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2.

Regimes de Equivalência
2.3- Taxas de Juros – Regras de Conversão-resumo

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2. Regimes de Equivalência
2.3- Taxas de Juros – Regras de Conversão-resumo

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2. Regimes de Equivalência
2.4- Taxas Resultantes

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2. Regimes de Equivalência
2.4- Taxas Nominais vs Taxas Reais - Exemplo

A remuneração das aplicações em determinado título atingiu 12,8% num período,


sendo a taxa de inflação deste intervalo de tempo de 9,2%. Logo quem aplicou no
início deste período a quantia de 100.000,00 u.m., o Rendimento Nominal e
rendimento Real, conforme ilustra o quadro seguinte:

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2. Regimes de Equivalência
2.4- Taxas Nominais vs Taxas Reais - Exemplo

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Estudo sobre as taxas de juros

1) Taxas nominais / Taxas efectivas


2) Taxas proporcionais / Taxas Equivalentes
3) Regra da proporcionalidade e regra da equivalência
4) Exercícios de aplicação
Taxas nominais e taxas efectivas
Geralmente, a taxa de juro está expressa em termos anuais. Ora, se as

capitalizações também forem anuais, não há problema (essa taxa é

simultaneamente nominal e efectiva), mas se as capitalizações forem

semestrais ou mensais (por exemplo) já é importante clarificar de que

taxa se trata: nominal ou efectiva? No regime de juro simples esta

distinção não é relevante, mas em regime de juro composto é

fundamental sempre que a taxa está reportada a um dado período e as

capitalizações são efectuadas com periodicidade diferente.


Taxas Proporcionais / Taxas Equivalentes (1)
Duas taxas, referidas a períodos de tempo diferentes, dizem-se
proporcionais se a razão (quociente) entre elas for a mesma
que existe entre os períodos de tempo a que se referem.

Duas taxas, referidas a períodos de tempo diferentes, dizem-se


equivalentes quando fazem que um mesmo capital produza o
mesmo juro após um mesmo intervalo de tempo.
Taxas Proporcionais / Taxas Equivalentes (2)

•Em RJS não há distinção entre taxas proporcionais e taxas


equivalentes nem entre taxas nominais e taxas efectivas.

•Essa distinção só surge em RJC e quando simultaneamente


, o período a que se reporta a taxa não coincide com a
periodicidade a que são efectuadas as capitalizações.

•É evidente uma relação entre taxas nominais e taxas


proporcionais por um lado e entre taxas efectivas e taxas
equivalentes por outro. As primeiras não reflectem o efeito
sucessivo das capitalizações.
Regra da proporcionalidade
Regra da proporcionalidade
𝑖(𝑘)
𝑖𝑘 = - regra da proporcionalidade
𝑘
𝑖(𝑘) = 𝑖𝑘 . 𝐤 – regra da proporcionalidade
𝑖𝑘 - taxa periódica reportada ao perído 1/k
do ano;
𝑖(𝑘) - taxa annual nominal composta (ou
capitalizada ou convertível) k vezes por ano
(isto é, com k capitalizações durante o ano).
Regra da equivalência
1 𝑘
1+𝑖 = 1 + 𝑖𝑘
uma capitalização anual k capitalizações durante o ano

horizonte temporal comum (HTC) : um ano

A utilização da regra da equivalência só é possivel entre taxas


efectivas.
Aplicação das regras em cada regime

Regime de juro Simples Regime de juro composto


(1) Regra ou relação da proporcionalidade (1) Regra ou relação da proporcionalidade

(2) Regra ou relação da equivalência

Importância da
Relação entre taxa nominal e taxa
periodicidade das
efectiva
capitalizações

