Você está na página 1de 75

ATEsp - AÇÕES TÁTICAS ESPECIAIS

CRÉDITOS:
Major PM Felipe Silva - 4º BPChq - GATE

QUADRO DE INSTRUTORES:

Tenente Coronel PM Murilo Claiber


Major PM Felipe Silva
Major PM Mike Santiago
Aluno-Oficial PM Natan Souza
Aluno-Oficial PM Maskesley Silver

Polícia Militar do Estado do Brasil Capital.


ÁREAS TRABALHADAS NO CURSO:

- Ambientação em Meios Líquidos;


- Ambientação em Altura;
- Armamento, Munição e Tiro;
- Tiro Dinâmico;
- Defesa Pessoal / Tática Individual;
- Combate em Ambiente Confinado;
- Uso Diferenciado da Força;
- CQB;
- V-CQB;
- Abordagem e Combate em Baixa Luminosidade;
- Atendimento Pré Hospitalar Tático;
- Instrução Aerotransportada;
- Gerenciamento de Crise e Primeira Intervenção;
- Estruturas Tubulares;
REGRAS DE SEGURANÇA E INFORMAÇÕES:

- Sempre tratar sua arma como municiada;


- Nunca apontar a arma para ninguém ou nenhum lugar que possa colocar sua
vida ou a vida de terceiros em risco;
- Em hipótese alguma deve-se colocar o dedo no gatilho a não ser em certeza
de disparo ou ameaça iminente;
- Quando for municiar o armamento sempre apontar para um local seguro, de
preferência caixas de areia, terra ou grama;
- Qualquer problema de saúde ou desmaio durante o curso, o aluno será
desligado automaticamente.

Tendo essas regras de segurança aplicadas no curso, a chance de acidentes com


arma de fogo é nula.
Qualquer quebra de segurança pelo operador pode causar punições
administrativas e/ou afastamento das funções.
UNIFORME PARA APRESENTAÇÃO:

● Jaqueta 328
● Calça 130 1
● Sapatos 25
● Chapéu 106
● Acessórios 160
● Opcional: Colete 26; Chapéu 39; Máscara 122
I: APTIDÃO FÍSICA / AMBIENTAÇÃO
EM MEIOS LÍQUIDOS

Para início do ATEsp, será aplicado o teste de Aptidão Física nos alunos, onde de
início será uma caminhada em grupo em um circuito pré denominado em uma trilha
próximo a Suzano ( tracejado abaixo )

Figura 1: Caminho tracejado do ponto A ( Começo ) ao ponto B ( Final ).

Os alunos irão iniciar a Trilha no Ponto A do Mapa, irá existir uma pausa no Ponto
Vermelho no mapa ( um pouco mais da metade do circuito ), onde no local marcado,
irão fazer tais exercícios físicos pré denominados em série, iniciando em 5 séries de
10 flexões, 6 séries de 10 abdominais e um tiro de 25 metros em tempo para um
processo avaliativo.
AMBIENTAÇÃO EM MEIOS LÍQUIDOS

