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PNEUMÁTICA

PRODUÇÃO DO AR COMPRIMIDO
O ar comprimido é produzido através de compressores accionados por motores eléctricos ou de combustão
interna. O compressor provoca um aumento de pressão ao ar atmosférico.

Figura 1 Compressor

O compressor de êmbolos é o mais usado. Num compressor multi-estágio o ar é inicialmente comprimido,


pelo primeiro êmbolo, até uma determinada pressão, sofrendo posteriormente um arrefecimento.
Seguidamente é novamente comprimido pelo segundo êmbolo.

Figura 2 Compressor de êmbolos

Num compressor axial, o ar é submetido a uma aceleração devido à rotação das lâminas que rodam,
sofrendo um pequeno aumento de pressão (a energia cinética é transformada em energia de pressão).
Compressores deste tipo produzem grandes volumes de ar, mas com pequenos incrementos de pressão.

Figura 3 Compressor axial

DISTRIBUIÇÃO DO AR COMPRIMIDO
Uma rede de distribuição de ar comprimido deve ser dividida em várias secções individuais. Para tal recorre-
se a válvulas de fecho. Desta forma torna-se mais fácil efectuar a sua manutenção e reparação ou ainda
acrescentar novas secções.
O recurso a derivações em T permite ramificar a rede de distribuição. A instalação de ligações de engate
rápido permitem responder às solicitações e, dessa forma, alimentar componentes pneumáticos adicionais
que vão surgindo à medida das necessidades do serviço.
Figura 4 Estrutura de uma rede de distribuição de ar comprimido

Devido às perdas de pressão, intrínsecas da rede de distribuição, o compressor deve comprimir o ar a uma
pressão entre os 6 e os 7,5 bar. No entanto, por motivos económicos, os componentes pneumáticos do
circuito devem operar a uma pressão ligeiramente inferior, isto é, entre os 5 e 6 bar.
Os reservatórios intermédios permitem compensar as flutuações de pressão que surgem devido às
solicitações aleatórias dos vários componentes pneumáticos quando estão (ou não) a ser usados.
Para drenar a água que condensa nas tubagens, estas devem ter uma inclinação de 1 a 2% e incluir
purgadores em pontos de cota mais baixa.

Figura 5 Principais elementos de uma rede de distribuição de ar comprimido

TRATAMENTO DO AR COMPRIMIDO
O ar atmosférico contém contaminantes tais como poeiras, vapor de água, óleo queimado, microorganismos
entre outros. Estes são aspirados pelo compressor aquando da produção do ar comprimido. A esta mistura,
podem adicionar-se o óleo de lubrificação, resíduos metálicos do desgaste do compressor e dos tubos da
rede de distribuição.
Como as impurezas que se encontram no ar comprimido podem danificar os elementos pneumáticos, o que
na indústria acarreta muitos prejuízos, o ar comprimido tem de ser tratado, isto é, tem de lhe ser retirada
toda a carga poluente.

Figura 6 Unidade de tratamento de ar comprimido


Uma unidade de conservação ou tratamento de ar comprimido é geralmente constituída por um filtro, um
regulador de pressão e um lubrificador, agrupados num só componente.

O filtro permite reter as partículas sólidas e os condensados existentes no ar comprimido.


Quando o ar comprimido entra no copo do filtro sofre, por intermédio de uma força centrífuga, um
movimento de rotação. Como consequência, as impurezas maiores, bem como os condensados separam-se
do ar e depositam-se no fundo do copo. As partículas sólidas maiores que a porosidade do filtro serão
retidas por este. O elemento filtrante também deve ser limpo periodicamente. Também os condensados
acumulados no fundo do copo devem ser eliminados periodicamente.

