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DIREITO TRIBUTÁRIO

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Sumário
FONTES DE DIREITO TRIBUTÁRIO .............................................................................................................................. 5
1. Emendas Constitucionais ....................................................................................................................................... 6

2. Lei Complementar ................................................................................................................................................. 7

3. Lei Ordinária é a regra normativa utilizada em matéria tributária ....................................................................... 8

4. Medida Provisória .................................................................................................................................................. 9

5. Resoluções do Senado Federal .............................................................................................................................. 9

6. Tratados e Convenções Internacionais .................................................................................................................. 9

7. Convênios ............................................................................................................................................................ 10

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA E LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR...................................... 11


1. Conceito ............................................................................................................................................................... 11

2. Características / Atributos ................................................................................................................................... 11

3. Classificação da Competência Tributária ............................................................................................................. 13

4. Limitações Constitucionais ao Poder de tributar ................................................................................................ 16

LIMITAÇÕES EXPLÍCITAS AO PODER DE TRIBUTAR .................................................................................................. 17


1. Princípios Constitucionais Tributários ................................................................................................................. 17

1.1. Princípio da legalidade – Art. 150, I, CF e 97 do CTN........................................................................................ 17

1.2. Princípio da Isonomia ....................................................................................................................................... 18

1.3. Princípio da Capacidade Contributiva .............................................................................................................. 18

1.4. Princípio da Irretroatividade tributária ............................................................................................................ 19

1.5. Princípio da Anterioridade tributária ............................................................................................................... 20

1.6. Princípio da Vedação ao Confisco..................................................................................................................... 21

1.7. Princípio da Limitação ao tráfego de pessoas interestaduais e intermunicipais (art. 150, V da CF)................ 22

1.8. Princípio da Uniformidade Geográfica (art.151, I da CF).................................................................................. 22

1.9. Princípio da Não Diferenciação (art.152 da CF) ................................................................................................ 22

IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS ..................................................................................................................................... 23


1. Imunidades Tributárias Genéricas: recíproca e religiosa................................................................................... 23

2. Imunidade genérica: subjetiva ou condicional, objetiva ou cultural, fonográfica ou musical. ........................... 24

TRIBUTOS E ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS ........................................................................................................................ 26


1. Impostos – art. 145, I da CF e 16 da CTN ............................................................................................................. 26

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2. Taxas – art. 145, II da CF e art. 77 a 88 do CTN ................................................................................................... 26

3. Contribuição de Melhoria .................................................................................................................................... 27

4. Empréstimos Compulsórios ................................................................................................................................. 28

5. Contribuições Especiais ....................................................................................................................................... 29

NORMAS GERAIS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA: ART. 96 A 218 CTN ........................................................................... 31


1. Obrigação tributária – art. 113, CTN.................................................................................................................... 31

2. Sujeitos da Obrigação Tributária ......................................................................................................................... 31

3. Solidariedade Tributária ...................................................................................................................................... 31

4. Capacidade Tributária Passiva ............................................................................................................................. 32

5. Responsabilidade Tributária dos Sucessores ....................................................................................................... 32

6. Responsabilidade de Terceiros – art. 134 e 135 do CTN ..................................................................................... 33

7. Denúncia espontânea de infração ....................................................................................................................... 34

SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ..................................................................................... 35


EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO....................................................................................................................... 36
1. Pagamento ........................................................................................................................................................... 36

2. Discussão Acerca da Restituição em Tributos Indiretos ...................................................................................... 37

3. Compensação (artigos 170 e 170-A do Código Tributário Nacional) .................................................................. 37

4. Transação (artigo 171 do Código Tributário Nacional) ........................................................................................ 37

5. Remissão (artigo 172 do Código Tributário Nacional) ......................................................................................... 38

6. Pagamento antecipado e a sua homologação (artigos 150, parágrafo quarto do Código Tributário Nacional). 38

7. Decadência e Prescrição ...................................................................................................................................... 38

EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ...................................................................................................................... 40


GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO E PREFERÊNCIAS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ....................... 41
1. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário....................................................................................................... 41

2. Preferências do Crédito Tributário (art. 186 do CTN) ......................................................................................... 42

ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA | DÍVIDA ATIVA | EXECUÇÃO FISCAL | DEFESAS DO EXECUTADO ......................... 44


1. Fiscalização Tributária ......................................................................................................................................... 44

2. Dívida Ativa .......................................................................................................................................................... 45

3. Requisitos para Inscrição em Dívida Ativa ........................................................................................................... 46

4. Execução Fiscal .................................................................................................................................................... 47

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PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES SOBRE ITCMD E ITBI ................................................................................................. 48
PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES SOBRE ITR, IPTU E IPVA ............................................................................................ 49
PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES SOBRE IR E IPI ........................................................................................................... 51
PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES SOBRE ICMS E ISS ..................................................................................................... 53

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FONTES DE DIREITO TRIBUTÁRIO

A principal fonte do direito tributário é a Norma Jurídica.

a) Art. 145 ao 162 CF/88, Sistema Tributário Nacional:


A Constituição Federal não se presta a criar qualquer tributo. O papel inicial da Constituição passa a ser o
de definir quais os tributos que podem ser instituídos.
A expressão tributo é um gênero, que será dividido em espécies tributárias, que são classificadas em 5
categorias (escola penta partida):

Rol de Tributos (ESCOLA PENTA PARTIDA):

FEDERAIS ART.153 CF/88

IMPOSTOS ORDINÁRIO
ESTADUAIS ART.155 CF/88

MUNICIPAIS ART. 156 CF/88


EXTRAORDINÁRIOS

IMPOSTOS RESIDUAIS ART.154, I CF

TRIBUTO
S IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIO DE
GERRA (IEG) ART.154, II CF

POLÍCIA

TAXAS
SERVIÇOS
CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

EMERGÊNCIAIS

EMPRESTIMO COMPULSÓRIO

INVESTIMENTO
CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO DO DOMINIO ECONÔMICO (CIDE)

CONTRIBUIÇÃO DE INTERESSE PROFISSIONAIS E ECONÔMICOS


(CORPORATIVAS)

CONTRIBUIÇÃO PARA CUSTEIO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA (COSIP)

CONTRIBUIÇÃO SOCIAIS

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b) Determinação da Competência tributária:

A competência tributária é aquela deferida pela Constituição Federal para os entes federativos União,
Estados, Distrito Federal e Municípios visando a criação, modificação e extinção de tributos.

c) Limitação ao Poder de Tributar:

Art. 150 ao 152 CF/88.

d) Repartição de receitas tributárias:

Art. 157 ao 162 CF/88.

Uma parte do que a União receber de tributo repartirá com os Estados, Distrito Federal e Municípios,
parte do que os Estados receberam partilhará com os Municípios. O inverso jamais acontecerá. Quem repartirá
de suas receitas será a União e os Estados: Distrito Federal e Municípios NÃO repartirão suas receitas, apenas
receberão receitas transferidas.

ATENÇÃO! Somente admitem repartição de determinados impostos e a CIDE Combustíveis, os demais tributos
não podem se repartidos.

1. Emendas Constitucionais

Poder constituinte derivado reformador.

A alteração da Constituição Federal passa por limites:


• Formas: processo legislativo;

• Materiais: Cláusulas pétreas (art.60, §4º, CF/88);

• Circunstanciais: A Constituição Federal não pode ser alterada quando estivermos sob intervenção
federal, estado de defesa e estado de sítio.

Em matéria tributária, as Emendas Constitucionais poderão ser utilizadas:


• Para inserir novos tributos na CF;

Exemplo: Emenda Constitucional nº 39/02 – inseriu a letra A no art. 149 da CF, possibilitando a criação da COSIP.

• Aumentar as garantias do contribuinte, reforçando as limitações ao poder de tributar.

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2. Lei Complementar

A Lei complementar somente será o uso obrigatório quando houver uma expressa determinação
constitucional. Caso a Constituição Federal não determinar, o uso será através de lei ordinária.

Segundo o STF, não existe hierarquia entre as leis complementar ou ordinária; existe uma diferença
formal e material.

a) Principais funções de lei complementar em matéria tributária (Art. 146, CF/88):


• Dispor sobre conflitos de competência tributária entre União, Distrito Federal, Estados e
Municípios (Art. 146, I, CF/88);

• Regular as limitações constitucionais ao poder de tributar (Art.146, II CF/88);

• Tratar sobre normas gerais em matéria tributária (Art.146, III, CF/88).

“Art. 146. Cabe à lei complementar:


I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária,
entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação
aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos
fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência
tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado
pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as
microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive
regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no
art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e
da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d,
também poderá instituir um regime único de arrecadação dos
impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 42, de 19.12.2003)

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I - será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento
diferenciadas por Estado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da
parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados
será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser
compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional
único de contribuintes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)”

b) Tributos que só podem ser criados através de lei complementar:


Novos impostos (impostos residuais) - Art.154, I, CF.
Impostos sobre grandes fortunas (IGF) – Art. 153, VII, CF.
Novas contribuições sociais (residuais) – Art. 195, §4º, CF.
Empréstimos Compulsórios – Art.148, CF.

Mnemônico: NINE.

3. Lei Ordinária é a regra normativa utilizada em matéria tributária

Função: Art. 97, CTN.

“Art. 97, CTN. Somente a lei pode estabelecer:


I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto
nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal,
ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito
passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo,
ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias
a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos
tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de
cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no
inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva
base de cálculo.”

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4. Medida Provisória

Art. 62, CF – trata-se de um ato administrativo normativo, de competência do Presidente da República,


que tratará de assuntos de urgência e relevância, passando a imediata aprovação do Congresso Nacional.

