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23/03/2017 Canoagem: 

análise cinesiológica da remada básica

Canoagem: análise cinesiológica da remada básica
   
* Mestranda e Pesquisadora Jaqueline Costa Castilho Moreira* 
LEL­ Laboratório de Estudos do Lazer DEF/IB/UNESP­ Rio Claro jackycastilho@uol.com.br    
  ** Mestre e Professor Adjunto 
Kleber Parada** 
UNAERP ­ Universidade de Ribeirão Preto 
Centro Universitário Moura Lacerda ­ Ribeirão Preto  kleberparada@aol.com  
(Brasil) 
   
 
Resumo
        Este  trabalho,  de  natureza  qualitativa,  objetiva  estudar  as  posturas  dinâmicas  realizadas  durante  o  gesto  esportivo  básico  da  canoagem:  a  remada  frente.  A
metodologia utilizada constou de revisão bibliográfica e estudo de caso. O instrumento foi um  videotape  convertido em posições estáticas, para investigação quadro a
quadro  do  fundamento.  O  sujeito  do  estudo  era  do  sexo  feminino,  com  faixa  etária  acima  de  trinta  anos,  adepto  da  canoagem  há  três  anos.  A  análise  dos  dados
  evidenciou a ação e musculaturas envolvidas, bem como possibilitou avaliar o  peak performance  do movimento. O resultado das observações remete ao uso repetitivo 
de  apenas  alguns  grupamentos  musculares,  o  que  pode  colaborar  para  o  aparecimento  de  lesões.  Sugere­se  a  aplicação  de  posturas  mais  adequadas  e  a
conscientização corporal do praticante. 
    Unitermos: Canoagem. Fundamento. Cinesiologia. 
 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital ­ Buenos Aires ­ Año 10 ­ N° 83 ­ Abril de 2005

1 / 1 

Introdução
    Os registros de barcos do tipo canoa remontam a pré­história. Variavam de formato, material de confecção, tipos
de remos utilizados a até mesmo, aos aspectos culturais de sua engenharia.

    Desenvolvida pelos índios da América do Norte, a canoa canadense, tipo de barco a remo, confeccionado com peles
de animais, detentora de hidrodinâmica diferenciada, permitia grande estabilidade e rapidez.

    Por esse motivo ganhou um grande número de adeptos na América do Norte, em função de sua versatilidade, por
ser tanto uma embarcação competitiva como recreativa.

    Trazida para o Brasil nos anos oitenta, tem conquistado seu espaço aos poucos.

    Em função da crescente disseminação da canoagem, não só com canadenses, mas com caiaques e botes, tornou­
se relevante a identificação das melhores posturas na realização de gestos fundamentais do esporte, colaborando na
ampliação dos estudos nessa área, já que a literatura existente compõem­se principalmente de revistas comerciais.

        Nesse  sentido,  o  objetivo  desse  trabalho  é  observar  o  conjunto  de  posturas  dinâmicas,  ao  analisar­se  a
musculatura trabalhada, durante a remada em frente.

Revisão de literatura
    O "remar", gesto inerente e ancestral dos seres humanos, possui variações de prática culturais importantes. Pode­
se impulsionar um barco com as palmas das mãos, tocando o fundo do rio com longas varas de madeira, utilizando
remos  em  quantidades,  tamanhos,  materiais  e  formas  variados,  ou  ainda  posicionando  o  sujeito  da  ação  em
diferentes pontos da canoa.

    Quando a remada é realizada de costas, dá origem a prática do remo e quando o praticante posiciona­se de frente
para o percurso, tem­se a canoagem.

    Ao investigá­la, esse estudo acompanha as remadas fundamentais citadas no artigo Rafting (2001), dentre elas:

REMADA  EM  FRENTE:  Movimento  mais  comum  realizado  com  o  remo  bem  a  frente  do  praticante,  com  a  pá
inteira dentro da água e terminando ao lado do corpo. Serve para deslocar o barco para frente;

REMADA RÉ: Semelhante a anterior é realizada ao contrário, as vezes com as costas da pá. Desloca o barco
para trás;

VARREDURA:  É  um  movimento  de  giro,  que  muda  a  direção  do  barco.  Feito  com  o  remo  na  posição  quase
horizontal.