Figura 7 Filtro

O regulador de pressão permite pré-seleccionar uma determinada pressão de trabalho e mantê-la


constante, independente da pressão fornecida pelo compressor ou do consumo do ar.
A pressão é regulada por meio de uma membrana. Uma das faces dessa membrana é submetida à pressão
de trabalho, enquanto do outro lado actua uma mola de tensão ajustável.
Aumentando a pressão de trabalho, a membrana desloca-se e opõe-se à força da mola, logo a secção de
passagem do ar na sede da válvula diminui progressivamente ou fecha totalmente. Como consequência,
cessa a pressão a jusante, na alimentação do circuito pneumático. O consumo de ar no circuito pneumático
provoca a diminuição da pressão e a força da mola reabre a válvula, permitindo que o ar comprimido seja
novamente fornecido ao circuito pneumático.

Figura 8 Regulador de pressão


O lubrificador fornece a lubrificação necessária aos elementos móveis dos componentes pneumáticos, sob a
forma de óleo, armazenado no copo do lubrificador, que é pulverizado quando em contacto com o ar
comprimido, de modo a minimizar o atrito e o consequente desgaste desses elementos.
Os lubrificadores trabalham, geralmente, segundo o princípio de Venturi, isto é, a diminuição do diâmetro da
tubagem do ar comprimido implica um aumento da sua velocidade e, por conseguinte, uma diminuição da
pressão. O lubrificador começa a funcionar quando houver um caudal de ar comprimido, aspirando o óleo
para as tubagens do circuito pneumático.

Figura 9 Lubrificador

ELEMENTOS DE TRABALHO
Os elementos de trabalho podem dividir-se entre motores rotativos (ex: motor de palhetas) e motores
lineares (ex: cilindros pneumáticos). A força desenvolvida por um cilindro pneumático depende da pressão
do ar comprimido, do diâmetro desse cilindro, da resistência de atrito dos elementos da vedação e da
existência ou não de forças que se lhe oponham.

Figura 10 Cilindro pneumático

Cilindro pneumático de simples efeito: têm apenas um orifício de entrada de ar comprimido, logo só
exercem trabalho na direcção do avanço da haste. O retorno faz-se através de uma mola ou força exterior
(ex.: força da gravidade). Devido à presença dessa mola, o curso da haste do cilindro é limitado pelo
comprimento da mola.
Figura 11 Clindro pneumático de simples efeito

Cilindro pneumático de duplo efeito: a haste do cilindro movimenta-se em duas direcções, mediante a
acção do ar comprimido, podendo exercer trabalho tanto no avanço bem como no recuo da haste. Se o
cilindro for assimétrico, a força relativa ao avanço será superior à força no recuo, devido à diferença das
secções transversais das câmaras (+) e (–). O curso deste tipo de cilindros é superior aos de simples efeito,
visto que não existe a restrição da mola.

Figura 12 Cilindro pneumático de duplo efeito

Cilindro pneumático de duplo efeito com amortecimento: usa-se quando se pretendem movimentar
objectos grandes e/ou pesados. De forma a evitar impactos que provoquem danos possuem amortecimento
em ambos os fins de curso. A saída directa do ar é interrompida antes do êmbolo atingir um dos fins de
curso. O restante ar, que ainda se encontra na câmara oposta, vai acabar por sair por um pequeno orifício,
regulável por um parafuso de regulação.

Figura 13 Cilindro pneumático de duplo efeito com amortecimento


Cilindro pneumático de duplo efeito com haste passante: utiliza-se quando se pretendem exercer forças
iguais em ambos os sentidos do movimento, o que é possível devido às iguais secções transversais das
câmaras (+) e (–) e a uma pressão de trabalho constante.

Figura 14 Cilindro pneumático de duplo efeito com haste passante

Cilindro pneumático de duplo efeito tandem: É constituído pela junção de dois cilindros de duplo efeito,
sendo usado quando se pretende obter uma grande força, pois ao existir uma pressão simultânea nos dois
êmbolos, a força é a resultante da soma das áreas desses mesmos êmbolos (a força é aproximadamente
duplicada). Substituem um cilindro de maior diâmetro, capaz de gerar forças idênticas.

Figura 15 Cilindro pneumático de duplo efeito tandem

VÁLVULAS
Em termos de simbologia, as válvulas são representadas por um rectângulo dividido em quadrados. O
número de quadrados corresponde ao número de posições da válvula e representa a quantidade de
movimentos distintos passíveis de serem executados através de accionamentos.

