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ELABORANDO O

TRABALHO FINAL
DE TRILHA (TFT)

Lídia Boaventura Pimenta

Revisão de Português: Jusciele Oliveira

Projeto Gráfico:
Maurício Freire
Elementos gráficos:
Freepik.com
Noun Project/achmad
Noun Project/Desainer Kanan
Noun Project/Gregor Cresnar
Noun Project/iconesia
s

Sumário
SOBRE A AUTORA_______________________________ 4

APRESENTAÇÃO DO E-BOOK______________________ 6

O CONHECIMENTO INSTIGA A ESCOLHA DO TEMA_____ 11


ÉTICA NA PESQUISA CIENTÍFICA___________________22
O LUGAR DO PERCURSO METODOLÓGICO___________ 25
A QUESTÃO PROBLEMA_________________________ 25
É POSSÍVEL ESTABELECER HIPÓTESES?___________ 28
JUSTIFICATIVA________________________________ 29
COMO COMPOR A FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA_______ 30
O DELINEAMENTO DO MÉTODO E DOS PROCEDIMENTOS
DE PESQUISA__________________________________32
PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS E
INFORMAÇÕES E AS ANÁLISES____________________35
ESTRUTURA DOS TRABALHOS FINAIS DE TRILHA _____36
CONSIDERAÇÕES FINAIS________________________ 46

REFERÊNCIAS_________________________________ 47
s

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SOBRE A AUTORA
Lídia Boaventura Pimenta
é bacharel em Administração pela Escola de Administração
de Empresas da Bahia, atual Universidade Salvador (Unifacs),
mestre em Educação pela Universidade Federal da Bahia (Ufba),
tendo como objeto de pesquisa a programação orçamentária
e financeira elaborada e desenvolvida pelos departamentos
da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), com destaque
no processo de planejamento, instrumento que viabiliza a
organização das ações da Universidade, possibilita a identificação
das metas em um determinado período de tempo e a otimização
da aplicação dos recursos. Doutora em Educação, também pela
Ufba, imprimindo continuidade à linha de pesquisa em Gestão
Universitária, por meio da tese intitulada “Processo Decisório na
Universidade multicampi: dinâmica dos Conselhos Superiores e
órgãos de execução”, que discute a estrutura colegiada de poder
da instituição universitária, através dos conselhos superiores e no
âmbito setorial, das congregações, conselhos de departamentos
ou colegiados de cursos, todos sob a influência de fatores, quais
sejam: econômicos, organizacionais e ambientais, sistema de
informações e comunicações da própria instituição, ideologias
de cada um dos componentes do seu corpo diretivo ou funcional,
constituindo-se, assim, um processo complexo de tomada de
decisão. Integra o quadro docente permanente do Programa de
Pós-graduação stricto sensu em Gestão e Tecnolgias Aplicadas
à Educação (Gestec), vinculado ao Departamento de Educação,
Campus I da Uneb, ministrando componentes curriculares que
abordam gestão da educação, educação superior, formação
de gestores, metodologia da pesquisa científica. A atuação na
graduação, na Unidade Acadêmica de Educação a Distância
(UNEAD) da Uneb, acompanha a área de pesquisa, ministranto
disciplinas de gestão de organizações, gestão pública e Trabalho
de Conclusão de Curso (TCC). É membro dos grupos de pesquisa
Educação, Universidade e Região (Edureg) e Grupo de Pesquisa
em Gestão Educacional e Formação de Gestores (NUGEF),

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sendo suas áreas de interesse e pesquisa a gestão da educação,
planejamento e orçamento público, gestão universitária,
formação de gestores. Atualmente exerce a função de Pró-
Reitoria de Planejamento da Universidade do Estado da Bahia
(UNEB). É membro da Academia Baiana de Educação e o Instituto
Geográfico e Histórico da Bahia

Clique aqui para acessar o Lattes da autora:

http://lattes.cnpq.br/3435098579830145
E-mail: lpimenta@uneb.br

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APRESENTAÇÃO DO E-BOOK
O Trabalho de Conclusão de Curso, nosso conhecido TCC,
é a oportunidade do(a) estudante apresentar a discussão de
conteúdos abordados no curso de graduação ou pós-graduação,
bem como evidenciar o processo de apropriação das informações,
de forma a possibilitar ampliação de conhecimentos. No TCC,
são também expressas opinião, argumentação, crítica sobre a
temática em estudo, proporcionando a criação de novas atitudes,
experiências e vivências.
O TCC é parte integrante de sua formação, que tem o objetivo
de promover a inserção na iniciação científica por meio do
desenvolvimento da pesquisa. É o momento de oportunizar
a ambiência com a metodologia da pesquisa científica e o
aprofundamento teórico referente ao tema de interesse
e estudado, considerando as disciplinas ou componentes
curriculares oferecidos durante o curso.
O diferencial da investigação é a participação do professor
orientador, que deve auxiliar no fazer da pesquisa. Como tarefas
do professor orientador, temos: participar do planejamento da
pesquisa, guiar o desenvolvimento do processo de investigação
e da elaboração do relatório final da pesquisa, neste curso
denominado Trabalho Final de Trilha, carinhosamente chamado
de TFT.
Este e-book versa sobre o uso da metodologia da pesquisa
científica no processo de elaboração dos Trabalho Final de Trilha
(TFT), previstos no Projeto Pedagógico do curso de especialização
em Educação Digital, nos formatos de: Artigo (fechando a Trilha
1); Capítulo de e-book e/ou Videoaula (concluindo a Trilha 2);
Paper (finalizando a Trilha 3); e Portfólio (encerrando a Trilha 4).
Assim, com base no delineamento e procedimentos
pertinentes à metodologia da pesquisa científica, com início
na escolha do tema de interesse e a formulação da questão
problema, resultado de suas inquietações pertinentes ao tema
escolhido. Em seguida, você, como pesquisador(a), estabelece o
objetivo geral e os objetivos específicos, apresenta a justificativa,

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contendo a descrição do motivo pelo qual deseja desenvolver a
pesquisa e a composição da fundamentação teórica.
O traçar do percurso metodológico da pesquisa é o passo
seguinte, o qual fornece os instrumentos competentes na
condução de sua pesquisa com o rigor científico requerido
pela cultura acadêmica na escrita, seja para a coleta de dados e
informações, seja para a análise dos achados da pesquisa.
A iniciativa consiste em lhe despertar para a pesquisa científica
com ênfase na escolha do método, que melhor permita alcançar
a resposta à questão problema, núcleo central da pesquisa,
no sentido de orientar a elaboração dos TFT – artigo, e-book
ou videoaula, paper e o portfólio, considerando estes objetos
de aprendizagem, que permitem maior aproximação dos
estudantes com o conteúdo didático em discussão na sala, física
ou no Ambiente Virtual de Aprendizagem, nosso conhecido AVA.
Vamos à pesquisa!

As Tecnologias Digitais da Comunicação e Informação (TDIC)


estão cada vez mais presentes na educação, na sala de aula ou
mesmo no processo de gestão. Situação que ganhou força com
o enfrentamento da Covid-19, quando as atividades de maneira
geral foram desenvolvidas utilizando o ambiente digital, com o
objetivo de preservar as vidas, ao mesmo tempo que mantém as
pessoas em atuação.
Interessante salientarmos que o uso das TDIC no ambiente
educacional já ocorria antes da Declaração de Emergência
em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) da
Organização Mundial da Saúde (OMS), em 30 de janeiro de
2020, provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Alguns

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professores, em especial aqueles que já atuavam na modalidade
a distância ou em áreas a exemplo das engenharias e saúde, já
utilizavam, frequentemente, estes mecanismos em sala de aula
para motivar os estudantes.
Por outro lado, é importante também lembramos que os
estudantes utilizam a TDIC em processos de comunicação
principalmente com o acesso às redes sociais, assim começam
a exigir, mesmo que de forma inconsciente, uma “atualização”
por parte dos professores quanto às estratégias em sala de
aula, no processo ensino e aprendizagem, considerando que
todos, professores e estudantes, trazem para a sala de aula seus
saberes, suas experiências, seus valores e costumes.
Diante deste cenário, podemos nos perguntar: qual a relação
da TDIC e os objetos de aprendizagem? Como os objetos de
aprendizagem são utilizados na sala de aula? O que entendemos
por objetos de aprendizagem?
Rebouças, Maia e Scaico definem objetos de aprendizagem
como: “um recurso digital, disponibilizado na web e que pode
ser (re)utilizado para promover a aprendizagem de um conteúdo
específico”. (2021, p. 3).
Para as autoras, os objetos de aprendizagem possibilitaram
mudanças no AVA, tornando-o mais próximo dos estudantes,
na educação formal, ou de quem está utilizando o “universo
on-line”, por força da formação ou da realização de pesquisa.
São novas maneiras de aprender, demonstrando exemplos de
situações vivenciadas ou estratégias alternativas de discutir
conteúdos mais complexos, junto a uma geração que espera o
uso da TDIC também no ambiente de aprendizagem.
A elaboração dos TFT é uma oportunidade de você conhecer
e elaborar alguns exemplos de objetos de aprendizagem,
considerando que no TFT será elaborado um capítulo de e-book
ou uma videoaula e um portfólio.
Assim, apresentamos a seguir os tipos de objetos de
aprendizagem conceituados por Battistela (2009 apud
REBOUÇAS; MAIA; SCAICO, 2021),

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• não interativo, corresponde ao uso de textos, exigindo somente a
leitura por parte do(a) estudante ou participante;
• multimídia, que para o uso é necessário mais de uma mídia;
• interativo, quando utilizado requer participação do(a) estudante ou
participante com inserção de dados;
• avaliativo, possibilita, ao final da utilização, que o(a) estudante ou
participante conheça seu desempenho em relação às respostas,
contribuindo para o processo avaliativo;
• exploratório, o qual permite ao(à) estudante ou participante
interagir para realizar diferentes ações ou obter informações e
resultados;
• colaborativo, aquele que assegura a interação entre ao(à) estudante
ou participante por meio de dispositivos computacionais.
Reforçamos que é essencial o conhecimento dos professores
ou profissionais das características dos objetos de aprendizagem,
no sentido de identificar aquele que melhor se aplique ao
conteúdo em discussão, bem como à especificidade da turma
que terá acesso e o utilizará.
Ao escolher objeto de aprendizagem, é importante ter o
discernimento quanto à pertinência ou não e de como utilizar.
A ênfase é garantir o processo pedagógico, portanto o plano de
ensino e o projeto pedagógico do curso devem ser observados
na identificação do objeto de aprendizagem. Não é o caso de
usar por usar a TDIC, mas sim em implementar mudanças no
ensino e na aprendizagem com responsabilidade, tendo em
mente a formação das pessoas.
Salientamos que elaboração dos TFT, seja o artigo o capítulo
do e-book ou a videoaula, o paper e o portfólio, obedece à
estrutura do trabalho acadêmico, que demanda a realização de
pesquisa e o exercício da escrita a partir de análises, críticas e
opiniões. Observamos que a ênfase do TFT consiste em objeto
de aprendizagem da categoria não interativo.
Seguindo a cultura da escrita acadêmica e científica, as
características e estrutura dos TFT serão abordadas utilizando os
tópicos que compõem um trabalho acadêmico, começando pela
escolha do tema e da ética na pesquisa científica, o percurso
metodológico, que abrange a questão problema, o objetivo

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geral, os objetivos específicos, as hipóteses, a justificativa,
a fundamentação teórica, o delineamento do método e
procedimentos de pesquisa, os procedimentos para coleta de
dados e informações, complementando com as análises.
Vamos conversar sobre a composição da metodologia da
pesquisa científica!