PUXADA LATERAL: Move o bote lateralmente, sem girá­lo.

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APOIO BAIXO: Realizado com a pá horizontalmente na água, formando um apoio.

    Nesse estudo será abordada a remada em frente. Para tanto, adotou­se a sequência sugerida por Bernasconi e
Tenucci (1998) por ser a mais acadêmica, apesar das etapas apresentadas por eles, serem específicas do rafting.

        Divida  em  quatro  movimentos,  o  primeiro  é  denominado  ENTRADA.  Ocorre  quando  a  pá  do  remo  passa  a
aproximadamente uns 50 cm da superfície da água, tendendo para posição horizontal, devendo ser realizado da forma
mais alongada possível.

    A segunda etapa é o  Power Stroke
, sendo aqui traduzida como PUXADA. O  remo  tende  a  angular  de  paralelo  a
perpendicular a água. É a fase aquática mais importante para a impulsão do barco.

    Com a nomenclatura de SAÍDA, a terceira etapa acontece quando a pá do remo, embora ainda dentro da água,
passa da linha do ombro do praticante.

    A última fase é a da RECUPERAÇÃO, conhecida como a fase aérea.

        A  vantagem  da  canoagem  recreativa  em  canoas  canadenses,  em  relação  aos  caiaques  e  aos  botes,  é  que  a
adaptação do corpo é imediata, ou seja, a postura é praticamente a mesma de quando se está sentado em um banco
normal com os joelhos levemente fletidos1.

    Os erros mais comuns cometidos pelos iniciantes são: empunhar o remo com punho fletido; passá­lo na água além
do quadril; não relaxar o braço após a sua saída da água; manter postura incorreta durante o movimento; "varrer" em
vez de remar; não ter sincronicidade com as remadas dos companheiros e arritmia.

    A importância de manter­se um ritmo, mesmo que lento, propicia menos desgaste durante o percurso, contribui na
melhor  administração  do  esforço  individual  e  coletivo,  auxilia  o  guia  a  prevenir  colisões  e  preparar  o  barco  e  seus
tripulantes para enfrentá­las.

        Para  Schmidt  e  Wrisberg  (2001),  a  canoagem  requisita  habilidades  abertas,  ou  seja,  requer  que  as  pessoas
adaptem seus movimentos, em resposta às propriedades dinâmicas do meio, chamados de dificuldades. Nos Estados
Unidos esse sistema é conhecido como  Desert Scale ou Grand Canyon System , que utiliza uma graduação variando de
10 a 10 + (Bernasconi e Tenucci, 1998). Já na Europa e Brasil, adota­se a classificação internacional dividida em seis
níveis2.

    Ao mesmo tempo, que a imprevisibilidade do ambiente provoca emoções e prazer, também expõem o público a
riscos  variados.  Excluindo­se  aqueles  referentes  aos  animais  e  acidentes,  não  abordados  nesse  artigo;  os  mais
comuns  são  as  lesões  por  esforços  repetitivos  (LER),  no  caso  dos  iniciantes  e  os  degastes  osteosmusculares,
tendinosos, articulares ou neurológicos relacionados ao trabalho, denominados DORT (Mendes, 1995) nos atletas.

    Na canoagem, esses distúrbios podem acometer principalmente diferentes partes dos membros superiores, e tem
seu aparecimento associado à sobrecarga muscular estática, ou a movimentos repetitivos.

Metodologia
        A  embarcação  pesquisada  foi  uma  canoa  canadense  da  marca  Opium,  denominada  C3,  por  comportar  três
pessoas3. O remo utilizado, fabricado pela Canoe, era do tipo simples (uma pá), com cabo de alumínio e cruzeta na
ponta para facilitar a pega. A medida escolhida foi de 1,50 m, em função da altura da participante (1,68 cm).

    Não foram utilizados equipamentos obrigatórios, porque a visualização do gesto esportivo seria dificultada.

    O sujeito pesquisado era do sexo feminino, acima de trinta, adepta da canoagem recreativa há três anos.