Treinamento de Técnicas Aquáticas, como se fazer alguns procedimentos em


água para salvar a vida do operador e de terceiros.
Começar falando das duas gandolas que a polícia militar utiliza no Estado de SP,
sendo a primeira e padrão a B4, utilizada no radiopatrulhamento e algumas
unidades especializadas como Força Tática e BAEP. A mesma tem sua confecção
formada pelo material Rip Stop Profissional, sendo não adequada ao ambiente
aquático em grande período, pelo seu material ao ser molhado, se trás um peso
maior ao operador e arrasto na água.
A segunda gandola, se tem sua confecção com intenção mais operacional sendo
utilizada apenas atualmente pelos Batalhões de CHOQUE da PMESP, sendo ela
confeccionada pela sua maior parte por uma camisa de Dry-Fit com a manga
comprida de Rip Stop. Sendo ela mais leve e tendo uma aderência melhor e
movimentos mais leves sem esforço na água pelo operador, o seu material traz um
conforto maior ao operador por ser impermeável e não pesar ao decorrer da
operação. Em compensação, provavelmente o operador que estiver usando essa
gandola, estará também com um colete modular e um armamento longo, assim
trazendo mais peso dos equipamentos, por volta de 20 a 25 Kg e se tendo um
esforço maior para flutuabilidade e nado do operador.
Por isso os dois uniformes tem os seus benefícios e malefícios, assim será
passado uma breve instrução sobre a Ambientação no Meio Líquido, sendo benéfica
em todos os meios benéficos, como Lagos e Rios e Mares que precisam ser
técnicas diferentes aplicadas para o sucesso de tal operação.
Iniciando a entrada na água, parece algo simples, porém dependendo da situação
pode ser algo muito importante e risco a vida do operador, onde se tem todos os
fatos como peso dos equipamentos que diminuirá a flutuabilidade do operador, solo
arenoso ou vegetações que possam prender o operador, corpo de rochas e até
correntes que podem ser fatais. Por esses motivos, é de suma importância o
operador antes de adentrar o ambiente aquático estar ciente e ter pré-verificado
todos esses itens para não acontecer nada de anormal na operação em que estiver
presente. Por “ via de regra “ da natureza, as águas cristalinas tem leitos com
pedras, recifes de corais ou areia, já águas turvas e escuras normalmente seu leito
é composto por barro e lama.
Suponhando que o operador está em terra firme ou um barco baixo, que é o
nosso caso, vou ensinar os senhores a como entrar na água com ela limpa, a que
me refiro sem destroços ou objetos estranhos como lixo natural ou destroços de
acidentes. Em água não limpa em que você não sabe qual a real profundidade, é
interessante o operador não ir até o fundo porque pode ser de lama e ficar preso no
leito, o interessante é pular sem movimentos bruscos e parar na superfície.
Agora caso os senhores estejam em um tal acidente náutico ou algo do gênero,
onde se tem destroços, líquidos inflamáveis ou até mesmo chamas na superfície, é
interessante após pular e flutuar na superfície, o correto é fazer movimentos abrindo
os dois braços em até 130° para limpar a área do operador dos destroços ou de
fluídos inflamáveis.

Após a instrução de mergulho e a verificação do ambiente líquido, serão


realizadas diversas atividades envolvendo natação no Lago. Onde é um meio de
água doces, e pelo seu porte ser pequeno não se tem a interferência de correntes a
água calma, sendo adequado para o primeiro contato aquático no curso.
Sendo assim, a natação se tem mundialmente conhecido e pioneiro o nado de
Crawl, onde é o tipo de nado que atinge as maiores velocidades e causa menos
desgaste físico no atleta. Por isso iniciamos a atividade com teste de resistência e
porte físico, sendo com o Nado de Crawl com todo o grupo junto sendo desta ponta
a esquerda ao término do lago ( lado direito ). Serão 4 conjuntos de ida e volta,
totalizando 200 metros.

Figura 2: Imagem do Lago Figura 3: Nado de Crawl


Após o nado de Crawl, será feito mergulho de adequação para apneia de 20
segundos de ida com pausa e volta na transversal do lago.

Figura 4: Imagem do Lago Figura 5: Mergulho

Após a finalização da primeira parte da Ambientação em Meios Líquidos, os


alunos irão continuar com a trilha seguinte ao Ponto B/Término da Trilha, no local
irão continuar com a caminhada pela rodovia até o ponto A para a próxima
instrução.
Novamente no Ponto A, os alunos irão começar a instrução e ambientação em
água marítima, onde por diversos fatores se adequa a um cenário mais difícil para
ser efetuado uma operação.
O primeiro contato será um exercício simples, onde irão saltar de um costão de
cerca de 3 metros, e irão realizar o nado de Crawl até o farol que está situado a uma
distância de 30 metros. Os alunos irão subir no farol, e após uma pausa para
reconstrução do fôlego, eles irão fazer o mesmo trajeto de volta.
Figura 6: Costão e farol da atividade marítima

