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Decifrar pessoas

Saber olhar, ouvir, de ter curiosidade e paciência, reconhecer os padrões na:

 Aparência
 Linguagem Corporal
 Voz e
 Conduta da pessoa

Importante NÃO SE FIXAR EM UM TRAÇO OU CARACTERÍSTICA ISOLADOS (pode ser


enganoso).

Habilidades a serem desenvolvidas:


1. Passe mais tempo com as pessoas. Interaja. Evite Telefonema, e-mail, secretária
eletrônica ou delegação a terceiros
2. Pare, olhe e ouça. Paciência e atenção. Sentidos podem ser aguçados, com força de
vontade e perseverança. Treine, a prática aproxima da perfeição.
3. Revele algo de si mesmo. Você precisa se abrir primeiro para conseguir que os outros
se abram. Se você deseja respostas espontâneas para suas perguntas, normalmente
terá que dar algo em troca. Comunicação é via de mão dupla. Se você quiser ter uma
visão clara de outra pessoa, você deve oferecer um relance de si mesmo. É preciso
encorajar a confiança em você para obter respostas não defensivas e honestas.
4. Saiba o que está procurando. Saiba o que se deseja de outra pessoa. Assim você terá
mais chances de reconhecer quando encontrar
5. Treine-se para ser objetivo. Objetividade é essencial. Inferências pessoais não são
bem vindas. Temos tendência a tomar decisões baseados no que será doloroso ou
agradável para nós naquele momento. Vamos pelo mais fácil, que envolve menos
confrontos, porque nossas emoções nos cegam para o contexto geral ou para a
realizada a longo prazo (dissonância cognitiva).

Quatro ESTADOS MENTAIS que nos fazem perder a objetividade na


análise:

A. Compromisso emocional – quanto maior, maior a tendência a se


comportar irracionalmente. Ex.: Entrevistar a filha de um amigo
para vaga de emprego, contratar vizinho como contador. Você
tenderá a subestimar coisas que não aceitaria. Pessoas que se
comprometem publicamente com um ponto de vista, relutam em
mudá-lo.
B. Carência – “a pessoa que deseja o acordo, acaba fazendo o pior
acordo”. Carência pode implicar em concessões desastrosas. Ex.:
Ficamos com a bicicleta arranhada, só para não ter que esperar
pela troca de uma nova, por medo que papai mude de ideia se não
agirmos rápido. Empregador está desesperado para preencher a a
vaga e contrata o primeiro candidato aceitável.
C. Medo – é o motivador primário. É difícil superestimar a influência
do medo em nossa habilidade de enxergar as pessoas. Ex.:
Tememos recusar um emprego: e se aquela for a melhor oferta
que receberemos? Podemos ter medo de disciplinar nossos filhos
porque temos medo de afastá-los de nós. A melhor arma contra o
medo é o conhecimento. Conhecer para mudar pré-conceitos.
D. Defesa – Ninguém gosta de ser atacado ou criticado. Perde-se
objetividade e capacidade de julgamento. Ex.: Se o seu chefe está
criticando o seu desempenho, você deve ouvir e aprender, se
desejar manter seu emprego. A última coisa que você deveria fazer
é enxergar erradamente quem o critica, porque você está se
concentrando apenas naquilo que vai dizer para se defender.

6. Comece do início, sem desvios ou preconceitos.


Pensamento por atalhos pode ser perigoso.
Imaginar que pessoas que compartilham algumas características
pensam e agem de modo semelhante (estereótipo) é tomar o caminho
mais fácil para chegar a uma conclusão. Ex.: Esperar que os ricos sejam
mais rigorosos com o crime que os pobres; que os homens com barbas
longas sejam menos conservadores do que os bem barbeados; que os
jovens respeitem menos a autoridade do que os mais velhos.
Deve-se deixar de lado os preconceitos enquanto reúne a avalia-se a
informação sobre a pessoa.

7. Tome uma decisão e depois haja.


Reclamamos de alguém: Dentista, contador, médico, no entanto
continuamos recorrendo a eles como cordeiros indo ao matadouro.
Porque nos damos ao trabalho de chegar a uma conclusão correta se
não vamos agir de acordo com ela? Pode haver várias razões: por
caridade, falta de confiança em nosso julgamento. Se você não estiver
convencido de que sua evidência é consistente, é melhor voltar atrás e
reunir mais informações.
É muito mais fácil mudar o modo como você pensa sobre uma pessoa
do que mudar o modo como a pessoa pensa.
Descoberta de padrões (ver a floresta e não só as árvores):
Para descobrir padrões significativos e confiáveis:

Descobrir um padrão previsível é mais do que simplesmente reunir informações seguindo os


passos A, B, e C. Uma vez obtida toda informação disponível, você precisa examiná-la e pesá-la
até que finalmente possa dar um passo para trás e olhar a pessoa por inteiro. Ex.: Se você
entrar em um consultório com o pulso dolorido, o médico vai perguntar o quanto você
consegue mexê-lo. Irá examiná-lo, perguntar quais as atividades recentes que poderiam tê-lo
machucado e fazer radiografias. Com essas informações reunidas e consideradas como um
todo ele chegará ao melhor diagnóstico possível.

1. Comece com os traços mais marcantes da pessoa, e conforme você reúne mais
informação, veja se os outros traços são consistentes ou inconsistentes.
Três níveis de informação:
 Primeiro – Básico = perguntas sobre sexo, raça, características físicas,
educação, estado civil, se tem filhos, profissão, hobbies, preferências
musicais, televisivas.
 Segundo – Subjetivo = traços físicos observáveis que requerem
interpretação = maneirismos vocais, linguagem corporal.
 Terceiro – Conclusões sobre a personalidade da pessoa com base na
análise da informação revelada nos dois primeiros níveis. A pessoa é
gentil ou rude? Mesquinha ou generosa? Violenta ou passiva?