    A filmagem foi realizada em espaço aberto, no período vespertino, numa piscina de vinil, com 15 m X 8 m X 1,60
m. Para que a embarcação não saísse do lugar, sua popa e proa foram amarradas com cabos. O sujeito sentou­se ao
centro.

    Foram feitos vários  takes
 em VHS, posteriormente convertidos em posições estáticas, através do programa gráfico
Studio DC 10 Plus da Pinacle. A partir dessas fotos, dividiu­se a manobra por articulações trabalhadas.

Resultados e discussão
    Padrões de movimento com envolvimento de musculaturas diferenciadas foram percebidos após a conversão das
imagens e que portanto, mereceram ser estudados separadamente.

        Por  esse  motivo,  a  nomenclatura  adotada  nesse  trabalho  acompanha  apenas  parcialmente  a  proposta  por
Bernasconi e Tenucci (1998).

     Tem­se então: a POSIÇÃO INICIAL, a ENTRADA, a PUXADA, a SAÍDA, a RECUPERAÇÃO, a PASSAGEM BILATERAL
1, a PEGADA DUPLA COM ELEVAÇÃO DO REMO e a PASSAGEM BILATERAL 2.

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    Levou­se em consideração que: Na POSIÇÃO INICIAL havia uma ISOMETRIA, nas fases ENTRADA e PUXADA foi
realizado um trabalho dinâmico com contração concêntrica nas fases de SAÍDA E RECUPERAÇÃO tinha uma contração
dinâmica excêntrica.

        A  seguir,  tem­se  as  posições  estáticas,  quadro  a  quadro,  com  a  ação  de  cada  articulação  envolvida.  apesar  de
serem visto nesse texto em posições estáticas, foram analisados de forma dinâmica, através do vídeo. 

Figura 01. Cinesiologia da Remada Frente (autoria própria).

1. Posição inicial 

Figura 02. Posição Inicial (autoria própria).

Lado esquerdo

Pescoço­ EXTENSÃO e INCLINAÇÃO À ESQUERDA; 
Ombro ­ EXTENSÃO, ABDUÇÃO e ROTAÇÃO INTERNA; 
Cotovelo ­FLEXÃO e PRONAÇÃO; 
Punho ­ EXTENSÃO DO CARPO; 
Falanges ­ FLEXÃO; 
Escápula ­ ROTAÇÃO EXTERNA, ELEVAÇÃO e ADUÇÃO; 
Coluna estabilizada 
Quadril ­ FLEXÃO e ADUÇÃO; 
Joelho ­ FLEXÃO; 
Tornozelo ­ DORSI­FLEXÃO. 
Pé­ ROTAÇÃO EXTERNA de QUADRIL.

Lado direito

Ombro ­ POSIÇÃO NEUTRA; 
Cotovelo ­FLEXÃO e PRONAÇÃO; 
Punho ­ EXTENSÃO; 
Falanges ­ FLEXÃO; 
Polegar ­ FLEXÃO e ABDUÇÃO. 
A Escápula está estabilizada. O restante das articulações é igual.

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2. Entrada 

Figura 03. Entrada (autoria própria).

o esquerdo

Pescoço­ FLEXÃO e ROTAÇÃO LATERAL; 
Ombro ­ FLEXÃO, ABDUÇÃO e ROTAÇÃO INTERNA; 
Cotovelo ­ EXTENSÃO e PRONAÇÃO; 
Punho ­ NEUTRO; 
Falanges ­ FLEXÃO; 
Escápula­ ROTAÇÃO EXTERNA E ABDUÇÃO; 
Coluna­ FLEXÃO e INCLINAÇÃO; 
Abdômen­ FLEXÃO e ROTAÇÃO LATERAL PARA ESQUERDA; 
Quadril ­ FLEXÃO e ADUÇÃO; 
Joelho ­ FLEXÃO; 
Tornozelo ­ DORSI­FLEXÃO. 
Pé ­ ROTAÇÃO EXTERNA (QUADRIL)

Lado direito

Ombro­ FLEXÃO, ABDUÇÃO e ROTAÇÃO INTERNA; 
Escápula ­ ROTAÇÃO EXTERNA com ABDUÇÃO e ELEVAÇÃO; 
Cotovelo­ FLEXÃO e PRONAÇÃO; 
Punho ­ POSIÇÃO NEUTRA; 
Falanges ­ EXTENSÃO.