Vale ressaltar diversos fatores para se manter a atenção em uma situação


marítima, ainda mais como esta, onde engloba o exercício próximo a um costão de
rochas, onde qualquer declive ou erro do operador, ele pode se comprometer e ser
jogado contra as rochas. Por isso é importante monitorar o momento certo da
entrada e o local correto, verificar qual a profundidade do salto, se há a existência
de correnteza no local ( muito comum próximas a costões ) , onde se o costão for na
vertical em relação a faixa de areia/mar, é muito comum nesse local existir correntes
de retornos, que são muito fortes e puxam o operador para fora do mar, o correto
para sair de uma corrente de retorno, é nunca nadar contra ela ( sentindo a faixa de
areia), onde a mesma é mais forte que o humano e só irá desgastar o operador, o
correto é realizar o nado em movimentos suaves na transversal ( para lateral ) da
corrente.
Para efetuar o mergulho em um costão de rocha, é interessante verificar o local
mais apropriado para não colidir com uma rocha no salto e aguardar o momento
correto, que é quando acaba de passar uma série ( conjunto de ondas ) e se vem a
calmaria que é entorno de 2 a 5 minutos. O salto se for raso as rochas o correto é
aguardar entrar a onda no costão para aumentar o nível do mar e pular de prancha
na água para o operador não afundar muito, e logo após o salto já continuar com o
nado em direção ao contrária do costão para evitar demais riscos.
II: ARMAMENTO / DEFESA PESSOAL /
TÁTICA PESSOAL / TIRO DINÂMICO

A instrução visa possibilitar ao policial manusear, conhecer e utilizar o armamento


básico fornecido pela Polícia Militar para estar utilizando no seu serviço operacional.
O policial estando capacitado com esta instrução poderá manusear armamentos de
grosso calibre com maior performance e especialização.

CONHECIMENTO DOS ARMAMENTOS:

GLOCK G22 .40 S&W

A pistola Glock está sendo utilizada na PMESP desde 2019.


No início foi distribuída apenas para os batalhões de CHOQUE (1º BPChq - 5º
BPChq) e no final de 2020 começou a ser distribuída aos batalhões metropolitanos
e do interior, hoje, cerca de 90% do efetivo utiliza as Glock’s em serviço.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DA GLOCK G22:

TIPO DE AÇÃO: Safe Action


PESO DA ARMA: 645g ( Sem o carregador )
NOME COMERCIAL: Glock G22
TIPO DE FUNCIONAMENTO: Semi Automática
CALIBRE: .40 S&W
NÚMEROS DE TIRO: 15 tiros +1 na câmara
ESPINGARDA - MODELOS

Esse é um dos tipos das escopetas utilizadas pela PMESP, com o padrão de
coronha e ação de bombeamento (pump). Normalmente utilizadas por unidades
com conhecimento em CDC (3º CHOQUE - Humaitá, Anchieta, BAEP e Força
Tática) para dispersar multidões com a munição em elastômero.
Também pode ser utilizada com munição letal, como no caso das especializadas
que carregam essas munições.
Atualmente temos vários modelos de escopetas em utilização: os mais antigos
variam entre a Mossberg M500, CBC Military 3.0 Pump e a nova Benelli 12 M4, que
é de uso exclusivo das unidades de CHOQUE (ROTA, COE e GATE ) e de alguns
BAEPs. Algumas antigas da Rossi e CBC ainda continuam em uso, porém, estão
em fase de troca para as novas, que são modernizadas e com um custo menor.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DA BENELLI 12 M4:

TIPO DE AÇÃO: Compreensão a Gás


PESO DA ARMA: 3.800g ( Sem o carregador )
NOME COMERCIAL: Benelli M4
TIPO DE FUNCIONAMENTO: Semi Automática
CALIBRE: 12
NÚMEROS DE TIRO: 8 cartuchos

CTT .40 - TAURUS:

As Forjas Taurus produziram no Brasil a arma Carabina CTT .40, perfeita para uso
policial. As carabinas CTT .40 são armas leves, de cano longo. As mesmas
possuem fácil manejo e são muito confortáveis durante a utilização. Este modelo de
cano longo utiliza carregadores de aço, com capacidade de 30 cartuchos.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DA CTT.40 - TAURUS:

