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Adicionalmente, qualquer problema com sua turma/curso deve ser resolvido, em primeira
instância, pela secretaria de sua unidade. Caso você não tenha obtido, junto a sua
secretaria, as orientações e os esclarecimentos necessários, utilize o canal institucional da
Ouvidoria.
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SUMÁRIO
2. ECONOMIA ...................................................................................................... 3
2.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3
2.2 DEFINIÇÃO DE ECONOMIA ................................................................................ 4
2.3 A ECONOMIA NAS CIÊNCIAS SOCIAIS ................................................................ 4
2.4 POR QUE ESTUDAR ECONOMIA? ........................................................................ 5
2.5 APLICAÇÕES PROFISSIONAIS E PESSOAIS.......................................................... 5
2.6 A MANEIRA ECONÔMICA DE PENSAR .................................................................. 6
2.7 ECONOMIA: EMPREGO E EFICIÊNCIA.................................................................. 6
2.8 POR QUE OS ECONOMISTAS DIVERGEM? ............................................................ 7
4. ELASTICIDADE ............................................................................................. 21
9. SISTEMA MONETÁRIO................................................................................... 46
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA
1.1 Ementa
Fundamentos de economia. Demanda e oferta. Equilíbrio de mercado. Elasticidade preço
da demanda. Análise do ambiente macroeconômico. Mensuração da atividade econômica.
Modelo macroeconômico básico. Moeda, Inflação, Índices de Preços e Taxa de Juros.
Política Fiscal, Política Monetária, Dívida Pública.
1.3 Objetivos
O objetivo deste curso é oferecer instrumentos para a avaliação estratégica dos cenários
e das tendências econômicas, a fim de maximizar os resultados das decisões de
negócios.
Ao final do curso o aluno deverá estar apto a:
Compreender os conceitos e processos econômicos mais relevantes.
Entender os principais indicadores micro e macroeconômicos frequentemente
utilizados na gestão dos negócios.
Identificar os movimentos micro e macroeconômicos de maior interesse para
as empresas.
Permitir posicionamento estratégico das empresas em antecipação às ações de
política econômica.
Compreender a lógica subjacente à condução da política macroeconômica.
1.5 Metodologia
Aula expositiva com discussão em grupo sobre conceitos micro e macroeconômicos
aplicados à realidade da gestão das empresas. Aplicação de exercícios de compreensão e
de fixação dos conceitos.
MATESCO, V. R.; SCHENINI P. Economia para não economistas. Rio de Janeiro: Senac-
Rio, 2007.
MCGUIGAN, James R.; MOYER, Charles R.; HARRIS, Frederick H. Economia de empresas:
aplicações, estratégia e táticas. 11ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. 5ª ed. São Paulo: Prentice Hall Brasil, 2010.
2. ECONOMIA
2.1 Introdução
A realidade, contudo, é que o total de nossos desejos materiais é muitas vezes maior do
que a capacidade produtiva de nossos recursos limitados. Assim, a satisfação completa
de nossos desejos sobre os bens materiais é praticamente impossível. Este fato provê a
definição de economia: “é a ciência social que se preocupa com a utilização
eficiente de recursos limitados ou escassos para a obtenção da satisfação
máxima dos desejos materiais do homem.
A grande maioria das questões importantes de nosso tempo tais como a inflação, o
desemprego, cuidados de saúde, seguridade social, déficits orçamentários, discriminação,
reforma tributária, desigualdades regionais e sociais, poluição, regulamentação
governamental e desregulação de negócios, está na maioria das vezes, vinculados ao
único desafio de se utilizarem recursos escassos de forma eficiente visando a
maximização dos lucros por parte da empresa e a maximização da satisfação por parte
da sociedade.
Neste sentido, propomos através deste texto, o estudo dos principais métodos
específicos que os economistas utilizam para examinar o comportamento econômico e a
economia, objetivando assim, apresentar aos estudantes conceitos que possibilitem a
compreensão dos fenômenos econômicos e os seus efeitos na gestão econômica das
empresas.
A economia estuda a forma pela qual os indivíduos e a sociedade fazem suas escolhas e
tomam decisões, para que os recursos disponíveis (capital físico, capital humano,
financeiro e empresarial), sempre escassos, possam contribuir da melhor maneira para
satisfazer as necessidades individuais e coletivas da sociedade.
De forma intuitiva, pode-se dizer que a economia se preocupa com a maneira como
indivíduos “economizam” seus recursos, isto é, como empregam sua renda de forma
cuidadosa e sábia, de modo a obter o maior aproveitamento possível. Do ponto de vista
da sociedade, em seu conjunto, a economia trata de como os indivíduos alcançam o nível
de bem estar material mais alto possível a partir dos recursos disponíveis.
A economia somente se preocupa com as necessidades que são satisfeitas por bens
econômicos, ou seja, por elementos naturais escassos ou por produtos elaborados pelo
homem.
Dentro desta definição ampla, a economia procura responder a uma série de perguntas
específicas, como por exemplo:
Na Índia, por exemplo, as vacas são animais sagrados e invadem os campos em grande
número a procura de alimento. Enquanto um economista ingênuo é capaz de considerar
estas manadas como fonte principal de proteínas para uma alimentação adequada, um
estudioso mais profundo analisará o desenvolvimento econômico da Índia, considerando
também a psicologia dos costumes. A economia apóia-se também fortemente no estudo
da história.
Vale a pena dedicar seu tempo e esforço para estudar economia?. Mais de meio século
atrás, John Maynard Keynes (1883-1946), um dos economistas mais influentes deste
século, disse:
A maioria das ideologias do mundo moderno tem sido moldada por economistas
proeminentes do passado, Adam Smith, David Ricardo, John Stuart Mill, Karl Marx e John
Maynard Keynes. E os líderes do mundo atual solicitam rotineiramente os conselhos e
sugestões políticas dos economistas de hoje.
Se o jogo “Master” (Lançado pela Grow em 1982, neste jogo, ao invés de jogar um dado
ou tirar uma carta para se movimentar pelo tabuleiro, era necessário que os jogadores
respondessem a perguntas para que andassem com suas fichas, chegando à vitória quem
acertasse o maior número de respostas) tivesse sido criado por economistas, teria
certamente cem perguntas e cinco mil respostas.
