoragem
para outro.
Talabarte de Posicionamento: O talabarte de posicionamento não é um
equipamento para a retenção de queda, e sim um sistema para posicionar o
trabalhador. Por isso, fique atento! É fundamental e obrigatório que ele seja
utilizado em conjunto com Talabarte de retenção contra quedas ou trava
quedas, além da utilização com o cinto adequado para conexão desses
equipamentos.

Trava-Quedas – Principais modelos:


A principal função do trava-quedas é reter a queda do trabalhador. Porém,
muitos usuários e profissionais da área tem dúvida em relação ao modelo ideal
para cada atividade e cenário.

Este dispositivo tem como objetivo travar o cinto de segurança e o


trabalhador, evitando seu impacto com o solo. No mercado temos diversas
opções, como produtos em cabo de aço, corda e até em fita sintética.

Trava-Quedas Retrátil: Ideal para atividades com movimentação vertical,


horizontal (com auxílio de carro trole), em atividades com linha de vida para
movimentação ou ponto de ancoragem fixo para conexão desse equipamento.
O trava quedas retrátil pode ser encontrado nas opções de cabo de aço ou fita
sintética, tendo como principal função travar a queda automaticamente e
impedir a movimentação do trabalhador, sendo ideal para locais onde não é
possível trabalhar com o talabarte por não ter uma zona livre de queda segura.

Um ponto importante para se atentar é com relação a sua revisão anual.


Conforme determinação da ABNT NBR 14628/2010, o trava-queda retrátil
deve ser enviado para revisão do fabricante por um período não superior a 12
meses. Mesmo não sofrendo uma queda ou estando danificado, se faz
necessária essa revisão anual.
Trava-Quedas Deslizante: É conectado à uma linha de vida. Pode ser usado
em cabo de aço ou corda nas seguintes situações:
 Trabalho em fachada de prédios;
 Andaimes suspensos;
 Cadeiras suspensas;
 Escada tipo marinheiro (com linha de vida).

O que é linha de vida


A linha de vida é um Equipamento de Segurança de Proteção Coletiva (EPC)
fundamental para evitar que a equipe seja submetida a riscos ao executar
atividades laborais em altura superior a 2 metros
É necessário o uso em conjunto com um equipamento de ligação, que pode ser
feito com talabarte ou trava quedas, entre o cinto de segurança do trabalhador
e um ponto de ancoragem.

Trata-se de uma estrutura montada que funciona como um sistema de


proteção contra quedas. A linha de vida permite que os funcionários tenham
total mobilidade para executar o serviço. Em qualquer posição, seja inclinada
ou na vertical, o profissional consegue se movimentar mantendo a segurança
em todo percurso.

Cada equipamento permite um número máximo de operários conectados à


linha. Se o limite for ultrapassado, a segurança é comprometida.

Principais áreas em que são utilizadas as linhas de vida


O objetivo da linha de vida é oferecer segurança ao profissional que trabalha
em altura, como:
 escadas;
 andaimes;
 plataformas;
 carga e descarga de caminhões.

Além de atividades em profundidade, por exemplo:

 poços;
 túneis;
 minas;
 escavações.
Esse tipo de equipamento é exigido pela NR-35, uma norma estabelecida pelo
Ministério do Trabalho que visa regulamentar atividades laborais em altura.
Conforme a NR, os sistemas de ancoragem ajudam a prevenir quedas ao
ancorar o trabalhador em todo seu percurso durante a atividade acima de 2
metros.

Tipos de linha de vida


A linha de vida também pode ser reconhecida como linhas de ancoragem
horizontais ou verticais. Esse equipamento precisa ser usado para qualquer
atividade executada a mais de dois metros do chão. A estrutura deve estar
integrada a dispositivos que previnem acidentes, sendo eles:

 cintas;
 cordas;
 mosquetões;
 bloqueadores automáticos.

Existem dois tipos de linha de vida. Entenda melhor como funciona cada
uma delas.

Temporal
A linha de vida temporal é um objeto de ancoragem temporário, que pode ser
vertical ou horizontal. A estrutura é montada especificamente para o projeto e
assim que a fase do trabalho em altura é concluída, o equipamento é
desmontado. O mesmo material pode ser reutilizado em diferentes
atividades, porém mesmo temporárias, exigem a mesma documentação que
uma linha fixa.
Fixa
No caso da linha de vida fixa, ela é montada para uso contínuo, geralmente
para uma atividade rotineira. no início do projeto e permanece até o final da
execução. Os componentes utilizados nesse tipo de estrutura são mais
resistentes que os da linha temporal. Normalmente, é usado aço inoxidável. A
estrutura também pode ser montada tanto na vertical, quanto na horizontal.

Estrutura da linha de vida


A estrutura da linha de vida deve ser montada por profissionais
especializados e experientes. Os equipamentos são complexos e devem
ser calculados por um engenheiro responsável, e recolhida toda
documentação como projeto, memorial de cálculo e Anotação de
Responsabilidade Técnica (ART) junto ao CREA, para promover a segurança
necessária ao profissional.

Importância da linha de vida e fatores para instalação


A linha de vida é um EPC importante para levar mais segurança aos
profissionais que trabalham em alturas. Além disso, ela garante que a empresa
esteja em conformidade com a NR-35.

O equipamento precisa cumprir algumas regras para ser considerado adequado


à atividade executada e sirva como um sistema de proteção. Veja quais são
elas:

 inspeção anual;
 adequado à tarefa executada;
 projetado e calculado por engenheiro responsável;
 selecionado seguindo rigoroso processo de análise de risco;
 resistente o suficiente para suportar a força máxima prevista em uma queda;
 deve atender às normas técnicas nacionais — ou internacionais, quando as
nacionais não existirem.

É necessário se atentar à qualidade e eficácia da linha de vida contratada


pela empresa, pois o equipamento precisa evitar que qualquer acidente ocorra
com os profissionais que estejam executando atividades em altura. Sua função
é assegurar o máximo de proteção possível contra lesões leves e graves.
Invista em treinamentos
Para potencializar a segurança ao executar atividades que necessitam da linha
de vida, é fundamental investir em treinamentos. Os profissionais precisam
ser capacitados e autorizados a executar as tarefas.

Com o treinamento, o trabalhador poderá levantar algumas questões diretas


sobre a situação, por exemplo, a consciência e conhecimento do local de
trabalho. Esse tipo de capacitação deve ser realizada por instrutores e
profissionais de Segurança do Trabalho.

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