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NR 35 – TRABALHO EM

ALTURA
Apresentação

Este material didático foi preparado para funcionar como instrumento de


consulta. Possui informações que são aplicáveis de forma prática no dia-a-dia do
profissional, apresentando uma linguagem simples e de fácil assimilação.
Possibilita ao profissional aquisição de conhecimentos técnicos, normativos e
práticos, contribuindo para a sua formação profissional.
O mercado cada vez mais competitivo está exigindo empresas e profissionais com
habilidades e atitudes diferenciadas. Busca-se continuamente a qualidade em
produtos e serviços. Os temas aqui abordados constituem conteúdo relevante
na formação profissional. Leia, estude, analise, tenha como objetivos
compartilhar conhecimentos e ser um bom profissional.
Simuladores

NR 35 - Trabalho em Altura
Metodologia e Didática

 Apresentação do instrutor;
 Experiência e qualificação;
 Didática a ser ministrada;
 Postura;
 Nivelamento da turma;
 Equipamentos didáticos;
 Aula teórica e prática;
 Avaliação e aproveitamento;
 Comentários sobre a empresa;
 Importância do treinamento;
 Participação.
Introdução

O que é Trabalho em Altura?


Trabalho em altura é todo aquele onde haja risco de queda e seja realizado acima
de 02 metros do nível inferior.

30 % dos acidentes de trabalhos ocorridos ao ano são decorrentes de quedas.


Legislação

OSHA - Occupational Safety and Health Administration (Administração de Segurança e


Saúde Ocupacinal).

ANSI - American National Standards Institute ( Instituto Nacional Americano de


Padronozação).
Legislação

1977 – Foi estabelecido a Lei 6.514 regularizada pela portaria 3.214/78.

NBR 15837 – Equipamento de proteção individual contra queda de altura.

2012 – É publicada a Norma Regulamentadora 35.


O que diz a NR – 35?

A NR 35 determina quais são as responsabilidades do Empregador e as


responsabilidades dos Empregados, além de trazer as diretrizes técnicas sobre
proteção coletiva, equipamentos de proteção individual entre outros pontos
abordados.
Cabe ao empregador

Garantir:
 Implementar a NR, inclusive contratadas;
 TA: só após as medidas de proteção desta NR;
 Analisar e, quando aplicável, elaborar e emitir a PT;
 Desenvolver procedimento operacional para atividades rotineiras de trabalho em
altura;
 Sistematizar autorização de trabalhadores para TA.
Cabe ao empregador

Assegurar:
 Avaliação prévia – medidas complementares;
 Suspensão do trabalho: situação de risco;
 Trabalho sob supervisão, definida na AR de acordo com as peculiaridades de
atividade;
 Organização / arquivamento da documentação;
 Promover programa de capacitação (treinamento).
Capacitação

O empregador deve promover programa para capacitação dos trabalhadores à


realização de Trabalho em Altura.
O treinamento deve ser bienal com carga horária mínima de 08 horas.
Cabe aos trabalhadores

 Zelar pela sua segurança/ saúde e de outras pessoas afetadas por suas ações
ou omissões;
 Cumprir a colaborar na implementação da Norma;

Direito de recusa: O trabalhador tem o direito de recusar-se a expor-se a uma


situação que, dentro de seu entendimento, haja a exposição a risco de vida para si
próprio ou terceiros.

Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida


indenização quando:
Correr perigo manifesto de mal considerável;
Normas Técnicas

NBR 14626:2010 – Trava queda guiado em linha flexível


NBR 14627:2010 – Trava queda guiado em linha rígida
NBR 14628:2010 – Trava queda retrátil
NBR 14629:2010 – Absorvedor de energia
NBR 15834:2010 – Talabarte de segurança
NBR 15836:2010 – Cinturão abdominal e talabarte para posicionamento e
restrição
NBR 15835:2010 – Cinturão pára-quedista
NBR 15837:2010 – Conectores
Acidentes
Acidente na Obra da Ferrovia
Transnordestina
Acidente na Obra da Ferrovia
Transnordestina
Acidente na Obra da Ferrovia
Transnordestina
Principais Causas de Acidentes

Ato Inseguro Condição Insegura


Ato Inseguro

Segundo as estatísticas, cerca de 80% do total dos acidentes são oriundos do


próprio trabalhador.
O Ato Inseguro pode também ser classificado com falha humana, atribuída aos
trabalhadores.