Os movimentos dos membros inferiores são iguais ao do lado esquerdo.

3. Puxada 

Figura 04. Puxada (autoria própria).

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Lado esquerdo

Pescoço­ FLEXÃO e ROTAÇÃO LATERAL PARA A ESQUERDA; 
Ombro­ EXTENSÃO , ADUÇÃO e ROTAÇÃO INTERNA; 
Cotovelo ­ FLEXÃO e PRONAÇÃO; 
Punho ­ EXTENSÃO; 
Falanges ­ FLEXÃO; 
Escápula ­ ROTAÇÃO INTERNA, ADUÇÃO e ABAIXAMENTO. 
Coluna­ FLEXÃO, INCLINAÇÃO e ROTAÇÃO LATERAL PARA ESQUERDA; 
Quadril ­ FLEXÃO e ADUÇÃO; 
Joelho ­ FLEXÃO; 
Tornozelo ­ DORSI­FLEXÃO. 
Pé ­ ROTAÇÃO EXTERNA (QUADRIL)

Lado direito

Ombro­ FLEXÃO, ADUÇÃO e ROTAÇÃO INTERNA; 
Cotovelo­ EXTENSÃO e PRONAÇÃO; 
Punho ­ EXTENSÃO; 
Falanges ­ FLEXÃO; 
Escápula ­ ROTAÇÃO EXTERNA com ABDUÇÃO e ELEVAÇÃO.

Os membros inferiores realizam os mesmo movimentos do lado esquerdo.

4. Saída 

Figura 05. Saída (autoria própria).

Lado esquerdo

Pescoço­ POSIÇÃO NEUTRA; 
Ombro­ EXTENSÃO, ADUÇÃO e ROTAÇÃO INTERNA; 
Cotovelo ­ FLEXÃO e PRONAÇÃO; 
Punho ­ EXTENSÃO; 
Falanges ­ FLEXÃO; 
Escápula ­ POSIÇÃO NEUTRA; 
Coluna­ EXTENSÃO; 
Abdômen­ ROTAÇÃO LATERAL PARA ESQUERDA; 
Quadril ­ EXTENSÃO; 
Joelho ­ FLEXÃO; 
Tornozelo ­ DORSI­FLEXÃO. 

Lado direito

Ombro­ FLEXÃO, ADUÇÃO e ROTAÇÃO INTERNA; 
Cotovelo­ EXTENSÃO e PRONAÇÃO; 
Punho ­ EXTENSÃO; 
Falanges ­ FLEXÃO; 
Escápula ­ ROTAÇÃO EXTERNA com ABDUÇÃO e ELEVAÇÃO. 
Os membros inferiores realizam os mesmo movimentos do lado esquerdo.

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5. Recuperação 

Figura 06. Recuperação (autoria própria).

Lado esquerdo

Pescoço­ EXTENSÃO e INCLINAÇÃO; 
Ombro ­ EXTENSÃO e ADUÇÃO; 
Cotovelo ­FLEXÃO e PRONAÇÃO; 
Punho ­ EXTENSÃO DO CARPO; 
Falanges ­ FLEXÃO; 
Escápula ­ ROTAÇÃO INTERNA e ADUÇÃO; 
Coluna estabilizada 
Quadril ­ FLEXÃO; 
Joelho ­ FLEXÃO; 
Tornozelo ­ DORSI­FLEXÃO. 
Pé ­ ROTAÇÃO EXTERNA (QUADRIL)

Lado direito

Ombro ­ ABDUÇÃO, FLEXÃO e ROTAÇÃO INTERNA; 
Cotovelo ­FLEXÃO e PRONAÇÃO; (pronador quadrado e redondo). 
Punho ­ EXTENSÃO; 
Falanges ­ FLEXÃO; 
Polegar ­ FLEXÃO e ABDUÇÃO; 
Escápula ­ ROTAÇÃO EXTERNA, ABDUÇÃO e ELEVAÇÃO.

Os membros inferiores realizam os mesmo movimentos do lado esquerdo.