EC nº32/01 – Art.62, §2º, CF:


Medida provisória pode ser utilizada para instituir ou majorar impostos.

Como a medida provisória é um ato normativo de competência do Presidente da República (chefe do


poder executivo federal), logo os impostos poderão ser criados ou majorados por MP são os Impostos federais.

No entanto, todos os impostos federais já foram instituídos com exceção do imposto sobre grandes
fortunas (IGF).

Medida provisória não poderá instituir o IGF, vez que MP não pode tratar de matéria reservada a lei
complementar (Art. 62, §1º, III, CF).

5. Resoluções do Senado Federal

Têm papel expressamente destacado na Constituição Federal, especificamente no âmbito dos impostos
Estaduais (art. 52, XV da CF) no intuito de avaliar periodicamente a funcionalidade do sistema tributário
estabelecendo, conforme sua respectiva previsão constitucional, alíquotas mínimas e máximas para os impostos.
Como exemplo, temos a obrigatoriedade de se estabelecer a alíquota máxima do ITCMD (Imposto sobre a
transmissão causa mortis e doação), que o Senado, inclusive já o fez, estabelecendo o máximo de 8% (Resolução
9/1992). Note, que as resoluções possuem o papel de destaque na mitigação da guerra fiscal, não possuindo o
condão de majorar ou reduzir tributos, mas de estabelecer teto e piso.

6. Tratados e Convenções Internacionais

São firmados pelo presidente da república como representante da República Federativa do Brasil como
sujeito de direito internacional. Tem papel fundamental na mitigação da bitributação e estatuir regras de
cooperação internacional para evitar evasão fiscal. Nos termos do art. 98 do CTN, vem prescrito que os tratados e
convenções revogam ou modificam a legislação interna. A doutrina entende que há uma imprecisão técnica no
texto do artigo, pois a legislação internacional, internalizada, por ser especial terá prevalência na sua aplicação,
mas não revogará disposição interna.

“O conflito entre a lei interna e o tratado resolve-se, pois, a favor da norma especial (do tratado),
que excepciona a norma geral (da lei interna), tornando-se indiferente que a norma interna seja
anterior ou posterior ao tratado. Este prepondera em ambos os casos (abstraída a discussão
sobre se ele é ou não superior à lei interna) porque traduz preceito especial, harmonizável com a
norma geral.” (AMARO, 2016, p.207).

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“Art. 98, CTN. Os tratados e as convenções internacionais revogam
ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela
que lhes sobrevenha.”

Como visto, é preciso ter atenção com a falta de técnica na redação do art. 98 do CTN. De outro lado,
importante ter atenção especial nas questões da concessão de isenções heterônomas, ou seja, nos termos do art.
151, III da CF, é vedado à União a concessão de benefícios fiscais relativos aos tributos que não são de sua
competência. Contudo, ao fazê-lo por meio de Tratado Internacional, como ocorre na situação do Acordo
Tarifário da Organização Mundial do Comércio (GATT), tal concessão de benefício não configura violação à
vedação à concessão de isenções heterônomas, pois, como dito acima, o Presidente da República age em nome
da União como Sujeito de Direito Internacional, não se caracterizando uma violação a competência tributária.
Razão pela qual, eventual lei posterior que, por algum motivo queira revogar um benefício fiscal concedido em
razão do tratado internacional, não poderá fazê-lo, inclusive pela interpretação da parte final do art. 98 do CTN.

“Art. 151, CF. É vedado à União:


(...)
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios.”

7. Convênios

Por fim, temos os Convênios como fontes do direito. Apesar de não ser lei, possui uma eficácia
“normativa”, que vincula seus signatários. Trata-se, pois, de um acordo firmado entre pessoas políticas de direito
interno com objetivo comum. Destinam-se à mútua colaboração entre os entes com firme propósito de mitigar
possível existência de guerra fiscal. A função preponderante hoje, do convênio é, sobretudo, regulamentar a
concessão e revogação de isenções e benefícios fiscais relativos ao ICMS, nos termos da LC 24/75, como
instrumento das deliberações previstas no art. 155, §2º, XII, “g” da CF.

IMPORTANTE! O ÚNICO IMPOSTO QUE PODERÁ SER CRIADO (INSTITUITO) POR MEDIDA PROVISÓRIO, IMPOSTO
EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA (IEG) (ART. 154, III, CF).

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COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA E LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

Art. 145 a 162 CF/88 e Art. 6º ao 8º do CTN.

1. Conceito

Poder conferido pela Constituição Federal aos entes federados (União, Estados, DF e os Municípios) para
criar tributos por lei.

Art.6º CTN – Atribuída a quem pode legislar, União, Estados, DF e os Municípios, competência legislativa
plena.

“Art. 6º, CTN. A atribuição constitucional de competência tributária


compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as
limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos
Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e
observado o disposto nesta Lei.

Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo


ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá
à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos.”

2. Características / Atributos

São 5 (cinco):
• Facultatividade;

• indelegabilidade;

• Irrenunciabilidade;

• Incaducidade;

• Inalterabilidade.

Facultatividade – é facultativa, o seu exercício não é obrigatório. Art. 145, CF/88, poderão instituir
tributos. Art. 153, VII, CF/88, Imposto sobre grandes Fortunas (IGF), podem instituir, mas até hoje esse imposto
não foi instituído, por nenhum dos entes federados.

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“Art. 145, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte,
facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.”

“Art. 153, CF. Compete à União instituir impostos sobre:


(...)
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.”

Indelegabilidade – é indelegável, não pode ser delegada, ou seja, transferida. Transferida de um ente
para outro o poder de delegação.

Art. 7º do CTN - Salvo atribuições das funções de arrecadar, fiscalizar os tributos, atos e decisões
administrativas.

“Art. 7º, CTN. A competência tributária é indelegável, salvo


atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de
executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a
outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios
processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a
conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato
unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a
pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar
tributos.”

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Capacidade de tributária ativa:

É o poder de arrecadação e fiscalização dos tributos, função administrativa é passível de delegação.

Art. 7º, § 1º e 2º- Delegatário tem as mesmas garantias e os privilégios processuais.

Ato Precário – Pode ser revogado a qualquer tempo.


Por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.

Irrenunciabilidade - não pode o ente federado, a quem foi atribuída a competência tributária renunciar
ao direito.

Incaducabilidade - é imprescritível, não há prazo para seu exercício. De modo que a competência
tributária não caducará pelo seu não exercício - Art. 8º do CTN.

“Art. 8º, CTN. O não-exercício da competência tributária não a defere


a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a
Constituição a tenha atribuído.”

Inalterabilidade – não podem os entes federado ao criar tributo modificar a competência da forma
prevista na Constituição Federal.

3. Classificação da Competência Tributária

• Privativa;
• Comum;
• Cumulativa;
• Exclusiva;
• Residual; e
• Extraordinária.

Privativa – poder conferido pela Constituição Federal aos entes federados para criar impostos nominados
(previstos na CF), art. 153, 155 e 156 da CF.

Comum – acontece quando todos os entes federados, podem criar os tributos.

Exemplo: taxas ou contribuição de melhoria.

Cumulativa – quando o ente federado, além de criar os impostos de sua competência, pode criar imposto
de outro ente.

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Só diz respeito a impostos. Art. 147, CF União: Território Federal - Art. 18, §2º da CF
DF: art. 32 da CF

“Art. 147, CF. Competem à União, em Território Federal, os impostos


estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios,
cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem
os impostos municipais.”

“Art. 18, § 2º, CF. Os Territórios Federais integram a União, e sua


criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de
origem serão reguladas em lei complementar.”

“Art. 32, CF. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios,


reger- se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara
Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos
nesta Constituição.

§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas


reservadas aos Estados e Municípios.

§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as


regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos
Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual
duração.

§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o


disposto no art. 27.

§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito


Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo
de bombeiros militar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
104, de 2019)”

Compete a União, em território federal, os impostos estaduais e se o território não for dividido em
municípios, cumulativamente os impostos municipais, ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.

Exclusiva – diz respeito ao poder conferido a União para criar contribuições especiais. Art.149 da CF.

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Residual – somente a União, pode criar exclusivamente, por Lei Complementar.

União/ Lei complementar Imposto residual - Art. 154, I da CF.


Contribuições Sociais Residuais: Nova fonte destinada a garantir a
manutenção a expansão da seguridade social - Art. 195, §4º, CF.

“Art. 154, CF. A União poderá instituir:

I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo


anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato
gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição;”

“Art. 195, § 4º, CF. A lei poderá instituir outras fontes destinadas a
garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido
o disposto no art. 154, I.

Medida Provisória NUNCA – Art. 62, §1º, III CF.

“Art. 62, CF. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da


República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei,
devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

(...)

III – reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 32, de 2001)”

Características:
• União somente criar os impostos residuais;

• Lei complementar (MP nunca); Art. 62 §1º, III, CF;

• Não Cumulativo;

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• Bis in idem/ Bitributação não autorizado;

• 20% da sua arrecadação deverá ser destinada Estados /DF – Art. 157, I, CF (impostos residuais).

Extraordinária – Poder conferido pela Constituição Federal à União para criar empréstimos compulsórios
e impostos extraordinários de guerra.

Empréstimos compulsórios – art. 148, I da CF.

“Art. 148, CF. A União, mediante lei complementar, poderá instituir


empréstimos compulsórios:

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de


calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
(...)”