Exemplos:
 Descumprir as regras e procedimentos de segurança;
 Não usar o EPI;
 Não ancorar o cinto de segurança;
 Trabalhar sob efeito de álcool e/ou drogas;
 Operar máquinas e equipamentos sem habilitação;
 Distrair-se ou realizar brincadeiras durante o trabalho;
 Utilizar ferramentas inadequadas;
 Expor-se a riscos desnecessários.
Condição Insegura

São deficiências, defeitos ou irregularidades técnicas nas instalações físicas,


máquinas e equipamentos que presentes no ambiente geram riscos de
acidentes.
Exemplos:
 Falta de guarda-corpo em patamares;
 Falta de pontos de ancoragem;
 Falta de treinamento;
 Não fornecimento de EPI adequado;
 Escadas inadequadas;
 Falta de sinalização;
 Equipamentos e/ou ferramentas defeituosas.
EPC

Equipamento de Proteção Coletiva


EPC

Guarda Corpo
EPC

Rede de Proteção
EPI

Equipamento de Proteção Individual


EPI

Cinto tipo Pára-quedista


EPI

Adotar o uso de Equipamento de Proteção


Individual - EPI
EPI
EPI

O que devo fazer quando receber o equipamento?

 Verificar se possui C.A. ( Certificado de Aprovação);


 Verificar se possui descostura ou furos (Solda);
 O tamanho (nos casos dos sem ajustes).

E se não estiver em conformidade?

 Não aceite o equipamento;


 Comunique ao TST/ encarregado (superior imediato).
EPI

Talabarte
Talabartes

Talabartes Inadequados
Talabartes

Estes tipos de talabarte não atendem como sistema de retenção de quedas.


Estão destinados exclusivamente ao posicionamento.
EPI
Linha de Vida

Movimentação e Segurança

Linha de vida é o cabo instalado com o intuito de servir como ponto de engate
para o cinto.
Fixação do talabarte

Fator de Queda

O fator de queda é a relação entre a queda do trabalhador e o comprimento do


talabarte que é obtido pela formula:

HQ
CT

Onde:
HQ – Altura da Queda
CT – Comprimento do talabarte
Fixação do talabarte
Sistema Retrátil
Corda de Posicionamento

Para facilitar a imobilização do trabalhador,


pode utilizar uma corda de posicionamento.
O trabalhador nunca deve soltar os dois
ganchos ao mesmo tempo.
Rapel

Movimentação e Segurança

 Técnica de descida vertical;


 Permite paradas na descida;
 É obrigatório o uso de duas cordas, a corda de trabalho e a corda de
segurança.
 As cordas devem ter pontos de amarração independentes;
 Cordas de trabalho + equipamento de descida ( tipo ID);
 Corda de segurança + anti quedas;
 O arnês podem possuir um assento equipado com os acessórios
adequados.

Arnês
Nós e Amarras

Um nó, para ser considerado bom deve satisfazer as seguintes condições:

Simplicidade em ser feito;


Apertar à medida que o esforço sobre ele aumentar;
Facilidade em ser desatado.

Lembrete: Deve-se usar sempre o nó mais simples, que satisfaça as condições


exigidas pelo serviço, sem por em risco a vida de quem o utiliza.
Nós e Amarras

Os nós são indispensáveis nas seguintes situações:

 Ancoragem com cordas onde não há local para prender o talabarte;


 Para união de cordas;
 Para confecção da alças;
 Para evitar que as pontas das cordas saiam do equipamento;
 Para auxiliar em casos de resgate;
 Como improvisação caso os outros sistemas falhem.
Nós e Amarras

Nó Inglês

Também conhecido como nó de pescador, é usado para emendar cabos de


diâmetros iguais ou diferentes.
Nós e Amarras

Nó em Oito

Recebe o nome em função do seu formato, além de ser utilizado como nó de


arremate, é útil para que o cabo não escorregue de uma polia ou guia.
Nós e Amarras

Nó em Oito Duplo

Muito utilizado em trabalhos em altura pois proporciona uma alça firme.


Nós e Amarras

Nó em Oito Duplo Guiado

Tipo de amarração para estrutura já existente (argola).


Nós e Amarras

Nó Boca-de-Lobo

Usado para amarrações provisórias, devendo receber tração nos dois chicotes.
Usado para fixar um mosquetão à base de um grampo.
Cordas

Cuidado com as cordas

Sempre que os equipamentos apresentarem defeitos, devem ser substituídos.


Ancoragem
Escadas
Escadas

Limitado aos trabalhos em que não se justifique a


utilização de equipamento mais seguro:

 Trabalhos com risco reduzido;


 Trabalhos de curta duração;
 Trabalhos/locais com características que não
podem ser alteradas.
Escadas

Posição incorreta, altura insuficiente.