A BILATERALIDADE

A biomecânica do movimento da Passagem do remo é igual para os dois lados.

6. Passagem 1 

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Figura 07. Primeira Passagem Bilateral (autoria própria).

Lado direito

Pescoço­ POSIÇÃO NEUTRA; 
Ombro­ FLEXÃO, ABDUÇÃO e ROTAÇÃO EXTERNA; 
Cotovelo­ FLEXÃO e PRONAÇÃO; 
Punho­ POSIÇÃO NEUTRA; 
Falanges­ FLEXÃO; 
Escápula­ ROTAÇÃO EXTERNA e ABDUÇÃO; 
Coluna­ NEUTRA; 
Quadril ­ FLEXÃO; 
Joelho ­ FLEXÃO; 
Tornozelo ­ DORSI­FLEXÃO; 
Pé ­ ROTAÇÃO EXTERNA (QUADRIL)

Lado esquerdo

Pescoço­ POSIÇÃO NEUTRA; 
Ombro­ EXTENSÃO, ABDUÇÃO e ROTAÇÃO INTERNA; 
Cotovelo­ FLEXÃO e PRONAÇÃO; 
Punho­ POSIÇÃO NEUTRA; 
Falanges­ FLEXÃO; 
Escápula­ ROTAÇÃO INTERNA e ADUÇÃO; 
Coluna, Quadril, Joelho e Tornozelo­ Idem aos quadros anteriores. 

Figura 08. Pegada dupla com elevação do remo (autoria própria).

7. Pegada dupla com elevação do remo­ lado direito e esquerdo

Pescoço­ FLEXÃO, INCLINAÇÃO À DIREITA e ROTAÇÃO PARA A DIREITA. 
Ombro­ FLEXÃO, ADUÇÃO e ROTAÇÃO INTERNA; 

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Cotovelo­ FLEXÃO e PRONAÇÃO; 
Punho­ FLEXÃO; 
Falanges ­ FLEXÃO; 
Polegar­ FLEXÃO; 
Escápula­ ROTAÇÃO EXTERNA, ABDUÇÃO e ELEVAÇÃO; 
Coluna­ POSIÇÃO NEUTRA; 
Quadril ­ FLEXÃO; 
Joelho ­ FLEXÃO; 
Tornozelo ­ DORSI­FLEXÃO; 
Pé­ ROTAÇÃO EXTERNA (QUADRIL).

8. Passagem 2 

Figura 09. Segunda passagem bilateral (autoria própria).

Lado esquerdo

Pescoço­ FLEXÃO, INCLINAÇÃO À DIREITA e ROTAÇÃO PARA A ESQUERDA; 
Ombro­ FLEXÃO, ABDUÇÃO e ROTAÇÃO INTERNA; 
Cotovelo­ FLEXÃO e PRONAÇÃO; 
Punho­ EXTENSÃO; 
Falanges ­ FLEXÃO; 
Polegar­ FLEXÃO; 
Escápula­ ROTAÇÃO EXTERNA, ELEVAÇÃO e ABDUÇÃO; 
Coluna­ EXTENSÃO; 
Quadril ­ FLEXÃO; 
Joelho ­ FLEXÃO; 
Tornozelo ­ DORSI­FLEXÃO; 
Pé­ ROTAÇÃO EXTERNA (QUADRIL)

Lado direito

Pescoço­ FLEXÃO, INCLINAÇÃO À DIREITA e ROTAÇÃO PARA A DIREITA. 
Ombro­ FLEXÃO, ADUÇÃO e ROTAÇÃO INTERNA; 
Cotovelo­ FLEXÃO e PRONAÇÃO; 
Punho­ EXTENSÃO; 
Falanges ­ FLEXÃO; 
Polegar­ FLEXÃO; 
Escápula­ ROTAÇÃO EXTERNA e ABDUÇÃO; 
Coluna­ EXTENSÃO 
Quadril ­ FLEXÃO.

Os membros inferiores realizam os mesmo movimentos do lado esquerdo.

9. Inicio entrada na água 

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Figura 10. Início da entrada na água (autoria própria).