Impostos extraordinários de guerra (IEG) – art. 154, II da CF e art. 76 do CTN, poderá ser criado pela
União, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos gradativamente,
cessadas as causas de sua criação. Prazo máximo de 5 anos da celebração da paz.

Características:
• União somente criar os impostos residuais;

• Lei Ordinária (cabe MP) provisória enquanto durar a guerra;

• Temporário;

• Iminência ou caso de guerra externa;

• Bis in idem/ Bitributação autorizado;

• Cobrados imediatamente.

4. Limitações Constitucionais ao Poder de tributar

Implícitas – Vedação à invasão de competência.


Vedação de Bitributação e Bis in Idem:
• Bitributação – entes diferentes criando tributos iguais;
• Bis in idem – mesmo ente criando tributos gerais.

Exceção: IEG importo extraordinário de Guerra.

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LIMITAÇÕES EXPLÍCITAS AO PODER DE TRIBUTAR

1. Princípios Constitucionais Tributários

STF – julgou a ADI 939 – Direitos Fundamentais do contribuinte (cláusulas pétreas).

Art. 150 da CF/88.

Princípios Constitucionais;
Imunidades Tributárias;

1.1. Princípio da legalidade – Art. 150, I, CF e 97 do CTN

Todo tributo somente poderá ser instituído, aumentado, reduzido ou extinto mediante lei.

Regra geral: Lei ordinária.

Lei complementar:

Uso obrigatório, expressa na Constituição. Tributos que só poderão ser instituídos mediante lei
complementar.

• Novos impostos (residual);


• Imposto sobre grandes fortunas IGF;
• Novas Contribuições sociais (residuais);
• Empréstimo compulsório.

Medida Provisória:

Nos termos do art. 62, §2º da CF a Medida Provisória, poderá instituir ou aumentar Impostos (federais).

É vedada a edição de MP sobre matéria reservada a lei complementar (art. 62 §1º, III da CF).

Único imposto federal que poderá ser instituído por MP é o imposto extraordinário de guerra (IEG) art.
154, II CF

Exceção ao Princípio da Legalidade:

Dispensabilidade do uso de lei em matéria tributária.

Decreto executivo.

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Art. 153, §1º, CF – alteração das alíquotas do II, IE, IPI, IOF.
Art. 177 §4º, I, B, CF – redução ou restabelecimento das alíquotas da Cide Combustíveis.

Importante! Toda base de cálculo de um tributo somente poderá ser definida, aumentada ou reduzida mediante
lei (art. 97, §1º, CTN).

Conforme o Art. 97, §2º do CTN, a atualização monetária da base de cálculo não se equipara a majoração
de tributo. Sendo assim, a atualização monetária da base de cálculo independe de lei, podendo ser realizada
através de um decreto do poder executivo.

Toda atualização monetária deverá respeitar os índices oficiais de correção (Súmula 160, STJ).

1.2. Princípio da Isonomia

Art. 150, II da CF.

Contribuintes que se encontram em situação de equivalência não podem ser tratados de forma desigual
(tratar iguais, como iguais e desiguais como desiguais, na medida de suas igualdades e desigualdades).

Ex.: Tratamento favorecido e simplificado para ME e EPP (art. 170, IX e 179 da CF).

1.3. Princípio da Capacidade Contributiva

Art. 145, §1º da CF.

Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte.

Classificação dicotômica de impostos:


• Impostos pessoais

São aqueles que tributam a condição econômica do sujeito (seja pessoa física ou jurídica).

Exemplos: IR e IGF.

• Impostos reais

São aqueles que tributam o patrimônio, as operações, os direitos, sem levar em consideração a condição
econômica do sujeito.

Exemplos: todos os impostos, salvo IR e IGF.

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Progressividade:

É um instrumento de implementação da capacidade contributiva que permite o aumento da alíquota


mediante o aumento da base de cálculo (progressividade fiscal) ou o aumento da alíquota visando desestimular
comportamentos do contribuinte (progressividade extrafiscal).

Importante!
Todo imposto pessoal deve ser progressivo.
Em se tratando dos impostos reais, estes serão progressivos se houver expressa autorização constitucional, e
desde que possua um caráter extrafiscal.
Ex.: IR imposto pessoal, nos termos do art. 153 §2º, I da CF se regerá pelos critérios da generalidade,
universalidade e progressividade (fiscal).

Nos termos do art. 153, §4º, I da CF, o ITR poderá ser progressivo visando evitar a manutenção de
propriedades improdutivas (progressividade extrafiscal).

1.4. Princípio da Irretroatividade tributária

Art. 150, III, “a” da CF.

A lei tributária não será aplicada aos fatos geradores ocorridos anteriormente à sua vigência (efeitos
prospectivos).

Regra geral: a lei a ser aplicada é aquela vigente na época da ocorrência do fato gerador.

Exceção ao princípio da irretroatividade:

A lei tributária será aplicada aos fatos geradores ocorridos anteriormente à sua vigência (efeitos
retrospectivos).

STF – a possibilidade de retroatividade somente se dará nos casos previstos do art. 106, CTB e se for mais
benéfica ao contribuinte.

A lei poderá retroagir desde que seja expressamente interpretativa e não cominar ao contribuinte
qualquer espécie de sanção.

A lei poderá retroagir tratando-se de ato infracional não transitado em julgado e desde que a lei
posterior deixe de defini-lo como infração ou comine uma penalidade menos severa.

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1.5. Princípio da Anterioridade tributária

Finalidade: evitar que o contribuinte fosse surpreendido com a instituição ou aumento de tributo e ter que ser
obrigado a pagar imediatamente.

Anterioridade comum ou de exercício (art. 150, III “b” da CF):

Todo tributo instituído ou aumentado somente poderá ser exigido no exercício financeiro seguinte da
data de publicação da lei.

Ex.: janeiro de 2022 – só poderá ser cobrado em janeiro de 2023.

Anterioridade nonagesimal ou noventena (art. 150, III “c” da CF):

Todo tributo instituído ou aumentado somente poderá ser exigido após decorridos 90 dias da publicação
da lei.

Pela regra geral, todo tributo se sujeita ao princípio da anterioridade de forma completa (comum+
nonagesimal): entre os exercícios financeiros, deve se aguardar um prazo mínimo de 90 dias contados da
publicação da lei.

Ex.: se um tributo foi aumentado em janeiro de 2022, poderá ser exigido a partir de janeiro 2023.

Se o tributo foi aumentado em agosto de 2022, poderá ser exigido a partir de janeiro 2023.

Se um tributo foi aumentado em novembro de 2022, não poderá ser exigido a partir de janeiro 2023 (não
há prazo de 90 dias). Sendo assim, esse tributo somente poderá ser exigido a partir de março de 2023.

Exceções:
Tributos cobrados imediatamente: II, IE, IOF, IEG Empréstimo Compulsório emergencial (art. 148, I da
CF).

Tributos cobrados após 90 dias: IPI – ICMS Combustível – Cide Combustíveis, contribuições sociais.

Tributos cobrados no ano seguinte: IR Fixação da base de cálculo do IPVA e IPTU.

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1.6. Princípio da Vedação ao Confisco

Art. 150, IV da CF.

O tributo não pode ter um caráter confiscatório.

Confisco: expropriação do patrimônio particular por um eminente sancionatório e sem qualquer possibilidade de
indenização.

Art. 243, CF (EC 81/14):

Confisco de propriedade rurais e urbanas de qualquer região onde forem localizadas culturas ilegais de
plantas psicotrópicas e exploração do trabalho escravo, sem indenização.

Tributação Confiscatória: quando um ente federativo impõe uma carga tributária a ponto de acarretar a
inviabilidade econômica do contribuinte.

Alíquota de 25% e de 300% qual das duas seria a confiscatória, depende da base de cálculo.
25% IPTU x 4 anos = (perda do imóvel) alíquota confiscatória.
300% IPI = alíquota seletiva.

Diferença entre o confisco e seletividade:

Seletividade: é uma regra de tributação que permite alíquotas diferenciadas com base na essencialidade do
produto ao consumo.

Exemplo: art.18, CTN (LC194/22).

Combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo são considerados bens
essenciais para fins de incidência de ICMS.

Tributos Seletivos: IPI, ICMS (art.18 A CTN) obrigatoriedade.

O IPVA pode ser seletivo em função do tipo e utilização do veículo (art.155 §6º, II da CF).

Multas:

300% segundo o STF, o princípio da vedação ao confisco se estende às multas.

Atualmente, o STF entende que multas iguais ou superior a 100% do débito fiscal tem natureza
confiscatória.

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1.7. Princípio da Limitação ao tráfego de pessoas interestaduais e intermunicipais (art. 150, V da CF)

É vedado aos entes federativos a cobrança de tributos pelo mero deslocamento do contribuinte com o
seu patrimônio entre os Estados e os municípios.

Exceção: possibilidade da cobrança de pedágio pela utilização e conservação das vias públicas.

STF ADI 800 – Pedágio tem natureza tarifária.

1.8. Princípio da Uniformidade Geográfica (art.151, I da CF)

Todo tributo instituído pela União deve ser aplicado, de igual forma, em todo o território nacional.

Exceção: possibilidade de a União conceder incentivo fiscais visando o desenvolvimento socioeconômico de uma
região.

Exemplo: Zona Franca de Manaus.

1.9. Princípio da Não Diferenciação (art.152 da CF)

Os Estados e Municípios não poderão estabelecer um tratamento diferenciado entre si em razão da


procedência ou destino de bens e serviços.

Exceção: possibilidade do estabelecimento de convênios entre os entes federativos.

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IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS

São vedações constitucionais que impedem a incidência de tributos (impedem o aperfeiçoamento do fato
gerador).