TIPO DE AÇÃO: Ação Simples


PESO DA ARMA: 3.060g ( Sem o carregador )
NOME COMERCIAL: Taurus .40

TIPO DE FUNCIONAMENTO: Blowback simples ( semi - automática )


CALIBRE: .40 S&W
NÚMEROS DE TIRO: 30 tiros
IMBEL IA2 5.56x45:

O IA2 foi criado pela Indústria de Material Bélico do Brasil (IMBEL) para substituir
o FN FAL e suas variantes nas fileiras do Exército Brasileiro.
Atualmente a Polícia Militar do Estado de São Paulo utiliza-o desde 2018.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DA IMBEL IA2:

TIPO DE AÇÃO: Ação indireta de Gás


PESO DA ARMA: 3.380g ( Sem o carregador )
NOME COMERCIAL: IMBEL IA2
TIPO DE FUNCIONAMENTO: Semi-Automática/Automático
CALIBRE: 5,56 x 45 mm
NÚMEROS DE TIRO: 30 tiros

FUZIL AUTOMÁTICO LEVE - FAL (7.62x51)

Atualmente é pouco utilizado na Polícia Militar do Estado de São Paulo. Porém,


esse fuzil já reinou por anos. Poucos batalhões ainda mantém ele na ativa, como o
COE, ROTA e algumas unidades do BAEP (que já estão substituindo pelo IA2 e
SCAR).
Foi criado pela mesma inventora da SCAR, a FN Herstal. Porém, a IMBEL
comprou a licenciatura e começou a produzir em fábricas brasileiras para o nosso
exército e forças de seguranças desde a década de 60, sendo inicialmente
substituído pela IA2 em 2016.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DA FN PARA FAL:

TIPO DE AÇÃO: Ação indireta de Gás


PESO DA ARMA: 4.500g ( Sem o carregador )
NOME COMERCIAL: PARAFAL / FAL
TIPO DE FUNCIONAMENTO: Semi-Automática/Automático
CALIBRE: 7,62 x 51 mm
NÚMEROS DE TIRO: 30 tiros

FUZIL FN SCAR-H/L (7.62x51 e 5.56x45):

As FN SCAR-H e SCAR-L chegaram em 2020 para a Polícia Militar do Estado de


São Paulo. Com o intuito de renovar e modernizar o efetivo balístico de patrulha, foi
autorizado a compra de cerca de cinco mil unidades, com previsão de até quinze mil
em 2023. No princípio apenas unidades de CHOQUE receberam.
Após a aprovação, foi distribuído para as unidades de BAEP, Força Tática e
unidades de comando patrulha (CFP, Supervisão Regional,CPA, etc).
Vale ressaltar que apenas unidades de CHOQUE ficaram com os modelos H, de
calibre 7.62x51mm.
O FN SCAR é construído para ser extremamente modular, incluindo mudança de
cano para alternar entre calibres. O fuzil foi desenvolvido pela fabricante belga FN
Herstal (FNH) para o Comando de Operações Especiais dos Estados Unidos
(SOCOM).

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DA FN SCAR:

TIPO DE AÇÃO: Gás com ferrolho rotativo


PESO DA ARMA: 3.040g ( Sem o carregador )
NOME COMERCIAL: SCAR
TIPO DE FUNCIONAMENTO: Semi-Automática/Automático
CALIBRE: 5,56mm e 7,62mm
NÚMEROS DE TIRO: 30 tiros
VELOCIDADE INICIAL DO PROJÉTIL: 870 m/s
ALCANCE: 300 à 800m
CADÊNCIA DE TIRO: 625 disparos por minuto
CONHECIMENTO DAS MUNIÇÕES

As munições existem em diversos formatos, composições e tamanhos, isso é


fato. Porém, dependendo da munição pode se causar um resultado diferente na
balística do disparo.
Um exemplo é a munição de ponta encamisada total (ETOG) que têm maior
transfixação em alvos, usada normalmente em situações que necessitam de uma
maior transfixação decorrente de local, clima etc.
A munição utilizada atualmente pela Polícia Militar é a EXPO e EXPP (ponta oca),
que tem como características a maior expansão dentro do alvo para efetuar a
imobilização, evitando assim a transfixação e provavelmente evoluir a óbito por uma
possível hemorragia interna e externa.

