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FICHAMENTO
Santa Rita/PB
2023
O texto aborda a evolução do conceito de Direito ao longo da história, com foco em
países de tradição romano-canônica, como o Brasil. No início, o Direito era predominantemente
uma experiência jurisdicional, na qual agentes e instituições atuavam para resolver disputas,
sem depender de uma legislação sistematizada. Contudo, a partir do século XVIII, dois
fenômenos moldaram o conceito de Direito: o constitucionalismo, que se concentrava na
limitação do poder do Estado em favor dos indivíduos, e o movimento de codificação, que
organizou o conhecimento jurídico em códigos.
O texto sugere que, ao analisar a experiência jurídica anterior ao século XVIII, como no
chamado Antigo Regime e no Brasil a partir do século XVI, nota-se uma abordagem diferente.
O Direito era mais uma experiência jurisdicional do que normativa, com agentes que buscavam
resolver questões sem depender de uma legislação sistematizada. Isso deixou marcas no sistema
jurídico brasileiro.
O sistema judicial estava profundamente ligado ao rei, que era o juiz supremo, e todos
os poderes, incluindo a magistratura, estavam a seu serviço. Nesse contexto, a Casa da
Suplicação desempenhava um papel central na administração da justiça. Além disso, o sistema
judicial estava intimamente relacionado à estrutura social, com distinções sociais e hierarquias
influenciando as leis e as prerrogativas de diferentes grupos sociais.
O texto aborda a lógica das capitanias hereditárias, destacando como a jurisdição civil
e criminal era exercida por oficiais nomeados pelos donatários, como ouvidores. Esses
ouvidores tinham jurisdição para julgar casos dentro de sua área e até casos criminais com pena
de morte. Além disso, os donatários tinham muita autonomia e não podiam ser julgados por
magistrados superiores da Coroa.
Principais Pontos:
3. A lógica das capitanias hereditárias envolvia a jurisdição civil e criminal exercida por
ouvidores nomeados pelos donatários, com poderes que incluíam a pena de morte em
certos casos.
4. Os donatários desfrutavam de uma alta autonomia e não podiam ser julgados por
magistrados superiores da Coroa, o que criava um sistema complexo de administração
da justiça.
7. Juízes ordinários nas Câmaras municipais eram membros da aristocracia local, não
tinham formação jurídica formal, mas desempenhavam funções judiciais e
administrativas nas localidades, incluindo a resolução de casos e a condução de
audiências.
Além disso, o texto destaca a organização do sistema judicial no Brasil Colonial, desde
os juízes de vintena em aldeias e povoados até a introdução dos juízes de fora como parte da
magistratura profissional. A análise se concentra em detalhes sobre as funções e competências
desses magistrados, bem como em sua importância na administração da justiça colonial.
Principais Pontos:
3. Execução Imediata: Sentenças de até 600 réis não admitiam recurso, garantindo a
execução imediata das decisões judiciais, o que contribuía para a rapidez da justiça.
Em resumo, o sistema judicial no Brasil Colonial era caracterizado por uma hierarquia
de magistrados com jurisdições bem definidas e um processo judicial oral que permitia a rápida
execução das decisões. Os juízes ordinários desempenharam um papel essencial na
administração da justiça local, com foco tanto em questões civis quanto criminais.
REFERÊNCIA:
FERRAZ, Eduardo Luís Leite. As origens do direito no Brasil a partir do século XVI:
uma experiência judicial REVISTA QUAESTIO IURIS, [S. l.], v. 13, n. 02, p. 818–854,
2020. DOI:10.12957/rqi.2020.41029. Disponível em: https://www.e-
publicacoes.uerj.br/quaestioiuris/article/view/41029. Acesso em: 17 out. 2023.