Por que os economistas são tão conflitantes em suas respostas? Podemos citar pelo
menos dois bons motivos:
Quando uma frente fria atinge o estado de São Paulo, o preço da laranja aumenta nos
supermercados brasileiros. No verão os preços dos hotéis situados no litoral aumentam,
e o preço dos hotéis situados em montanhas e regiões mais frias tendem à diminuir. Com
a crise no golfo pérsico o preço do barril de petróleo tende a subir, encarece a gasolina e
o óleo diesel no Brasil e com isso a inflação dos alimentos sobe. O que estes
acontecimentos tem em comum? Todos explicam o funcionamento da curva de oferta e
demanda.
Segundo uma velha piada, se você ensinar um papagaio a dizer “Demanda e oferta”,
então você terá formado um economista. Existe um conteúdo de verdade nesta história.
As relações de demanda e oferta podem nos conduzir a uma compreensão não apenas de
questões econômicas específicas, mas também de como toda a economia opera.
Oferta e demanda são as duas palavras que os economistas usam mais frequentemente.
A Oferta e a demanda são as forças que fazem as economias de mercado funcionarem.
São elas que determinam a quantidade produzida de cada bem e o preço pelo qual o bem
será vendido. Se desejar saber como a economia será afetada por qualquer
acontecimento ou política, você precisa pensar, primeiro, nos impactos provocados sobre
a oferta e a demanda.
MERCADOS E COMPETIÇÃO
MERCADO
Muitas vezes os mercados são menos organizados. Como exemplo citamos o mercado de
sorvetes numa cidade qualquer. Os compradores de sorvetes não se reúnem em um
horário determinado. Os vendedores de sorvetes encontram-se espalhados em diferentes
pontos da cidade e oferecem diferentes tipos de sorvetes. Não há um leiloeiro para
apregoar o preço do sorvete. Cada vendedor estabelece o preço do seu sorvete e cada
comprador decide qual sorvete e em qual sorveteria vai comprar o seu sorvete.
MERCADOS COMPETITIVOS
Demanda
É um quadro ou uma curva que mostra as várias quantidades de um produto (fator) que
os consumidores (firmas) estão dispostos e são capazes de comprar a cada preço
possível, durante um período específico de tempo. A demanda, desse modo, mostra as
quantidades de um produto que serão comprados aos vários preços, mantendo-se todos
os demais fatores constantes. A demanda pode ser facilmente mostrada na forma de
uma tabela. A tabela 1 representa uma lista de demanda hipotética para um
consumidor comprando alqueires de milho.
$5 10
4 20
3 35
2 55
1 80
Diz-se disposto e capaz, pois a simples disposição de comprar não é suficiente. Você
pode estar disposto a comprar um BMW ou uma Mercedes, mas se essa disposição não
for apoiada pelo dinheiro necessário, ela não será efetiva e, desse modo, não se refletirá
no mercado. Na tabela 1, se o preço do milho fosse $5 por alqueire, nosso consumidor
estaria disposto e seria capaz de comprar 10 alqueires por semana; se o preço fosse $4,
o consumidor estaria disposto e seria capaz de comprar 20 alqueires por semana; e
assim sucessivamente.
A tabela em consideração não informa contudo, qual dos cinco preços irá de fato
prevalecer no mercado de milho. Isso depende não só da demanda, mas também da
oferta. A demanda representa apenas uma declaração dos planos ou intenções dos
compradores com relação à compra de certo produto.
Para se ter algum significado, contudo, as quantidades demandadas a cada preço devem
relacionar-se a um período específico de tempo, um dia, uma semana, um mês. Dizer
que “um consumidor comprará 10 alqueires de milho a $5 por alqueire” não faz o menor
sentido. Entretanto, dizer que “um consumidor comprará 10 alqueires de milho por
semana a $5 por alqueire” faz sentido. Sem um período específico de tempo como
referência não saberíamos dizer se a demanda por um produto foi grande ou pequena.
Lei da demanda
O ponto inicial para uma discussão sobre a curva de demanda individual pode ser a
tabela de demanda, que mostra a relação entre preço e quantidade demandada de um
bem por um indivíduo, ceteris paribus.
Por exemplo, se o preço de uma pizza aumenta de R$24,00 para R$30,00, o consumidor
move-se ao longo da curva de demanda do ponto “C” para o ponto “b”, e a quantidade
demandada diminui de 4 para 1 pizza por mês, conforme demonstrado no gráfico 1.
Para verificar a sensibilidade da lei da demanda, pense em como Roberto poderia reagir a
um aumento no preço da pizza.
35
B
30
25 C
20 A
15
10
0
1 4 7 10 13
De acordo com a lei da demanda, quanto maior o preço de um bem, menor a quantidade
demandada, permanecendo seus demais determinantes constantes. Portanto a curva de
demanda é inclinada negativamente, quando o preço da pizza aumenta de R$18 para
R$24, a quantidade mensal demandada de pizzas diminui de 7 para 4 pizzas por mês,
conforme visualizamos no gráfico acima.
Como a curva de demanda de mercado mantém constantes os muitos outros fatores, ela
não precisa ser estável ao longo do tempo. Se acontecer algo que altere a quantidade
demandada a cada preço dado, a curva de demanda se deslocará. Suponhamos que a
comunidade científica internacional descubra que as pessoas que comem pizza
regularmente possuem mais saúde e vivem mais (isto é só uma hipótese) com certeza
esta descoberta aumentaria a demanda por pizzas. A qualquer preço dado, os
compradores passariam a desejar comprar uma quantidade de pizza, e com isto a curva
de demanda se deslocaria.
Preço da
Pizza
Aumento
da demanda
Curva de demanda,
D2 Diminuição
da demanda
Curva de demanda, D1
Curva de demanda, D3
São muitas as variáveis que podem deslocar a curva de demanda. As mais importantes
são:
ele passará a sacrificar 8 pães de queijo (custo oportunidade de 8 pães de queijo) para
cada pizza. Considerando que esse aumento de preço impõe um maior sacrifício
associado à compra da pizza, é provável que ele compre menos pizzas, substituindo-as
por pães de queijo.
Se as geadas destruírem boa parte da safra de milho (ou qualquer outra commodities
equivalente) do seu estado, os consumidores podem achar que o preço do milho irá
aumentar. Os consumidores podem então estocar milho e seus derivados, comprando
grandes quantidades hoje.
Oferta
Vamos agora nos voltar para o outro lado do mercado e examinar o comportamento dos
vendedores (ofertantes).