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O conhecimento instiga a escolha do tema
A escrita do Trabalho Final de Trilha, para muitos, é o início
da formação do pesquisador, aquele que quer conhecer algo
novo ou ampliar a discussão sobre um tema de interesse. Aqui
reforçamos o princípio básico de quem pesquisa, somente
daquele que deseja conhecer ou saber mais sobre o tema,
bem como ter também motivação, interesse e necessidade de
conhecer mais sobre algo.
Você pesquisador(a) carrega consigo seus valores, crenças,
conhecimentos que interferem no processo de investigação, e,
por outro lado, o(a) credenciam a querer conhecer mais no seu
cotidiano. Conduto, ao falar de pesquisa científica entendemos
o fazer ciência, como algo que demanda o uso de método, de
sistematização, organização de dados e informações, processo
de busca e de análise no sentido de prover explicações sobre um
fenômeno ou situação em estudo e/ou situação a resolver.
Sem aprofundarmos a discussão quanto ao que se entende por
ciência, temos um processo de busca de explicações, de forma
racional, que proporciona a compreensão, a percepção sobre o
objeto em estudo, por meio de notificações de erros, correções,
acertos, sem desprezar a intuição, o sentimento, as sensações
presentes na pessoa (VERGARA, 2016).
O fazer ciência implica em conhecer. O que é conhecer? É
criar uma relação entre quem conhece e o objeto que passa a
ser conhecido. Consiste também na relação entre um sujeito
cognoscente, que procura o saber e um objeto, elemento da
realidade, da perspectiva de quem a conhece (FRANÇA, 1994).
Observa-se ainda que o conhecimento prevê a existência de
dois elementos: o sujeito que quer conhecer e o objeto a ser
conhecido.
A abrangência da dinâmica de conhecimento exige, “a abertura
para o mundo”, a qual deve possibilitar conhecer o objeto e
“apreender o mundo através de esquemas já conhecidos”
(FRANÇA, 2001, p. 43). O importante é conseguir o equilíbrio entre
o que se conhece e a apropriação do novo, considerando o olhar

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crítico, ética, seus valores, crenças e conhecimentos apropriados.
Cabe ao(à) pesquisador(a) proporcionar este equilíbrio nos seus
estudos.
Em atenção ao movimento de conhecer, a literatura distingue
diferentes tipos ou modalidades de conhecimento. O primeiro,
denominado conhecimento empírico, ou senso comum, resulta
de observações decorrentes das experiências cotidianas,
transmitidas de pessoa para pessoa, com vínculo expressivo na
cultura, na sociedade, no momento histórico, ambiente físico no
qual a pessoa está inserida (APPOLINÁRIO, 2004).
O conhecimento teológico ou religioso é a segunda modalidade
presente na humanidade, caracterizado pela estrita relação com
a fé e a crença divina, sendo irrefutável e indiscutível, posto que
se manifesta diante do mistério ou algo oculto que provoca
curiosidade, estimulando a vontade de entender aquilo que se
desconhece, fundamentado na existência de entidades supra-
humanas, o Deus, ou em fenômenos “sobrenaturais”. Portanto,
é valorativo, ou seja, tem origem, significado, finalidade a
depender da pessoa que se apropria do conhecimento, embora
não seja verificável, considerando que não há como comprovar o
que está em discussão (APPOLINÁRIO, 2004).
Na linha das modalidades de conhecimento, evidenciamos o
conhecimento filosófico, compreendendo as ideias, relações,
conceitos, lógicas, a partir da relação do homem com o todo,
o que se conhece e o que, ainda, é um mistério. Tem por base
“questionar os problemas humanos e poder discernir entre o
certo e o errado,” a partir “da própria razão humana”. (MARCONI;
LAKATOS, 2017, p. 05).
Por meio da reflexão, as pessoas procuram entender o sentido
da vida e do universo. Desta forma, o conhecimento filosófico
tem característica valorativa, pois, na maioria das vezes, as
hipóteses não são submetidas à observação, à apuração e,
consequentemente, não são verificáveis, o que implica não
serem confirmadas, nem refutadas.
Enfim, abordamos o conhecimento científico, que,
diferentemente das outras modalidades, proporciona conhecer

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além do fenômeno em estudo. O conhecimento científico é
organizado, resultando de uma investigação que utiliza um
método e sistematiza a situação pesquisada, buscando as
causas dos fatos com organização, compondo o sistema de
ideias. Possibilita a verificação, isto é, suas hipóteses devem ser
comprovadas (APPOLINÁRIO, 2004).
As principais características do conhecimento científico são:
• falível, porque não é definitivo, absoluto e final, em razão das
transformações da sociedade, está em constante renovação e
construção;
• está relacionado aos fatos em pesquisa, procurando esclarecer a
realidade dos fatos, presentes desde o início ao término da pesquisa;
• transcende os fatos, posto que além de explicá-los, busca descobrir
suas relações com outros fatos, ampliando o conhecimento;
• analítico, posto que estuda e explica os fatos, decompondo-os em
partes, a fim de possibilitar a análise e identificar os elementos que
os compõem e as inter-relações que formam o todo;
• requer exatidão e clareza, condições indispensáveis para a
comprovação e verificação dos dados e informações coletados na
pesquisa;
• verificável, o que implica na existência de comprovação dos fatos
para tornar-se verdadeiro;
• comunicável, em atenção ao seu propósito de informar, o objetivo
consiste em compartilhar com a comunidade científica e com a
sociedade de maneira geral;
• depende de investigação metódica, seguindo etapas, normas e
técnicas, portanto obedecendo a um determinado método;
• sistemático, isto é, é organizado de forma lógica;
• explicativo, com o propósito de explicar os fatos em análise,
apresentando as respostas aos questionamentos.
Complementando, para Popper (1974 apud APPOLINÁRIO,
2004), o conhecimento científico possui quatro aspectos
essenciais, quais sejam:
• replicabilidade, aspecto que garante a possibilidade de que o
mesmo conhecimento deve ser apropriado em outra oportunidade,
mediante o uso dos mesmos padrões metodológicos, garantindo,
assim, de que este conhecimento expressa a regra e não a exceção;
• fidedignidade, indicando que será mais fidedigno quanto maior a
possibilidade de ser generalizado em outras pesquisas, que não a

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pesquisa original, sendo aceitável determinada margem de erro;
• generabilidade, assegurando a sua aplicação em diversas outras
situações de pesquisa, acrescendo-se à pesquisa original;
• falseabilidade, refere-se à importância científica, a qual somente é
garantida quando após colocada à prova da refutação.
A ênfase aqui está no conhecimento científico, o qual não
descreve somente o fato, mas procura explicar as razões da
existência dele, por meio dos procedimentos metodológicos,
os quais têm por finalidade disponibilizar os instrumentos ou
mecanismos capazes de conduzir os(as) pesquisadores(as) no
desenvolvimento de sua pesquisa com as características da
cultura acadêmica, sem desprezar suas crenças, valores, ética e
crítica. Esta é a base para sua escrita dos TFT.
O pesquisador tem a determinação de perguntar sobre o que
lhe inquieta e ser pesquisador em educação, em especial, a
educação digital, precisa se questionar sobre: qual a motivação
para pesquisar? O que pesquisar em educação? Como pesquisar
aspectos pedagógicos ou de didática? De que forma abordar a
pesquisa sobre gestão da educação? Como a Tecnologia Digital
da Informação e Comunicação (TDIC) participa na educação?
Estes questionamentos surgem da reflexão do que relata Gatti
(2012), quando afirma que os estudos no “campo da educação”
estão sujeitos às expectativas da sociedade referentes à qualidade
na educação, de potência cada vez maior, abrangendo aspectos
científicos, de ordem profissional, política, administrativa,
econômica, ou, instituição de uma política pública na educação
básica e financiamento da educação.
A abrangência de tópicos a serem pesquisados em educação
tem reforço na fala de Fialho, para quem:

A primeira impressão que qualquer um de


nós tem sobre o panorama de assuntos é a de
que, em educação, não há limites: pesquisa-
se tudo; investiga-se sobre técnicas de
ensino, aprendizagem, condições físicas dos
equipamentos educacionais, políticas de educação,

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currículos, educação formal, escolar e, também,
educação informal; sobre a escola burguesa, a
escola pública, a escola particular e, também, sobre
os movimentos populares de educação, as verbas
estatais, os financiamentos às atividades de ensino,
de pesquisa e de extensão, sobre as questões
políticas, econômicas, culturais, sociais; sobre as
relações professores-alunos, sobre o rendimento
escolar, sobre o desempenho profissional,
sobre a evasão, sobre a repetência ( 2006, p. 3)