Expressões Correlatas na CF:


• Vedação;

• Não Incidência;

• Isenção;

• Gratuidade.

Quando tais expressões estiverem na CF se referido aos tributos, devemos entender se trará de
IMUNIDADE.

1. Imunidades Tributárias Genéricas: recíproca e religiosa

Imunidades Genéricas (art.150, VI da CF):

Veda a instituição de imposto.

Imunidade Recíproca (art.150, VI da CF):

Veda a instituição de impostos sobre o patrimônio, renda e serviços entre os entes federativos.

Finalidade: preservação do pacto federativo.

Art. 150, §2º da CF.

A imunidade recíproca é extensiva as autarquias e fundações públicas, desde que tais entidades atendam
suas finalidades essenciais.

Regra geral: a imunidade recíproca se aplica a toda pessoa jurídica de direito público interno.

STF RE 407.099.

Empresa pública e Sociedade de Economia mista, quando prestadoras de serviços públicos essenciais ao
funcionamento do Estado gozam de imunidade recíproca.

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Exemplo: correios, infra ero, casa da moeda etc.

Caso a empresa pública e a sociedade de economia mista explorar atividade econômica não se aplica o
benefício da imunidade.

Exemplo: CEF, Banco Brasil, Petrobras etc.

Imunidade Religiosa (art.150, VI “b” da CF):


Veda a instituição de imposto sobre templos de qualquer culto.

Finalidade: liberdade religiosa, liberdade de crença e difusão de religião propriamente dita, mantenha do estado
laico.

A imunidade recai sobre o exercício da atividade religiosa.


Exemplo: Imóveis alugados.

Se a organização religiosa comprovar que o valor recebido dos aluguéis é revertido ao atendimento da
atividade religiosa estende-se a imunidade sobre o imóvel locado.

EC 116/22: Se a organização religiosa for locatária do imóvel também gozará de imunidade.

2. Imunidade genérica: subjetiva ou condicional, objetiva ou cultural, fonográfica ou musical.

Imunidade norma prevista na CF, que veda aos entes federados de criar tributos sobre determinadas
pessoas ou situações, incompetência do ente federado.

Já a isenção deriva de Lei, lei federal, estadual ou municipal.

Imunidade Genérica, previstas no art. 150, VI alíneas, a, b, c, d, e, da CF/88, os entes não podem criar
impostos.

Os entes não cobrar nem instituir impostos sobre outro ente federado.

Taxa pode cobrar, imunidade somente diz respeito a imposto.

Imunidade Condicionada, art. 150, VI C da C/88:

Veda aos entes federados instituir impostos sobre:


• Partidos políticos inclusive suas fundações;
• Entidades sindicais dos trabalhadores;
• Instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos.

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Atendidos os requisitos da lei. Art. 146, II CF por lei complementar.

Requisitos a serem atendidos para a imunidade – art. 14, CTN:

• Não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas;


• Aplicarem integralmente no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
• Manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros. (tributária assessoria).

OBS.: aplica-se ao patrimônio, a renda e os serviços art. 150, §4º.


Imunidade subjetiva (pessoas);
Súmula Vinculante nº 52 – os locatários são imunes de IPTU.
Súmula 730, STF.

Imunidade Cultural art. 150, VI “d” da CF/88:

• Essa beneficiará coisas/ bens, imunidade objetiva;


• Veda aos entes federados instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à
sua impressão.
• Imunidade abarca IPI, II, IE e ICMS;
• Livraria, empresas jornalísticas, bancas, editoras e autores, incidem em imposto, não incide a
imposto é o objeto em si, o papel o periódico;

A livraria pagar IPTU, somente o livro tem imunidade.

Súmula 657 do STF – filmes e papeis fotográficos, também foram imunizados.

Súmula vinculante 57, a imunidade tributária foi estendida aos e-books, e suporte para fixá-los como
leitores de livros eletrônicos, art. 150, VI,” d” da CF.

Imunidade Musical art. 150, VI “e” da CF/88:

EC nº 75/2013 – para defender da pirataria, não incidem em impostos.

Requisitos:
• Fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil;
• Obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e ou obras em geral interpretadas por
artistas brasileiros.

Inclui: suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham.

Não inclui: replicação (etapa de replicação, industrial de mídias ópticas de leitura a laser).

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TRIBUTOS E ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

Conceito: art. 3º do CTN.

Prestação pecuniária, dação em pagamento de bens imóveis, não se admite pagamento por labore, nem
uma coisa in natura.

Que não constituía sanção de ato ilícito.

STF adota a corrente quinaria (pentapartite) RE 138.284 e RE 146.733.

Espécies:
o Imposto;
o Taxa;
o Contribuições de melhoria;
o Empréstimos compulsórios;
o Contribuições especiais.

1. Impostos – art. 145, I da CF e 16 da CTN

Fato gerador independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.


Competência tributária privativa.
Art. 153 da CF impostos da União;
Art. 155 da CF impostos dos estados;
Art. 156 da CF impostos dos Municípios e DF.

Qual é a espécie normativa que cria em regra os impostos? Em regra, por lei ordinária;

Mas há dois impostos que deveram ser por lei complementar e a CF assim determina:
• O Imposto residual, inominados art. 154, I da CF;
• O imposto sobre grandes fortunas art. 153, VII da CF;

2. Taxas – art. 145, II da CF e art. 77 a 88 do CTN

Atividade estatal, exercício de poder de polícia, prestação de serviço onde se consiga medirão de serviço
público.

Lei ordinária, aceita a medida provisória.

Quem pode instituir uma taxa, todos os entres, competência Comum.

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Espécies:

o Taxa de polícia;
o Taxa de serviços.

Taxa de polícia art. 77 e 78, §único do CTN.

Fato regador exercício regular do poder de polícia. (atividade fiscalizatória)

Conceito: são limitações impostas ao nosso direito de liberdade e propriedade em prol da segurança, higiene,
ordem e costumes.

o Taxa de serviço art. 77 e 79 do CTN:

Utilização do serviço público, poderá se dar de forma efetiva (coleta de lixo) ou de forma potencial (ficou
a disposição).

Serviço público Específico: é divisível, é possível determinar o usuário.

Geral (universal) divisível: quantidade art. 79, II do CTN não pode ser custeado por taxa.

Não pode ser custeado por taxas:

• Limpeza pública, iluminação pública, segurança pública.

Sumula Vinculante 12, 19, 29, 41 tratam das taxas.

Taxa não pode ser calculado sobre o valor base de imposto, art. 145, §2º da CF/88.

Pode utilizar como base sobre tamanho do imóvel, não pode base de cálculo de taxa com a base do
imposto, Súmula Vinculante 29.

Súmula 551, 595, 667 do STF.

3. Contribuição de Melhoria

Fundamento: art. 145, III da CF/88 e art. 81 e 82 no CTN, Decreto Lei 195/67.

Competência comum:
Todos os entes podem instituir a contribuição de melhoria.

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Materialidade do fato gerador:

• Existência de uma obra pública;


• Valorização imobiliário efetiva em decorrência da obra.

Limite de arrecadação:

• Custo total da obra (limite global);

Observação! cada imóvel poderá ter uma valorização diferente, base de cálculo, diferença do valor antes e após a
realização da obra pública.

Discussões Jurisprudenciais:

• Obras públicas em andamento;

STF – se o poder público tiver condições mesmo que a de determinar a efetiva valorização dos imóveis é
possível a instituição de contribuição de melhoria mesmo que a obra esteja em andamento.

4. Empréstimos Compulsórios

Fundamento: art. 148 da CF/88.

Competência exclusiva da União, mediante lei complementar.

Não existe qualquer possibilidade de tratar sobre empréstimo compulsório por Medida provisória.

Espécies:

• Emergencial art. 148, I da CF/88:

Para tratar de despesas decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua eminência.

Em âmbito nacional, não cabe em âmbito regional.

Exemplo: decretação do estado de calamidade pública no Brasil em decorrência da COVID -19.

Tal tributo não se sujeita ao princípio da anterioridade, podendo ser exigido imediatamente após a
publicação da lei.

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• Empréstimo de Investimento - Art. 148, II da CF /88:

Atendimento de despesas decorrentes de investimento público de caráter urgente e relevante interesse


nacional.

Exemplo: investimento na saúde para aquisição de vacinas.

Tal tributo se sujeita ao princípio da Anterioridade, tanto comum quanto da nonagesimal.

Restituilidade:

A lei complementar que institui tributo determinará a forma, o prazo e as condições de sua restrição.

STF RE 121.336/SP.
Somente poderá ser restituído em dinheiro.

Arrecadação vinculada: art. 148, §único da CF/88.

O valor arrecadado somente poderá ser destinado ao atendimento das despesas que fundamentaram a
instituição do empréstimo compulsório.

Exemplo: foi feito para a saúde e volta para a saúde, não poderá ser investido na educação, se não altera a
finalidade.

5. Contribuições Especiais

Gênero de demais contribuições.

Contribuição sobre a intervenção no domínio econômico (CIDE), existem várias.

Extrafiscal, tributação para aumentar a arrecadação.

Mais comum é a CIDE combustível lei 10.336/01, art. 177, §4º CF.

Incide na comercialização e importação de combustíveis e lubrificantes.

Pode ter suas alíquotas reduzidas ou restabelecidas mediante decreto executivo.

Pode ser exigida após 90 dias da publicação da lei.

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Contribuição destinada ao Sebrae Lei 8.029/90:

Sistema “S”.

STF 396.266 reconhece como Natureza interventiva.