A oferta é uma lista ou curva mostrando as quantidades de um produto que uma firma
está disposta a produzir e a tornar disponível para venda aos vários preços possíveis
durante um período de tempo específico.
A Tabela abaixo é uma lista de oferta hipotética para um único produtor de milho. Ela
mostra as quantidades de milho que serão ofertadas aos vários preços, mantendo-se
todos os demais fatores constantes.
Pela tabela fica claro que quanto maior for o preço, maior será o interesse do produtor
em produzir, o inverso ocorre quando o preço cair, ao menor preço o produtor não se
sentirá motivado a produzir milho e certamente irá se dedicar a uma cultura que lhe seja
mais rentável.
$
6
0
Quantidade
5 20 35 50 60 milho
Lei da oferta
A oferta apresenta uma relação direta ou positiva entre o preço e a quantidade ofertada.
A medida que o preço aumenta a quantidade ofertada correspondente aumenta; à
medida que o preço cai, a quantidade ofertada cai. Essa relação particular é denominada
lei da oferta. Uma lista de oferta nos diz que as firmas produzirão e colocarão à venda
uma quantidade maior de seus produtos a preços mais altos do que a preços mais
baixos.
A curva de oferta
Esses dados pressupõem que existem 100 ofertantes no mercado, cada qual disposto e
capaz de ofertar soja. Obtemos a curva de oferta de mercado somando horizontalmente
as curvas de oferta dos produtores individuais. A curva se desloca à medida que entram
ou saem produtores deste mercado.
120
100
80
Diminuição 100 prod.
da oferta
60 150 prod.
50 prod.
40
Aumento
20 da oferta
0
800 2000 6000 8000 9000
Determinantes da oferta
Quando o gestor traça o gráfico da oferta, na maioria das vezes, ele considera que o
preço seja o fator mais importante na determinação da quantidade ofertada de qualquer
produto. Mas outros fatores tais como impostos, subsídios, preços dos concorrentes etc.
podem afetar a oferta do produto e/ou serviço num determinado mercado. A curva de
oferta traçada no quadro acima é desenhada considerando-se que os demais fatores são
Vamos reunir as relações de oferta e demanda para tentar entender como as decisões de
compra das famílias e as decisões de venda das empresas interagem, com isto
pretendemos entender como o preço de um produto e a quantidade realmente comprada
e vendida se comportam num determinado mercado. Na tabela 5, as colunas 1 e 2
apresentam a oferta de mercado de soja, e as colunas 2 e 3 apresentam a demanda de
mercado de soja. A coluna 2 lista um conjunto comum de preços. Vamos admitir
concorrência, ou seja, um grande número de compradores e vendedores.
Excedentes
Limitamos os nossos exemplos a apenas cinco preços possíveis. Qual deles irá prevalecer
como o preço de mercado da soja? Ao preço de $5, os produtores estão dispostos a
ofertar 15.000 alqueires de soja, mas os compradores só estão dispostos a comprar
1.000 alqueires. O preço de $5 estimula os fazendeiros a produzir muita soja, mas
desincentiva a maioria dos consumidores a comprá-la. O resultado é um excedente ou
excesso de oferta de 14.000 alqueires de soja.
Um preço de $5, no mercado de soja, não poderia persistir por um longo período de
tempo. Um excedente muito grande de soja incentivaria os vendedores a competir entre
si, reduzindo o preço de forma a estimular os compradores a levar o excedente de suas
mãos.
Suponha que o preço caia para $4. O preço mais baixo incentiva os compradores a
comprar mais soja e, ao mesmo tempo, induz os produtores a oferecer menos dele para
a venda. O excedente é reduzido para 9.000 alqueires. No entanto, como existe ainda
um excedente, a concorrência entre os vendedores novamente reduzirá o preço. Portanto
os preços de $5 e $4 são instáveis, eles não irão permanecer porque são muito altos.
Deduz-se daí que o preço de equilíbrio da soja neste mercado deve ser inferior a $4.
Escassez
Suponha que a concorrência entre os compradores eleve o preço para $2. Esse preço
maior reduz, mas não elimina a escassez na oferta da soja. Por $2, os produtores
destinam mais recursos à produção de soja, e alguns compradores que estavam
dispostos a pagar $1 por alqueire, desistem da compra quando os preços chegam a $2.
Mas ainda existe uma escassez de 9.000 alqueires ao preço de $2. Essa escassez ainda
elevará o preço.
4 Excedente
Oferta
3 Demanda
0 Esca ssez
1000 3000 9000 12000 15000
4. ELASTICIDADE
A grande maioria dos produtos possui uma sensibilidade específica com relação às
variações dos preços e da renda. Normalmente medimos esta sensibilidade ou reação por
meio do conceito de elasticidade. Assim, a elasticidade reflete o grau de reação ou
sensibilidade de uma variável quando ocorrem alterações em outra variável, coeteris
paribus.
Este conceito econômico pode ser objeto de cálculo a partir de dados reais permitindo
assim o confronto das proposições da teoria econômica com os dados da realidade.
O gestor da empresa supõe que o aumento da tarifa é uma excelente idéia, como vão
receber mais dinheiro dos passageiros, a receita da empresa aumentará, e o déficit
diminuirá. Será que este gestor conhece a lei da demanda? O aumento no preço das
passagens poderá diminuir o número de passageiros que se utilizam deste serviço;
assim, a empresa receberá menos dinheiro, por conseqüência a receita diminuirá, e o
déficit aumentará. Assim, percebemos que não é possível prever como um aumento no
preço afetará a receita total, a menos que saibamos qual será a reação dos consumidores
a esse aumento. Para o setor público responsável pelo planejamento macroeconômico, a
elasticidade possui a mesma importância, pois através dela podemos prever qual é a
alteração dos investimentos das empresas quando o governo altera a carga tributária ou
a taxa de juros da economia.
Elasticidade-preço da demanda
variação percentual em P
Q1 – Q0 = 9 = 0,22 ou 22%
Q0 40
Significa que, dada uma queda de 13% no preço, a quantidade demandada aumenta em
1,69 vezes os 13%, ou seja, 22%. Trata-se de um produto cuja demanda tem grande
sensibilidade a variações do preço. Isso nos remete aos conceitos de demanda elástica,
inelástica e de elasticidade unitária.