Regime de juro Simples Irrelevante Taxa nominal = Taxa efectiva


Regime de juro composto Determinante Taxa nominal ≤ Taxa efectiva
Exercícios de aplicação
Exemplo: Determine o juro produzido por um capital de
1.000 u.m., após um ano, à taxa de 10%, nas 4 situações
seguintes:

a) RJS, capitalização anual

b) RJS, capitalização semestral

c) RJC, capitalização anual

d) RJC, capitalização semestral


Resolução (1)
a) RJS, capitalização anual
Fórmula: J = C.i.n
J = 1.000 x 1 x 0,1 = 100
Assim o juro total, ao fim de um ano, é 100 u.m.

b) RJS, capitalização semestral


𝑛
Fórmula: J = C.2 .i
J = 1.000 x 0,5 x 0,1 = 50
Como vigora o RJS, estes 50 u.m., não vão capitalizar no
período seguinte, pelo que o capital que volta a produzir o novo
juro continua a ser 1.000 o juro é o mesmo: 50 u.m.

Assim o juro total, ao fim de um ano é, novamente, 100 u.m.


Resolução (2)
c) RJC, capitalização anual
Fórmula: J = C.i.n
J = 1.000 x 1 x 0,1 = 100
Neste caso há apenas uma capitalização. Logo não vai haver
juros de juros.
Assim o juro total, ao fim de um ano, é 100 u.m.

d) RJC, capitalização semestral


J = 1.000 x 0,5 x 0,1 = 50
Como vigora o RJC, estes 50 vão capitalizar no período
seguinte, pelo que o capital sobre o qual vão incidir os juros são
1.050 u.m.
J = 1.050 x 0,5 x 0,1 = 52,5
Deste modo o juro total, ao fim de um ano é, agora, 102,5 u.m.
Diferentes conceitos de taxa de juro (1)
Ora, isto levanta uma questão muito interessante:
Na alínea d), a taxa de juro anual é afinal 10% ou 10,25% ao
ano?
A resposta a esta questão é: AMBAS!
Apenas se trata de diferentes conceitos de taxa de juro.
A primeira, de 10%, é uma taxa nominal.
A segunda, de 10,25%, é uma taxa efectiva.
Esta distinção ocorreu apenas na situação d) pois é a
única em que simultaneamente vigorava o RJC e mais do
que uma capitalização no prazo considerado.
Diferentes conceitos de taxa de juro (2)
Assim, relacionando com o exercício

• A taxa anual de 10% e a taxa semestral de 5% são


proporcionais;

• A taxa anual nominal de 10%, com capitalizações semestrais,


corresponde à taxa anual efectiva de 10,25%

• A taxa semestral equivalente à taxa anual efectiva de


10,25% é 5% (RJC).
Taxas de juro no RJC
Dada a taxa anual efectiva de 10%, quais as equações que
permitem obter as taxas equivalentes para os seguintes
períodos?

a) Semestre

b) Trimestre

c) Bimestre

d) Mês
Equações de equivalência
Dada a taxa anual efectiva de 10%, quais as equações que
permitem obter as taxas equivalentes para os seguintes
períodos?
Tenho = Quero
a) 1 + 𝑖 1 = 1 + 𝑖2 2
1 + 0,1 1 = 1 + 𝑖2 2
Tenho = Quero
b) 1 + 0,1 1 = 1 + 𝑖4 4

Tenho = Quero
c) 1 + 0,1 1 = 1 + 𝑖6 6
d) 1 + 0,1 1 = 1 + 𝑖12 12
Chama-se taxa iliquida (ou taxa bruta) à taxa
que não leva em consideração o efeito fiscal
(isto é, a existência de impostos sobre os
juros) e a taxa líquida à taxa que já refecte o
efeito fiscal. Dito de outro modo, a taxa
Taxas Ilíquida e ilíquida (ou bruta) é a taxa antes do imposto e
Taxas Líquidas
a taxa líquida é a taxa depois do imposto.
TANB – taxa anual nominal bruta; TANL – taxa
anual nominal líquida.
Taxas Ilíquidas / Taxas líquidas (1)