RECONHECIMENTO DAS ARMAS

Os alunos para fazer o primeiro contato com os armamentos e com a pista de tiro
para o início do tiro dinâmico, irão efetuar algumas atividades simples na Pista de
tiro localizada no 4° BAEP. Sendo divididas em 3 partes, primeiro com a Pistola
Glock, segundo com a Espingarda Beneli 12 M4 e por último o Fuzil Imbel IA2.

Figura 7: Pista de Tiro no 4° BAEP - São Paulo


O primeiro exercício será com a pistola Glock G22, onde terá 1 aluno em cada baia
e irão fazer 2 disparos com a ordem de disparo, serão 8x séries de disparo e a cada
série o aluno irá dar um passo para trás.
Com as Espingarda de Calibre 12 com munição letal, será feito o exercício com
apenas 1 aluno de cada vez, onde será montada uma pista com cones de
sinalização com movimentos de ida e volta ( frente trás ), porém o mesmo sempre
manterá em posição de tiro apenas se movimento com os pés sempre focado nos
alvos. A pista iniciará na parte esquerda ( Cone 1 ) por trás, onde o mesmo irá
efetuar 1 disparo por cone e irá retornar para trás em posição de tiro para o próximo
cone e fazer o mesmo exercício até a última e retornar fazendo o mesmo.

Figura 8: Pista de Tiro / Espingarda 12

O exercício com o fuzil ( Imbel IA2 ) será com cada um em sua baia e efetuará o
disparo com ordem do instrutor, após isso irá trocar de posição com o aluno da
direita. Após esse exercício, será feito um sozinho onde terá cinco cones e o aluno
terá que efetuar disparo a cada baia onde irá fazer o Zig Zag nos cones de forma
lateral.
DEFESA PESSOAL

A instrução de defesa pessoal, será iniciada com um pequeno exercício de combate


corporal. Com a física existente, a luta mais próxima que é encontrada é o Boxe.
Por isso será feito uma instrução sobre o Boxe para os alunos no Aeroporto de
Viracopos.
Para defesa corporal, os golpes mais eficazes são o Jab e o Gancho. O Jab é
desferido com a mão da frente da guarda, e por isso é sempre o golpe mais rápido,
porém pela falta de impulso acaba sendo o mais fraco. É o golpe mais utilizado
tendo em vista que utiliza menos esforço e energia, controla o ritmo e a distância do
combate.
Já o Gancho, é desferido com um movimento semicircular curto que visa atingir a
lateral da cabeça ou do torso do adversário. Sua principal diferença para um
cruzado é o ângulo de ataque bem mais aberto. É o golpe que mais consome
esforço e energia, mas o impacto é o mais forte e se acertar no local correto o
desmaio é repentino no inimigo.
Os locais mais prováveis de causar o desmaio/nocaute no inimigo são na
Têmporas e no Queixo. As têmporas ficam nas laterais do rosto, entre a linha do
cabelo e a sobrancelha, na altura dos olhos, quando ela é atingida, o impacto
chacoalha o cérebro a ponto de bater no crânio, causando o desmaio.
O queixo é realmente o ponto mais perigoso, pois de lá a força do soco pode ir
direto para uma região do cérebro chamada tronco cerebral. São as células do
tronco que comandam a consciência.
O exercício será realizado em duplas de alunos, onde eles irão praticar o
combate corporal até o aluno solicitar para parar para evitar o nocaute.
TÁTICA PESSOAL

1. TÉCNICA X TÁTICA

1.1. TÉCNICA
Conjunto dos métodos e pormenores práticos essenciais à execução perfeita de
uma arte ou profissão; o conjunto dos processos de uma arte; a maneira de
executar determinado procedimento.

1.2. TÁTICA

Conjunto de meios ou recursos empregados para alcançar um resultado


favorável; a ação planejada para a obtenção de um determinado fim; a estratégia.

2. FUNDAMENTOS TÁTICOS
Conceitos, princípios e técnicas básicas que servem de fundamento para todas
as demais instruções e áreas de atuação previstas para as diversas modalidades de
policiamento, principalmente as repressivas.

