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TESTE DE AQUACIDADE PARA NATAÇÃO MONITORADA

Marcelo Barros Vasconcellos

Resumo

O teste de primeiro dia de aula de natação, que é o teste de nível de aquacidade. está
relacionada com o grau de adaptação de uma pessoa ao meio líquido e suas condições de
autosustentar, dominar a respiração aquática, deslocar no ambiente aquático, ter consciência
corporal e poucas chances de se afogar. Este teste vem sendo realizado desde 2004 e já sofreu
diversas atualizações. O teste busca identificar a afinidade com o meio líquido e consiste em 10
itens, que valem um ponto cada quando realizados corretamente, e que são avaliados
preferencialmente na primeira aula de natação. Trata-se de uma abordagem que evidencia, nos
primeiros meses de aula de natação, ações que venham a prevenir o afogamento, traumas ou
situações que prejudiquem o aprendizado dos quatro nados.

Flutuabilidade = permanecer exatamente à profundidade em que se quer


estar, nadando ou parado (estático).
Trim = posicionamento do corpo do mergulhador em relação ao fundo. Na
maioria do tempo (mais de 95%) em que se está mergulhando é a posição
totalmente horizontal. Mas em naufrágios, isso pode significar uma mudança
mais constante, por exemplo.
Deslocamento = é a técnica escolhida para se locomover em um ambiente
"tech". Isso pode variar desde a natação simples, ou de meia pernada, até
mesmo usar apenas as mãos (puxar e deslizar / pull & glide).
Esta equação parece absolutamente simples, contudo, muitas vezes, o
mergulhador não consegue uma aquacidade adequada. Não que ele seja “ruim
de água”, mas por pecar em pequenos detalhes, que normalmente não
interfeririam em um mergulho em águas abertas, mas que pode ser bem
negativo em um mergulho com teto, por exemplo.
Flutuabilidade
A maioria dos mergulhadores inicia a atividade com excesso de lastro, e,
acostumado com isso, carrega peso desnecessário. Entre as razões que tornam
esta prática um erro, destaca-se a de estar sempre mais negativo do que o
necessário, fazendo com que o mergulhador use demasiadamente o colete
equilibrador e altere sua profundidade constantemente. Outro problema é
que o mergulhador respira de uma forma totalmente incorreta (normalmente
o pulmão está cheio), o que dificulta, entre outras coisas, a eliminação de
dióxido de carbono (o maior veneno que um mergulhador produz).

Por isso, a primeira atitude para se corrigir esta postura é conhecer a sua flutuabilidade através
de teste simples – que certamente já fora ensinado – e que resultará na redução da quantidade
de lastro. Para tal, durante um bom curso, o instrutor fará, com cada candidato, os testes para
acertar a quantidade de peso que o mergulhador levará para o fundo.

O segundo ponto é acertar definitivamente a RESPIRAÇÃO, que é, sem dúvida, a melhor e mais
importante qualidade a ser desenvolvida por um bom mergulhador. Como sabemos, a ênfase
deve ser dada sempre na expiração (o mergulhador gasta, idealmente, o dobro de tempo
expirando em relação ao tempo que inspira).

Outra dica importante: devemos inspirar apenas com o abdome, inflando o terço inferior do
pulmão (inspiração diafragmática). Esta porção preenche quase 50% da capacidade pulmonar,
e satura de oxigênio quase 100% as hemácias, responsáveis por transportar os gases
envolvidos no processo respiratório. Todo o mais que é colocado para dentro dos pulmões só
serve para alterar a flutuabilidade e exigir mais lastro.

Observações aqui na Acquanauta apontam que, ao acertar a respiração, usando o padrão


acima descrito, reduz-se a necessidade de 2 a 4 quilos de lastro, independente do tamanho e
condição física do mergulhador. Ou seja, apenas acertando a respiração!

Outra dica, pense com real interesse em fazer um Curso de Mergulho Livre de Alto
Desempenho, mesmo que a apnéia não seja sua praia, pois para ter uma boa apnéia, se
desenvolve absolutamente bem, antes, a boa respiração.

Trim – Posicionamento do Corpo do Mergulhador

Ao se descobrir a lastragem ideal e mantendo e a flutuabilidade adequada, através do valor


correto de lastro e de uma respiração apropriada, devemos nos preocupar agora em acertar o
trim, o que trará inúmeras vantagens em qualquer mergulho, especialmente em naufrágios e
ambientes com teto.

As dicas mais valiosas para corrigir o TRIM:

1. Use uma pernada que valoriza pernas mais levantadas, com os joelhos flexionados –
como a meia pernada e a pernada de sapo – descritas no tópico DESLOCAMENTOS, a
seguir.

2. Distribua o lastro a fim de ajudar a horizontalidade. Para tal, o mergulhador deve


proceder do seguinte modo:

o Use o lastro na cintura, logo abaixo da última costela, e não próximo da pelve.
Reajuste no fundo se necessário;

o Suba o cilindro, baixando a tira da colete. Experimente este procedimento


cerca de 5 cm de cada vez, até antes de bater a cabeça no seu regulador;

o Use equipamentos que ajudem a distribuição do peso (e que reduzam o lastro


na cintura), como plates e adaptadores de aço;

o Use lastros em bolsos fixados na(s) tira(s) do colete / asa, para melhorar esta
relação;

o Os plates exigem o uso de colete equilibrador tipo asa, que ajudam muito no
TRIM correto;
o Alguns coletes equilibradores possuem bolsos na parte superior mediana, e
também auxiliam nesta distribuição, fato que o nome destes bolsos é “trim
weight pocket”;

3. E principalmente: treine, treine, e depois disso, treine mais um pouco.

Os melhores mergulhadores rodam um diagnóstico durante todos seus mergulhos, analisando


como está sua respiração, sua flutuabilidade e seu lastro (entre o começo e fim do mergulho),
seu trim e a posição de suas pernas em realação ao fundo. Isso faz com que se mantenham
alertas para a melhor aquacidade possível.

Técnicas de Deslocamentos

O risco de turvar subitamente a água em qualquer tipo de mergulho reforça a ideia do controle
total que o mergulhador deve exercer sobre sua flutuabilidade e trim, como visto acima, e do
seu batimento de pernas, uma vez que o toque das nadadeiras – seja no fundo, em qualquer
mergulho, ou no teto e laterais de naufrágios e cavernas – é o principal causador deste
problema. Existem variadas técnicas, e as duas mais usadas são a meia pernada e a pernada de
sapo.

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