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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA

CURSO DE DIREITO

Gabriel Silva de Oliveira - 11911DIR233


TURMA 78 MATUTINO

ÉTICA

ATIVIDADE AVALIATIVA 1

UBERLÂNDIA – MG
2023
Muitos entendem a ética como a doutrina da boa vida ou da vida correta, devendo o
indivíduo que vive de forma ética respeitar os comportamentos e as convenções sociais
que a sociedade define como corretas.

O termo ética provém da palavra grega éthos, que é o hábito ou comportamento pessoal
decorrente da natureza, das convenções sociais ou da educação. O plural de éthos é
éthe, conjunto desses hábitos e comportamentos da coletividade, incluindo os próprios
costumes da civilização (BITTAR; ALMEIDA, 2001, p. 445).

Assim, pode-se dizer em síntese, que a ética se refere a uma obrigação e seu
cumprimento pressupõe o que é justo perante a sociedade. O referido termo é guiado
por princípios estabelecidos em diversas legislações, como a Constituição Federal,
quando aborda a igualdade e a justiça como valores supremos para a sociedade e em
seu artigo 1°, quando cita a dignidade da pessoa humana.

Além disso, existem diplomas que narram sobre a ética na prestação jurisdicional, como
o Código de Ética e Disciplina da OAB e o Código de Ética da Magistratura Nacional,
nesses diplomas, alguns princípios são explicitados como inerentes para uma atuação
ética na prestação jurisdicional.

Nesse contexto, faz-se necessário narrar alguns princípios norteadores da magistratura:


tem-se o princípio da independência, que estabelece que o magistrado não interfira na
atuação de um outro magistrado; já o princípio da imparcialidade estabelece que a
verdade dos fatos deve ser alcançada por meio das provas no processo, sem favoritismo
ou predisposição para qualquer uma das partes; além disso, a prestação jurisdicional
deve ser transparente, com atos documentados, sempre prezando pela publicidade;
ademais, existem alguns requisitos para a prestação jurisdicional dos magistrados como
a diligência, a dedicação, a prudência, a dignidade, a honra e o decoro.

Todos esses fatores corroboram para uma vida e uma atuação ética dos magistrados,
que devem obedecer aos preceitos legais no exercício da prestação jurisdicional para o
bom funcionamento da justiça, de forma justa e eficaz.

Já o Código de Ética e Disciplina da OAB também norteia-se por princípios que os


advogados devem seguir como imperativos de conduta, como o dever de lutar pela
justiça, o zelo e o cumprimento da Constituição Federal, a lealdade e a boa-fé. Somente
por meio desses princípios, um advogado é capaz de defender os interesses daqueles
que o procuram de uma maneira justa, eficaz e condizente com sua posição.

Passada a fase de contextualização, é necessário abordar o direito sob uma ótica


contemporânea. É inegável que a tecnologia vem fornecendo novos rumos para a
prestação jurisdicional, assim, novos modelos de relações jurídicas surgem, novas
formas de propagar o Direito, a justiça e a prestação jurisdicional.

Nesta senda, uma das obras mais chamativas dos últimos tempos foi a utilização da
inteligência artificial na prática jurídica cotidiana. Com o surgimento do Chat GPT, muitas
tarefas que antes eram realizadas manualmente podem ser feitas pela inteligência
artificial, como petições, procurações e defesas. Entretanto, os juristas devem se atentar
para o uso exacerbado da ferramenta, pois, apesar de automatizar e facilitar o trabalho
dos profissionais, a valorização e individualização de cada caso e de cada cidadão não
pode ser abandonada.

Além disso, com grande parte do mundo inserida nas redes sociais, o marketing jurídico
e as formas de propagação e captação de clientes foram inovadas, entretanto, muitas
práticas violam os preceitos estabelecidos pelos princípios que norteiam a prestação
jurisdicional. Dessa forma, assim como os profissionais devem se resguardar por meio
da valorização dos princípios éticos, as normas que guiam as atuações jurídicas devem
ser atualizadas, passando a abordar as novas práticas, visando valorizar a ética perante
a prestação jurisdicional nos novos cenários.

Portanto, conclui-se que, não importa o contexto, os princípios norteadores da justiça


devem ser sempre valorizados, não importa qual seja o contexto ou época. Entende-se
que a valorização dos princípios éticos possui extrema importância nos novos modelos
de prestação e propagação da justiça, e que as normas regulamentadoras devem
sempre acompanhar as inovações, visando abranger a maior área possível no que se
refere a prática e propagação da justiça.

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