Neste contexto,
está o curso de
especialização em
Educação Digital, com
a premissa de oportunizar formação de natureza científica, por
meio do desenvolvimento de pesquisa para profissionais que
atuem nas diversas áreas do saber, os quais desejam ampliar
conhecimento e discutir problemáticas, sem, contudo, almejarem
o ingresso na carreira acadêmica. (FIALHO; HETKOWSKI, 2017).
Ressaltamos que o uso das TDIC no ambiente educacional
requer de professores, técnicos e estudantes a apropriação de
conhecimentos e o desenvolvimento de habilidades e atitudes
diversas, incorporando as competências digitais na sua atuação
profissional.
A elaboração do TFT demanda a pesquisa em educação com
característica de pesquisa na perspectiva de aplicação, de prática,
permitindo a você, pesquisador(a), delinear a sua investigação
com a finalidade de discutir problemas vivenciados ou
experenciados na sociedade, em especial aqueles relacionados à
sua atuação laboral. A realização da pesquisa aplicada é instigada
pela ideia de apropriar novos conhecimentos com o objetivo de
aplicar os resultados apresentados e assim identificar a solução
para a questão problema formulada, a partir de necessidades
concretas. (APPOLINÁRIO, 2004).
A problemática vivenciada no ambiente da educação refere-
se ao ambiente de formação que sofre constantes mudanças
decorrentes da dinâmica da própria sociedade, posto que os

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professores ou técnicos atuam diretamente com a formação
do outro, por conteúdo, o que permite a apropriação de novos
conhecimentos, ou seja, com o exercício da cidadania.
Retornando à cultura acadêmica, a composição do percurso
metodológico na pesquisa em educação, obedece ao rigor
científico disposto no rito acadêmico, com início na definição
do tema, em seguida pela delimitação da situação vivenciada
pelo(a) pesquisador(a), ou que o(a) inquieta, aqui traduzida por
problemática. A escolha de um estudo começa pela decisão em
relação a: o que pesquisar? O que fazer? Quais informações
serão procuradas? Onde? Como escrever?
Na pesquisa, a metodologia somente é estruturada a partir
de três componentes: tema, questão problema e objetivos.
O tema é o primeiro passo e o mais importante, posto que
relata a proposição que será abordada pelo(a) pesquisador(a).
A escolha deve começar por alguma inquietação, vontade de
investigar, afetividade, interesse ou curiosidade pessoal. O(A)
pesquisador(a) deve ser seduzido(a) pelo tema a ser investigado,
a fim de evitar sofrimento durante o desenvolvimento do estudo
e sim estar envolvido pela investigação.

Conforme já mencionado, a
escolha do tema é decisão do(a)
estudante. É essencial expressar
uma ideia clara, precisa da
proposição que será abordada por
você, pesquisador(a). Utilizando
como referência o “artigo modelo”
disponibilizado no AVA do TFT1,
tem-se como tema formação

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de professores em parceria
com a modalidade a distância.
Neste sentido, elencam-se, a
seguir, critérios que auxiliam na
delimitação do tema:
• Geográfico, relativo ao contexto
espacial. É preciso delimitar o locus
da observação, ou seja, o local onde
o fenômeno em estudo ocorre. O parâmetro espacial escolhido
influenciará diretamente no processo e nos resultados da pesquisa.
No artigo em referência, o locus é a Universidade do Estado da Bahia,
em específico sua Unidade Acadêmica de Educação a Distância; e
• Histórico, que equivale ao período em que o fenômeno a ser
estudado será circunscrito, por meio da série histórica. A realização
da pesquisa é definida situando o objeto no tempo presente, ou
recuando no tempo, que também influenciará diretamente no
processo e nos resultados da pesquisa. No artigo, utilizado como
exemplo o período de estudo abrange 2009 a 2019.
Apesar de ser o primeiro passo, a escolha do tema não é de
todo o mais fácil, considerando que temas para pesquisar não
faltam, a dificuldade está em decidir por um deles e selecionar
um tema, equivale a eliminar os outros passíveis de serem
investigados.
Com a finalidade de orientar a escolha do tema, é interessante
definir critérios de seleção e estabelecer prioridades de acordo
com as necessidades ou possibilidades do(a) pesquisador(a) a
partir de fatores internos, os quais expressam estreita relação
com você, e os fatores externos, que possuem vínculo com o
ambiente, seja a instituição na qual a pesquisa será desenvolvida
ou o acesso às informações, às fontes, conforme detalhamento
a seguir:
• Fatores Internos
• Afetividade ou alto grau de interesse pessoal. É fato que a
realização de uma pesquisa é pertinente ter um mínimo de prazer
nesta atividade. A escolha do tema está vinculada, portanto, ao
interesse pelo assunto a ser pesquisado, caso contrário, o assunto
que não seja relevante para quem pesquisa tornará o processo
um exercício de tortura e sofrimento;
• Tempo disponível para a realização do trabalho de pesquisa.

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Na escolha do tema, há que se levar em consideração a quantidade
de atividades a cumprir para efetivar a pesquisa e incluir também o
tempo das atividades incorporadas no cotidiano, não relacionados
à pesquisa; e
• O limite das capacidades do(a) pesquisador(a) em relação ao
tema pretendido. É pertinente ter consciência da limitação quanto
a conhecimentos para não abordar assunto fora de sua área de
atuação.
• Fatores Externos
• A relevância do tema escolhido deve ser relevante quanto à
novidade, à oportunidade, ao valor acadêmico e social. É pertinente
que o(a) pesquisador(a) conheça e tenha interesse em pesquisar,
discutir, dialogar sobre o tema escolhido. Reforçamos que a
motivação para desenvolver o estudo parte do(a) pesquisador(a)
e, consequentemente, a análise atinente à relevância do tema
para grupos de pessoas ou para a sociedade em geral é de
responsabilidade de quem o escolhe, considerando que a pesquisa
científica tem por princípio possibilitar a identificação de resposta
à situação-problema apresentada;
• O limite de tempo disponível para a conclusão do estudo. O
tema escolhido deve auxiliar a realização da pesquisa no período
especificado para tal, de forma a assegurar a conclusão, sem
prejuízos ou situações que exijam prorrogação. Desta forma, é
prudente que o(a) pesquisador(a) opte por assuntos que permitirão
cumprir o cronograma de estudo, em especial na situação na qual
exista a determinação de um prazo para a entrega do relatório
final da pesquisa; e
• Material de consulta, dados e informações indispensáveis
ao(à) pesquisador(a). Diz respeito à disponibilidade de material
para consulta, de maneira a permitir o desenvolvimento do
estudo. Salientamos que em muitas pesquisas o tema escolhido
ainda é pouco discutido por autores, situação que impõe ao(à)
pesquisador(a) explorar fontes primárias, implicando em mais
tempo para a realização da investigação. Por fonte primária,
entendemos a obtenção da informação e dados em sua origem,
enquanto a fonte secundária, corresponde à consulta de estudos
realizados por autores a partir de investigações abordadas e
discutidas em um primeiro momento a cargo de outros(as)
pesquisadores(as) (APPOLINÁRIO, 2004). A realização da pesquisa
em fonte primária não impede o seu desenvolvimento, mas deve
ser levada em consideração para que o tempo estabelecido não
seja ultrapassado, isto é o tempo previsto no cronograma da
pesquisa.

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A escolha do tema é decisão do pesquisador(a), pois o
que pesquisar decorre do seu interesse e da sua motivação.
Neste contexto, utilizando como referência o “Artigo Modelo”,
intitulado no Componente Curricular TFT 1 da Trilha 01 –
Sociedade Tecnológica, Desenvolvimento do Artigo – 1ª etapa,,
tem-se como tema escolhido: a formação de professor com o
uso da educação a distância (ANDRADE; BENEVIDES; PIMENTA,
2020).
Uma vez escolhido, o tema começa a crescer, a despertar
curiosidade e fomentar o processo de estudar, de pesquisar. No
intuito de incentivar a escolha, apresentamos a seguir sugestões
de temas relativos à sociedade tecnológica e à Tecnologia Digital
da Informação e Comunicação (TDIC), a saber:
• Momento Pandêmico
• Explorar a situação da Pandemia e do retorno progressivo ao
trabalho no presencial;
• Focar em experiências pessoais, vivências, reflexões,
compreensões;
• Valorizar as experiências exitosas, notadamente, o que deu certo;
e
• Identificar de forma crítica a realidade vivida e as formas de
superação para o alcance da “educação digital”.
• Educação Digital
• TDIC incorporadas no fazer diário das suas atividades, na escola
ou na universidade;
• O uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação
(TDIC) na Educação Básica e Superior;
• Ética;
• Plágio;
• Fake news e ensino crítico;
• Propriedade intelectual na educação digital;
• Objetos de aprendizagem;
• Design instrucional; e
• Projetos político pedagógicos.
• Ecossistemas Educativos
• Compreender as nossas fragilidades e prospetarmos a fluência
digital, estudos que realizem o levantamento “do estado da arte”
ou estudos de casos;

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• Formação cultural, social e de trabalho – pesquisa-ação ou
estudos de casos; e
• Entender as necessidades em termos de competências digitais
dos agentes administrativos, como essenciais para a transformação
digital que ocorre nos espaços educativos.
• Ecossistemas Educativos e Educação Digital (On life)
• Conceitos: educação digital, educação digital em rede, educação
on life, entre outros;
• Possibilidades da educação digital, de acordo com o contexto
de cada pesquisador, embasadas em teorias da comunicação,
na interação, na inclusão, nas quais a tecnologia responda às
necessidades pedagógicas;
• Pesquisar formas de organização de ambientes virtuais de
aprendizagem para uma educação digital e que considere a
simbiose com outros aspectos essenciais a aprendizagem;
• Pesquisar modelos pedagógicos, tecnologias, atividades
pedagógicas, processos de avaliação; e
• Compreender, a partir de focos bem delimitados, que estruturas
tecnológicas e pedagógicas são importantes para uma educação
digital.
• Desafios e Perspectivas da Educação Híbrida
• Como estão sendo assimilados e ressignificados por escolas,
universidades e redes – o conceito de educação híbrida e sua
estratégia de operacionalização - modalidade, metodologia,
estratégia...;
• Processos de implantação da educação híbrida em escolas,
universidades, como estudos de caso, observando diversas esferas:
cogendramento entre o virtual e o presencial e o próprio híbrido;
dispositivos e soluções tecnológicas; processos de interação;
plataformas e ambientes digitais, formação de professores e
técnicos para a educação híbrida; organização pedagógica e
administrativa para a educação híbrida.
• Multimodalidade, Multiletramentos e Educação
• A relação entre as tecnologias e a teoria dos textos multisemióticos
ou multimodais;
• Investigar processos de formação de leitores a partir da
multimodalidade e como isso se insere na pedagogia dos
multiletramentos;
• Autores de textos multimodais: professores, alunos, técnicos em
que inter-relações se estabelecem;