Contribuições de interesse das categorias profissionais e econômicas (corporativas):

Categorias profissionais;

Entidades de classe de profissão regulamentada.

Anuidades: natureza tributária (CRM, CRECI, CRO).

STF ADI 3026, natureza jurídica da OAB não é autarquia, não é vinculado ao Estado, é autônoma, não tem
natureza tributária.

Categorias econômicas Sistema “S” serviços sociais autônomos;

Art. 240, CF.

Exemplo: SESI, SESC, SENAI, SENAC e outros.

Contribuições Sociais:

Art. 149, 195, 212, 239, CF.

Visam o atendimento da seguridade social (art. 194 da CF).

Exemplo: COFINS, PIS, contribuição previdenciária.

Todas as contribuições sociais se sujeitam a anterioridade nonagesimal (art. 195, §6º da CF).

Contribuição para custeio do serviço de iluminação pública (COSIP) – art. 149- A da CF:
Inserida por Emenda Constitucional nº 39/2002.
Taxa de iluminação pública é inconstitucional.
Somente pode ser por meio de contribuição.
Competência do DF e dos Municípios.
Facultada sua cobrança na fatura mensal de energia elétrica.

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NORMAS GERAIS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA: ART. 96 A 218 CTN

1. Obrigação tributária – art. 113, CTN

É uma relação jurídica estabelecida entre o fisco e o particular visando a entrega de recursos aos cofres
públicos ou atendimento de deveres administrativos.

Obrigação Principal – art. 113, §1º do CTN:


• É a entrega de recursos aos cofres públicos (dever de pagar).

• Toda a obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, sendo uma obrigação ex lege;

• Pagamento de tributos (obrigação principal);

• Pagamento de multas (obrigação principal).

Obrigação Acessória – art. 113, §2º do CTN:


• São autônomas uma não depende da outra;

• Cumprimento de deveres administrativos vinculados a arrecadação e fiscalização de tributos.

Exemplo: emissão de Notas fiscais, escrituração de livros, prestação de informações etc.

2. Sujeitos da Obrigação Tributária

Sujeito Passivo: o devedor.


Sujeito ativo: aquele que tem o direito de exigir o cumprimento da obrigação.

3. Solidariedade Tributária

Art. 264 do CC, art. 124 e 125 do CTN – quando 2 ou mais pessoas, dever de quitar a prestação poderá ser
cobrado.

No direito tributário não tem a solidariedade ativa.

Espécies art. 124, CTN:


• De fato ou natural – pessoa que tenham interesse comum no fato gerador;
• De direito – pessoas determinadas pela Lei.

Não comporta benefício de ordem – art. 124, § único do CTN.

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Efeitos da solidariedade tributária, art. 125 do CTN:

• Pagamento efetuado por um, beneficia a todos;

• A isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados;

• Salvo, se outorga pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos
demais pelo saldo.

• Interrupção de prescrição gera efeitos para todos (a favor ou contra).

4. Capacidade Tributária Passiva

Aptidão para realizar fato gerador, para ser contribuinte (sujeito passivo).

Capacidade tributária ativa é diferente de capacidade tributária passiva.

Quem fiscaliza ou arrecada é o sujeito ativo.

Quem pratica o fato gerador é o sujeito passivo.

Independe, art. 126 do CTN.

A capacidade das pessoas naturais.

Pessoa natural sujeita a atos que importem provação ou limitação do exercício de suas atividades ou da
administração direta de seus bens / negócios.

Pessoa jurídica regularmente constituída.

5. Responsabilidade Tributária dos Sucessores

Imobiliária, art. 130 do CTN.

Mobiliária, art. 131, I do CTN.

Causa Mortis, art. 131, II e III do CTN.

Empresarial, art. 132/133 do CTN.

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Responsabilidade tributária imobiliária:

Quem compra um bem imóvel com dívida tributária responde pela dívida, art. 130 do CTN.

Exceção: Constar no título prova de quitação; arrematação em hasta pública.

Responsabilidade tributária Causa Mortis, art. 131, II, III do CTN.

Espólio responde pela dívida do de cujus até a data da abertura da sucessão morte.

Feita a partilha adjudicação, sucessores e cônjuge meeiro responderão pela dívida do de cujus até o limite
do quinhão meação ou legado.

Responsabilidade tributária empresarial:

Operação societária, art. 132 do CTN.

Trespasse, art. 133 do CTN.

Súmula 554 do STJ.

Sucessora responde por tributos as multas.

Pessoa jurídica que resultar:


• Fusão;
• Transformação;
• Incorporação (responde pelo débito tributário).

Trespasse, art. 133 do CTN.


Aquisição de estabelecimento.
Continuação da exploração da atividade.
Responsabilidade integral do adquirente.
Alienante cessou a exploração ou iniciou nova atividade após 6 meses da venda.
Responsabilidade subsidiária do adquirente alienante continuou a exploração a atividade ou iniciou nova
atividade dentro de 6 meses da venda.

6. Responsabilidade de Terceiros – art. 134 e 135 do CTN

Alguém que não é responsável pelo tributo, mas tem o dever de recolher o tributo, em nome do
responsável

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Atuação regular, art. 134 do CTN.
Impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte respondem
solidariamente, pela omissão do ato.

Exemplos: os pais; os tutores; os administradores, inventariantes entre outros incisos I ao VII, § único, por multas,
somente em caráter moratório.

Atuação irregular, art. 135 do CTN.


Pela omissão o terceiro responderá pessoalmente, agiu regularmente, com excesso de poderes ou
infração de lei, mediante contrato ou estatutos.

Exemplo: os administradores, diretores, gerentes, representantes responde por débito tributário gerado por
excesso de poder.

Requisitos da responsabilidade do terceiro, a cumulação dos requisitos.

Atuação irregular: Infração de lei, excesso de poderes e o inadimplemento tributário.

Responderá solidariamente.
Súmula 435, STJ.
Art. 136 do CTN – responsabilidade tributária por infrações, responsabilidade objetiva, pessoal do agente
do infrator, independente de culpa.

7. Denúncia espontânea de infração

Art. 138 do CTN.


Contribuinte confessa a infração cumulativo com o pagamento do tributo, juros e correção monetária.
Vantagem exclusão da multa, mas a denúncia deverá ser feita antes do lançamento tributário

Art. 142 do CTN, lançamento tributário.


Atividade administrativa vinculada e obrigatória e sob pena responsabilidade administrativa.

Lançamento de ofício direto, art. 149 do CTN.


Autorizado integralmente sem a autorização do contribuinte.
Exemplo: IPTU o IPVA

Lançamento Misto art. 147 do CTN.


Depende do contribuinte que declare.
Exemplo: ITCMD, ITBI.

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SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Tais hipóteses estão regulamentadas pelo artigo 151 do CTN, em seus respectivos incisos (6 ao todo).

Mnemônico: MODERECOPA.

MO – Moratória (art. 151, I);


DE – Depósito do Montante Integral (art. 151, II);
RE – Reclamação/Recurso Administrativo (art. 151, III);
CO – Concessão de liminar em MS ou liminar ou tutela em outras espécies de ações (art. 151, IV e V);
PA – Parcelamento (art. 151, VI).

Por essa disposição legal, é importante destacar que existente qualquer uma delas, a exigibilidade de
determinado tributo estará suspensa, não podendo a Fazenda Pública se valer de qualquer medida indutiva para
cumprimento da obrigação principal.

No entanto, não se pode perder de vista que, suspensão da exigibilidade, não se confunde com
impossibilidade de lançar o tributo.

A exigibilidade que está suspensa, é justamente aquela atinente a qualquer ato passível de constranger o
contribuinte a recolher o tributo (cobrança administrativa, judicial, protesto), enquanto o lançamento, é ato
administrativo vinculado que pode ser realizado a despeito de eventual o tributo estar com sua exigibilidade
suspensa.

Assim, as hipóteses previstas, permitem, inclusive, que o contribuinte tenha acesso à certidão positiva
com efeito de negativo (art. 206 CTN), enquanto vigente a suspensão da exigibilidade.

Por fim, importante destacar que a obrigação acessória é atingida pela suspensão, enquanto as
obrigações acessórias decorrentes das principais eventualmente suspensas.

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EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Fundamento legal: artigo 156 do Código Tributário Nacional.

1. Pagamento

O que acarreta a extinção do crédito tributário de forma principal, é o pagamento (fundamento legal:
artigos 157 a 169 do Código Tributário Nacional).

I. Lugar do pagamento: salvo disposição em contrário, o pagamento deverá ocorrer no domicílio


tributário do sujeito passivo.

II. Tempo do pagamento: salvo disposição em contrário, o pagamento deverá ser efetuado em até 30
dias após o recebimento da notificação (artigo 160 do Código Tributário Nacional).

III. Imputação de pagamento: tal situação ocorre quando o sujeito passivo, possui simultaneamente dois
ou mais débitos para com a mesma pessoa jurídica de direito público, sendo necessária uma ordem prevista no
artigo 163 do Código Tributário Nacional, a saber:

A. Em primeiro lugar devem ser pagos créditos e obrigação própria para, em segundo lugar, serem pagos
os créditos decorrentes de responsabilidade tributária;

B. Em primeiro lugar devem ser pagas as contribuições de melhoria, para posterior pagamento das taxas
e, por último o pagamento dos impostos;

C. À ordem crescente dos prazos de prescrição (quanto mais próximo de prescrever, deve ser pago
primeiro);

D. Ordem decrescente dos montantes (o maior débito deve ser pago primeiro);

IV. Pagamento indevido: todo pagamento indevido ou a maior gera o direito de restituição. O pedido de
restituição poderá se dar na via administrativa ou judicial, somente os pagamentos devidos dos últimos 5 anos,
contados da data do pagamento.