Primeiras impressões são apenas isso. E impressões podem ser revistas. As pessoas resistem a
mudar de ideia depois de terem formado uma opinião sobre alguém.

2. Considere cada característica no seu contexto, não isoladamente.


Para identificar de modo preciso os padrões nos traços e no
comportamento das pessoas, você precisa considerar o palco em que
estes aparecem. Ex.: Um jovem que usa um grande brinco de argola,
ele pode vir de uma cultura na qual a maioria dos jovens usa o
adereço, e isso pode significar que ele é um conformista. Se ele é filho
de um advogado, pode ser rebelde. Se toca em uma banda de Rock,
pode estar seguindo a moda. Se for hallowenn, pode estar indo a uma
festa.
3. Procure os extremos; a importância de um traço ou de uma característica pode ser
uma questão de grau.
Pode ser grande, pequeno, intenso ou sutil. A importância de
qualquer traço, por mais extremo que seja, não será claro até que você
saiba bastante sobre alguém para perceber um padrão se
desenvolvendo. Ao procurar pelo padrão, dê atenção especial a
qualquer outro traço que seja condizente com os mais extremos. Ex.:
Filha chega em casa com uma tatuagem. Mão se desespera. Uma
pequena borboleta no tornozelo é muito diferente do que uma rosa no
seio.
4. Identifique desvios de padrão.
Qualquer coisa incomum é importante para compreender as pessoas.
Até um pequeno desvio no padrão de alguém pode expor as
prioridades dessa pessoa. As ações enganadoras podem ser ainda mais
reveladoras que os traços. Ex.: Brinco de argola em um vendedor de
roupas de couro e joias combina, mas o mesmo brinco em um
advogado formalmente vestido não. Ou um executivo padrão que usa
“pulseiras da amizade” feitas pelos filhos. Pode ser que ele seja um pai
orgulhoso e quer que seus filhos fiquem felizes e usa os presentes que
eles lhes dá.
5. Pergunte a si mesmo se aquilo que você vê reflete um estado mental temporário ou
uma característica permanente.
Ao procurar os padrões, é essencial não confundir comportamento ou
sentimentos ocasionais com um traço ou aspecto mais permanente da
personalidade. Episódios isolados não costumam revelar um estado
mental permanente.
6. Faça uma distinção entre traços opcionais e não opcionais. Algumas coisas você
controla; outras coisas o controlam.
As perspectivas que a maioria das pessoas têm na vida são formadas em algum
grau pelo modo como seus corpos funcionam e se parecem.
Características físicas se dividem em dois grupos:
 Opcionais: Podem ser controlados = Roupas, tatuagens, maquiagem,
acessórios. Tendem a revelar quem gostaríamos de ser, ou pelo
menos o que desejaríamos projetar par os outros. Afetam
significativamente a vida de uma pessoa, tendem a revelar mais a
respeito de sua personalidade, o modo de pensar e o comportamento.
A importância de um traço não opcional é duplicada se a pessoa lhe
deu importância suficiente para investir nele tempo e dinheiro.
 Não opcionais: Nascem com as pessoas, especialmente aqueles que
representam um desafio físico = cadeira de rodas, cicatrizes,
amputações. Uma pessoa confinada em cadeira de rodas passou uma
vida inteira compensando aquilo que as pessoas com corpos normais
nem percebem. Concentre-se nos efeitos desses traços, e naquilo que
as pessoas fizeram para tentar superar os obstáculos que
encontraram.
7. Dê atenção especial a alguns traços altamente indicativos.
Os traços não tem o mesmo peso na avaliação – identificar os “traços
indicativos” que tem maior probabilidade de influenciar as crenças de alguém
Ex.: homens casados, operários favorecem promotoria. Mas se um desses já foi
acusado injustamente de um crime, suspeitará da polícia e promotoria.
A experiência de uma pessoa dita o modo como ela vê a vida. Um
afrodescendente filho de médico, residente em bairro nobre, normalmente
terá mais crenças em comum com seu vizinho do que com um homem
afrodescendente do gueto.
Características chave que permitem uma preliminar confiável sobre as pessoas
em geral:
A. Compaixão – o nível de compaixão de uma pessoa é um indicador
muito bom do modo como ela irá pensar e agir. Quanto mais
compassiva mais generosas, justas, sinceras, afetivas, gentis,
orientadas para família, saberão perdoar e entender a fragilidade
humana. No outro extremo tendem a ser mais intolerantes, ríspidas,
punitivas e centradas em si mesmo.
B. Histórico econômico – o histórico sócio econômico de uma pessoa
terá um impacto significativo em sua aparência e em seu
comportamento. Uma pessoa nascida em berço de ouro quase sempre
verá a vida de modo diferente de alguém nascido na pobreza. As que
sempre tiveram suas necessidades satisfeitas tendem a ser mais
confiantes, seguras, gentis, generosas tolerantes, abertas e sabem
perdoar. Mas se tudo lhes foi dado de mão beijada, elas podem
também não ter motivação e intensidade, e serem materialistas e
egocêntricas.
C. Satisfação com a vida – Pessoas que atingiram seus objetivos tendem
a acreditar na responsabilidade pessoal. Aqueles que não conseguiram
tem uma mentalidade de vítima. Terceirizam a culpa, são amargos,
raivosos, negativos e vingativos. Ex.: Uma pessoa sempre sonhou ser
médica, mas nunca conseguiu cursar medicina e se tornou enfermeira.
Outra superou obstáculos e alcançou ser objetivo de ser enfermeira. A
segunda verá a vida pelos olhos de uma pessoa bem sucedida, a outra
não.

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