Elasticidade e substitutos
Uma empresa desejando faturar mais aumenta o preço de vendas dos seus produtos;
com isto a receita total proveniente das vendas aumentará ou diminuirá? A resposta
depende do valor da elasticidade preço da demanda desse bem. Se a elasticidade preço
da demanda for conhecida, podemos determinar se um aumento de preço aumentará ou
diminuirá a receita total da empresa.
Suponha que você esteja vendendo camisetas com o nome de sua empresa, desejando
aumentar a sua receita você aumenta o preço de venda das camisetas de R$ 15 para
R$16,50. Este aumento poderá trazer boas e más notícias.
Boas notícias: Você tem mais dinheiro para cada camiseta vendida
Más notícias: Você vende menos camisetas (a demanda deste produto é elástica).
Sua receita total diminuirá caso as más notícias (menos camisetas vendidas) prevaleçam
sobre as boas notícias (mais dinheiro por camiseta). A elasticidade preço da demanda
permite a comparação entre boas e más notícias. Se a demanda for elástica, os
consumidores responderão ao maior preço, reduzindo bastante a compra de camisetas;
então sua receita diminuirá.
O quadro a seguir reforça o que aprendemos sobre elasticidade preço e receita total.
Mudança na
Valor da Efeito de Efeito da
quantidade
Tipo de elasticidade do aumento de redução do
versus
demanda preço da preço sobre a preço sobre a
mudança no
demanda receita total receita total
preço
Variação %
Elástica Maior que 1,0 maior em Diminui Aumenta
quantidade
Variação
percentual
Inelástica Menor que 1,0 Aumenta Diminui
menor em
quantidade
As mesmas
variações
Elasticidade Igual a 1,0 percentuais Não altera Não altera
Unitária em quantidade
e preço
5. ESTRUTURAS DE MERCADO
A grande maioria dos modelos existentes entende que as empresas maximizam o lucro
total no nível de produção onde a receita marginal se iguala ao custo marginal, princípio
da teoria tradicional ou marginalista. Especificamente para o caso de estruturas
oligopolistas de mercado, veremos que existe uma teoria alternativa, que pressupõe que
a empresa maximiza o Mark-up, que é a margem entre a receita e os custos diretos (ou
variáveis) de produção.
Neste mercado percebemos que a longo prazo, não existem lucros extras ou
extraordinários, onde as receitas das empresas superam seus custos, identificamos
apenas lucros normais, que representam a remuneração do empresário pelo capital
aplicado (custo de oportunidade).
Na maioria das vezes o pequeno produtor não possui condições de atribuir o melhor
preço para a venda de seus produtos, embora eles desejassem a melhor remuneração
por sua produção, existe a produção de outras regiões do país que também se dirigem
para o entreposto comercial, cabe então ao agente, a tarefa de conseguir o melhor preço
no mercado. Supondo que cada produtor tivesse especificado seu preço ao agente, e este
preço estivesse acima do que o mercado desejasse pagar nada seria vendido, o que o
produtor faria então com a mercadoria que retornasse a sua propriedade?
Para os consumidores tanto faria adquirir este produto de A ou B, visto tratar-se de uma
commoditie, então para o produtor o melhor seria contentar-se com o preço estipulado
pelo mercado, ou seja, ser um tomador de preço.
Monopólio
Imagine que em sua escola exista uma única lanchonete a qual acabou de instalar em
suas dependências um placar eletrônico para que os alunos acompanhem o campeonato
de futebol, os fãs desta modalidade esportiva podem acompanhar as últimas informações
e assistir os jogos. A lanchonete doou ainda uma verba significativa à universidade para
que ela reformasse o espaço de convivência da escola, propiciando um lugar
extremamente agradável aos alunos. No seu ponto de vista o proprietário da lanchonete
é um homem generoso, bom de coração ou esta generosidade vem do direito de ser o
único espaço dentro da escola autorizado para a venda de alimentos e bebidas aos
alunos? Quem esta realmente pagando por tanta generosidade?
Concorrência monopolística
Aqui temos uma estrutura intermediária entre concorrência perfeita e monopólio. Este
mercado se caracteriza por haver um número maior de grandes empresas produzindo
com certo grau de concorrência, mas em segmentos diferenciados, seja pelas
características do produto e/ou serviço, seja pela garantia, tipo de embalagem ou pós-
venda prestada aos clientes. Na concorrência monopolística, a empresa não possui
margem para fixar preços muito maiores visto que existem produtos substitutos no
mercado.
Oligopólio
No mercado oligopolizado existem empresas líderes que fixam seus preços respeitando a
matriz de custo das demais empresas do setor, e há empresas menores que seguem as
regras ditadas pelas líderes, denominamos este modelo de liderança de preços, no Brasil
podemos identificar este modelo nas indústrias de bebidas.
A teoria microeconômica utiliza-se de duas teorias, da teoria marginalista para dizer que
o produtor oligopolista visa maximizar seus lucros, e da teoria da organização industrial
que diz que o objetivo principal do oligopolista é maximizar a diferença entre a receita de
vendas e os custos diretos de produção.
Existem duas categorias de oligopólio, o puro que ocorre quando o produto/serviço final
envolvido na transação for de natureza idêntica ou padronizada, ou seja, não apresenta
substituto, no Brasil podemos citar os setores de vidro plano liso, cimento, alumínio, aço,
e outras commodities como exemplos de oligopólio puro. E o oligopólio diferenciado onde
há produtos substitutivos, visto que eles não são homogêneos, e existe uma concorrência
efetiva entre os agentes vendedores, como exemplo, citamos o segmento de
refrigerantes, automóveis entre outros.
Bens Bens
Ofertados
Mercado comprados
de Bens
Finais
Fatores de Trabalho
Produção terra e
Mercado Capital
de
Fatores
Salários, aluguéis, lucro Renda
Produto e Renda
comparar a atividade da economia analisada com outras épocas, ou mesmo com outras
economias.
Podemos medir a economia também pelo mercado de fatores. O total pago pelas
empresas aos prestadores de serviços dos fatores contratados pela empresa durante um
determinado período de tempo serve também como medida.
Com isto definimos o conceito de produto e renda nacional. Entendemos como produto
nacional o valor monetário de todos os bens finais produzidos na economia no período de
um ano. A renda nacional é o total de pagamentos realizados aos fatores de produção
quando da aquisição destes produtos.
No lado do produto utilizamos o PIB (Produto Interno Bruto) para medir a produção de
bens e serviços dentro das fronteiras do país, em um dado período de tempo.
