Balanço social é a prestação de contas a todos os stakeholders envolvidos direta ou
indiretamente na atividade organizacional para informar benefícios e custos sociais. Muitas organizações gastam fornadas de dinheiro em investimentos sociais para beneficiar colaboradores e patrocinar projetos sociais para as comunidades onde atuam. Recentemente algumas delas perceberam que tornar públicos os seus balanços sociais para divulgar tais projetos e investimentos sociais constitui uma excelente maneira de melhorar a imagem junto aos clientes e à sociedade em geral. Isso não deve ser apenas uma atividade de marketing, mas uma forma de solidariedade social. Alguns setores defendem a obrigatoriedade de publicação do balanço social, alegando que a sociedade deve saber quem está comprometido com a melhora das condições de vida da população. Nessa linha, como em alguns países europeus, o balanço social é obrigatório por lei. Outros setores acham que as organizações têm o direito de decidir se publicam ou não o seu balanço social. O importante é que muitas organizações se adiantaram e estão publicando espontaneamente os seus balanços sociais como forma de prestação de contas à sociedade.
Responsabilidade social das organizações
O balanço social coloca em evidência a responsabilidade social da organização, não significa
apenas a atuação socialmente responsável da organização e de seus membros, nem atividades de beneficência, mas acima de tudo os compromissos da organização com a sociedade e, de forma mais intensa, com a comunidade com a qual está em contato mais íntimo.
Enquanto os balanços financeiros são de difícil compreensão, os balanços sociais são
publicados em linguagem simples e direta, pelos quais as empresas divulgam seus principais indicadores de ação:
• Laborais: folha de pagamento, gastos com alimentação, encargos sociais compulsórios,
gastos com saúde, participação dos colaboradores nos lucros ou resultados.
• Sociais: impostos pagos, investimentos em cidadania e meio ambiente, lucro líquido,
dividendos e lucro reinvestido.
• Do quadro funcional: número de colaboradores e sua evolução, distribuição por idade,
tempo de permanência e sexo, renda auferida e portadores de características especiais.
As empresas divulgam também, nos balanços sociais, projetos e programas desenvolvidos em
áreas, como:
• Educação e comprometimento: projetos de ensino, desenvolvimento de recursos humanos,
treinamento e autogestão.
• Cultura de resultados: programas de criação, de gestão compartilhada e de participação nos
resultados.
• Qualidade de vida: projetos de saúde, atendimento psicossocial, cooperativas de consumo e
atividades sociais, esportivas e culturais. Contabilidade de GP e o capital intelectual
O balanço social deve ser um avanço da contabilidade tradicional e envolver necessariamente
um ativo social e um passivo social. Todavia, o ser humano e a sociedade não podem ser reduzidos a uma simples equação de igualdade entre um ativo e um passivo. Mas, se a organização despende algo com o seu capital humano, ela deve ter uma remuneração compensatória por isso. Em outras palavras, a cada custo organizacional deve corresponder um benefício em contrapartida. Assim, surgem duas ideias básicas: de um lado, a de que as pessoas constituem um ativo para a organização; e de outro, que se torna necessário conhecer o custo de obtenção e manutenção desse ativo e da sua lei de amortização ou retorno. Daí a noção capitalista de que todo ativo deve ser rentável, tendo em vista um dos objetivos da organização, que é o lucro. Todavia, no mundo moderno, o capital financeiro está cedendo lugar ao capital intelectual, que é um ativo intangível e de difícil mensuração e avaliação. Todavia, no mundo moderno, o capital financeiro está cedendo lugar ao capital intelectual, que é um ativo intangível e de difícil mensuração e avaliação. Ocorre que o capital intelectual constitui o ativo que mais traz retornos à organização e é indiscutivelmente o principal motor que garante o sucesso organizacional. Vale a pena investir nele. E o que é o capital intelectual, afinal de contas? É a soma de tudo o que se sabe. Em termos organizacionais, o maior patrimônio de uma organização é algo que entra e sai pelas suas portas todos os dias, ou seja, os conhecimentos que as pessoas trazem em suas mentes sobre produtos, serviços, clientes, processos, técnicas, etc. Este é o capital intelectual: algo que não se vê, que não é físico nem ocupa lugar, não é contabilizado pelas tradicionais partidas dobradas nem equacionado em números quantificáveis, mas que está transformando rapidamente o mundo dos negócios. Isso significa que ter as pessoas certas e saber aplicá-las, mantê-las, remunerá-las, desenvolvê-las e monitorá-las é vital para o sucesso das organizações de hoje e de amanhã.