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UEMG
FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
FCJ
DIAMANTINA
2023
JÚLIA ANTONELLY LOPES DOS SANTOS
VITÓRIA ELIZIA VIEIRA
DIAMANTINA
2023
1. Qual a importância das ordenações Filipinas para o direito privado brasileiro no
contexto da descolonização político-administrativo do país em relação a
Portugal?.
3. Leia o seguinte trecho de artigo científico e responda a questão que se segue: " o
Código Civil foi um produto de seu tempo e este diploma legal acabou
consolidando as principais "forças resultantes" em termos de organização social
das quais Clóvis Beviláqua, assim como os demais autores de projetos de Código
Civil dificilmente podiam escapar" (Tomasevicius Filho, 2016, p. 89). O que
significa dizer que o código Civil de 1916 é um produto de seu tempo ? Aponte as
principais críticas formuladas a tal documento normativo.
Dizer que o Código Civil de 1916 é um "produto de seu tempo" significa que ele
reflete as normas, valores, ideias e concepções sociais predominantes na época em que
foi promulgado. Em outras palavras, o código foi influenciado pela cultura,
pensamento jurídico e estrutura social do Brasil no início do século XX.
Principais críticas formuladas ao Código Civil de 1916:
Formalismo Excessivo: O Código Civil de 1916 era noto riamente formalista, o que
significa que enfatizava procedimentos e formalidades em detrimento da substância
das questões legais. Isso tornava o sistema legal rígido e, em muitos casos, inadequado
para lidar com situações complexas e em constante evolução
Paternalismo: O código refletia uma abordagem paternalista em relação à família e à
propriedade, com regras que limitavam a autonomia individual, especialmente das
mulheres casadas. Essas normas eram criticadas como sendo desatualizadas e
desiguais.
Desigualdade de Gênero: O Código Civil de 1916 estabelecia uma série de restrições e
limitações aos direitos das mulheres, especialmente no contexto do casamento e da
propriedade. Isso gerou críticas por perpetuar desigualdades de gênero.
Inflexibilidade para Mudanças Sociais: Como o código era uma representação das
normas da sociedade da época, ele se mostrava inflexível para acomodar mudanças
sociais e econômicas posteriores, como a urbanização e as transformações nas relações
familiares e contratuais.
Concepção Tradicional da Família: O código promovia uma visão tradicional da
família, que não correspondia mais à diversidade de arranjos familiares presentes na
sociedade. Isso foi criticado como limitador dos direitos de indivíduos em famílias não
convencionais.
Centralização Normativa: O código centralizava muitas questões legais em um único
documento, tornando-o extenso e complexo. Isso dificultava a acessibilidade e a
compreensão das leis para a população em geral.
O Código Civil de 1916 refletiu as concepções sociais e jurídicas predominantes em
sua época, mas também recebeu críticas significativas devido ao seu formalismo,
desigualdades de gênero, inflexibilidade e outros aspectos que o tornavam inadequado
para as mudanças sociais e econômicas que ocorreram ao longo do século XX. Isso
eventualmente levou à reforma e à promulgação de um novo Código Civil no Brasil
em 2002, que abordou muitas das deficiências do código anterior.
REFERÊNCIAS:
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São Paulo:
Companhia das Letras, 2015, p. 488.
SKIDMORE, Thomas E. Uma História do Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998, p. 270