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FACULDADE ESTÁCIO JI-PARANÁ

IVONETE LUIZ BERTO

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

Ji-Paraná, RO

2022

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Sumário

1. AGORAFOBIA...................................................................................................... 3
2. BASES NEUROLÓGICAS....................................................................................4
3. DADOS EPIDEMIOLÓGICOS...............................................................................5
4. TRATAMENTO......................................................................................................6

1. AGORAFOBIA
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Agorafobia é um dos transtornos de ansiedade mais comuns. Muitas vezes
se desenvolve após a ocorrência de alguns episódios de ataques de pânico. Entre
as evidências e sintomas mais comuns estão o medo e a reclusão, evitando
determinados lugares ou situações que possam desencadear um novo episódio de
ataques de pânico ou sensação de aprisionamento e até constrangimento.

Trata-se de um transtorno onde o indivíduo sente medo e evita lugares ou


situações que possam causar pânico. Uma pessoa agorafóbica também pode evitar
situações em que se sinta preso, desamparado ou envergonhado. Uma pessoa com
agorafobia teme uma situação real ou antecipada, como usar o transporte público,
estar em espaços abertos ou fechados, enfrentar uma fila ou estar no meio de uma
multidão.

A ansiedade é causada pelo medo de não conseguir escapar ou obter ajuda


caso a fobia e angústia fiquem mais intensas. Em geral, a maioria das pessoas
diagnosticadas com agorafobia desenvolveram o quadro depois de ter um ou
mais ataques de pânico. A lembrança dos ataques faz com que uma pessoa com
agorafobia se preocupe com um novo ataque e evite os lugares onde possa
acontecer de novo.

Um sujeito com agorafobia muitas vezes tem dificuldade em sentir-se seguro


em qualquer lugar público, especialmente onde há aglomeração de pessoas e muito
movimento. É comum que a pessoa sinta precisa de um companheiro, como um
parente ou amigo, para ir a lugares públicos. O medo pode ser tão esmagador, que
imobiliza. O medo excessivo faz com que a pessoa perceba-se incapaz de sair de
sua casa. O tratamento de agorafobia pode ser um desafio porque geralmente
significa confrontar os medos. Mas com psicoterapia e medicamentos, é possível
escapar da armadilha da agorafobia e viver uma vida mais agradável.

Os sintomas típicos da agorafobia incluem medo de:

 Ficar sozinho em casa;


 Estar no meio de uma multidão ou esperar em uma fila;
 Frequentar espaços fechados, como cinemas, elevadores ou pequenas lojas;
 Estar em espaços abertos, como parques, estacionamentos, pontes ou
shoppings;
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 Usar o transporte público, como um ônibus, avião ou trem.

A agorafobia também pode levar ou estar associada a:

 Depressão;
 Abuso de álcool ou drogas;
 Outros transtornos de saúde mental, incluindo outros transtornos de
ansiedade ou transtornos de personalidade.

Não há nenhuma maneira segura de prevenir a agorafobia. No entanto, a


ansiedade tende a aumentar quanto mais evitar situações que você tem medo.
Se você começar a ter medos leves sobre a localização de lugares seguros,
tente praticar esses lugares uma e outra vez antes que seu medo se torne
esmagador. Se isso é muito difícil de fazer por conta própria, peça a um membro
da família ou amigo para ir com você, ou procure ajuda profissional.

2. BASES NEUROLÓGICAS
Uma predisposição genética já foi estabelecida para muitos dos transtornos
de ansiedade, apesar de os genes específicos ainda não terem sido identificados.
Outros transtornos de ansiedade parecem ter suas raízes em eventos estressantes
da vida.

O medo é geralmente evocado por um estímulo aversivo, também


chamado de estressor, sendo manifestado na resposta de estresse. A relação
estímulo-resposta pode ser reforçada pela experiência, mas também pode ser
enfraquecida. A característica dos transtornos de ansiedade é a resposta
inadequada ao estresse, regulada pelo sistema nervoso.

A resposta ao estresse é a reação coordenada que acontece em função de


estímulos aversivos. É caracterizada por comportamento de evitação ou esquiva,
aumento do alerta, ativação da divisão simpática do sistema nervoso e liberação de
cortisol.