Lado direito

Pescoço­ FLEXÃO e ROTAÇÃO PARA A DIREITA; 
Ombro­ EXTENSÃO, ADUÇÃO e ROTAÇÃO INTERNA; 
Cotovelo­ EXTENSÃO e PRONAÇÃO; 
Punho­ EXTENSÃO; 
Falanges ­ FLEXÃO; 
Polegar­ FLEXÃO; 
Escápula­ ROTAÇÃO INTERNA e ADUÇÃO; 
Coluna­ABAIXAMENTO e INCLINAÇÃO; 
Quadril ­ FLEXÃO.

Lado esquerdo

Pescoço­ FLEXÃO e ROTAÇÃO; 
Ombro­ FLEXÃO, ADUÇÃO e ROTAÇÃO INTERNA; 
Cotovelo­ EXTENSÃO e PRONAÇÃO; 
Punho­ EXTENSÃO; 
Falanges ­ FLEXÃO; 
Polegar­ FLEXÃO; 
Escápula­ ROTAÇÃO EXTERNA, ABDUÇÃO e ELEVAÇÃO; 
Coluna­ FLEXÃO e INCLINAÇÃO; 
Quadril ­ FLEXÃO; 
Joelho ­ FLEXÃO; 
Tornozelo ­ DORSI­FLEXÃO; 
Pé­ ROTAÇÃO EXTERNA

Vale  acrescentar  que  joelho  e  tornozelo,  mantém­se  na  mesma  posição,  como  forma  de  estabilizar  o
corpo.
Musculatura requerida na remada frente 

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Rasch (1991), Hamill (1999) e Gray (1988).

    Após a análise cinesiológica, observou­se a ocorrência de intensa movimentação das articulações, principalmente
de membro superior: pescoço, ombro, cotovelo e escápula bem como coluna, abdômen e quadril.

    Simultaneamente e durante todo o tempo do gesto, foram necessárias isometrias no punho e falanges de membro
superior, assim como nos membros inferiores, representados pelo joelho, tornozelo e pé.

    Independentemente de se realizar uma canoagem esportiva ou apenas um passeio, a prática envolve tempo em
função  da  lentidão  do  deslocamento  nos  percursos,  e  demanda  esforços  variados,  de  acordo  com  os  níveis  de
dificuldades.

    Como a impulsão dos barcos decorre de movimentos repetitivos, rítmicos e de força constante seguida nem sempre
de um relaxamento realizado, observou­se a possibilidade de ocorrência de L.E.R., no caso de iniciantes e de DORT ao
tratar­se de atletas ou esportistas, podendo ocorrer:

Tendinites de punho e ombro, em função da empunhadura errada, da ausência de recuperação de braço e de
alongamentos antes das remadas;

Extravasamento de líquido sinovial, principalmente no punho, como decorrência do despreparo técnico quanto a
empunhadura, ao trajeto e a não socialização do transporte da canoa e equipamentos;

Problemas cervicais no pescoço e ombro, devido a manutenção de contração dessa musculatura aliada a falta
de alongamentos no processo;

Dores lombares e dorsais devido a má postura;

Incômodo no cóccix, devido ao posicionamento não ereto da coluna durante a remada, falta de alongamento
lombar, fortalecimento abdominal e ausência da espuma no assento do barco e ainda,

Torsões, luxações no joelho, ocorridas no embarque e desembarque provocadas pela ausência de prática no
esporte, ou ainda caimbras, adormecimento e formigamentos.

    As constatações anteriores, delineam um quadro não só dessas lesões, mas também como sugere Miranda (2000),
ao  se  intensificar  os  esforços,  podem  ocorrer  mais  gravemente  espondilose  e  radiculopatia  cervical  no  pescoço;
mialgia  do  trapézio,  tendinite  do  bíceps  e  do  supra­espinhoso,  artrose  acromioclavicular  e  glenoumeral  no  ombro;
epicondilite lateral e medial no cotovelo; contratura de Dupuytren, osteoartrose distal e artrose carpometacarpal no
punho e mão, além de fraturas por stresse ocasionadas por tendinites; distensões musculares; degeneração tendínea;
miopatias inflamatórias; hematomas e síndromes compartimentais.

