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504, de 30 de
setembro de 1997. São Paulo: Malheiros, 1998.
Além disso, é razoável supor que uma tal eleição conjunta os eleitores priorizem a
campanha e a escolha dos candidatos aos cargos executivos, notadamente a Presidente
da República e a governador do Estado, relegando a segundo plano a competição
política para os posto legislativos e, com isso, comprometendo e enfraquecendo a
legitimidade dos eleitos nessa disputa proporcional – pág. 16.
As coligações que aparece em várias países, notadamente nos que adotam o sistema
parlamentarista, como estratégia de governo ou de oposição nos parlamentos, entre nós
se definem como instrumento de sobrevivência das minorias nas eleições. – pág. 23
Pondera-se que não se poderia, num mesmo Estado, celebrar coligação para
Governador, eleição majoritária, mantendo-se os partidos então coligados com
candidatos distintos a Senador, que também é eleito majoritariamente, porque se estaria
cindindo,numa mesma circunscrição eleitoral, as eleições majoritárias, hipótese
inadmitida pela vigente Lei [....]. A questão provavelmente vai ser levantada. Para
facilitar as coligações – a atual tendência política parece ser nesse sentido – essa cisão
poderá ser tolerada se inexistir vedação estatutária invocável. Mas o texto estará sendo
molestado na sua literalidade. – pág. 25 e 26.
Interessante questão poderá ser suscitada. Numa coligação, o Suplente poderá ser de
partido diverso do candidato a Senador? Se esses partidos integrarem a coligação, a
resposta terá de ser afirmativa, diante da regra do inciso I do §3º do art. 6º. É, aliás,
frequente, com esse mesmo fundamento legal, que os Vices dos candidatos aos cargos
majoritários surjam dessas composições. – pág. 29.
Possíveis omissões a esse respeito deverão, aliás, ser sempre supridas pelo representante
que a coligação terá, com atribuições equivalentes a de presidente de partido político,
representando-a na Justiça Eleitoral juntamente com os delegados da entidade coligada
[...] – pág. 30
Seria prudente para arredar o questionamento da validade dessa candidatura nata diante
do princípio constitucional da autonomia dos partidos, que a Lei consignasse a ressalva
de a direção partidária poder deliberar em contrário, o que não aconteceu. Mas a
restrição pode ser tida como decorrente da autonomia constitucional dos partidos, e,
assim, ainda invocável. – pág. 31.
Situação curiosa escapou à disciplina da lei, O Estado de São Paulo, por exemplo, tem
70 Deputados Federais. Podendo cada partido indicar 150% dessas vagas (art. 10), e, em
coligação, até o dobro desses lugares (§1º do art. 10), os dois algarismos à direita do
número da legenda, com os quais esses candidatos iriam concorrer, excederiam a
dezena, invadindo os três números de acréscimo dos candidatos a Deputado Estadual. –
pág. 50
Alias, aqueles programas dos partidos vêm sendo usados como propaganda eleitoral
antecipada de pretensos candidatos, como também acontece, sem maiores resistência,
com a publicidade oficial (§1º do art. 37 da CF), esta última, ainda, às vezes condenada
pela Justiça eleitoral. – pág. 75
Quanto às carreatas, como até agora concebidas, sua realização tornou-se legalmente
questionável, diante do disposto no art. 230 e seu inciso II do Código de Trânsito
Brasileiro – CTB (lei 9.503, de 23.9.97), que proíbe conduzir veículo “transportando
passageiros em compartimento de carga”, assente que a ressalva do “motivo de força
maior”, ainda desse dispositivo, de manifesto, não tem pertinência. Sequer com as
pessoas em pé nos veículos de passageiros esse tipo de propaganda seria admitido, dado
que nessa posição não se estaria usando o necessário cinto de segurança (art. 65 e 167
do CTB). Seria, no entanto, cogitável a propaganda com pessoas sentadas nos bancos
traseiros desses veículos de passageiros, propositadamente elevados, usando cintos de
segurança e atendidas as exigências do art. 106 do mesmo Código, se for o caso? – pág.
79
É a chamada “boca de urna”, que não obstante ilegal tem se mostrado impossível de ser
coibida nos maiores centros urbanos. – pág. 79
É a obtenção do voto por esse meio escuso, até por promessa de favores, verdadeira
compra dissimulada. Mas, se a promessa não é de favorecimento pessoal mas de
benefício a uma categoria, grupo ou comunidade, ou seja, do exercício de uma
representação popular legítima, ainda que corporativista, não haverá ilegalidade. – pág.
79
Mas o texto legal, como redigido, leva a incertezas. O que se busca é, evidentemente,
impedir, no rádio e na televisão, a propaganda política dissimulada, fora do horário
gratuito. Essa preocupação tem que conviver coma liberdade de comunicação (art. 5º,
inciso IX, e art. 220 e seu §1º, da CF). Contudo, adiante se examinará a hipótese, o
inciso V deste mesmo dispositivo cria exceção para os “programas jornalísticos”, que
podem fazer alusões e críticas a candidatos, com o mesmo fundamental constitucional. –
pág. 89
Não se prevê debates entre candidatos a cargos eletivos diferentes e nem mesmo entre
candidatos e terceiros. O Confronto de idéias é entre pretendentes ao mesma cargos,
facilitando a escolha do eleitor. – pág. 94.
Nos Estados Unidos da América, por exemplo, existe uma lista interminável de atos,
minuciosamente relacionados, vedados aos agentes públicos, o que, como divulgado,
não tem sido suficiente para evitar esses desafios. – pág. 38.
Se, outrossim, o servidor público fica à disposição da campanha fora de seu expediente
de trabalho, ou durante a licença, estará simplesmente exercendo a cidadania, pelo quê
se justifica a ressalva do dispositivo. Mas o próprio Ministro de Estado e o Secretário de
Estado, nesse período de trabalho, e não licenciados, sofrem a restrição, podendo,
porém, no normal exercício da cidadania, participar das campanhas fora desse
expediente, mesmo não afastados, não fazendo uso do cargo. A mesma objeção não
prevalece para servidores do Legislativo e do Judiciário. Um Oficial de Justiça, podendo
tê-la, não obstante, como certamente terá, em virtude de outro preceito legal. – pág. 142