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1. MAQUIAVEL
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Maquiavel recorda que Atenas, na Grécia, precisou se juntar com vilas ao seu
entorno para se proteger de ataques de outras Polis.
Maquiavel não tinha certeza da origem da cidade de Florença. Dizia que foi
fundada pelos soldados de Sila, o general e ditador romano, ou pelos habitantes de Fiesole,
que buscavam a Paz Otaviana. Florença se expandiu apenas pela generosidade do
príncipe.
Maquiavel se questiona se não é interessante escolher uma terra infértil para ser a
sede de uma cidade, uma vez que os habitantes terão que se unir para trabalhar e evitar
a situação de pobreza. Utiliza o exemplo da cidade de Ragusa. Entretanto, como as
pessoas estão condenadas a garantir seu destino pelo poder, é preciso que elas se fixem
em terras férteis, onde haverá o desenvolvimento da cidade.
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Maquiavel diz que um local fértil pode provocar ociosidade
nos cidadãos, e que para isso não ocorra é preciso que existam leis
que imponham uma operosidade. Segundo esse autor, cidadãos
que não possuem vigor de trabalho nessas cidades férteis são
“efeminados” e “incapazes de qualquer esforço generoso”.
Maquiavel conclui que é mais prudente escolher uma região fértil para se
estabelecer uma cidade, uma vez que as leis podem conter a ociosidade dos
cidadãos e fará com que eles treinem militarmente.
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1. MERLEAU-PONTY
A Dúvida de Cézanne
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Ao “desobedecer” a realidade através
Merleau-Ponty se preocupa de suas representações pictóricas e dos meios
com a percepção, com o que composicionais utilizados, Cézanne procurava
um efeito em suas obras. Seu anseio é transpor
se percebe a olhar algo. O que
nas telas a percepção no momento em que ela
levou Cézanne a reproduzir se realiza. Por isso a necessidade de pontar a
seus quadros? matéria no instante em que ela toma forma, e
configura em sua espontaneidade.
Fonte: https://www.rawpixel.com/
Fonte: https://www.flickr.com/
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3. DJAMILA RIBEIRO
Djamila Ribeiro.
Fonte: https://www.flickr.com/
O livro “O que é lugar de fala?” tem como objetivo oferecer visibilidade a sujeitos
cujos pensamentos foram desconsiderados durante muito tempo. Ao tratar de assuntos
específicos como racismo e machismo, pessoas negras e mulheres, possuem,
respectivamente, lugar de fala, podendo oferecer visões diferentes das pessoas que não
vivenciam essa realidade.
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O lugar de fala não se trata de calar ninguém, mas de abrir espaço para que diversas vozes
sejam ouvidas.
Fonte: https://www.flickr.com/
O livro traz, em sua essência, a consciência do papel do indivíduo nas lutas, criando
uma lucidez de quando você é o protagonista ou coadjuvante no cenário da discussão.
Traz uma liberdade para cada grupo se reconhecer e entender em qual espaço se
encontra conforme o processo de organização, e falar com propriedade a partir dele.
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O lugar de fala descontrói a ideia do ponto de vista universal para mostrar que
pessoas diferentes têm experiências de mundo diferentes, e uma não pode falar pela
experiência da outra.
A noção de lugar de fala expõe que decisões que afetam toda a população são
muitas vezes tomadas privilegiando um pequeno grupo.
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4. BERKELEY
O livro seria o debate entre a Matéria e a Inteligência Universal. O local dos diálogos
e as idades das personagens não são indicados com clareza, porém a descrição das flores
indica que seria em um jardim fechado.
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O objeto fundamental do Diálogo II é a “causa” das ideias e ele é construído para
mostrar que somente Deus explica o mundo sensível: as substâncias materiais nada
explicam e a sua existência é uma impossibilidade.
Berkeley começa ajustando suas contas com Descartes e Locke primeiro, e depois
com os materialistas, dizendo que não há explicação fisiológica possível para as “ideias”.