Figura 16 Representação simbólica do número de posições

Como exemplo de uma válvula pode-se considerar uma torneira, a qual tem duas posições. A posição aberta,
permitindo a passagem de água ou a posição fechada, não permitindo a passagem de água.
A posição aberta representa-se por:

Figura 17 Representação simbólica da posição aberta


A posição fechada representa-se por:

Figura 18 Representação simbólica da posição fechada

O número de vias corresponde ao número de ligações a válvula possui. São consideradas como vias a ligação
de alimentação do fluido, a(s) de utilização e a(s) de escape.

Concluindo, a torneira é uma válvula com uma entrada e uma saída e duas posições, logo trata-se de uma
válvula com duas vias (entrada e saída) e duas posições (aberta e fechada):

Figura 19 Válvula 2 vias/2 posições

Em termos de simbologia, a representação da válvula ficará completa quando tiver um comando ou


accionamento que lhe altere as direcções de circulação do fluido, efectue os bloqueios e os escapes e ainda
o consequente retorno à posição inicial.
Os comandos ou accionamentos podem ser manuais, mecânicos, pneumáticos e eléctricos.

Os accionamentos manuais podem efectuar-se mediante um botão, uma alavanca ou um pedal.

Figura 20

Os accionamentos mecânicos podem efectuar-se mediante um rolete ou um rolete escamoteável.

Figura 21

Os accionamentos pneumáticos podem efectuar-se mediante uma pilotagem.

Figura 22

Os accionamentos eléctricos podem efectuar-se mediante um solenóide.

Figura 23

O retorno da válvula à sua posição inicial pode ser feito através de uma mola, ou mediante um comando
pneumático ou eléctrico.
Figura 24

Por exemplo, a estrutura interna de uma válvula 2/2 normalmente fechada com actuação manual por botão
e retorno por mola é a seguinte:

Figura 25 Válvula 2/2

Por exemplo, a estrutura interna de uma válvula 3/2 normalmente fechada com actuação manual por botão
e retorno por mola é a seguinte:

Figura 26 Válvula 3/2

O que confere a normalidade à válvula é a organização interna que a válvula apresenta, do lado da mola.

A simbologia de ligação a seguir indicada encontra-se marcada nas válvulas:


1. Alimentação: P ou 1
2. Utilização: A, B, C, D,.... ou 2, 4, 6, 8,....
3. Escape: R, S, T,.... ou 3, 5, 7,....
4. Pilotagens: X, Y, Z,... ou 12, 14, 16,....

ESTRUTURA DE UM CIRCUITO PNEUMÁTICO


Um circuito pneumático deve estar estruturado nos seguintes patamares:
Figura 27 Estrutura de um circuito pneumático e seus elementos

Divisão de grupos:
Grupo 0: elemento abastecedor de energia
Grupo 1,2, 3,...: cadeias de comando

Numeração:
0: elemento de trabalho
1: elemento de comando
2, 4, 6,...: elementos que influenciam o avanço
3, 5, 7,...: elementos que influenciam o retorno
01, 02,...: elementos intercalados entre o elemento de comando e o elemento de trabalho
CIRCUITOS PNEUMÁTICOS ELEMENTARES
1. A haste de um cilindro de simples efeito deve avançar após a actuação de uma válvula e regressar à
posição inicial quando a mesma válvula deixar de ser actuada.
1 .0

1 .1 2

1 3

0 .1
Figura 28

2. A haste de um cilindro de duplo efeito deve avançar após a actuação de uma válvula e regressar à posição
inicial quando a mesma válvula deixar de ser actuada.
1 .0

1 .1 4 2

1 3

0 .1
Figura 29

3. A haste de um cilindro de simples efeito de grande volume deve avançar após a actuação de uma válvula e
regressar à posição inicial quando a mesma válvula deixar de ser actuada.
1 .0

1 .1 2

1 3
1 .2 2

1 3

0 .1
Figura 30
4. Um cilindro de duplo efeito deve ser comandado através de duas válvulas V1 e V2. A válvula V1 determina
o avanço da haste do cilindro, que permanece na sua posição final, mesmo depois de V1 deixar de ser
actuada e até ser dado sinal para o retorno da haste do cilindro através de V2.
1 .0

1 .1 4 2

1 3

1 .2 2 V1 1 .3 2 V2

1 3 1 3

0 .1
Figura 31

5. Realizar a mesma finalidade do exercício anterior, utilizando apenas um cilindro de simples efeito e
válvulas com retorno por mola.