𝑖𝑙𝑖𝑞 = 𝑖𝑖𝑙𝑖𝑞 − 𝑡𝑖𝑚𝑝 ∗ 𝑖𝑖𝑙𝑖𝑞

𝑖𝑙𝑖𝑞 = 1 − 𝑡𝑖𝑚𝑝 ∗ 𝑖𝑖𝑙𝑖𝑞 Relação entre taxa líquida e taxa ilíquida


No inicio de 2021 um aforrador pretendia
aplicar determinada quantia. O banco A
propôs-lhe remunerá-la à taxa anual efectiva
bruta (TAEB) de 10%, permitindo-lhe optar por
capitalizações semestrais ou mensais (juros
Exemplo #1 sujeitos a IRS à taxa liberatória de 21,5%). O
banco B propôs ao aforrador taxa anual
efectiva líquida (TAEL) de 8%. Por que
hipótese deveria ter optado o aforrador?
Resolução
Analisemos as três propostas:
- Taxas passivas e a unidade comum relevante é a taxa
anual efectiva líquida.
TAEB: 𝑖[𝑘]𝑏
Banco A, capitalizações semestrais: 𝑖[2]𝑏 = 10% (taxa anual
efectiva bruta – ou ilíquida – composta semestralmente).
Relação de equivalência
2 1
1 + 𝑖2 𝑖𝑙𝑖𝑞 = 1+𝑖2𝑏
Quero = Tenho
2
1 + 𝑖2 𝑖𝑙𝑖𝑞 = 1 + 0,1 1 𝑖2 𝑖𝑙𝑖𝑞=0,048809
É nesta taxa reportada ao mesmo período que devemos
retirar o imposto.
Resolução … cont. 2
Como neste exemplo a taxa de imposto é de 21,5%, a
respectiva taxa semestral líquida é:
𝑖2 𝑙𝑖𝑞= 1−0,215 𝑥 0,048809
𝑖2 𝑙𝑖𝑞=0,785𝑥 0,048809
𝑖2 𝑙𝑖𝑞=
Resolução … cont. 3
O cálculo da taxa anual efectiva líquida (TAEL), partindo da
taxa semestral líquida 𝑖2 𝑙𝑖𝑞 (que já é uma taxa efectiva
para o período semestre), é efectuado através de uma
relação de equivalência, ou seja, a TAEL será 𝑖𝑙𝑖𝑞 , tal que:
Quero = Tenho
1
1 + 𝑖𝑙𝑖𝑞 = 1 + 0,038315 2 HTC: ano
1+𝑖𝑙𝑖𝑞 = 1,078098
𝑖𝑙𝑖𝑞 = 0,078098 (taxa anual efectiva liquida, TAEL)
No pressuposto de as capitalizações serem efectuadas
semestralmente, a taxa anual efectiva liquida subjacente à taxa anual
efectiva bruta de 10% é de 7,8098%.
Uma questão que muitos alunos colocam é a seguinte:
uma vez que a taxa anual efectiva, por definição, já
leva em conta a existência de “juros sobre juros”, por
que razão é que não podemos tirar o imposto
directamente nessa taxa anual efectiva?
A resposta é simples: não é a mesma coisa tirar
Importante! imposto de cada vez que há produção e pagamentos
de juros (isto é, com a mesma periodicidade a que
ocorrem as capitalizações) ou apenas no final do
ano. Vejamos: se tirássemos o imposto na taxa
anual efectiva bruta, ficaríamos como:
TAEB vs TAEL
𝑖𝑙𝑖𝑞 = 1−0,215 𝑥 0,10
𝑖𝑙𝑖𝑞= 0,785 (7,85% e não 7,8098%)

O imposto incide sobre o montante dos juros no momento em


que eles são produzidos e recebidos. Por isso, percebe-se que não
resulte no mesmo retirar o imposto semestralmente ou
anualmente quando as capitalizações são semestrais.
Resolução - mensal
Taxa anual efectiva líquida.
TAEB: 𝑖[𝑘]𝑏