Melhor opção: Andaime.

As escadas só são permitidas em telhados se engancharem numa viga e


forem amarradas.
Trabalhadores devem utilizar cinto.
Escadas

As escadas com vários


segmentos devem ser
utilizadas de modo a
garantir a imobilização do
conjunto dos segmentos;

As escadas móveis devem


ser imobilizadas antes da
sua utilização;

As escadas suspensas
devem ser fixas de forma
segura de modo a evitar
que se desloquem ou
balancem.
Andaimes
Andaimes

São construções provisórias auxiliares que possuem plataformas horizontais


elevadas.
Principais causas de acidentes de trabalho com andaimes; derrubamento ou
desmoronamento provocado pelos seguintes motivos:

• Choque contra as bases de apoio;


• Sobrecargas excessivas;
• Materiais em mau estado;
• Ausência de proteções.
Tipos de Andaimes

Andaimes Apoiado Andaimes Suspenso


Andaimes

Homem morre após cair de andaime em Maringá (PR)

Um vento forte desequilibrou dois trabalhadores que estavam em um andaime.


Um caiu e não resistiu aos ferimentos, e o outro ficou pendurado até ser
resgatado pelo Corpo de Bombeiros.
Andaimes

 Os andaimes devem ser dimensionados e construídos de modo a suportar,


com segurança, as cargas de trabalho a que estarão sujeitos;

 O piso de trabalho dos andaimes deve ter forração completa, ser


antiderrapante, nivelado e fixado ou travado de modo seguro e resistente;

 É proibida, sobre o piso de trabalho de andaimes, a utilização de escadas e


outros meios para se atingirem lugares mais altos;

 Os andaimes devem dispor de sistema guarda-corpo e rodapé;

 O acesso aos andaimes deve ser feito de maneira segura.


Andaimes

Sinalização
Andaimes

Montagem e Desmontagem

 Isolar toda a área durante a montagem e desmontagem, com cones, fitas e


placas de segurança;
 Não improvisar recursos ao andaime;
 Sempre certificar-se que a área a ser montada está segura para realizar a
montagem;
 Não montar andaimes obstruindo hidrantes, válvulas, painéis, rotas de fuga;
 Manter comunicação entre os montadores.
AR – Análise de Risco

A análise de risco consiste na verificação dos pontos críticos que possam vir a
apresentar não conformidade durante a execução de determinado projeto ou
atividade.
a) o local em que os serviços serão executados e seu entorno;
b) o isolamento e a sinalização;
c) a autorização dos envolvidos;
d) o estabelecimento dos pontos de ancoragem;
e) as condições meteorológicas adversas;
f) a seleção, inspeção, forma de utilização e limitação de uso dos equipamentos de
proteção coletiva e individual;
g) o risco de queda de materiais e ferramentas;
h) os trabalhos simultâneos que apresentem riscos específicos;
i) o atendimento a requisitos de segurança e saúde contidos nas demais normas
regulamentadoras;
j) os riscos adicionais;
k) as condições impeditivas;
l) as situações de emergência e o planejamento do resgate e primeiros socorros;
m) a necessidade de sistema de comunicação.
PT – Permissão de Trabalho

A PT é uma permissão por escrito, que autoriza o inicio do trabalho, tendo sido
avaliados os riscos envolvidos na atividade, com a devida medida de segurança
aplicável;

A PT deve ser emitida e aprovada por responsável pela autorização da permissão,


disponibilidade no local de execução da atividade e, ao final, encerrada e arquivada
de forma a permitir sua restrealidade;

A PT deve ter validade limitada a duração da atividade, restrita ao turno de trabalho,


podendo ser revalidada pelo responsável.
Emergência e Salvamento

35.6.1 O empregador deve disponibilizar equipe para respostas em caso de


emergências para trabalho em altura.

O empregador deve disponibilizar equipe apta para atuar em caso de


emergências para trabalho em altura, que responda de acordo com o
determinado no plano de emergências, não significando que a equipe é
dedicada a esta atividade.

Primeiros Socorros: São os cuidados imediatos prestados a uma pessoa


cujo estado físico coloca em perigo a sua vida ou a sua saúde, com o fim de
manter as suas funções vitais e evitar o agravamento de suas condições,
até que receba assistência médica especializada.

