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Barroco

O Barroco é um estilo de época caracterizado pelo conflito e culto ao contraste. Ele surgiu no
contexto histórico da Reforma Protestante e da Contrarreforma Católica.

Barroco é o nome de um estilo de época surgido no final do século XVI, na Itália, e caracterizado
por forte influência religiosa, devido ao contexto histórico marcado pela Reforma Protestante e
pela Contrarreforma. No entanto, ao lado de tanta religiosidade, havia também, na época, um
forte apelo aos prazeres sensoriais. Desse modo, o estilo configura-se, basicamente, na
aproximação dos opostos.
Portanto, são características presentes em obras de Gregório de Matos e Pe. António Vieira, os
principais autores do Barroco brasileiro: culto ao contraste, fusionismo, pessimismo, feísmo,
cultismo, conceptismo, além do uso de antítese, paradoxo, hipérbole, hipérbato e sinestesia.

Contexto histórico do Barroco


Devido ao conflito entre católicos e protestantes, o cristianismo ganhou força no século XVI.
Dois fatos históricos, no século XVI, foram de grande influência nas obras dos autores barrocos:
a Reforma Protestante e a Contrarreforma. Essa última ocorreu como uma reação diante da
perda de fiéis devido ao protestantismo (luteranismo e calvinismo).

Assim, a influência religiosa foi marcante na formação dos autores barrocos. Porém, em
oposição (ou como consequência) a essa religiosidade, havia também um forte apelo aos
prazeres sensoriais, um desejo de se entregar à mundanidade. Portanto, essa época ficou
marcada pela oposição e pelo conflito.

Características do Barroco
O Barroco é um estilo de época marcado pela oposição e pelo conflito, o que acaba revelando
uma forte angústia existencial. Dessa forma, as obras literárias dessa época apresentam visões
opostas (aproximação de opostos), tais como:
● Antropocentrismo versus teocentrismo
● Sagrado versus profano
● Luz versus sombra
● Paganismo versus cristianismo
● Racional versus irracional
● Material versus espiritual
● Fé versus razão
● Carne versus espírito
● Pecado versus perdão
● Juventude versus velhice
● Céu versus terra
● Erotismo versus espiritualidade

Além do culto ao contraste, o estilo possui também estas características:


● Fusionismo: fusão entre a visão medieval e a renascentista;
● Antítese e paradoxo: refletem uma época de contrastes;
● Pessimismo: a felicidade, impossível na Terra, só se realizaria no plano celestial;
● Feísmo: fascinação pela miséria humana, crueldade, dor, podridão e morte;
● Rebuscamento: ornamentação excessiva da linguagem, atrelada a um apelo visual;
● Hipérbole: exagero;
● Sinestesia: apelo sensorial;
● Cultismo ou gongorismo: jogo de palavras (sinônimos, antônimos, homônimos,
trocadilhos, figuras de linguagem, hipérbatos);
● Conceptismo ou quevedismo: jogo de ideias (comparações e argumentação engenhosa);
● Morbidez;
● Sentimento de culpa;
● Carpe diem: aproveitar o momento;
● Emprego da medida nova: versos decassílabos;
● Principais temáticas: fragilidade humana, fugacidade do tempo, crítica à vaidade,
contradições do amor.

Obra:

Nasce o sol e não dura mais que um dia. (antítese vida/morte)


Depois da luz, se segue a noite escura, (ant. claro/escuro)
Em tristes sombras morre a formosura, (ant.feio/belo)
Em contínuas tristezas a alegria. (ant. tristeza/alegria)
Porém, se acaba o sol, porque nascia? (dúvida)
Se é tão formosa a luz, porque não dura?
Como a beleza assim se trasfigura?
Como o gosto da pena assim se fia? (sofrimento)
Mas no sol e na luz falta a firmeza;
Na formosura, não se dê constância
E, na alegria, sinta-se tristeza. (ant. tristeza/alegria)
Começa o mundo, enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza:
A firmeza somente na inconstância.
(Gregório de Matos.Obra Completa.)

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