20
• Entender a organização de materiais didáticos digitais na
perspectiva da multimodalidade;
• Compreender o papel que os textos multissemióticos, exercem
nos livros didáticos e outros materiais, indicados pelo PNLD para a
educação básica, nos processos de ensino e de aprendizagem, em
especial para as práticas de multiletramentos; e
• Criação e aplicação de protótipos didáticos nas mais diversas áreas
e interdisciplinares, como objeto de investigação, que considerem
a perspectiva da escola conectada, os textos multimodais e a
pedagogia dos multiletramentos.
• Formação de Professores e Práticas Pedagógicas para a
Educação Digital
• Experiência(s) de formação de professores realizadas por
universidades, pelas redes de educação, por outras organizações
em termos de educação digital e seus resultados;
• Pesquisas que tematizem o papel das universidades na formação
inicial de professores para a educação digital; na formação
continuada de professores (projetos e programas); na gestão
pedagógica das escolas para a educação digital;
• Pesquisa que tematize como cada rede (estadual ou municipal)
tem pensado a formação de professores, de equipe pedagógica e
administrativa para a educação digital;
• O papel das teorias pedagógicas na construção de uma educação
digital;
• Experiências que incorporem as metodologias ativas (professores
e alunos em processos de interação), centradas nos princípios da
comunicação, como um dos elementos da prática pedagógica;
• Desenvolvimento de práticas colaborativas entre professores
e professores numa perspectiva interdisciplinar, entre alunos e
professores, entre outras possibilidades;
• Pesquisas que tematizem práticas pedagógicas que evidenciem
conexões entre áreas, aprender em rede, projetos que tragam a
perspectiva de aprendizagem aberta por trilhas, aprendizagem
móvel, ensino personalizado; e
• Educação digital e as desigualdades educacionais (equidade
–tecnologias – acesso – conexões de redes – infraestrutura de
escolas, oportunidades para todas as pessoas, educação inclusiva,
evasão escolar, entre outros).
Até aqui, a iniciativa consistiu em situar você, pesquisador
ou pesquisadora que está começando a elaborar o TFT, no
ambiente de escrita acadêmica e científica, suas especificidades,

21
ressaltando mais uma vez que a motivação do que pesquisar
nasce de seu interesse, de sua vontade na apropriação de
conhecimentos e no desejo de socializar as discussões, análises,
críticas, contribuições e proposições por meio de artigo, capítulo
de e-book ou videoaula, paper e portfólio.
Começamos falando um pouco sobre a ética na pesquisa!

Ética na Pesquisa Científica


A pesquisa científica é referência para o conhecimento
apropriado na sociedade e que tem proporcionado
significativas mudanças na qualidade de vida em decorrência do
desenvolvimento científico e tecnológico contemporâneo. Neste
contexto, esta parte de nosso texto aborda a ética na pesquisa e
o cuidado com os sujeitos de pesquisa, posto que, no processo
de elaboração dos TFT, pessoas serão envolvidas de forma direta
ou indireta.
As iniciativas da pesquisa, em grande parte, resultam em
descobertas que têm efeitos positivos no nosso cotidiano, a
exemplo das vacinas, em especial no enfrentamento da Covid-19.
Contudo, há também os efeitos não favoráveis às pessoas,
animais e ao meio ambiente, como uso dos agrotóxicos de forma
abusiva, o uso de animais em pesquisas de forma irresponsável
e a bomba atômica que destruiu populações.
Com o objetivo de preservar pessoas, animais e ambiente,
temos que desenvolver pesquisas de forma responsável, com
ética, garantindo o bem-estar e a integridade de todos e de tudo.
Por ética, compreendemos referência ao estudo dos valores
morais, do comportamento moral (APPOLINÁRIO, 2004).
A pesquisa que envolve seres humanos deve ser orientada
pela Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho
Nacional de Saúde (CNS). Neste cenário, o inciso III.1 da citada
Resolução dispõe que a eticidade da pesquisa implica em:

22
a) consentimento livre e esclarecido dos indivíduos-
alvo e a proteção a grupos vulneráveis e aos
legalmente incapazes (autonomia). Neste sentido, a
pesquisa envolvendo seres humanos deverá sempre
tratá-los em sua dignidade, respeitá-los em sua
autonomia e defendê-los em sua vulnerabilidade;
b) ponderação entre riscos e benefícios, tanto
atuais como potenciais, individuais ou coletivos
(beneficência), comprometendo-se com o máximo
de benefícios e o mínimo de danos e riscos;
c) garantia de que danos previsíveis
serão evitados (não maleficência);
d) relevância social da pesquisa com vantagens
significativas para os sujeitos da pesquisa e
minimização do ônus para os sujeitos vulneráveis,
o que garante a igual consideração dos interesses
envolvidos, não perdendo o sentido de sua destinação
sócio-humanitária (justiça e equidade). (CNS, 1996).

Na Universidade do Estado da Bahia, as orientações referentes


aos procedimentos de pesquisa observando as normas do CNS
estão a cargo do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), criado pela
Portaria da Reitoria nº 1707/2003, é uma instância colegiada,
de natureza consultiva, deliberativa, educativa e independente,
vinculada à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) do
Ministério da Saúde (MS). (UNEB, 2011)
O CEP tem como finalidade avaliar, fiscalizar e autorizar o
desenvolvimento de pesquisas realizadas por alunos, técnicos
administrativos, pesquisadores e docentes, envolvendo seres
humanos, de forma direta ou indireta, no âmbito da Uneb.
Complementa a orientação no âmbito do CNS a Resolução
nº 510, de 07 de abril de 2016, que dispõe sobre as normas
aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais cujos
procedimentos metodológicos envolvam a utilização de dados
diretamente obtidos com os participantes ou de informações
identificáveis ou que possam acarretar riscos maiores do que os
existentes na vida cotidiana. Assim, de acordo com a Resolução
CNS nº 510/2016, os projetos que não necessitam de apreciação
dos Comitês de Ética são:

23
I – pesquisa de opinião pública com participantes
não identificados;
II – pesquisa que utilize informações de acesso
público, nos termos da Lei no12.527, de 18 de
novembro de 2011;
III – pesquisa que utilize informações de domínio
público;
IV - pesquisa censitária;
V - pesquisa com bancos de dados, cujas informações
são agregadas, sem possibilidade de identificação
individual;
VI - pesquisa realizada exclusivamente com textos
científicos para revisão da literatura científica;
VII - pesquisa que objetiva o aprofundamento
teórico de situações que emergem espontânea e
contingencialmente na prática profissional, desde que
não revelem dados que possam identificar o sujeito; e
VIII – atividade realizada com o intuito exclusivamente
de educação, ensino ou treinamento sem finalidade
de pesquisa científica, de alunos de graduação, de
curso técnico, ou de profissionais em especialização.
§1º Não se enquadram no inciso antecedente os
Trabalhos de Conclusão de Curso, monografias e
similares, devendo-se, nestes casos, apresentar
o protocolo de pesquisa ao sistema CEP/CONEP;
§2o Caso, durante o planejamento ou a execução da
atividade de educação, ensino ou treinamento surja
a intenção de incorporação dos resultados dessas
atividades em um projeto de pesquisa, dever-se-
á, de forma obrigatória, apresentar o protocolo
de pesquisa ao sistema CEP/CONEP. (CNS, 2016).

Caso a sua pesquisa não atenda aos incisos descritos


na Resolução CNS nº 510/2016, será necessário atender às
orientações do CEP referente ao lançamento do projeto de
pesquisa junto à Plataforma Brasil.
Vamos à terceira parte, a qual versará sobre a composição da
metodologia!

24
O lugar do percurso metodológico
A discussão e o entendimento sobre conhecimento científico
são necessários para a escrita de qualquer trabalho acadêmico-
científico e exigências naturais da cultura acadêmica, para que
se possa estabelecer a delimitação do tema. Neste sentido, é
importante escrever de forma clara e precisa sobre o assunto
escolhido em uma pesquisa e/ou estudo acadêmico.
Escolhido o tema, surgem perguntas: como escrever? O que
escrever? Qual o objetivo? O trabalho acadêmico-científico é
composto pelo tema, abordagem contextual ou fundamentação
teórica e a abordagem operacional ou metodológica (a qual
auxilia a realização da pesquisa), a discussão, a análise, a crítica
e a conclusão. Nesta linha, as perguntas acima devem ser
respondidas na descrição dos procedimentos metodológicos.
A palavra metodologia (de método, acrescido de logia),
significa a “arte de dirigir o espírito na investigação da verdade”,
“estudo dos métodos e, especialmente, dos métodos das
ciências” (FERREIRA, 2010). Acrescentamos que o método mostra
o caminho, as regras e proporciona o delineamento que orienta
a pesquisa de maneira a alcançar os resultados da pesquisa
(LAVILLE; DIONNE, 1999).

A questão problema
Após a contextualização do tema, a etapa seguinte consiste
na formulação da questão problema. O desenvolvimento da
pesquisa depende de uma pergunta, de problemas científicos.
Assim, perguntamos: o que entendemos por questão problema?
A questão problema exprime um questionamento sobre um
determinado tema, sobre o qual você quer pesquisar, discutir e
apresentar uma solução e/ou uma proposição de resolução. “Um
problema científico é uma questão que mostra uma situação,
necessitando de discussão, investigação, decisão e solução”
(KERLINGER, 1980, p. 35), que será respondida com a pesquisa.
Descrita como o núcleo central da pesquisa:

25
[...] uma questão não resolvida, é algo para o qual
se vai buscar resposta, via pesquisa. Uma questão
não resolvida pode estar referida a alguma lacuna
epistemológica ou metodológica percebida, a
alguma dúvida quanto à sustentação de uma
afirmação geralmente aceita, a alguma necessidade
de pôr à prova uma suposição, a interesses práticos, à
vontade de compreender e explicar uma situação do
cotidiano ou outras situações. (VERGARA, 2016, p. 21).

Como formular a questão problema? Seguem algumas


regrinhas:
• Algumas fontes de questionamento são: experiência profissional,
dedução da teoria, inspiração na literatura;
• Deve ser formulada como pergunta. É a maneira mais fácil e direta,
pois induz a pesquisar para obter a resposta;
• Deve ser clara e precisa, utilizando palavras que expressem o
que se quer perguntar, possibilitando apresentar a solução com o
desenvolvimento da pesquisa;
• Ter referência em experiência ou situações identificadas e não em
percepções ou valores pessoais;
• Deve ser suscetível de solução, para tanto você deve conhecer
possíveis caminhos ou formas para solucionar o problema proposto;
• Interessante mencionar o locus da pesquisa e o período investigado;
e
• Deve ser delimitada a uma dimensão viável e possuir estreita
relação com os meios disponíveis para a investigação.