O hipotálamo possui um papel central em orquestrar uma resposta


humoral, visceromotora e somático-motora apropriada. Esta resposta é regulada
pelo eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA). O hormônio cortisol, é liberado pela
glândula adrenal em resposta a um aumento nos níveis sanguíneos do hormônio
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adrenocorticotrófico (ACTH), liberado pela hipófise anterior devido ao estímulo do
hormônio liberador de corticotrofina (CRH) do hipotálamo. Os neurônios
hipotalâmicos que secretam CRH são regulados pela amígdala e pelo hipocampo.
Quando o núcleo central da amígdala é ativado, interfere no eixo HPA e a resposta
ao estresse é emitida, sendo que a ativação inapropriada tem sido relacionada com
os transtornos de ansiedade. O hipocampo contém receptores para glicocorticóides
que são ativados pelo cortisol, e com altos níveis de cortisol circulante, participa da
regulação por retroalimentação do eixo HPA, inibindo a liberação de CRH e
consequentemente de ACTH e cortisol. A exposição contínua ao cortisol, em
períodos de estresse crônico, pode levar à disfunção e à morte dos neurônios
hipocampais.

Assim, o hipocampo começará a apresentar falhas em sua capacidade de


controlar a liberação dos hormônios do estresse e de realizar suas funções de rotina.
O estresse também influencia a aptidão de induzir a potenciação de longo prazo no
hipocampo, o que provavelmente explica o porquê da falha de memória. A atividade
elevada do córtex pré-frontal também tem sido relatada nos transtornos de
ansiedade.

Em resumo, a amígdala e o hipocampo regulam o sistema HPA e a


resposta ao estresse de uma maneira coordenada, tanto com a hiperatividade da
amígdala, relacionada a memórias inconscientes estabelecidas por mecanismos de
condicionamento pelo medo quanto com a diminuição de atividade do hipocampo, o
qual participa no armazenamento de memórias conscientes durante uma situação de
aprendizado traumático.

3. DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
Os dados demonstram que os transtornos de ansiedade são muito
frequentes em adultos, sendo mais prevalentes entre as mulheres. Estão associadas
aos transtornos ansiosos, principalmente, as condições socioeconômicas e
substâncias lícitas.

Conhecer as prevalências dos transtornos de ansiedade e fatores


associados pode auxiliar profissionais de saúde a elaborarem melhores diagnósticos
e tratamentos.

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A amostra foi constituída por 1.953 pessoas. A prevalência de transtornos de
ansiedade foi de 27,4%. Agorafobia (17,9%) e transtorno de ansiedade generalizada
(14,3%) foram os quadros mais prevalentes. Mulheres apresentaram maior
prevalência de ansiedade, com 32,5%, quando comparadas aos homens (21,3%).
As variáveis sexo, anos de estudo, renda, doença crônica, tabagismo e álcool foram
associadas a mais de três transtornos de ansiedade investigados.

4. TRATAMENTO

A agorafobia pode limitar severamente a capacidade de uma pessoa em


socializar, trabalhar e até mesmo gerenciar os detalhes da vida diária, como deixar
um recado.

O importante é não deixar que a agorafobia limite seu mundo. A melhor


forma de melhorar a qualidade de vida e livrar-se dos sintomas é com o auxílio
de um psicólogo ou um psiquiatra. A tecnologia, por exemplo, pode ajudar uma
pessoa com agorafobia a enfrentar seus medos utilizando equipamentos
de realidade virtual.

Com a ajuda dos avanços tecnológicos, cenários ou ambientes virtuais para


a exposição na psicoterapia podem ser construídos de maneira a promover senso
de presença, a sensação de estar em um determinado ambiente, quando se está em
outro. Ao contrário de submeter o paciente a uma multidão, ocorre uma “simulação”
no contexto clínico, dentro do setting terapêutico, de forma gradual e segura,
permitindo medir a ansiedade por meio de indicadores fisiológicos como sudorese e
frequência cardíaca, bem como dos próprios relatos de ansiedade e medo do próprio
paciente.

Dentre outros tipos de tratamento, temos: O tratamento efetivo para a


agorafobia geralmente inclui a psicoterapia, a Terapia Cognitivo Comportamental, a
Terapia de Exposição, Psicoterapia juntamente com auxílio de realidade virtual estão
entre os tratamentos mais eficazes para a agorafobia.

REFERÊNCIAS

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45 thoughts on “Bases Neurobiológicas da Ansiedade – por Ariadne Belavenutti
Magrinelli-extraído do livro “Tópicos em Neurociência Clínica”-Elisabete Castelon
Konkiewitz-editora UFGD-2009”
CLINIC, Mayo. Agorafobia: conheça o transtorno associado a ataques de
pânico. [S. l.]: Fabio Camilo da Silva, 19 set. 2018. Disponível em:
https://www.vittude.com/blog/agorafobia/. Acesso em: 5 nov. 2022.
PREVALÊNCIA DE ANSIEDADE E FATORES ASSOCIADOS EM ADULTOS. Rio de
Janeiro, 26 ago. 2019. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/jbpsiq/a/psrdy4zfsgdczngjfjwvrxz/?lang=pt. Acesso em: 5 nov.
2022.

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