Quando ocorrer o pedido de restituição pela via administrativa e a autoridade competente denegar o
requerimento, autorizará com que o contribuinte possa ingressar com uma ação anulatória de decisão
administrativa dentro do prazo de 2 anos contados do indeferimento de restituição.

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Requerimento judicial que se dá através de uma ação de repetição de indébito fiscal, possui natureza
condenatória e valores monetariamente corrigidos. O prazo para o seu pedido é de 5 anos, contados do
pagamento indevido (artigo 168, I do Código Tributário Nacional).

A ação de repetição de indébito fiscal, poderá ser proposta, independentemente de prévio protesto.

Os valores corrigidos, de acordo com a Súmula 162 do STJ, passarão a ser devidos a partir da data do
pagamento, já a Súmula 188 do STJ, diz que os juros de mora, são devidos a partir da decisão judicial transitada
em julgado.

2. Discussão Acerca da Restituição em Tributos Indiretos

Tributos indiretos são aqueles que admitem repercussão econômica (admite a transferência do encargo a
uma terceira pessoa).

Contribuinte de direito: realiza o fato gerador;

Contribuinte de fato: assume o respectivo encargo tributário.

De acordo com a Súmula 546 do STF, confere o direito de restituição aos tributos indiretos, mas caberá
aquele que figurar na condição de contribuinte de direito, não restando qualquer possibilidade de restituição para
o contribuinte de fato.

3. Compensação (artigos 170 e 170-A do Código Tributário Nacional)

É um instituto de direito privado que consiste em um encontro de contas quando uma pessoa possui um
débito e um crédito para com outra pessoa.

Em matéria tributária, toda compensação dependerá de autorização legislativa (a lei precisa autorizar).
Em regra, somente admitem a compensação créditos tributários da mesma espécie, natureza e cofre de
arrecadação (imposto nacional se compensa com imposto nacional); taxa municipal se compensa com taxa
municipal.

A compensação somente será admita, após decisão judicial transitada em jugado.

4. Transação (artigo 171 do Código Tributário Nacional)

É um instituto do direito privado, consistente em um acordo visando a extinção de determinada


obrigação.

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Em matéria tributária, toda transação dependera de uma autorização legislativa para estabelecimento
dos limites e valores dos direitos tributários.

Atualmente, a regulamentação da transação está na Lei nº 13.988/19.

5. Remissão (artigo 172 do Código Tributário Nacional)

É o perdão total ou parcial do crédito tributário, mediante despacho concessivo de autoridade


administrativa, dentro dos limites da lei.

Situações que autorizam a remissão, a saber:

A. situação econômica do sujeito passivo;

B. erro ou ignorância escusáveis ao sujeito passivo quanto a matéria de fato;

Exemplo: preenchimento de guia de forma incorreta.

C. diminuta importância do crédito tributário: as vezes a cobrança de um crédito tributário, sai mais caro
que o valor a ser recebido;

D. pelas condições de equidade observando-se critérios materiais e pessoais do fato (senso de justiça ao
caso concreto);

E. pelas condições econômicas de determinada região da entidade tributante.

6. Pagamento antecipado e a sua homologação (artigos 150, parágrafo quarto do Código Tributário Nacional)

Lançamento por homologação, o papel do contribuinte é analisar o fato gerador, o cálculo do montante
do tributo, pagamento antecipado e a declaração do quanto foi pago, já o papel do fisco é de concordar ou de
discordar do pagamento.

O ato de concordância denomina-se homologação, que poderá ocorrer de forma expressa ou tácita.

Ocorrendo a homologação não importando se expressa ou tácita, vai ocorrer a extinção do crédito
tributário.

7. Decadência e Prescrição

I. Decadência (artigo 173 do Código Tributário Nacional): é a perda do direito de o fisco constituir o
crédito tributário pelo lançamento. O prazo será de 5 anos contados do tipo de lançamento pelo qual o tributo
esteja sujeito.

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A. Tributos sujeitos ao lançamento de ofício ou por declaração (artigo 173, I do Código Tributário
Nacional), se conta a partir do primeiro dia do exercício financeiro seguinte da data em que o lançamento deveria
ter sido efetuado;

B. Tributos sujeitos ao lançamento por homologação (artigo 150, parágrafo quarto), o prazo se inicia na
data de ocorrência do fato gerador (Súmula 555 do STJ).

ATENÇÃO! o prazo decadencial não se interrompe e nem se suspende, por se tratar de matéria de ordem pública.

II. Prescrição (artigo 174 do Código Tributário Nacional): é a perda do direito de o fisco cobrar
judicialmente o crédito tributário pelo ajuizamento da execução fiscal.

O prazo prescricional é de 5 anos contados da constituição definitiva do crédito tributário.

ATENÇÃO! na prescrição ocorre a suspensão nos mesmos casos que suspendem a exigibilidade do crédito
previsto no artigo 151 do Código Tributário Nacional.

OBS.: Súmula 653 do STJ, diz que o parcelamento, mesmo quando indeferido, acarreta a interrupção do prazo
prescricional.

A interrupção da prescrição ocorre:


A. despacho do juiz quando da citação da execução fiscal;
B. protesto judicial;
C. Ato judicial que constitui o devedor em mora;
D. Ato, ainda que extrajudicial, que importe em confissão de dívida

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EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

As hipóteses de exclusão do crédito tributário estão previstas no art. 175 do CTN.

AN – Anistia;
IS – Isenção.
Mnemônico: ANIS

Os institutos em questão têm por objetivo conferir ao contribuinte uma dispensa legal de parte ou total
do crédito tributário.

Pela isenção, que decorre sempre de lei, haverá uma dispensa do pagamento do tributo (obrigação
principal) que não exclui, contudo, a obrigação de cumprir com obrigação acessória dela decorrente.

A isenção, vale destaque, quando concedida em caráter geral, sem prazo determinado, poderá ser
suprimida a qualquer tempo, mediante lei, enquanto, quando concedida por prazo determinado, não poderá ser
suprimida a qualquer tempo, apenas quando se alcançar termo final.

Por fim, a anistia, outro método de exclusão do crédito tributário, alcança somente as infrações
decorrentes de uma obrigação principal. Portanto, enquanto a isenção alcança a obrigação principal em si, a
anistia tem alcance nas infrações aplicadas.

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GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO E PREFERÊNCIAS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

1. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário

Art. 183 a 193 do CTN.

Garantias: são medidas assecuratórias visando o cumprimento do crédito tributário.

Privilégios: são os destaques do crédito tributário sobre os demais créditos existentes.

Bens atingidos pelo crédito tributário – Art. 184 do CTN:

A totalidade de bens, rendas ou direitos do sujeito passivo, mesmo quando gravados com cláusulas de
inalienabilidade e impenhorabilidade podem ser atingidos pelo crédito tributário.

Exceção: Bens absolutamente impenhoráveis (art. 833 CPC).

Exemplos: bens alienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução, os móveis, pertences e as
utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem
as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida etc.

ATENÇÃO! Bem de família (lei 8.009/90) é considerado relativamente impenhorável, uma vez que poderá sofrer
a penhora em relação aos débitos tributários inerentes ao próprio imóvel.

Fraude Fiscal (art. 185 do CTN):

Presume-se fraudulenta qualquer alienação ou oneração de bens, por sujeito passivo em débito para com
o Fisco, por crédito tributário regularmente inscrito em dívida ativa.

Não considera fraude fiscal.

A alienação de bens antes da inscrição em dívida ativa;

A alienação de bens após a inscrição em dívida ativa, sendo que o sujeito passivo possui bens ou renda
suficiente à satisfação do crédito tributário.

Indisponibilidade Patrimonial (art. 185- A do CTN):


Penhora on-line em matéria tributária;
Devedor regularmente citado de execução fiscal;
Devedor não realiza o pagamento, não apresenta bens;
A penhora no prazo legal ou não são encontrados bens penhoráveis;

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O juízo competente determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, preferencialmente pelo meio
eletrônico comunicando sua decisão aos órgãos e entidades que promovam o registro de transferência de bens
(exemplo: registro de imóveis, mercado de capitais, autoridade supervisores do mercado bancário etc.).

Limite da indisponibilidade:

Valor da satisfação integral do crédito tributário, sendo que o juiz deverá determinar o imediato
levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite.

2. Preferências do Crédito Tributário (art. 186 do CTN)

O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a sua natureza ou o tempo de sua constituição,
ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou acidente do trabalho.

Processos Falimentar:

Sentença declaratória de falência transitada em julgado.

Créditos concursais: são os créditos que fazem parte do concurso de credores.

Créditos Extraconcursais: são os créditos que não compõem o quadro geral de credores. O crédito tributário, na
falência, no prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passiveis de restituição, nem aos créditos
com garantia real, no limite de valor do bem gravado.

Quadro Geral de Credores:

Créditos trabalhistas, limitados a 150 salários-mínimos por trabalhadores e os créditos decorrentes de


acidentes do trabalho.

Créditos de garantia, até o limite do bem gravado.

Créditos tributários, salvo as multas;

Créditos de privilégios geral;

Crédito quirografários;

Multas, incluindo-se as multas tributárias;

Créditos subordinados.

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Importante! as multas tributárias preferem apenas os créditos subordinados.

Créditos Extraconcursais em Matéria Tributária:


Os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo falimentar estão
fora do concurso de credores e devem ser pagos quando de sua ocorrência.