26
Ainda em relação à questão problema, ela deve ser desdobrada
em “questões orientadoras” ou “questões norteadoras”. Estas
devem relatar suas dúvidas para responder à questão problema,
auxiliando na composição da fundamentação teórica.
Nesse contexto, podemos observar a questão problema
do artigo utilizado como exemplo: “Qual a contribuição da
Universidade do Estado da Bahia (Uneb) na formação de
docentes no estado da Bahia, considerando a modalidade de
educação a distância?”. (ANDRADE; BENEVIDES; PIMENTA,
2020). E como questões orientadoras: “Como se configura a
modalidade de educação a distância no Brasil? De que maneira
estão organizadas estrutura e ações da modalidade a distância na
Uneb? Qual o perfil para a formação de docentes na modalidade
de educação a distância?”. (ANDRADE; BENEVIDES; PIMENTA,
2020).

Os objetivos
Formulada a questão problema, o passo seguinte é estabelecer
o objetivo da pesquisa, ou seja, informar o que se deseja
alcançar. É a hora de especificar a finalidade da pesquisa, o que
se quer atingir. Os objetivos devem ser redigidos com o verbo no
infinitivo: analisar, compreender, identificar, caracterizar, situar,
dentre outros.
Na pesquisa, temos o objetivo geral e os objetivos específicos.
O objetivo geral expressa o que se quer atingir por meio da
realização da pesquisa, explicitando de maneira clara e precisa
os fins pretendidos. A relação entre a questão problema e o
objetivo geral é direta, consequentemente, ao alcançar o objetivo
geral estamos respondendo a questão problema.
Quanto aos objetivos específicos, decorrem do objetivo geral e
auxiliam o alcance deste. Têm relação estreita com as questões
orientadoras e funcionam como um roteiro a ser seguido pelo(a)
pesquisador(a), para a composição da fundamentação teórica e
estruturação das análises, após os achados da pesquisa.
Voltando ao artigo adotado como exemplo (ANDRADE;
BENEVIDES; PIMENTA, 2020), relacionamos a seguir a questão

27
problema com o objetivo geral e questões orientadoras com os
objetivos específicos:
• Questão Problema = “Qual a contribuição da Universidade do
Estado da Bahia (Uneb) na formação de docentes no estado da Bahia,
considerando a modalidade de educação a distância?”
• Questões Orientadoras =
• “Como se configura a modalidade de educação a distância no
Brasil?
• De que maneira estão organizadas estrutura e ações da
modalidade a distância na Uneb?
• Qual o perfil para a formação de docentes na modalidade de
educação a distância?”.
• Objetivo Geral = “Evidenciar a contribuição da Uneb na formação
de docentes na Bahia, considerando a modalidade de educação a
distância, a EAD.”
• Objetivos específicos =
• “Apresentar a legislação que ampara a estruturação da EaD no
Brasil;
• Expor a estruturação da modalidade EaD na Uneb;
• Identificar o número de cursos de licenciatura já ofertados nessa
universidade;
• Constatar o número de alunos formados em licenciaturas, na
modalidade EaD, na Uneb”.

É possível estabelecer hipóteses?


É possível estabelecer hipótese a ser verificada. Significa
levantar uma suposição no sentido de antever a resposta ao
problema delimitado para a pesquisa.
Diferentemente da questão problema, que possui o formato
de pergunta, a hipótese é estruturada sob a forma de afirmação,
a qual orienta o desenvolvimento da pesquisa na perspectiva de
confirmar ou de refutar a hipótese.
Seguindo Appolinário (2004), a hipótese deve apresentar as
seguintes características:
• Ser plausível, isto é, apontar situação de natureza científica, passível
de estudo e comprovação;
• Ser consistente, o enunciado da hipótese deve atender aos critérios
do conhecimento científico, expressando realidades já estudadas;

28
• Ser específica, estar restrita aos aspectos e às variáveis relacionadas
com a questão problema da pesquisa;
• Ser verificável, quando possibilita a verificação mediante a utilização
de métodos de pesquisa difundidos e aceitos no ambiente científico;
• Ser clara, entendendo que a sua formulação deve evitar termos
prolixos ou confusos; e
• Ser explicativa, devendo estar em perfeita sintonia com a questão
problema e possibilitar um melhor entendimento da citada questão
problema.
Importante lembrar ainda que a formulação de hipótese não é
obrigatória para a realização da pesquisa, considerando que ela
não substitui a questão problema, a qual é o núcleo central da
pesquisa. A escolha é do(a) pesquisador(a).
Seguindo o nosso exemplo, temos como questão problema
“Qual a contribuição da Universidade do Estado da Bahia (Uneb)
na formação de docentes no estado da Bahia, considerando a
modalidade de educação a distância?”; nesta linha, a hipótese
seria: a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) contribui para
a formação de docentes no estado da Bahia, com a oferta de
cursos na modalidade de educação a distância.

Justificativa
É o momento em que você deve externar a motivação da escolha
e importância do tema escolhido para a pesquisa, ressaltando os
aspectos pessoal, acadêmico, teórico ou prático e a relevância
social. Deverá também exaltar a importância do tema a ser
estudado, expressando à contribuição para o conhecimento do
objeto da pesquisa e o porquê de realizar a pesquisa, bem como
a oportunidade de desenvolver estudos sobre o tema, a partir da
questão problema formulada.
No contexto do TFT do curso de Especialização em Educação
Digital, é pertinente ressaltarmos que os elementos até aqui
detalhados, quais sejam: o tema, a questão problema, as questões
orientadoras (opcional), os objetivos, a hipótese (opcional) e
a justificativa devem compor a introdução do artigo, capítulo
de e-book ou videoaula, paper e portfólio, considerando que a

29
função da citada introdução é apresentar ao leitor o enfoque
sobre o tema discutido, sua relação com o curso e motivação
para a realização da pesquisa delimitada. A seguir, abordaremos
a composição da fundamentação teórica e as caraterísticas da
metodologia.

Como compor a fundamentação teórica


Observamos que os elementos iniciais da pesquisa estão
interrelacionados, isto é, o tema nasce da questão problema,
desta é estabelecido o objetivo geral, do qual derivam os objetivos
específicos e todos explicitam a motivação e o porquê realizar
a pesquisa. Neste contexto, qual relação com a fundamentação
teórica?
Esta parte do texto abordará estudos sobre o tema, sendo
que estes estudos realizados por outros autores devem ser
escolhidos para leitura, a partir da questão problema formulada.
A ideia é permitir o diálogo entre você e os autores, propiciando,
em seguida, ao seu leitor conhecer o que está sendo discutido
sobre o tema, do ponto de vista da compreensão do estado da
arte, por meio da contextualização.
De forma direta, a fundamentação teórica é composta por
tópicos relacionados aos objetivos específicos, permitindo ao
pesquisador expor suas preferências, suas observações, suas
discordâncias e identificar lacunas, com a indicação de abordagens
futuras. Vergara (2016) ressalta que a fundamentação teórica
tem como finalidade:
• Possibilitar ao pesquisador ter melhor percepção quanto à questão
problema formulada, considerando que as leituras permitirão maior
conhecimento sobre o tema;
• Contribuir na formulação das questões orientadoras, hipóteses e
suposições, qual seja a escolha do pesquisador;
• Induzir o método, os procedimentos de pesquisa, a coleta e o
tratamento dos dados e as informações que tenham maior aderência
com a questão problema formulada; e
• Subsidiar o(a) pesquisador(a) na interpretação e análise dos dados
e informações coletados, enfim, os achados da pesquisa.

30
O processo efetivo de compor a fundamentação teórica
consiste na leitura e elaboração de resumos ou fichamentos
sempre utilizando como parâmetro a questão problema
formulada. São exemplos de fontes: livros, periódicos, teses,
dissertações, relatórios de pesquisa e outros materiais escritos,
impressos ou disponíveis em plataformas referenciadas no
ambiente acadêmico e científico. Se possível, acesse as obras e
faça, em um primeiro momento, a leitura dos resumos a fim de
eliminar aquelas que não contribuirão com a sua pesquisa.

Ainda utilizando o nosso artigo “modelo”, temos:


Objetivos específicos X Composição da fundamentação teórica:
• Apresentar a legislação que ampara a estruturação da EaD no Brasil
X exposição sobre as políticas públicas de formação docente a partir
da legislação pertinente à oferta a distância;
• Expor a estruturação da modalidade EaD na Uneb X experiência
da Uneb com a oferta de cursos de graduação na modalidade a
distância; e
• Identificar o número de cursos de licenciatura já ofertados
nessa universidade e constatar o número de alunos formados em

31
licenciaturas, na modalidade EaD, na Uneb X formação docente,
em meio a um contexto que exige competências para as quais não
recebeu formação.

O delineamento do método e dos procedimentos de


pesquisa
Você já escolheu o tema e formulou a questão problema.
Estabeleceu o objetivo geral e os objetivos específicos, justificou
a sua pesquisa e estruturou a fundamentação teórica. Agora, o
passo consiste em compor a metodologia. Qual o método é o
mais adequado para a pesquisa? Como realizar a pesquisa? De
que maneira proceder o levantamento de dados e informações?
Vale lembrar que a pesquisa é uma busca sistemática
de solução de um problema ainda não resolvido. Assim, a
delimitação da metodologia começa com o detalhamento da
natureza da pesquisa, utilizando como ponto de partida a
questão problema e o objetivo geral. De acordo com Gil (2022),
as pesquisas são identificadas como de natureza exploratória,
descritiva e explicativa.
A pesquisa exploratória possibilita maior familiaridade com
a situação em estudo, caracterizada como situação problema,
no sentido de entender e aprimorar as ideias ou descoberta
de intuições, por meio de leituras de obras sobre o tema em
estudo, entrevistas com pessoas que vivenciaram o problema
pesquisado, ou discussão e análise de situações de mesma
natureza, que estimulem a compreensão.
A segunda natureza denominada descritiva, para Vergara (2016,
p. 49), “[...] expõe características de determinada população
ou de determinado fenômeno [...]”, permitindo estabelecer
correlações entre aspectos inerentes à situação problema em
estudo. Ela propicia a análise das características de determinada
população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de
relações entre varáveis, com o objetivo de refletir a realidade do
universo a ser pesquisado (GIL, 2022).
A natureza explicativa tem por característica proporcionar
aprofundamento do conhecimento sobre a situação em