.
Síndrome da Suspensão

SÍNDROME DA SUSPENSÃO INERTE

O referido problema foi estudado inicialmente após a morte de vários


espeleologistas que abandonaram os métodos tradicionais de escalada que
utilizavam escadas, pelo método que utilizava apenas cordas e passava
longos períodos em suspensão. A falha no sistema circulatório ocasionado
pela compressão das fitas do cinturão de segurança tipo paraquedista,
devido longos períodos em suspensão em trabalhos de Alpinismo Industrial
ou após ter a queda retida e encontrar-se suspenso pelo sistema de
segurança contra quedas, foi inicialmente chamado de Síndrome do Boudrier,
mas algumas literaturas tratam como Choque Ortostático e no Brasil
popularizou-se como Síndrome da Suspensão Inerte.

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Síndrome da Suspensão

SÍNDROME DA SUSPENSÃO INERTE

São sinais e sintomas relacionados à suspensão


inerte em cintos de segurança, estes podem começar
já após o segundo minuto de suspensão:

PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS:

1. Formigamento, Amortecimento;
2. Tonturas, Náuseas, Hipertermia, Inconsciência;
3. Represamento de volume circulatório nos
membros inferiores, resultando varias complicações
(choque circulatório, reações fisiológicas, entre
outras)
.
4. Traumas irreversíveis, óbito.
Síndrome da Suspensão

Sujeito A - TREINADO

TEMPO MANOBRA PULSO OBSERVAÇÕES


0 min De pé 100 ECG normal
3 min Suspenso 104 ECG normal
5 min Suspenso 104 ECG normal
10 min Suspenso 100 ECG normal
15 min Suspenso 106 Formigamento em ambos os pés
20 min Suspenso 106 Aumento do tamanho do pé direito
24 min Suspenso 110 Perda da sensibilidade dos polegares e indicadores
26 min Suspenso 112 Falsa sensação de estar com o braço esquerdo dobrado
28 min Suspenso 130 Suspiros, hiperapnea (não completa)
30 min Suspenso 111 Náuseas, sensação de calor, boca seca, grande palidez
31 min Retirado da 115 Perda breve da consciência
Suspensão
32 min Entubado com 110 Desapareceu a sensação de mal estar, aparecimento de uma
O2 onda Q em AVL
41 a 66 min Entubado com Persistência de onda Q
. O2
67 min Sentado Persistência de onda Q
68 min De pé Persistência de onda Q
70 min Entubado com Persistência de onda Q
O2
Síndrome da Suspensão

Sujeito B - NORMAL

TEMPO MANOBRA PULSO OBSERVAÇÕES


0 min De pé 93
2 min Pendurado Formigamento em ambos os pés
3 min Pendurado 109

5 min Pendurado 109 Endurecimento dos quatro membros

5 min 30 seg Pendurado Hiperapnea, acompanhada de forte sensação de calor


na cabeça
6 min Pendurado Sensação de mal estar eminente, impossibilidade de
modificar de posição
7 min Pendurado Perda da consciência

7 a 13 min Solto

13 min Deitado Volta da consciência

25 min Deitado 90 Sujeito normal

32 min Deitado 80 Sujeito normal


. 34 min De Pé 100 Sujeito normal
Síndrome da Suspensão

TRATAMENTO DA SÍNDROME DA SUSPENSÃO


INERTE

Após retirada da suspensão a vítima deverá ficar sentada


com as pernas flexionadas o tempo de suspensão
somados mais 10 (dez) minutos. A vítima só poderá ser
deitada se estiver em parada cardiopulmonar para
execução de RCP.
Os membros inferiores comportam cerca de 20% do
volume circulatório e sob circunstâncias normais o retorno
deste volume ao coração é favorecido pelo sistema
valvular venoso e pelo mecanismo bomba muscular.

.
Condições Impeditivas

Condições de saúde que se DESACONSELHA o trabalho em altura:

 Gripes e resfriados;
 Febre de qualquer natureza;
 Indisposição gástricas;
 Tonturas;
 Dores de cabeça;
 Falta de alimentação adequada;
 Indisposição física;
 Stress.
Condições Impeditivas

Doenças que podem impedir o trabalho em altura:

 Doenças cardíacas;
 Hipertensão;
 Epilepsia;
 Labirintite Crônica;
 Diabetes;
 Doenças da coluna.
Condições Impeditivas

Fatores pessoais que podem impedir o trabalho em altura:

 Falta de treinamento;
 Problemas psicossociais;
 Pânico por altura;
 Equipe não entrosada;
 Problemas com bebidas ou outras drogas;
 Excesso de peso.
Imprudência
Imprudência
Imprudência
Imprudência
Imprudência
NR 35 – Trabalho em Altura

“O sábio antevê o perigo e


protege-se, mas os imprudentes
passam e sofrem as
consequências”.

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