Preferência do crédito tributário em cobranças judiciais:


A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência,
recuperação judicial, inventário ou arrolamento.

Preferência do crédito tributário entre as pessoas jurídicas de direito público:


STF. Repercussão geral, pacto federativo e a autonomia entre os entes políticos.
Art. 186, § único, CTN.
União recebe em primeiro lugar;
Estados em segundo lugar e, em havendo mais de um Estado, o recebimento ocorrerá através de rateio
(pro rata);
Municípios em terceiro lugar e, em havendo mais de um Município, o recebimento ocorrerá através de
rateio (pro rata).

Preferência do crédito tributário na sucessão:


São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento ou a outros
encargos do monte (montante deixado pelo de cujus), os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo do
de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento.

Preferência do crédito tributário na liquidação extrajudicial:

Exemplo: instituição financeiras, sociedades seguradoras etc.

De acordo com o CTN, são pagos preferencialmente a quaisquer outros, os créditos tributários vencidos
ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntárias, exigíveis no
decurso da liquidação.

Extinção das obrigações no processo falimentar e na recuperação judicial:


A extinção das obrigações do falido requer a prova de quitação de todos os tributos.
A concessão da recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de todos os tributos
ou da apresentação de uma certidão positiva com efeitos de negativa (art. 206, CTN).

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ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA | DÍVIDA ATIVA | EXECUÇÃO FISCAL | DEFESAS DO EXECUTADO

Fundamento: artigos 194 a 208 do Código Tributário Nacional.

1. Fiscalização Tributária

Cabe a legislação tributária fixar os poderes e as competências das autoridades administrativas no que diz
respeito à fiscalização.

Tal atribuição não é inerente a Lei e sim a legislação tributária, que segundo os artigos 96 e 100 do Código
Tributário Nacional compreende as leis, os tratados e convenções internacionais e decretos (atos) do poder
executivo, convênio, portarias, dentre outros.

Assim, quando um assunto e reservado a Lei, apenas lei pode fazê-lo, se tratando de legislação tributária,
todos os instrumentos acima poderão ser utilizados.

Se sujeitam aos poderes de fiscalização administrativa pessoas naturais, jurídicas, contribuintes ou não,
inclusive as que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal (artigo 194, parágrafo único do
Código Tributário Nacional).

CUIDADO! os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal bem como os comprovantes dos lançamentos
neles efetuados, deverão ser guardados até que ocorra a prescrição dos créditos relacionado acima, que é o prazo
para cobrança do crédito tributário que poderá ser de 5 anos ou mais em razão das causas suspensivas e
interruptivas do prazo (artigo 195, parágrafo único do Código Tributário Nacional).

O poder da autoridade administrativa é amplo no sentido no que diz respeito ao objeto da fiscalização,
neste sentido temos a súmula 439 do STF.

O Código Tributário Nacional estabelece que algumas pessoas, mediante intimação escrita tem o dever de
prestar informações ao Fisco, em relação a bens, negócios ou atividades de terceiro. São as pessoas mencionadas
no artigo 197 do Código Tributário Nacional:

1. Os tabeliães é demais serventuários de ofício;


2. Os bancos, casas bancárias, caixas econômicas e demais instituições financeiras;
3. As empresas de administração de bens;
4. Os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais;
5. Os inventariantes;
6. Os síndicos, comissários e os liquidatários;
7. Quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo, ofício, função,
ministério, atividade ou profissão.

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CUIDADO! o dever de prestar informações ao fisco ele deixa de existir diante do dever de sigilo profissional
(parágrafo único do artigo 197 do Código Tributário Nacional).

As autoridades devem manter essas informações em sigilo (conforme artigo 198 do Código Tributário
Nacional), é permitida a divulgação nos seguintes casos:

Requisição da autoridade judiciária no interesse da justiça;

1. Solicitação de autoridade administrativa no interesse da administração pública, desde que seja


comprovado a instauração regular de processo administrativo no órgão ou na entidade respectiva, com objetivo
de investigar o sujeito passivo por prática de infração administrativa;

2. Requisição da comissão parlamentar de inquérito.

Há informações que não são sigilosas, podendo ser divulgada pela administração pública, a saber (artigo
198, parágrafo terceiro do Código Tributário Nacional):

1. Representações fiscais para fins penais;

2. Inscrições na dívida ativa da fazenda pública;

3. Parcelamento ou moratória;

4. Incentivo, renúncia, benefício ou imunidade de natureza tributária cujo beneficiário seja pessoa
jurídica.

2. Dívida Ativa

Fundamento legal: artigos 201a 204 do Código Tributário Nacional.

LINHA DO TEMPO:
1. Fato gerador;
2. Obrigação tributária;
3. Lançamento tributário (materialização do crédito);
4. Crédito tributário;
5. Notificação para pagamento, em caso de inadimplência;
6. Inscrição em dívida ativa (é inscrito em dívida ativa para obtenção da CDA);
7. Certidão de dívida ativa (título executivo extrajudicial) - CDS (artigo 784, IX do Código de Processo
Civil);
8. Execução fiscal (processo autônomo no qual objetiva de atingir bens do devedor para satisfazer o
crédito do credor).

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De acordo com os artigos 201 do Código Tributário Nacional e art. 2° da Lei 6.830/80 (Lei de Execução
Fiscal), a dívida ativa compreende dívida de natureza tributária ou não tributária (não tributária dos quais sejam
credoras as fazendas públicas – exemplo: multa ambiental), inscrita na repartição competente, após esgotado o
prazo para pagamento do tributo.

Só é possível pensa na inscrição da dívida ativa, se esse débito não foi pago.

A dívida ativa abrange a dívida de natureza tributária e não tributária + atualização monetária + juros de
mora + multa de mora + encargos.

3. Requisitos para Inscrição em Dívida Ativa

Fundamento legal: artigos 202 do Código Tributário Nacional e 2°, parágrafo quinto da Lei de Execução Fiscal.

A inscrição se dá com a lavratura do termo de inscrição em dívida ativa, e é a partir do termo que se extrai
a certidão, que deve conter os mesmos requisitos do termo.

Trata-se de requisitos obrigatórios, visto que a sua omissão ou o erro gera a nulidade da inscrição, da
certidão e de todo processo de cobrança do crédito tributário.

Gera a nulidade da inscrição e do processo de cobrança, mas a nulidade poderá ser danada até decisão de
1ª instância mediante a substituição da certidão, devolvido ao sujeito passivo prazo para defesa que somente
poderá versar sobre a parte modificada.

O Código Tributário Nacional estabelece que a omissão ou erro podem ser sanados mediante a
substituição da certidão nula conforme artigos 203 do Código Tributário Nacional, 2°, parágrafo oitavo da Lei de
Execução Fiscal e Súmula 392 do STJ).

Súmula 392 do STJ, a Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa até a prolação da
sentença de embargos, se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo
da execução.

A dívida ativa goza da presunção relativa de liquidez, certeza e efeito de prova pré-constituída, sendo
possível apresentação de prova em contrário com o ônus da prova ao devedor (artigo 204 do Código Tributário
Nacional e art. 3° da Lei de Execução Fiscal).

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4. Execução Fiscal

Fundamento legal: Lei 6.830/80.

Trata-se de execução por quantia certa em que se objetiva a satisfação de créditos de natureza tributária
e não tributária dos quais sejam credores fazendas públicas. Tem por base um título executivo extrajudicial, a
certidão de dívida ativa.

O devedor é citado, em regra, via correio e poderá em 5 dias:


1. Pagar a dívida;
2. Garantir a execução.

A execução pode ser garantida por:


1. Depósito em dinheiro;
2. Fiança bancária ou seguro garantia;
3. Nomear bens à penhora

Garantida a execução, o devedor pode apresentar:

Embargos à execução fiscal que terá o prazo de 30 dias contados do depósito; da juntada da prova da
fiança bancária ou seguro garantia; da intimação da penhora.

É cabível a apresentação de qualquer matéria.

Ainda, sem a garantia da execução, o executado pode apresentar:

Exceção de pré executividade, nos quais só podem ser alegadas matérias de ordem pública, em que não
há dilação probatória.

Exemplo: nulidade de citação; prescrição.

Neste sentido temos a súmula 393 do STJ, a exceção de pré executividade é admissível na execução fiscal
relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.

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PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES SOBRE ITCMD E ITBI

Impostos que incidiram em transmissão de bens imóveis, imposto de competência municipal e DF e


imposto e incidente na causa mortes e doação, competência dos estados e DF.

ITBI – Imposto de Transmissão de Bens Imóveis - Previstos Art. 156, II §2º da CF e Art. 35 a 42 do CTN:

Fato Gerador: Transmissão, por ato oneroso de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis (art. 1225,
CC) exceto os de garantia (hipoteca e anticrese).

Compete ao Município da situação do bem.

Sujeito passivo: qualquer das partes.

CF prevê onde o ITBI não incide operações societárias.

1) Transmissão de bens/ direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em relação de


capital;
2) Transmissão de bens/ direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa
jurídica;

Exceção:
Atividade preponderante for a compra e venda, locação ou arrendamento mercantil de bens imóveis.
Também não incide o ITBI.
Transmissão de direito real de garantia sobre imóveis e aquisição de imóveis de forma originária,
desapropriação e usucapião.

ITCMD – Imposto sobre a transmissão Causa Mortis e Doação – Art. 155, I e o §1º da CF e Art. 35 ao 42 do CTN:

Fato Gerador – Transmissão de bens/ direitos em razão da herança e doação.