32
discussão e análise, quando identifica as causas ou fatores que
determinam ou influenciam para a ocorrência do fenômeno em
estudo.
Caracterizada a natureza da pesquisa, temos a definição da
abordagem, se qualitativa ou quantitativa para atingir o objetivo
estabelecido. Por abordagem quantitativa, entendemos que a
análise dos achados da pesquisa é realizada por meio de variáveis
predeterminadas, mensuradas e expressas numericamente.
Também os resultados são analisados por mecanismos com
referencial numérico, a exemplo da estatística. (APPOLINÁRIO,
2004).
Em resumo, a pesquisa de abordagem qualitativa se preocupa
com o fenômeno, isto é, a interpretação de um fato é realizada
pelo pesquisador(a), responsável pela coleta dos dados no
contato direto com a situação estudada, ênfase maior no processo
do que no resultado, em como obter os dados e descrever as
suas caraterísticas. Já a pesquisa de abordagem quantitativa
utiliza a quantificação tanto na coleta de informações, quanto no
tratamento dessas por meio de técnicas estatísticas - percentual,
média, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de
regressão, dentre outras.
Para Gil (2022), o delineamento representa a composição
do planejamento da pesquisa de forma geral, abrangendo
a natureza, a abordagem, a definição dos procedimentos, o
ambiente da pesquisa e a identificação das técnicas de coleta e
análise de dados.
Salientamos também a importância da distinção das fontes
de pesquisa, no sentido de facilitar a escolha do delineamento,
quais sejam: as fontes primárias, caracterizadas por documentos
que ainda não foram discutidos por outros(as) autores(as)
pesquisadores(as) e possibilitarão a realização das análises para
posterior elaboração do relatório de pesquisa, a exemplo de leis,
decretos, fotografias, cartas; e as fontes secundárias, entendidas
como obras nas quais as informações já foram elaboradas por
outros(as) autores(as) pesquisadores(as), como livros, apostilas,
teses, monografias, dentre outros.

33
Gil (2022) menciona, ainda, que a realização da pesquisa
acontece em ambientes diversos, o que implica em termos
diversidade de métodos e técnicas para a coleta e análise dos
dados, alinhadas à ênfase que orienta a análise e interpretação
dos achados da pesquisa, considerando a questão problema
e o objetivo geral estabelecido. Assim, entendemos que a
classificação da pesquisa ocorre de acordo com o delineamento
adotado, considerando todos os elementos aqui descritos. A
seguir, descrevemos algumas modalidades de delineamentos:
• Pesquisa Bibliográfica - desenvolvida com base em material já
elaborado, a exemplo de livros, anuários, almanaques, jornais,
revistas, impressos diversos;
• Pesquisa Documental - utiliza materiais que não receberam
tratamento analítico, de acordo com o objeto de pesquisa, sendo
cartas pessoais, diários, fotografias, gravações, memorandos,
regulamentos, boletins, relatórios, tabelas;
• Pesquisa Experimental - determina um objeto de estudo, seleciona as
variáveis relacionadas, define as formas de controle e de observação,
a fim de identificar o efeito da variável sobre o objeto escolhido;
• Pesquisa ex-pós facto - identifica situações que se desenvolveram
naturalmente, adotando o uso de varáveis como se tivesse controle
sobre as mesmas. É muito utilizada na área da saúde, para o
controle da população vacinada;
• Estudo de caso - estudo profundo e exaustivo de um ou pouco
objetos que possibilite seu amplo e detalhado conhecimento,
por meio da descrição da situação no contexto em que acontece
a investigação. Contribui para a compreensão de fenômenos
organizacionais contemporâneos e trata o objeto estudado como
uma representação singular da realidade;
• Levantamento (survey) - consiste na realização de interrogação
direta das pessoas cujo comportamento é o objeto de estudo, a partir
da questão problema formulada, possibilitando o conhecimento
direto da realidade com economia e rapidez, a depender da equipe
de entrevistadores ou da utilização de sistemas de informação. Os
dados obtidos podem ser agrupados em tabelas, que possibilitam a
análise estatística; e
• Pesquisa-ação – é realizada de forma articulada com uma ação ou
resolução de um problema coletivo, onde o(a) pesquisador(a) e as
pessoas estão envolvidas diretamente com a situação em estudo.
Estas são as modalidades de delineamento de pesquisa

34
utilizados com maior frequência, sem desprezar as outras
também descritas na literatura. Reforçamos, mais uma vez, a
ideia de integração entre questão problema, objetivo geral e
fundamentação teórica com a escolha do delineamento, que
também delimitam a identificação dos procedimentos para a
coleta de dados e informações mais adequados.

Procedimentos para coleta de dados e informações


e as análises
Os procedimentos utilizados para a coleta de dados e
informações, bem como referentes às análises devem estar
claros e expressos na metodologia, possibilitando que as pessoas
tenham acesso à publicação do relatório de pesquisa, neste caso
o artigo, o capítulo de e-book ou videoaula, o paper e o portfólio,
entendendo como o pesquisador(a) alcançou o objetivo geral da
pesquisa.
É bom lembrar que a questão problema e o objetivo geral são
elementos orientadores para a escolha de tais procedimentos. É
com base nestes que você apresenta a justificativa, inclusive para
a opção de utilizar uma entrevista em lugar do questionário, por
exemplo.
A questão problema e o objetivo geral também orientam
a fase seguinte, para que se identifiquem as categorias a
serem analisadas. Para Gomes (1994), categoria significa um
conjunto de elementos com características comuns ou que
se relacionam entre si, utilizadas pelo(a) pesquisador(a) para
estabelecer classificações que tenham o mesmo conceito.
Adotando a estrutura de categorias, você terá maior controle
no desenvolvimento das análises com base nos achados da
pesquisa e na fundamentação teórica.
A seguir, elencamos alguns exemplos de procedimentos para
coleta de dados e informações, que auxiliam o procedimento
das análises:
• Entrevista - deve ser estruturada previamente por meio de um plano,
para que no momento de sua realização as informações necessárias
não deixem de ser colhidas;

35
• Questionário - instrumento de coleta de dados elaborado pelo(a)
pesquisador(a) e preenchido pelo respondente. Salientamos que a
linguagem utilizada no questionário deve ser simples, clara e direta,
para que o respondente compreenda o que está sendo perguntado;
• Formulário - instrumento de coleta de dados elaborado e preenchido
pelo(a) pesquisador(a);
• Observação sistemática – possibilita a descrição da situação em
estudo. Antes de iniciá-la, é necessário que o(a) pesquisador(a)
identifique o que será registrado, elabore um plano ou mapa de
registro e conheça o local onde realizará a atividade de observação;
• Grupo focal - grupo de pessoas estruturado pelo(a) pesquisador(a),
a fim de coletar informações sobre um tópico específico integrante
da pesquisa, em encontros organizados para tal finalidade;
• Análise de conteúdo - analisar diferentes fontes de conteúdos,
verbais ou não verbais, em específico quanto ao tema e questão
problema em estudo, exigindo do(a) pesquisador(a) disciplina,
dedicação, paciência e tempo;
• Análise do discurso - análise da fala com o objetivo de compreender
como as pessoas pensam e agem, em especial quanto ao tema
abordado na pesquisa, sendo que a história, o contexto, a posição
social, os valões e costumes interferem nas produções discursivas
dos sujeitos de pesquisa.
Independente do TFT ser artigo, capítulo de e-book ou vídeo
aula, paper, ou portfólio, o desenvolvimento do trabalho
acadêmico científico requer a utilização da metodologia da
pesquisa científica, que garanta a verificação e comprovação
dos achados da pesquisa, bem como o rigor científico, teórico
e metodológico. Todo TFT deve começar pela escolha do
tema, seguido do “núcleo comum”, que consiste em: questão
problema; objetivos; justificativa; metodologia; abordagem e
natureza da pesquisa; embasamento teórico; procedimentos
de coleta de dados ou produção dados: população e amostra;
análise dos dados. (PINA, 2017).

Estrutura dos Trabalhos Finais de Trilha


O “núcleo comum” possibilita a escrita do TFT, considerando
que ele traz os aspectos da pesquisa de forma integrada e
permite que você descreva o seu tema a partir de sua inquietação
– a questão problema, sua motivação – a justificativa e alcance

36
o seu resultado – o objetivo geral. Apresentamos a seguir
o detalhamento da estrutura dos TFT previstos no curso de
Especialização em Educação Digital.

1. Estrutura do Trabalho Final de Trilha 1 – Artigo

Elementos pré-textuais:
• Capa, contracapa e resumo (em língua portuguesa e estrangeira)
deverão conter:
• Título e subtítulo (se houver|) – devem estar na página de
abertura do artigo separados por dois pontos e centralizado;
• Título em língua estrangeira;
• Nomes dos (as) autores (as) – devem estar alinhados à direita;
• Resumo (língua vernácula) – texto com até 250 palavras,
com o tema, o(s) objetivo(s) do artigo, tópicos que compõem a
fundamentação teórica, metodologia adotada para solucionar a
questão problema e os resultados alcançados. O texto é contínuo
sem separação de parágrafos, com a redação clara e objetiva;
• Palavras-chave (em língua vernácula) – até 5 palavras separadas
por ponto e vírgula, que expressem as características do tema em
discussão, com a finalidade de indexar o artigo;
• Abstract ou Resumen – o resumo em português traduzido para o
inglês ou o espanhol; e
• Keywords ou Palabras clave – tradução das palavras-chave para
o inglês ou o espanhol.

Elementos textuais:
• Introdução – tema, questão problema e/ou problemática, hipóteses
(caso existam), justificativa, objetivo geral e específicos e metodologia;
• Desenvolvimento – fundamentação teórica e a análise dos dados e/
ou informações pesquisadas; e
• Conclusão – breve relato sobre o trabalho apresentado e as
considerações finais do autor, com base na análise apresentada.

Elementos pós-textuais:
• Referências;
• Apêndice (se houver); e
• Anexo (se houver).