Conclusão
        A  canoagem  é  uma  atividade  tanto  esportiva  quanto  recreativa.  Exige  equipamentos,  conhecimento,  preparação
técnica e logística para sua execução, mas que pode ser facilmente popularizada em regiões com alta incidência de
recursos fluviais.

        A  canoa  canadense  é  a  embarcação  mais  versátil  e  que  oferece  menos  necessidade  de  aprimoramento  nas
técnicas, o que permite a prática por vários tipos de público.

        Seus  fundamentos  são  fáceis,  sendo  o  principal  a  Remada  Frente,  no  qual  são  trabalhados  principalmente
movimentos  dinâmicos  nos  membros  superiores,  em  fases  concêntricas  e  excêntricas;  enquanto  que  os  membros
inferiores, praticamente permanecem em isometria.

    Como a canoagem é uma atividade que envolve longos períodos de tempo para que se percorra um trajeto e uso
de  determinados  grupamentos  musculares  de  forma  contínua  e  rítmica  nos  remansos  e  de  forma  vigorosa  nas
corredeiras;  a  remada  frente  realizada  com  postura  e  movimentação  dos  membros  superiores  de  forma  incorreta,
agravada  pela  falta  de  preparo  para  a  isometria  dos  membros  inferiores,  pode  ocasionar  sérias  lesões,  tanto  em
esportistas praticantes, quanto nos iniciantes.

    As abordadas neste estudo, são principalmente as por esforço repetitivo.

Notas

1. www.companhiadecanoagem.com.br, acessado em 05/03/2005.

2. Seguem­se os níveis de dificuldades adotados no Brasil: 
­ I: remansos e corredeiras fáceis, com ondas lisas, estáveis e pequenas; 
­ II: águas um pouco mais rápidas, com ondas um pouco maiores, estáveis, ideal para iniciantes; 
­ III, as ondas são mais altas e irregulares, com passagens estreitas que requerem manobras mais complexas; 
­ IV, águas turbulentas que exigem manobras precisas devido a passagens estreitas; 
­ V, corredeiras extremamente difíceis, com passagens obrigatórias que pedem manobras complexas para entrar e sair da queda; 
­ VI, rios com condições extremas de navegabilidade e situações de risco iminente.

3. Segundo seu fabricante, o casco é moldado em peça única em fibra de vidro; medindo 5,0 X 0,28 X 0,83 m, com peso médio de 32 Kg.

http://www.efdeportes.com/efd83/canoa.htm 11/12
23/03/2017 Canoagem: análise cinesiológica da remada básica

Referências

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Publishing,1998. Enciclopedia Completa de Los Deportes: Guia autorizada, puesta al dia e ilustrada, de las
normas  y  regulamentos  oficiales,  historia  y  objetivos  de  todos  los  deportes/1983.  Diagram  Group  EDAF,
Ediciones e Distribuciones, S.A, 1984.

GRAY, Henry. Anatomia. Tradutores: Antonio Gomes Correa de Pinho et al. Rio de Janeiro : Guanabara, c1988.
HAMILL, Joseph e KNUTZEN, Kathleen M. Bases biomecânicas do movimento humano. Tradução Lilia Breternitz
Ribeiro. São Paulo: Manole, 1999.

MENDES, René.  Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro: Atheneu, 1995.
MIRANDA, Edalton.  Bases de Anatomia e Cinesiologia.  2ª edição ­ Rio de Janeiro: Sprint, 2000.  Rafting: Fique
por dentro. Aventura automóvel, Barueri, Ano II, nº 25, dez. 2001. p. 68­69.
RASCH,  Philip  J.  Cinesiologia e anatomia aplicada.  Tradutor  Márcio  Moacyr  de  Vasconcelos.  Rio  de  Janeiro:
Guanabara Koogan, 1991.

SCHIMIDT,  Richard  A.  e  WRISBERG,  Craig.  A  aprendizagem  e  performance  motora:  Uma  abordagem  da
aprendizagem baseada no problema.  2ª ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

THOMAS, Jerry R. e NELSON, Jack K.  Métodos de Pesquisa em Atividade Física. Trad. Ricardo Petersen et. Al.
Porto Alegre: Artmed, 2002.

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