Esta pretensa explicação admite necessariamente a hipótese inconcebível da matéria
atuar sobre o espírito. O cérebro, de qualquer forma, é um complexo de ideias e não pode
por si ser a causa de outras ideias; a única explicação admissível para a existência das ideias
é uma mente infinita.
O Diálogo III trata de uma miscelânea (mistura) de objeções que podem ser
levantadas à doutrina exposta.
Nos dois primeiros diálogos, de modo geral, Philonous interroga e Hylas responde; no
terceiro diálogo a situação se inverte.
PRIMEIRO DIÁLOGO
Hylas define como cético alguém que nega a existência real de coisas
sensíveis ou afirma que nada pode ser conhecido sobre elas. Para Hylas,
a existência real é a existência de algo fora da mente.
Coisas sensíveis são as sensações dos cinco sentidos, t amanhos,
movimentos, a solidez das coisas que podemos perceber.
Para Philonous, as coisas sensíveis são existem fora da mente.
Começa por lidar com o primeiro grupo de qualidades: quente -frio,
odores e sabores.
Seu primeiro argumento consiste em notar o caráter agradável ou
desagradável dessas sensações. O segundo argumento é que essas coisas
aparecem de maneira diferente para pessoas diferentes.
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O Philonous muda para sons e cores e nota que o sentimento é s empre
íntimo com sua mente e não externo a ela. Em conclusão , esse primeiro
grupo de qualidades nada mais é do que sensações na mente.
Para o outro grupo de qualidades (figura, tamanho, movimento e
solidez), Philonous afirma que os mesmos argumentos que usou anterior-
Mente funcionam.
Ele acrescenta que não se pode separar a percepção das qualidades do
segundo grupo da percepção das q ualidades do primeiro grupo : eles estão
relacionados uns aos outros.
Portanto, se as primeiras são sensações simples que existem na
mente, então o são as últimas .
Philonous também apresenta dois argumentos para mostrar que a
noção de algo que existia fora da mente é uma noção incompreensível :
a impossibilidade de perceber essa coisa; e o fato de que uma ideia não
pode se parecer com nada além de outra ideia.
Ao fim do primeiro diálogo, Hylas reconhece que nada pode ser
conhecido sobre a “ matéria” entendida como algo externo à mente, e que
esse conceito é incompreensível.
George Berkeley
SEGUNDO DIÁLOGO
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Rial fora de nossa mente.
A partir disso, Berkeley tira um argument o que deve provar a
existência de Deus.
Não somos a causa de todas as ideias que estão em nós, então preci-
samos de um espírito que as causa: Deus. Berkeley então distingue suas
próprias concepções das de Malebranche.
Finalmente, Hylas tenta em vã o mostrar que a matéria ocupa uma
espécie de posição intermediária entre Deus e nós.
George Berkeley
TERCEIRO DIÁLOGO
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Deus está imediatamente em co ntato com os espíritos que percebem as
ideias.
Nem o ceticismo nem o ateísmo podem triunfar, o caminho está aber-
to para o bom senso e a religião, que devem prevalecer sobre a filosofia
abstrata.
George Berkeley
Fonte: philosophicos
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5. ESPINOSA
Ética
Espinosa nasceu em 1632 e faleceu em 1677. É um filósofo
holandês, de origem sefardita portuguesa, nascido de uma família
que havia fugido da inquisição lusitana. Pertence ao grupo da
filosofia moderna (séc. XVI a XVII) e é racionalista.
Bíblia Hebraica
Fonte: https://commons.wikimedia.org/
Espinosa defendeu que Deus e Natureza eram dois nomes para a mesma realidade, a saber,
a única substância em que consiste o universo e do qual todas as entidades menores
constituem modalidades ou modificações.
A obra Ética foi publicada postumamente no ano de sua morte. O trabalho se opôs
à filosofia do dualismo mente-corpo de Descartes e ganhou o reconhecimento de Espinosa
como um dos pensadores mais
importantes da filosofia ocidental.