Embora a frase pareça bastante simples, muitas questões aparecem quando calculamos
o PIB de uma economia, assim vamos detalhar um pouco mais cada frase da definição
dada acima.
De todos... O cálculo do PIB tenta ser o mais abrangente possível, inclui todos os bens e
serviços produzidos e vendidos legalmente na economia. No entanto há alguns produtos
que o PIB exclui devido a dificuldade de sua mensuração, especialmente aqueles
vendidos de forma ilegal tais como drogas.
O PIB exclui ainda os produtos produzidos e consumidos em casa, se uma dona de casa
compra um pé de alface na quitanda do seu bairro, esta transação esta sendo somado ao
PIB, entretanto, se ela possuir uma horta no fundo de sua casa e colher para o consumo
próprio, este pé de alface não esta sendo somado ao PIB do país. Assim, se muitos
brasileiros passassem a produzir alimentos para o consumo próprio o PIB estaria
diminuindo.
Finais... Quando sua padaria confecciona o pão de cada dia ela utiliza farinha, ovos,
fermento entre outros produtos, mas o PIB soma apenas o valor dos bens finais, ou seja,
soma o preço do pão vendido diariamente. Isto porque os valores dos bens
intermediários estão inclusos no preço do bem final. Somar o valor dos insumos na
fabricação do pão, com o preço do pão final, seria uma dupla contagem, estaríamos
somando duas vezes o pão que já leva incluso em seu preço os insumos utilizados.
Entendemos então o PIB como gastos totais na economia, mas não podemos esquecer
que cada real gasto pelo comprador na economia se torna um real de renda para o
vendedor desse produto ou serviço. Assim, acrescentamos também, a renda total na
economia.
Cálculo do PIB
Para entender como a economia está usando seus recursos escassos, estudamos a
composição do PIB de acordo com diversos tipos de dispêndio. Assim, o cálculo do PIB
(Y) pela ótica da demanda se dá pela somatória dos seguintes componentes:
Y = C + I + G + EL
Onde:
I = é aquisição de bens que serão usados no futuro para produzir mais bens e serviços. É
a soma das compras de bens de capital, estoques etc.
Quando consideramos o valor do bem pronto para o consumo, dizemos que o PIB é um
valor agregado dos bens e serviços finais produzidos dentro de um espaço geográfico.
Ainda podemos calcular o PIB pela ótica da renda, neste caso o PIB representa as
remunerações pagas sob a forma de salários, juros, aluguéis e lucros, levando-se em
conta, também, a depreciação do capital.
Juros + Aluguéis.
O PIB expressa o valor dos bens e serviços de produção corrente avaliados a preços de
mercado, este valor poderá se alterar por dois motivos: “a economia esta crescendo,
portanto produzindo maior quantidade de bens e serviços” ou os “bens e serviços estão
sendo vendidos a preços maiores”. Assim, quando estudamos as variações do PIB
precisamos separar estes dois efeitos, precisamos conhecer a medida total de bens e
serviços produzidos, sem levar em conta o aumento dos preços.
Para chegarmos a isto, usamos uma medida conhecida como PIB real, esta medida busca
conhecer qual é o valor dos bens e serviços produzidos no ano, comparados aos preços
vigentes em anos anteriores. Avaliando a produção corrente a preços passados, podemos
conhecer como a produção geral de bens e serviços da economia muda com o passar do
tempo.
Para calcular o PIB real, há a necessidade de instituirmos um ano como ano base. Com
isto cálculos os preços dos produtos tais como passagens aéreas, refeições entre outros a
partir do ano base. Assim, é possível saber quanto realmente a produção de um
determinado produto ou serviço aumentou em um dado período, isto porque seus preços
estão fixos ao ano base.
Como O PIB real mede a produção de bens e serviços da economia, ele reflete a
capacidade da economia em satisfazer as necessidades e desejos dos consumidores.
Assim, o PIB real é uma medida melhor do bem estar econômico do que o PIB nominal.
Exemplificando, considere uma economia que produza dois produtos: esfihas e quibes.
Vamos calcular o PIB nominal e o PIB real desta economia no período compreendido
entre os anos de 2010 à 2012.
Preços e Quantidades
Ano Preço/Esfiha Quantidade/Esfiha Preço/Quibe Quantidade/Quibe
2010 $2 200 $4 100
2011 $3 280 $5 150
2012 $4 250 $6 200
Ano Cálculo do PIB Nominal
2010 ($2 por esfiha X 200 esfihas) + ($4 por quibe X 100 quibes) = 800
2011 ($3 por esfiha X 280 esfihas) + ($5 por quibe X 150 quibes) = 1.590
2012 ($4 por esfiha X 250 esfihas) + ($6 por quibe X 200 quibes) = 2.200
Ano Calculo do PIB Real (ano-base 2010)
2010 ($2 por esfiha X 200 esfihas) + ($4 por quibe X 100 quibes) = 800
2011 ($2 por esfiha X 280 esfihas) + ($4 por quibe X 150 quibes) = 1.160
2012 ($2 por esfiha X 250 esfihas) + ($4 por quibe X 200 quibes) = 1.300
Cálculo do Deflator do PIB
2010 ($800/$800) X 100 = 100
2011 ($1.590/1.160) X 100 = 137,06
2012 ($2.200/1.300) X100 = 169.23
Quadro 1: Cálculo do PIB nominal e do PIB real
No cálculo do PIB real, determinamos primeiro um ano como sendo o ano base, a partir
daí utilizamos os preços das esfihas e dos quibes neste ano base para realizar o cálculo
do valor dos bens em todos os anos, assim o preço do ano base é referência para a
comparação das quantidades em diferentes anos.
Supondo que o ano de 2010 seja o ano base, utiliza-se os preços das esfihas e dos
quibes neste ano para calcular o valor dos produtos produzidos em 2010, 2011 e 2012.
Assim, para calcular o PIB real em 2010 usamos os preços das esfihas e dos quibes em
2010 (ano base) e as quantidades de esfihas e quibes produzidas em 2010 (para o ano
base, o PIB real será sempre igual ao PIB nominal).
Para calcular o PIB real de 2011, utiliza-se os preços das esfihas e dos quibes em 2010
(ano base) e as quantidades de esfihas e quibes produzidos em 2011. Da mesma forma
para se calcular o PIB real de 2012 utiliza-se o preço de 2010 (ano base) e as
quantidades produzidas em 2012.