37
Formatação:
• Tamanho da folha: A4;
• Margens: esquerda e superior = 3,0 cm e direita e inferior = 2,0 cm;
• Tabulação da primeira linha do parágrafo: 1,0 cm de recuo da
margem esquerda;
• Espaço entre linhas: 1,5 cm;
• Alinhamento do corpo do texto: justificado;
• Fonte: Times New Roman ou Arial;
• Tamanho da fonte: 12, para corpo de texto e títulos; 11 para citações
com mais de três linhas, com recuo de 4,0 da margem e espaço de
1,0 cm (simples) entre linhas; e tamanho 10 para notas de rodapé,
paginação, notas, legendas e fontes das ilustrações e tabelas;
• Títulos das seções e subseções: observação a ABNT NBR 6024/2012;
• Paginação, notas, legendas e fontes das ilustrações e tabelas:
utilizar a mesma fonte do texto em tamanho 10;
• Siglas: quando mencionadas pela primeira vez no texto devem ser
indicadas entre parênteses, precedidas do nome completo. Exemplo:
Unidade Acadêmica de Educação a Distância (Unead);
• Ilustrações: colocar a identificação na parte superior da ilustração,
precedida da palavra “figura”, “mapa”, quadro”, dentre outros,
seguida do número de ordem de ocorrência no texto (em algarismo
arábico), de traço e do respectivo título; e
• Número de laudas: no mínimo 15 e máximo 20 páginas.

Normas Brasileiras (NBR) complementares para consulta:


• ABNT NBR 14724:2011 – Normalização de Trabalhos Acadêmicos;
• ABNT NBR 6022/2018 – Informação e Documentação – artigo em
publicação periódica técnica e/ou científica;
• ABNT NBR 6023/2018 – Informação e documentação – Referências
– Elaboração;
• ABNT NBR 6028/2021 – Resumos;
• ABNT NBR 6024/2012 – Numeração progressiva das seções de um
documento; e
• ABNT NBR 10520/2002 – Citações.

2. Estrutura do Trabalho Final de Trilha 2 – Capítulo de


e-book

38
O e-book, também chamado de livro eletrônico, tem como
característica o acesso em tela de dispositivos, possibilitando o
ajuste do corpo de fonte, aumento ou diminuição, bem como o
uso de recursos para marcações e busca por trechos ou palavras-
chave, alteração da cor de fundo da “página”, hiperlinks, imagens
coloridas, dentre outros. Tais características são possibilitadas
pelo formato denominado “ePub” (STUMPF; GONÇALVES, 2012).
A diferença entre o livro impresso e o e-book não se restringe
ao acesso via um dispositivo, mas também na linguagem
utilizada. Você deve escrever pensando em estar “conversando”
com o(a) leitor(a), usando uma linguagem dialógica. A proposta
é que ele(a) se sinta atraído(a) e confortável para a leitura, com
uso de frases curtas, voz ativa e pronome pessoais. Para Stumpf
e Gonçalves (2012), a interface deve ser agradável e os links de
navegação precisam atender às expectativas desse(a) leitor(a),
propiciando uma navegação pelo conteúdo do texto de forma
descomplicada e os recursos de áudio, vídeo e animações são
inseridos e incorporados no texto.
O capítulo do e-book deve apresentar a seguinte estrutura:
• Título em caixa alta e em negrito;
• Informações sobre o(a) autor(a): colocar o nome e redigir um
parágrafo contendo informações sobre graduação e titulação
referente à pós-graduação, área de atuação profissional e vínculo
institucional, área de pesquisa e link de acesso ao Currículo Lattes;
• Apresentação: deve conter saudação inicial, apresentando o tema e
estratégias de motivação para a leitura (um parágrafo);
• Introdução: na primeira seção do capítulo, você expõe ao leitor o
enfoque sobre o tema discutido, sua relação com o estudo, a questão
problema, o objetivo geral, a justificativa, expressando sua motivação
para a realização da pesquisa; deve conter também um breve relato
sobre a estrutura da metodologia e os tópicos, que compõem a
fundamentação teórica.
• Desenvolvimento: nesta segunda parte do capítulo, devem ser
expressos os tópicos da fundamentação teórica, o processo de
desenvolvimento da pesquisa, a partir da descrição do percurso
metodológico. Aqui são também descritos os achados da pesquisa
e as análises, sempre utilizando como referência os tópicos da
fundamentação teórica.

39
• Reforçamos a utilização de linguagem dialógica, clara, concisa,
possibilitando ao(à) leitor(a) a compreensão e interação com
texto. Sempre que possível, faça uma indagação no sentido de
possibilitar reflexão do(a) leitor(a);
• As siglas, quando citadas pela primeira vez no texto, deverão ser
redigidas as respectivas denominações por extenso, seguida das
siglas entre parênteses;
• É interessante chamar a atenção do(a) leitor(a), ao longo do
texto, de aspectos relevantes, utilizandocaixas de textos e ícones
pedagógicos, disponíveis em plataformas de Design Educacional;
• O uso de imagens, figuras, infográficos e outras iniciativas é
estimulado, contudo devem ter relação com o texto e indicado
a fonte (referência). Conforme mencionado do Documento da
Unidade Acadêmica de Educação a Distância (Unead) da Uneb,
denominado “Orientação para Docentes”. Sugerimos a adoção de
bancos de dados gratuitos na obtenção destes, a saber:
• www.freeimages.com;
• www.morguefile.com;
• www.dreamstime.com;
• http://commons.wikimedia.org;
• http://www.freepik.es/;
• http://recursostic.educacion.es/bancoimagenes/web/;
• http://www.stockvault.net/;
• http://www.imcreator.com/free;
• Caso o capítulo do e-book seja dividido em tópicos, observe
o exemplo:
• 1.1 – redija o título do tópico em letra maiúscula e negrito;
• 1.1.1 – redija o título do subtópico em letra minúscula;
• 1.1.2 – redija o título do subtópico em letra minúscula.
• 1.2 – redija título do tópico em letra minúscula e negrito.
• Considerações Finais: deve-se resgatar os aspectos relevantes
abordados no texto a partir da questão problema, objetivos,
justificativa e fundamentação teórica, que forneceram suporte à
elaboração do capítulo. Expressa também os resultados das análises,
devendo associá-los à sua opinião. Prevê propostas e recomendações
utilizando como referência os resultados. A conclusão contém ainda
uma visão retrospectiva de todo o estudo realizado por você;
• Referências: observar o que dispõe a ABNT NBR 6023/2018 –
Referências Bibliográficas;
• Formatação: o texto do capítulo do e-book deverá ser entregue em
versão Word:

40
• Tamanho da folha: A4;
• Margens: esquerda e superior = 3,0 cm; direita e inferior: 2,0 cm;
• Tabulação da primeira linha do parágrafo: 1 cm de recuo da
margem esquerda;
• Espaço entre linhas: 1,5 cm;
• Alinhamento do corpo do texto: justificado;
• Fonte: Times New Roman 12 ou Arial 11, para títulos e corpo de
texto, e 10 para citações com mais de três linhas, com recuo de 4
cm da margem e espaço de 1 cm (simples) entre linhas; no caso
de utilizar “Nota de Rodapé”, a redação do texto será em fonte 10
com espaço de 1 cm (simples) entre linhas, com alinhamento da
segunda linha da mesma Nota de Rodapé, usando como referência
a primeira letra da primeira palavra da primeira linha; e
• Número de páginas (laudas): mínimo 08 e máximo 10.
• Normas Brasileiras (NBR) complementares para consulta:
• ABNT NBR 14724:2011-Trabalhos Acadêmicos;
• ABNT NBR 6023/2018 – Referências Bibliográficas;
• ABNT NBR 6028/2021 – Resumos;
• ABNT NBR 6024/2012 - Numeração progressiva das seções de
um documento;
• ABNT NBR 10520/2002 – Citações.

3. Estrutura do Trabalho Final de Trilha 2 – Videoaula

A linguagem utilizada na videoaula deve ser direta, clara e


precisa, afinal deve despertar o interesse do(a) estudante que
está assistindo. Não temos a oportunidade de identificar as
reações da turma, mas é preciso discutir o conteúdo didático.
A videoaula deve ser curta, mas abrangente, garantindo que
o conteúdo previsto seja socializado. Assim, comece com a
elaboração do roteiro, detalhando a dinâmica das etapas para
gravar o vídeo, observando também o cenário e o local silencioso
para a gravação. Garanta também o equipamento que suporte a
gravação e a geração do link, para disponibilizar na plataforma
escolhida.
Para elaboração do TFT 2 videoaula, teremos apoio do
professor orientador e será realizada live sobre o tema. A seguir,
detalhamos a composição do roteiro:

41
Roteiro
• Apresentação: deve conter saudação inicial, apresentação
do tema e estratégias de motivação para assistir à videoaula
e comentário sobre a questão problema, o objetivo geral, a
justificativa, expressando sua motivação para a realização da
pesquisa;
• Desenvolvimento: aqui você expressará os tópicos da
fundamentação teórica, o processo de desenvolvimento da
pesquisa a partir da descrição do percurso metodológico, bem
como os achados da pesquisa e as análises, sempre utilizando
como referência os tópicos da fundamentação teórica;
• Concluindo: reforce os aspectos relevantes abordados na
videoaula e faça uma breve despedida;
o Referências: observe o que dispõe a ABNT NBR 6023/2018 –
Referências Bibliográficas;
• Produção: descreva o material necessário para a gravação,
evitando imprevistos, a exemplo da composição do cenário, ou
material que auxilie na exposição do tema em discussão;
o Duração: 10 a 12 minutos.
Normas Brasileiras (NBR) complementares para consulta:
• ABNT NBR 14724:2011 - Trabalhos acadêmicos;
• ABNT NBR 6023/2018 – Referências bibliográficas;
• ABNT NBR 6028/2021 – Resumos;
• ABNT NBR 6024/2012 – Numeração progressiva das seções de
um documento;
• ABNT NBR 10520/2002 – Citações.

4. Estrutura do Trabalho Final de Trilha 3 – Paper na


área de atuação competências digitais

Você sabe o que é um paper?