Figura 32
6. A haste de um cilindro de duplo efeito deve avançar após a actuação de uma válvula e regressar
automaticamente à posição inicial, após atingir o final do movimento (+).
Aproveitar o mesmo circuito para conferir à haste do cilindro um movimento oscilatório, dando-se a
paragem sempre no final do movimento (-).
1.3

1 .0

1 .1 4 2

1 3

1 .2 2 2

1.3

1 3 1 3

0 .1
Figura 33a

1.2 1.3

1 .0

1 .1 4 2

1 3

2 2

1.2 1.3

1 3 1 3

1 3

0 .1
Figura 33b

7. Num cilindro de duplo efeito é necessário, não só conseguir posições estáveis durante os movimentos de
avanço e recuo da haste do cilindro, mas também conseguir a paragem em posições intermédias.
Figura 34a

1 .0

1 .1 4 2

1 3

1 .2 2 1 .3 2

1 3 1 3

0 .1
Figura 34b

8. Um cilindro de duplo efeito deve ser comandado de maneira que o avanço da sua haste possa ser
accionado através de um botão manual ou um pedal, mas apenas se, simultaneamente existir uma
informação adicional através de uma válvula R. O retorno da haste do cilindro deve efectuar-se
automaticamente, mas só em caso de existência da tal informação adicional. Se essa informação adicional
não existir deve soar um sinal acústico de aviso aquando do accionamento.
1.3

1. 10 1 .0

1 .1 4 2
1 .9 2

1 3
3 1 0 .1

1 .7 2 1 .8 2 1 .5 2
1 1 1 1 1 1

1 .6 2
1 1

1 .2 2 1 .4 2 R 2 2

1.3

1 3 1 3 1 3 1 3

0 .1
Figura 35

9. A haste de um cilindro de duplo efeito deve avançar após a actuação de uma válvula e regressar
automaticamente à posição inicial, após atingir o final do movimento (+) e uma pressão pré-determinada na
câmara (+).

Figura 36
10. A haste de um cilindro de duplo efeito deve avançar após a actuação de uma válvula e regressar
automaticamente à posição inicial, após atingir o final do movimento (+) e ter permanecido nessa posição
um tempo pré-determinado.
1.5

1 .0

1 .1 4 2

1 3 2
1 .2 2
1 .3

12
2

1 3 1.5
3
1 3 1

0 .1
Figura 37

11. A haste de um cilindro de duplo efeito deve avançar devagar e, após alcançar o final do movimento (+),
retornar automaticamente e rapidamente à posição inicial.
1.3

1 .0

1. 01 2
1
1. 02
3

1 .1 4 2

1 3
1 .2 2 2

1.3

1 3 1 3

0 .1
Figura 38
12. Circuitos alternadores.
a)
1 .0

1 .1 4 2

1 3
1 .2
0 .1
1 .3
1 1
2
1 1
2

1 .4 4 2

1 3

1 .5 2

1 3

0 .1
Exercicio 12b)
Figura 39a

b)
1 .0

1 .1

0 .1

1 .2

1 .3 1 .4

1 .5

0 .1
Figura 39b
c)
1 .0

1 .1

0 .1

1 .2

1 .3 1 .4

1 .5

0 .1
Figura 39c

13. Circuito para desligar sinais.


a)

Figura 40a
b)
1.3

1 .0

1 .1

1 .4
0 .1

1 .2

1.3

0 .1
Figura 40b

c)
1.3

1 .0

1 .1 4 2

1 3

0 .1
1. 10 2
1 1

1 .6 2 1 .8 2

3 3
1 1

1 .2 2 1 .4 2 2

1.3

1 3 1 3 1 3

0 .1
Figura 40c

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