Banco A, capitalizações mensais: 𝑖[2]𝑏 = 10% (taxa anual efectiva


bruta – ou ilíquida – composta mensalmente).
Relação de equivalência
12 1
1 + 𝑖12 𝑖𝑙𝑖𝑞 = 1 + 𝑖 12 𝑏

Quero = Tenho
12
1 + 𝑖12 𝑖𝑙𝑖𝑞 = 1 + 0,1 1 𝑖12 𝑖𝑙𝑖𝑞=0,07974
taxa mensal efectiva iliquida)
Resolução - mensal … 2
Assim, a taxa mensal efectiva liquida será

𝑖12 𝑙𝑖𝑞 = 1 − 𝑡𝑖𝑚𝑝 𝑥𝑖12 𝑖𝑙𝑖𝑞

𝑖12 𝑙𝑖𝑞 = 1 − 0,215 𝑥 0,007974

𝑖12 𝑙𝑖𝑞 = 0,006260 (taxa mensal efectiva líquida)


Resolução - mensal … 3
Para obtermos a taxa anual efectiva líquida aplicamos
novamente uma relação de equivalência:
Relação de equivalência

Quero = Tenho
1 12
1 + 𝑖𝑙𝑖𝑞 = 1 + 0,006260 - HTC : ano

1 + 𝑖𝑙𝑖𝑞 = 1,077757
𝑖𝑙𝑖𝑞 = 0,077757 (taxa anual efectiva líquida)

Como era de esperar, esta taxa (7,7757%) é inferior aos 7,8098%


obtidos se as capitalizações forem semestrais. E, claro, se
efectuassemos (erradamente) a retirada do imposto directamente
na taxa anual efectiva bruta, o desvio entre a verdadeira TAEL e a
TAEL incorrecta seria maior.
Resolução – Banco B e comparação
Analisemos as propostas:
Banco B: 𝑖𝑙𝑖𝑞 = 8% (taxa anual efectiva líquida)

Como a taxa que o Banco B propõe é anual efectiva líquida, a


periodicidade das capitalizações é irrelevante para o aforrador.
Seja ela qual for, em termos anuais, efectivos e líquidos, ele
receberá 8%.

Conclusão:
Desde modo, ele deve optar pelo banco B, uma vez que o banco
A lhe proporciona a taxa anual efectiva líquida de apenas
7,8098%, no caso de as capitalizações serem semestrais, ou
7,7757% no caso de as capitalizações serem mensais.
Exercícios
Qual o juro produzido por
60.000,00 u.m., emprestados à taxa
Exercício 1
de juro anual de 10% durante 3
anos e 2 meses em RJS?
Durante quantos dias esteve
emprestado o capital de 17.500,00
u.m., o qual vencia juros à taxa de 8%
Exercício 2 ao ano, sabendo que produziu um
juro acumulado de 420,00?
Considere o ano commercial e RJS.
Qual foi o capital que se investiu
durante 150 dias, à taxa de 5% ao
Exercício 3 ano, sabendo que originou um capital
acumulado de 22.350,00 u.m.?
A quantia de 90.000,00 u.m., foi investida à
taxa de 10% ao ano, durante um certo
número de meses. Na data do vencimento o
capital acumulado foi reinvestido à taxa de
Exercício 4 14% ao ano, pelo prazo de 9 meses, após o
qual se obteve a importância de 101.936,25
u.m. Qual o tempo da aplicação e qual o
capital acumulado do primeiro investimento
em RJS?
Um capital colocado à taxa de 9% durante um
certo prazo produziu o capital acumulado de
17.400,00 u.m. Colocado a 10% durante esse
Exercício 5 prao menos um ano, esse mesmo capital daria
origem a 4.800,00 u.m., de juros.
Determine o capital e a duração da primeira
colocação em RJS?

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