Percebe-se que o PIB real aumentou de $ 800, em 2010, para $ 1.160, em 2011, e $
1.300, em 2012, este aumento é atribuído a uma elevação nas quantidades produzidas,
porque os preços estão sendo mantidos fixos nos níveis do ano base.
Resumindo, O PIB nominal usa os preços correntes para atribuir um valor à produção de
bens e serviços da economia. O PIB real usa preços constantes do ano-base para atribuir
um valor à produção de bens e serviços da economia, assim como o PIB real não é
afetado pela variação dos preços, as variações do PIB real refletem somente as
mudanças nas quantidades produzidas, por esta razão utilizamos o PIB real como uma
medida da produção de bens e serviços na economia.
Deflator do PIB
O deflator do PIB demonstra o que esta acontecendo com os preços dos produtos e
serviços num dado período de tempo e não com as quantidades produzidas neste período
de tempo.
Como o PIB nominal e o PIB real devem ser iguais no ano base, o deflator do PIB para o
ano base é sempre igual a cem. O deflator do PIB para os anos sub-sequentes mede a
variação do PIB nominal a partir do ano base que não pode ser atribuída a uma variação
do PIB real.
Imagine você que as quantidades produzidas na economia aumentem com o tempo, mas
os preços permaneçam os mesmos. Neste caso, tanto o PIB nominal quanto o PIB real
aumentam juntos, de modo que o deflator do PIB é constante. Suponha agora que os
preços aumentem com o passar do tempo, mas as quantidades produzidas permaneçam
as mesmas. Neste caso o PIB nominal aumenta, mas o PIB real se mantém inalterado,
de modo que o deflator do PIB também aumenta.
Em que:
O deflator do PIB é uma medida que os economistas usam para monitorar o nível médio
de preços na economia e, consequentemente, a taxa de inflação.
O deflator do PIB tem esse nome porque pode ser empregado para obter a inflação do
PIB nominal, ou seja, deflacionar o PIB nominal por causa do aumento em virtude da
elevação dos preços.
Renda nacional
Quando somamos todas as rendas dos fatores produtivos (Terra, Capital e Trabalho)
obtidas na produção de bens e serviços, chegamos a Renda. A renda que flui para o setor
privado é chamada renda nacional. Para medir a renda nacional, é preciso lembrar-se da
equivalência da renda total produzida com a produção total gerada em um mesmo
período, conforme visto no fluxo circular da renda. Assim, quando se fala em produção
pode-se entender, de maneira equivalente, renda. Para obter a renda nacional é preciso
fazer alguns ajustes.
No Brasil a saída de renda das empresas estrangeiras é muito maior do que a entrada de
renda das empresas brasileiras sediadas no exterior, por isto o PIB brasileiro é maior do
que o PNB.
O último ajuste que se faz necessário é a subtração dos impostos indiretos (ICMS, IPI),
os que incidem sobre as vendas, e adicionar a isenção de impostos sobre produtos. Os
impostos incidentes sobre as vendas vão para o governo, não faz parte da renda privada,
imagine, por exemplo, a venda de um produto de consumo no valor de R$20,00 e que ao
ser vendido tenha uma incidência tributária de 5%, o valor final da venda foi de R$21,00,
mas o empresário terá como fruto da venda apenas os R$20,00 que servirá para ele
pagar os custos de comercialização e obter ainda, os lucros da transação. Após os
ajustes chegamos à renda nacional, que no Brasil é menor do que o PIB, pois enviamos
(REE) cerca de 3% do PIB para o exterior para pagamento dos fatores de produção entre
outros.
Uma última observação entre PIB e PNB, para muitos países, a distinção entre o que eles
produzem dentro de suas fronteiras, o PIB, e o que seus cidadãos ganham o PNB, não é
muito importante, este é o caso dos Estados Unidos onde a diferença entre o PIB e o PNB
costuma ser de 0,2. Entretanto, para outros países esta diferença pode ser muito grande.
Agora que sabemos como o PIB real é definido e medido, vamos procurar entender como
esta variável macroeconômica se comportou nos últimos anos.
Ao longo do século 20, o Brasil cresceu como poucos países. A média de crescimento
anual do PIB brasileiro entre o século XX e o século XXI, foi de 2,5%, isto implica dizer
que o crescimento do PIB neste período foi de quase 100 vezes.
Logo após a segunda guerra mundial, o Brasil percebeu sua alta dependência por
produtos importados, especialmente bens de capitais. Como forma de diminuir esta
Como não havia poupança suficiente para promover os investimentos necessários o país
buscou o capital internacional, que a época, era abundante e barato, para investir nas
plantas industriais básicas que dariam suporte ao seu processo de crescimento e
desenvolvimento econômico.
Nos anos 50 a taxa de crescimento do produto brasileiro foi bastante significativa. Entre
os anos 1968 a 1973 a taxa média de crescimento do PIB foi de 10% aa como pode ser
observado na figura 2. Este resultado significativo foi possível em decorrência das
reformas institucionais e da recessão do período anterior que gerou uma capacidade
ociosa no setor industrial, possibilitando uma rápida retomada da produção no período. É
pertinente observar também, que o crescimento da economia mundial no mesmo período
ajudou alavancar o crescimento do país.
O ciclo expansionista que levou ao milagre econômico brasileiro, com uma taxa de 13,9%
aa de crescimento do PIB em 1973, dependia exclusivamente de uma situação externa
favorável, especialmente quanto à manutenção das taxas internacionais de juros, que
eram fundamentais para a consolidação do processo de investimento nas empresas
estatais e na infra-estrutura do país.
Nos anos 80 a economia mundial retoma o crescimento, o Brasil ainda abalado pelas
duas externalidades, endividado e com altas taxas inflacionárias não consegue retomar
de forma sustentável sua taxa de crescimento. Nesta década os esforços governamentais
estavam todos voltados para o combate a inflação que corroia as estruturas econômicas
e sociais do país. O primeiro plano heterodoxo implantado em 1986, não conseguiu
controlar por muito tempo a escalada dos preços, a inflação voltou de forma acelerada, e
obrigou o governo a adotar outros planos de combate a inflação que igualmente não
surtiram efeito.