O paper é um pequeno artigo científico que apresenta e
discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados sobre
diversas áreas do conhecimento, de autoria declarada e explicita
o posicionamento pessoal sobre determinado assunto.
O paper difere das monografias, dissertações e teses em face
da sua extensão e objetividade. O autor deve apresentar as ideias
apoiado em argumentação consistente e precisa, evitando o uso
de expressões coloquiais, explicações repetitivas ou supérfluas,

42
juízos de valor ou adjetivos desnecessários.
O paper deve conter as três principais partes de um trabalho
acadêmico, quais sejam:
• Introdução: explicita o assunto, objetivos, importância da
abordagem que será apresentada, limitações (quanto à extensão e
aprofundamento da abordagem) e como o trabalho está estruturado:
itens, seções, títulos, subtítulos;
• Desenvolvimento: é o corpo do trabalho, no qual se apresenta
o tema, destacando as questões teóricas, empíricas, conceituais e
metodológicas colocadas em discussão, a análise e a discussão sobre
essas questões. A estrutura e suas divisões devem ser expostas de
forma equilibrada, sem perder a unidade e a coerência da abordagem;
• Conclusão: é o momento em que o trabalho é finalizado e resgata
os aspectos relevantes abordados no paper, a partir da questão
problema, objetivos, justificativa e fundamentação teórica, indicando
os resultados das análises e reflexões realizadas sobre o tema.
O paper facilita conhecer conceitos, aproximar-se da linguagem
científica, aprender a analisar e a criticar ideias de diferentes
autores, desenvolver a argumentação com clareza e consistência
(FIALHO, 2013).
• Formatação:
• Tamanho da folha: A4;
• Margens:- esquerda e superior = 3,0 cm; direita e inferior: 2,0 cm;
• Tabulação da primeira linha do parágrafo: 1 cm de recuo da
margem esquerda;
• Espaço entre linhas: 1,5 cm;
• Alinhamento do corpo do texto: justificado;
• Fonte: Times New Roman 12 ou Arial 11, para títulos e corpo de
texto, e 10 para citações com mais de três linhas, com recuo de 4
cm da margem e espaço de 1 cm (simples) entre linhas; e
• Número de páginas (laudas): mínimo de 10 e máximo de 13.
• Normas Brasileiras (NBR) complementares para consulta:
• ABNT NBR 14724:2011-Trabalhos acadêmicos;
• ABNT NBR 6023/2018 – Referências bibliográficas;
• ABNT NBR 6028/2021 – Resumos;
• ABNT NBR 6024/2012 - Numeração progressiva das seções de
um documento; e
• ABNT NBR 10520/2002 – Citações.

43
5. Estrutura do Trabalho Final de Trilha 4 – Apresentar
a possibilidade do uso das competências digitais,
produção de conteúdo em plataforma digitalI

A atividade consiste em descrever sua experiência com a


elaboração do TFT 1, TFT 2 e TFT 3relatando as sínteses dos
tópicos abordados, conceitos, observações e análises. Para
tanto, vamos elaborar um Memorial Descritivo, o qual tem como
ênfase a apresentação de que forma determinada a atividade
que foi desenvolvida nas trilhas.
O memorial Descritivo possui a seguinte estrutura, sugerida
por Pina (2017) :
• Momento Introdutório: exponha, de forma detalhada, os objetivos,
justificativas e os procedimentos adotados para a elaboração dos
TFTs;
• Desenvolvimento: apresente as especificações de cada TFT, com
o detalhamento das etapas, os procedimentos adotados para o
seu desenvolvimento, complemente com informações sobres as
dificuldades e êxitos obtidos;
• Conclusão: é o momento no qual você resgata os aspectos
relevantes abordados, registrando a sua opinião quanto ao conteúdo
explanado.
• Formatação:
• Tamanho da folha: A4;
• Margens: esquerda e superior = 3,0 cm; direita e inferior: 2,0 cm;
• Tabulação da primeira linha do parágrafo: 1 cm de recuo da
margem esquerda;
• Espaço entre linhas: 1,5 cm;
• Alinhamento do corpo do texto: justificado;
• Fonte: Times New Roman 12 ou Arial 11, para títulos e corpo de
texto, e 10 para citações com mais de três linhas, com recuo de 4
cm da margem e espaço de 1 cm (simples) entre linhas;
• Número de páginas (laudas): mínimo de 8 e máximo de 10.
• Normas Brasileiras (NBR) complementares para consulta:
• ABNT NBR 14724:2011 - Trabalhos acadêmicos;
• ABNT NBR 6023/2018 – Referências bibliográficas;
• ABNT NBR 6028/2021 – Resumos;
• ABNT NBR 6024/2012 – Numeração progressiva das seções de

44
um documento; e
• ABNT NBR 10520/2002 – Citações.

45
Considerações Finais
A experiência na elaboração do TFT trouxe a oportunidade de
realizar vários trabalhos acadêmicos científicos, abordando o
uso da TDIC no processo ensino aprendizagem, na perspectiva
da utilização de objetos de aprendizagem, como mecanismos
para promover maior interação com os(as) estudantes.
Ressaltamos que, independentemente do formato do
TFT, a base para sua elaboração é o núcleo comum à toda
pesquisa científica, composto por questão problema, objetivos,
justificativa, metodologia, abordagem e natureza da pesquisa,
coleta de dados e informações, processo de análise dos achados
subsidiado pelo embasamento teórico. Por último, temos as
considerações finais e referências.
Reforçamos que a motivação para realizar a pesquisa é
do(a) pesquisador(a). A escolha da ideia por abordar um tema
específico, entender e discorrer sobre conceitos que amparem a
discussão sobre os elementos encontrados durante a pesquisa,
é do investigador(a), por isso escolha um tema de seu interesse
e que você goste.
A iniciativa, neste estudo, consiste em proporcionar a
oportunidade de discutir e refletir sobre o percurso metodológico
na pesquisa, utilizando estratégias concebidas de forma alinhada
às TDIC, como oferta de novos formatos para o ensino e a
aprendizagem.
O estágio de inovação que vivenciamos possibilita o
desenvolvimento de propostas pedagógicas atualizadas. Na
mesma linha, proporciona no âmbito da gestão mais próxima da
realidade vivenciada pela unidade educacional, proporcionando
o desenvolvimento de ações comprometidas com o processo das
mudanças vivenciadas pela sociedade.

46
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Celeste Maria Pacheco de; BENEVIDES, Tânia
Moura; PIMENTA, Lidia Boaventura. FORMAÇÃO DE
PROFESSORES: uma análise da modalidade a distância.
In: Revista Formadores, v. 13, n. 4, p. 41, 20 dez 2020.
Disponível em: https://seer-adventista.com.br/ojs3/index.
php/formadores/article/view/1426. Acesso em: 10 fev 2022.

APPOLINÁRIO. Fábio. Dicionário de metodologia


científica: um guia para a produção do conhecimento
científico. São Paulo: Atlas, 2004.

CNS - CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução nº 196,


de 10 de outubro de 1996. Aprova diretrizes e normas
regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres
humanos. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/
saudelegis/cns/1996/res0196_10_10_1996.html. Acesso em:
01 jun 2022.

CNS - CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução nº


510, de 07 de abril de 2016. Dispõe sobre as normas
aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais cujos
procedimentos metodológicos envolvam a utilização de
dados diretamente obtidos com os participantes ou de
informações identificáveis ou que possam acarretar riscos
maiores do que os existentes na vida cotidiana. Disponível
em: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/
Reso510.pdf. Acesso em: 01 jun 2022.

COSTA JÚNIOR, Hélio Lemes. Tempos digitais: ensinando


e aprendendo com tecnologia. Porto Velho: Editora da
Universidade Federal de Rondônia, 2012.

EMBRAPA. Manual de editoração da Embrapa / Embrapa.


4ª ed. Brasília, DF: Embrapa, 2020. Disponível em: file:///C:/
Users/Lidia/Downloads/Manual-Editorac807a771o-
Embrapa-2020.pdf. Acesso em: 01 jun 2022.

FIALHO, Nadia Hage. Pesquisa em Educação. In: Caderno


de Pesquisa Esse in Curso, v.4, n. 7, p. 71-90, dez 2006.

FIALHO, Nadia Hage. HETKOWSKI, Tania Maria. Mestrados

47
Profissionais em Educação: novas perspectivas da pós-
graduação no cenário brasileiro. In: Educar em Revista,
2017. (DOSSIÊ: mestrado profissional e formação de
professores - experiências, desafios e perspectivas para a
educação básica). Disponível em: http://revistas.ufpr.br/
educar/article/view/49135/31734. Acesso em: 20 fev 2018.

FRANÇA, Vera Regina Veiga. Teoria(s) da comunicação:


busca de identidade e de caminhos. In: Revista da Escola
de Biblioteconomia da UFMG, v. 23, n. 2, 1994. Disponível
em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/76146.
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FRANÇA, Vera Regina Veiga. O Objeto da Comunicação/a


comunicação como objeto. In: HOHLFELDT, Antonio.
MARTINO, Luiz Cláudio. FRANÇA, Vera Regina Veiga (org).
Teorias da Comunicação: escolas, conceitos, tendências.
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GATTI, Bernadete Angelina. A construção metodológica


da pesquisa em educação: desafios. Revista Brasileira
de Política e Administração da Educação - Periódico
científico editado pela ANPAE, [S.l.], v. 28, n. 1, abr
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GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa.


São Paulo: Atlas, 2022.

GOMES, Romeu. A análise de dados em pesquisa qualitativa.


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FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio


da Língua Portuguesa. Coord. FERREIRA, Marina Baird.
ANJOS, Margarida dos. 5ª Ed. Curitiba: Positivo, 2010.

FIALHO, Nadia Hage. Você Sabe o que É um Paper. Salvador:


Universidade do Estado da Bahia, 2013 (Texto para
discussão em sala de aula).

LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A Construção do Saber.


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Porto Alegre/RS: Artes Médicas Sul Ltda; Belo Horizonte:
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KERLINGER, Fred Nichols. Metodologia da Pesquisa em


Ciências Sociais: um tratamento conceitual. São Paulo:
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MARCONI, Marina de A.; LAKATOS, Eva M. Metodologia


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Modalidade Profissional: um estudo sobre os diferentes
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Pasqueline Dantas. Objetos de Aprendizagem: da
definição ao desenvolvimento, passando pela sala
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STUMPF, Alexsandro. GONÇALVES, Berenice. A estrutura


editorial aplicada ao livro digital: uma reflexão sobre a
condução interativa do processo de leitura. In: Leitura
em Revista - Cátedra UNESCO de Leitura, PUC-Rio de
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ufsc.br/pluginfile.php/4798920/mod_resource/content/4/
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VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de


Pesquisa em Administração. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

UNEB - UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA. Resolução


do Conselho Universitário (CONSU) nº 873/2011, de 22 de
dezembro de 2011. Aprova o Regimento Interno do Comitê

49
de Ética em Pesquisa (CEP) da Uneb. Disponível em: http://
conselhos.uneb.br/wp-content/uploads/2021/05/873-consu-
Res.-Regimento-da-CEP.pdf. Acesso em: 01 jun 2022.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA. Unidade


Acadêmica de Educação a Distância (UNEAD). Orientação
para Docentes, 2021 (Documento-texto disponibilizado
aos docentes para elaboração do Ambiente Virtual de
Aprendizagem). Acesso em: 20 out 2022.

50

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