A Ética ou Ética demonstrada à maneira dos
geômetras, geralmente referida apenas como
Nele, Espinosa escreveu a última
Ética de Espinosa, é considerada a principal
obra-prima latina indiscutível, e uma na
obra do filósofo.
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qual as concepções refinadas da filosofia medieval são finalmente voltadas contra si
mesmas e totalmente destruídas.
Retrato de Hegel.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/
Proposição XXXII
A vontade não pode ser chamada de livre, mas somente causa necessária.
Demonstração
A vontade, assim como o intelecto, é somente um certo modo do pensar; pelo que
cada volição não pode existir nem ser determinada a agir se não for determinada por outra
causa, está por uma outra e assim sucessivamente.
Se se supuser que a vontade é infinita, ela deve também ser determinada por Deus
a existir e a agir, não enquanto ele é uma substância absolutamente infinita, mas enquanto
possui um atributo que exprime uma essência infinita e eterna do pensamento.
Por conseguinte, seja qual for o modo por que se conceba a verdade, a saber, como
finita ou infinita, ela carece de uma causa pela qual seja determinada a existir e a agir; pelo
que se lhe não pode chamar causa livre, mas somente necessária ou forçosa
Corolário I
Que Deus não efetua coisa alguma por liberdade de vontade.
Corolário II
Que a vontade e o intelecto estão para a natureza de Deus na mesma relação que
o movimento e o repouso, e, de maneira geral, todas as coisas naturais que determinadas
por Deus a existir e a agir de certo modo.
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Com efeito, a vontade, como tudo o mais, carece de uma causa pela qual seja
determinada a existir e agir de certo modo.
E, embora de uma vontade dada, ou de um intelecto dado, resulte uma infinidade
de coisas, nem por isso, contudo, se pode dizer que Deus age pela liberdade da sua
vontade, como se não pode dizer, tendo em vista que do movimento e do repouso resultam
certas coisas, que Deus age pela liberdade do movimento e do repouso.
Por conseguinte, a vontade não pertence mais à natureza de Deus do que as
restantes coisas naturais, e está para a natureza divina na mesma relação que o movimento,
o repouso e tudo o mais que mostramos resultar necessariamente da mesma natureza está
determinada por existir e a agir de certo modo.
Proposição XXXIII
As coisas não podiam ter sido produzidas por Deus de maneira diversa e noutra
ordem do que a que têm.
Demonstração
Com efeito, todas as coisas são resultantes necessárias da dada natureza de Deus, e
são determinadas pela necessidade da natureza de Deus a existir e a agir de certo modo.
Pelo que, se as coisas tivessem podido ser de outra natureza ou determinadas a agir
de modo diverso, de tal sorte que fosse outra a ordem da Natureza, Deus também poderia
ser, por conseguinte, de natureza diferente do que é presentemente, e, portanto, essa outra
natureza também deveria existir, e consequentemente, poderia haver dois ou mais deuses,
o que é um absurdo.
Pelo que as coisas não podiam ter sido produzidas de maneira diversa e por outra
ordem.
Escólio I
Já que acabo de mostrar, mais claramente que a luz do meio-dia, que não existe
absolutamente nada nas coisas em virtude do que se diga que são contingentes, quero
agora em poucas palavras o que entenderemos por contingente, e antes disso por
necessário e por impossível.
Diz-se que uma coisa é necessária, quer em razão da sua essência, quer em razão
da essência, quer em razão da causa.
Com efeito, a existência, seja do que for, resulta necessariamente ou da perspectiva
essência e definição, ou de uma dada causa eficiente.
Por estas razões se diz também que qualquer coisa é possível, a saber: ou porque a
respectiva essência ou definição envolve contradição, ou porque não existe qualquer
causa externa que seja determinada a produzir tal coisa.
Não há, porém, outra razão para se dizer que qualquer coisa é contingente a não
ser a carência do nosso conhecimento.
Escólio II
Do que precede resulta claramente que as coisas foram produzidas por Deus em
suma perfeição, visto resultarem necessariamente de uma natureza que é dada como a
mais perfeita.
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Considerações finais de Espinosa
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