Os esforços na busca de uma matriz energética renovável, a remoção gradual das dívidas
e do desequilíbrio das contas públicas, a conversão de empréstimos em capitais de risco,
os cortes de subsídios ao setor privado, entre outras medidas adotadas pelo governo
brasileiro, especialmente, a abertura econômica implantada a partir do início da década
de 90, proporcionam taxas positivas de crescimento, como se pode observar na figura 2.
Inflação de demanda
A curva de Phillips, utilizada para explicar a inflação por demanda, mostra que existe
uma relação inversa entre as taxas de salários e as taxas de desemprego.
Com dados coletados no Reino Unido, entre 1861 a 1957, esta curva mostrou que existe,
empiricamente, um trade - off (relação inversa) entre taxas de salários nominais
(associados a taxas de inflação) e taxas de desemprego. Mantidas constantes as demais
condições, um aumento da procura agregada pode levar as empresas a demandarem
mais mão de obra, ocasionando aumento de salários monetários (nominais) e redução
das taxas de desemprego.
Inflação de custos
A inflação de custos pode ser associada a uma inflação tipicamente de oferta. O nível de
demanda permanece o mesmo, mas os custos dos fatores aumentam, com isto a
produção se retrai e a curva da oferta é projetada para trás provocando o aumento dos
preços na economia.
Os aumentos dos custos na economia podem ser ocasionados por aumentos do custo de
matérias primas. No caso brasileiro o aumento do preço do petróleo especialmente na
década de 70 impactou os aumentos do custo de produção, especialmente os custos de
transporte e de energia, num momento em que a matriz energética brasileira era
extremamente dependente desta energia fóssil. Estes aumentos foram repassados aos
preços dos produtos e serviços elevando assim a taxa inflacionária no período. Os
aumentos sazonais nos preços ocasionados por chuvas (prejuízos na lavoura), geadas e
secas também caracterizam uma inflação de custos, podendo ser transitórias com o fim
da externalidade.
Outro fator que pode contribuir com a inflação de custos é o aumento das taxas salariais
acima dos aumentos da produtividade da mão de obra acarretando assim, um aumento
dos custos unitários de produção, que são normalmente repassados aos preços dos
produtos.
Inflação inercial
Há ainda a questão do imposto inflacionário que representa uma espécie de taxação que
o Banco Central impõe à sociedade pela emissão de moedas. O governo pode pagar
dívidas e obrigações simplesmente emitindo mais moedas não perdendo assim o seu
poder de compra. O imposto inflacionário causa mais prejuízos aos assalariados de baixo
poder aquisitivo, que não possuem condições de indexar os seus salários (manter
aplicados no mercado financeiro para se defender da corrosão do período) as taxas do
mercado financeiro. Assim o imposto inflacionário se torna altamente regressivo, pois os
mais pobres são os principais atingidos.
Nestas condições, para tentar recuperar o saldo comercial o governo pode lançar mão de
desvalorizações cambiais, as quais, tornando a moeda nacional mais barata
relativamente à moeda estrangeira, podem estimular as exportações e dificultar as
importações. Sendo o país dependente de produtos internacionais (produtos químicos,
remédios, peças e máquinas etc.) os custos de produção irão aumentar e serão
repassados aos preços fechando um círculo vicioso realimentando assim o processo
inflacionário.
8. ÍNDICES DE PREÇOS
Os índices de preços são números que representam os preços de uma determinada cesta
de produtos. Sua variação mede a variação média dos produtos que compõem esta
cesta. Estes índices podem se referir a preços ao consumidor, preços ao produtor, custos
de produção ou aos preços de exportação e importação. Os índices mais conhecidos são
os índices de preços ao consumidor – IPC, que medem a variação do custo de vida de
segmentos da população (a taxa de inflação ou deflação).
9. SISTEMA MONETÁRIO
No passado o escambo era o meio de troca utilizado pela economia antes da existência
da moeda. A sociedade trocava mercadoria por mercadoria (economia de trocas), isso
era a causa de muitos transtornos, pois havia a necessidade da dupla coincidência de
desejos, isto é a pessoa deveria identificar no mercado o indivíduo proprietário da
mercadoria que ele desejava adquirir, e ainda, saber se este indivíduo necessitava da sua
mercadoria.
Com a evolução da sociedade certas mercadorias passaram a ser aceitas por toda a
sociedade, devido a sua escassez ou as suas peculiaridades. O sal na Roma antiga
passou a ser aceito como moeda. Em diferentes épocas e lugares outros bens assumiram
idêntica função na economia.
A moeda surge como elemento crucial na passagem de uma economia de escambo para
outras formas mais complexas de organização social.
O papel moeda de hoje teve origem na moeda papel. No passado as pessoas de posse
possuíam muito ouro e prata, para sua segurança, depositavam este ouro e prata em
casas especializadas (antecessora das casas bancárias) que emitiam os certificados dos
depósitos, estes papéis eram utilizados como moeda por seus proprietários.
A partir do século XVII, surgiram os bancos comerciais privados, esses bancos passaram
a emitir recibos bancários que circulavam como moeda, dando origem ao papel moeda.
Como meio de troca é algo em que os compradores dão aos vendedores quando
compram bens e serviços. Como unidade de conta é um padrão de medida que as
pessoas usam para anunciar preços e registrar débitos. Como reserva de valor é algo
que as pessoas podem usar para transferir poder de compra do presente para o futuro.
Podemos explicar o conceito de renda nominal pela relação existente entre a quantidade
e a velocidade de circulação de uma moeda. Neste caso, Y representa a renda, que é
fruto do produto entre a quantidade M pela velocidade de circulação V.
Assim temos,
Y = M .V
No curto prazo não ha muita variação na velocidade da moeda (V) assim, a quantidade M
se torna o principal fator do aumento ou da diminuição na renda.
O Banco Central tem total controle sobre a oferta de moeda, isto porque ele controla a
quantidade de moeda (M) em circulação, e a velocidade (V) acaba sendo previsível pela
autoridade monetária. Assim, se o BACEN aumentar M, e a sociedade não ofertar mais
bens e serviços, os preços irão aumentar nesta economia.
Como acontece na grande maioria dos países, há no Brasil diversos conceitos de moeda.
Por isso a primeira coisa que precisamos fazer é entender o conceito de papel moeda
emitido e papel moeda em poder do público.
Do papel moeda em circulação (PMC), parte está em poder dos bancos (PMPB),
constituindo seus encaixes para cobrir as ordens de saque dos correntistas dos bancos, o
que sobra esta em poder do público (PMPP).