Bens imóveis e direito – devido ao estado e DF, onde está localizado o bem.
Bens Móveis, Títulos e créditos – se causa mortis – devido ao Estado ou DF, onde for processado o
inventário ou arrolamento.
Bens Móveis, títulos e créditos – se Doação – devido ao Estado ou DF, onde for domiciliado o doador.
Questão Internacional, por Lei Complementar, hoje não existe.
Alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal, art. 155, §1º, IV da CF.
Resolução nº 09/92 – 8%
RE nº 562.045/RS o ITCMD pode ser progressiva, maior a alíquota.

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PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES SOBRE ITR, IPTU E IPVA

IPTU – Imposto sobre a propriedade predial e territorial Urbana:

Art. 156, I e o § 1º da CF – Municípios e DF.

Art. 32 e 34 do CTN.

Fato gerador do IPTU, critério da localização do bem imóvel, zona urbana.

Súmula 614, STJ, locatário não tem legitimidade relação do IPTU, nem para negociar.

OBS: Art. 33 – Incide pelo valor Venal do imóvel.

O que é zona urbana, art. 32, § 1º, definida em lei, contenha no mínimo 2 melhoramentos instituídos
mantidos pelo poder público.

I - Meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;


II - Abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - Rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - Escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel
considerado.

§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de
loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo
que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.

“Súmula 626 STJ – A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área


considerada pela lei local como urbanizável ou de expansão urbana
não está condicionada à existência dos melhoramentos elencados no
art. 32, § 1º, do CTN.”

“Súmula 399, STJ - Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito


passivo do IPTU.”

IPTU características:
Progressivo no tempo para cumprir a função social e pelo valor venal (art. 182, § 4º, II, CF/88).
Alíquotas diferentes localização e o uso do imóvel.
Base de cálculo exceção à anterioridade, nonagesimal.

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“Súmula 397 STJ - O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento
pelo envio do carnê ao seu endereço.”

ITR – Imposto sobre a propriedade territorial rural:

Art. 153, VI e o §4º da CF.

Art. 29 a 31 do CTN.

“Art. 29 - O imposto, de competência da União, sobre a propriedade


territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil
ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil,
localização fora da zona urbana do Município.”

“Art. 30 - A base do cálculo do imposto é o valor fundiário.”

“Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular


de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.”

ITR características – Bem imóvel fora da zona urbana.

É progressivo alíquota fixadas para desestimular a propriedade improdutiva.

Não incide sobre:


• Pequena gleba rural (lei)
• Quando explorada pelo proprietário
• Que não possua outro imóvel.

Exceção: Critério da localização, imóvel localizado em zona urbana com finalidade rural, incidirá o ITR, art. 15 do
Decreto lei nº 57/96.

Município poderá exercer a capacidade tributária ativa (100% da arrecadação).

IPVA – Imposto sobre a propriedade de veículos automotores:


Art. 155, III e §6º, I da CF/88.
50% da arrecadação- Município do licenciamento.
Não incide sobre a propriedade de aeronaves e embarcações.

IPVA características:
Alíquota mínima fixadas pela Senado Federal.
Alíquotas diferentes em função do tipo e utilização, tipo de veículo.
Base de cálculo exceção à anterioridade nonagesimal.

“Art. 156, §1º-A, CF. O imposto previsto no inciso I do caput deste


artigo não incide sobre templos de qualquer culto, ainda que as
entidades abrangidas pela imunidade de que trata a alínea "b" do
inciso VI do caput do art. 150 desta Constituição sejam apenas
locatárias do bem imóvel.”

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PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES SOBRE IR E IPI

Principais características do IR:

Fundamento: art. 153, III, §2º, CF.

Art. 43 e 45 CTN.

IRPF Lei 7.713/88, lei 9.249/95.

IRPJ Lei 8.981/95, Lei 9.430/96.

Regulamento do IR decreto 9.580/2018.

Critérios constitucionais do IR, art. 153, §2º, CF

Generalidade, o IR alcança a totalidade de sujeitos tanto físicas quanto jurídicas residentes ou não no
país.

Universalidade, o IR alcança a totalidade dos rendimentos auferidos em território nacional ou não.

Pecúnia Non Olet (tributo não tem cheiro, não importa a origem do dinheiro).

Progressividade, mediante o aumento da base de cálculo haverá o aumento da alíquota (progressividade


fiscal, finalidade arrecadatória), quem ganha mais deve pagar mais, quem ganha menos deve pagar menos.

Regra matriz de incidência tributária

Aspecto material, auferir renda e proventos de qualquer natureza.


Renda: é o produto do trabalho, do capital ou a combinação de ambos.
Proventos: tudo aquilo que não se compõe o conceito de renda.

Exemplo: Aposentadoria e pensões.

Atenção! O IR sobre o acréscimo patrimonial. Assim verbas de natureza indenizatória não sofrem a incidência do
IR.

Para Leitura: Súmulas 125, 136, 215, 286, 463, 498 do STJ.

Existe a imunidade do IR insculpida no art. 150, VI da CF.

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O IR somente se sujeita ao princípio da anterioridade anual, não se sujeitando a anterioridade
nonagesimal, Art. 150 §1º da CF.

Principais características do IPI:

Fundamentos:

Art. 153, IV, §3º da CF.


Art. 46 a 51 CTN.
Decreto 7.212/10 regulamento do IPI.
Decreto 8.950/16 tabela de incidência do IPI.

Principais características constitucionais:

Seletividade, O IPI deve ser seletivo, é uma regra de tributação que permite alíquota diferenciadas em
razão da essencialidade do produto ao consumo.

Exemplo: derivados do leite, alíquota zero.

Tabaco e bebidas – alíquota superior a 300%

Não cumulatividade, O IPI, é um imposto não cumulativo, em regra de tributação que permite deduzir o
montante pago nas operações anteriores compensando-se com as operações subsequentes (regime de débito e
crédito) Súmula Vinculante nº 58.

Imunidade Específica do IPI, art. 153 §3º, III da CF, não incide IPI sobre produtos industrializados
destinados ao exterior.

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PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES SOBRE ICMS E ISS

IMPOSTO DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS:

Fundamento legal: artigos 155, II, parágrafos segundo ao quinto da Constituição Federal + Lei Complementar
87/96 que trata sobre o regramento de incidência + Lei Complementar 24/75 que trata sobre os incentivos fiscais
do ICMS.

Há 4 bases para o regramento de incidência do ICMS, a saber:

1. circulação de mercadorias:

Mercadoria: produto com finalidade mercantil (compra, venda ou revenda).

Circulação: transferência de titularidade de um bem, com conteúdo econômico. Não se pode tributar ICMS a
mera transferência física de um bem sem que haja a mudança de titularidade.

Exemplo: transferência de mercadorias entre estabelecimento de um mesmo titular, esta inclusive é a redação da
súmula 166 do STJ.

ATENÇÃO! A tributação do ICMS depende tão somente da relação mercantil de forma habitual e não tão somente
de maneira esporádica (empresário ou equiparado).

Exemplo: venda de bens componentes do ativo fixo imobilizado das empresas (cadeiras, mesas, dentreoutros).

2. importação de bens:
A incidência do ICMS na importação, ocorrerá nos termos do artigo 155, parágrafo segundo IX, a, da
Constituição Federal, ou seja, a importação a qualquer título, de bens, por pessoa física ou jurídica, contribuinte
ou não do ICMS (não importa se a importação esteja sendo realizada para uso próprio ou para fins de
comercialização) estará sujeito a incidência de ICMS.

Ainda, de acordo com a Súmula Vinculante 48, o fato gerador do ICMS na importação, ocorrerá no
momento do desembaraço aduaneiro.

3. prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal:


A incidência do ICMS ocorrerá quando o serviço de transporte for realizado para terceiros, vez que não se
tributa o autosserviço, e deve ser oneroso.

Interestadual: quando o transporte é realizado entre Municípios de Estados distintos; Intermunicipal:


quando o transporte é realizado entre Municípios de um mesmo Estado.

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Caso o serviço de transporte seja realizado dentro do próprio Município, haverá a incidência de ISS
(intramunicipal).

4. prestação de serviços de comunicação:


A incidência do ICMS sobre o serviço de comunicação ocorrerá quando for oneroso, não se tributando de
ICMS o serviço executado de forma gratuita.

De igual modo, só se tributa o serviço de comunicação, quando este dor a atividade-fim, não se
tributando de ICMS as atividades-meio para o alcance da comunicação.

Exemplos:

A. provedores de acesso à internet, conforme Súmula 334 do STJ;


B. habilitação de telefonia móvel celular, conforme Súmula 350 do STJ.Outras características:
A. trata-se de um imposto plurifásico, incide em todas as fases, desde a produção até o consumo
final;
B. trata-se de um imposto não cumulativo que é uma regra de tributação que permite deduzir o
montante pago nas operações anteriores compensando-se com as operações subsequentes (regime de débito e
crédito);
C. pode ser seletivo, traz uma faculdade ao Estado e não o dever da aplicação da seletividade.

IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS:

Fundamento legal: artigos 156, III, parágrafo terceiro da Constituição Federal + Lei Complementar 116/03
(exclusividade) diz que o serviço que incide ISS não poderá incidir nenhum outro.

Determinação legal de não incidência de ISS:

A. exportação de serviços ao exterior;


B. prestação de serviços em relação de emprego, trabalhadores avulsos, diretores ou membros do
conselho consultivo ou do conselho fiscal de sociedades e fundações, bem como dos sócios gerentes e dos
gerentes-delegados;

Base de cálculo sempre será o preço do serviço; Alíquotas: máxima de 5% e mínima de 2%.

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