Se papel moeda em poder público é todo o papel moeda que foi emitido e está fora do
Bacen e dos bancos públicos e privados podemos inferir que:
O conceito mais estrito de moeda é a base monetária, também conhecida como moeda
primária ou moeda de alta potência. A base monetária é igual ao papel-moeda emitido
mais as reservas dos bancos no Bacen. A base monetária é, portanto o passivo
monetário do Banco Central, de um lado é o papel moeda em circulação; de outro, é a
fonte de multiplicação da moeda escritural.
Oferta de moeda
O termo oferta de moeda refere-se a forma como a moeda é criada. O Bacen é o órgão
do governo responsável pela emissão primária de moeda, embora os bancos comerciais e
múltiplos também participem do processo. Estes bancos trabalham com a hipótese de
que é muito improvável que seus depositantes saquem de uma só vez todos os seus
recursos, ou seja, parte dos recursos que podem ser sacados deve permanecer em
reservas, a outra parte pode ser emprestado, criando assim, moeda para a sociedade.
Vimos anteriormente que Banco Central possui o monopólio de criar moeda primária, ou
seja, emitir papel moeda e depositar dinheiro em contas dos bancos no Banco Central,
chamadas de reservas bancárias, que podem ser convertidas em papel moeda. Vimos
também que o total de papel moeda emitido mais as reservas bancárias é a base
monetária. Definiremos agora que a relação entre os empréstimos ofertados pelos
bancos e a base monetária chama-se multiplicador monetário ou multiplicador da base
monetária, e indica quanto de moeda primária criada pelo Bacen é transformada em
empréstimos pelo sistema bancário.
m = MP = MM + DV
BM MM + Rb
onde:
m = Multiplicador da moeda na economia
MP = Meios de pagamento (M1)
BM = Base monetária
MM = Moeda manual
DV = Depósito a vista
Rb = Reservas bancárias
Assim, o Bacen utiliza-se destas três operações, redesconto, mercado aberto e reservas
compulsórias para alterar a quantidade de moeda na economia, com isto conseguindo
alterar outras variáveis econômicas, tais como: Oferta de crédito, juros, liquidez, taxa de
câmbio entre outros.
Intermediários financeiros
Um empreendedor pode acumular recursos financeiros ao longo de sua vida para iniciar
ou ampliar uma determinada atividade. Mas pode também recorrer a recursos financeiros
de terceiros.
A taxa de câmbio está relacionada com os preços dos produtos exportados e importados
e, conseqüentemente, com o resultado da balança comercial de um país.
O mercado de câmbio é um espaço que pode ser físico, ou virtual, onde são realizadas as
operações de câmbio entre os agentes autorizados pelo Banco Central e seus clientes.
A política cambial são todas as medidas e as ações governamentais que visam influenciar
direta ou indiretamente no comportamento do mercado de câmbio e consequentemente
na taxa de câmbio.
Para o bom entendimento, é conveniente frisar que a taxa de câmbio embora seja
tratada como uma taxa, ela na verdade é um valor.
No ano de 2005 através da resolução CMN n. 3.265 o mercado de câmbio de taxas livres
(câmbio comercial) e o mercado de câmbio de taxas flutuantes (câmbio-turismo) foi
unificado, desde então existe um único mercado de câmbio legal em nosso país.
Regimes cambais
Entende-se por regime cambial o modelo de taxa de câmbio que o país adota. Os
regimes cambiais podem ser classificados basicamente em três categorias: regime de
taxa de câmbio flutuante, de taxa de câmbio fixa e de bandas cambiais. Vejamos cada
um deles:
Regime de câmbio fixo: O Banco Central fixa antecipadamente a taxa de câmbio com a
qual o mercado deve operar. Assim, o BACEN obriga-se a disponibilizar as reservas para
o mercado, quando requisitadas (pelos exportadores, turistas, saída de capital financeiro
etc.). No regime de taxa câmbio fixo, o Banco Central é obrigado a comprar e a vender à
taxa preestabelecida.
No Brasil, até o momento, estamos trabalhando com o câmbio flutuante, assim a cotação
da moeda estrangeira flutua conforme o comportamento do mercado. É conveniente
ressaltar ainda, que a flutuação é suja, visto que a autoridade monetária interfere no
mercado cambial toda vez que acredita ser conveniente para a economia do país.
Políticas comerciais
A tarifa de importação nada mais é do que um imposto cobrado pelo produto importado,
e que pode ser “específico” ou “ad valorem”. No imposto específico o governo tributa por
unidades do produto importado (US$ 10 por produto importado). No sistema ad-valorem
o governo cobra uma fração do valor do bem importado (10% do valor do bem
importado).
Outros instrumentos que existem são as restrições não tarifárias. Estas restrições podem
assumir a forma de critérios técnicos ou sanitários em relação ao produto ou barreiras
burocráticas que dificultam as transações comerciais.
A contabilidade geral, através do método das partidas dobradas, dita as regras para a
contabilidade destas transações. Nas transações que originam a entrada de recursos,
realiza-se o lançamento em crédito (sinal Positivo +). Nas transações que originam a
saída de recursos, realiza-se o lançamento em débito (sinal negativo -). Na conta caixa
este procedimento não é utilizado, nesta operação damos o nome técnico de Variação de
Reservas ou Haveres e Obrigações no Exterior. Nesta transação temos o seguinte
procedimento: quando existe ingresso de dinheiro na empresa (dólares de exportação)
debitamos na conta variação de reservas; do contrário quando há saída de dinheiro,
creditamos na conta Variação de Reservas.
Exportações á vista:
Pagamentos de fretes:
Balanço de Pagamentos
B. Serviços e Rendas
Viagens Internacionais
Transportes (fretes)
Seguros
Amortizações
F. Erros e Omissões
c-) Créditos a longo prazo, recebidos do exterior por prazo superior a um ano
ou concedidos ao exterior, e devolução dos créditos concedidos ou recebidos,
A conta de capital de um país registra um superávit quando ele obtém mais entradas
pela venda de ativos ao resto do mundo do que gastos, comprando ativos no exterior.
Neste caso dizemos que o país tem uma entrada líquida de capital e as reservas
aumentarão. Na situação inversa, quando há um déficit na conta de capital, pois mais
ativos são comprados no exterior do que os estrangeiros compram no país, acontece
uma saída líquida de capital e as reservas diminuirão.