2.1. POSTURA TÁTICA

“Conforto, equilíbrio e naturalidade”

Postura básica adotada pelo policial militar nas mais variadas atividades. A partir
dela obtêm-se diversas outras posições.
A postura tática se assemelha à posição de guarda de um boxeador,
diferenciando-se, porém, pela condução do armamento. Ao adotar a postura tática o
policial militar busca uma postura corporal que propicie conforto, equilíbrio
(estabilidade) e naturalidade, sendo estas as características que trarão melhores
condições de enfrentamento, tanto no manuseio de armamento como na execução
de técnicas não letais e mãos livres.
Busca colocar o policial em condição de superioridade através da postura
ofensiva e de iniciativa (Demonstração de Força/Agressividade Controlada), bem
como deixa o policial em posição iminente para atuação enérgica.
Figura 9: Postura Tática

2.2. CAMINHADA TÁTICA

A caminhada tática é o deslocamento do policial em áreas de risco, progressões


e em situações de risco iminente, buscando a melhor plataforma para se efetuar a
varredura da área e disparos em movimento quando necessário, minimizando
acidentes com obstáculos no caminho.
Propicia um deslocamento mais silencioso que favorece a surpresa nas ações
pretendidas. A condução do armamento varia entre as posições de pronto emprego
e pronto baixo.

● Os joelhos mantêm-se semiflexionados; busca-se o mínimo de


variação de altura.
● A lógica da caminhada tática é a manutenção da postura tática durante
o movimento.
● Aplica-se durante progressões, varreduras, invasões, na aproximação
em abordagens e nos momentos críticos em que talvez seja
necessário efetuar disparos em movimento.
Figura 10: Caminhada Tática

Fora das limitações da área de risco, antes de iniciar ou após a progressão, o


policial deve adotar uma variação da caminhada tática alterando sua plataforma de
tiro com variação entre as posições pronto baixo e retenção, como forma de
preservar sua boa condição física. Além disso, caminha-se quase que normalmente,
buscando uma menor variação de altura, contudo, sem o rigor da postura tática
durante a caminhada.

O armamento deve estar em condição de emprego, empunhado, a fim de que o


policial militar possa dar resposta imediata frente à ameaça que surgir durante seu
deslocamento.

Figura 11: Posição Armamento


3. EMPREGO DE ARMA DE FOGO

3.1. PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA DE TIRO

Alguns procedimentos de segurança adotados na prática de tiro são


também empregados na atuação policial, dada a segurança que
proporcionam ao policial militar, a terceiros e ao patrimônio (bens materiais).
Como regra geral, temos:

3.1.1. CONTROLE DE ARMA

“Não se aponta uma arma de fogo para aquilo que não se deseja atingir,
danificar, destruir, machucar ou matar”

Trata-se da correta empunhadura da arma de fogo com direcionamento do


cano para posição segura, evitando-se varrer integrantes da equipe, pessoas
não suspeitas ou determinados objetos materiais.

Figura 12: Controle de Arma


3.1.3. TERCEIRO OLHO

O nome dado ao fundamento tático terceiro olho é usado figurativamente


para representar o cano da arma quando somado aos dois olhos do policial
militar. É executado enquanto a arma direcionada acompanha o percurso
realizado pelos olhos do policial.
A atividade policial exige de seu operador o máximo de atenção aos
perigos imediatos que possam surgir. Para melhor observação e rápida
resposta, o policial deve manter os dois olhos abertos em todo momento,
praticando varredura e tiro semi visado.

4. VISÃO DE TÚNEL X VISÃO PERIFÉRICA

Visão de túnel é a visualização restrita, com foco em um único ponto, que dificulta
a leitura do ambiente. Visão periférica é a visualização ampla, comportando um
ângulo próximo a 180⁰. Ela é obtida mantendo-se os dois olhos abertos, a atenção e
concentração do policial militar na identificação dos perigos imediatos, evitando-se a
visão de túnel.
O policial militar deve evitar a visão de túnel e adotar a silhueta reduzida frente às
ameaças, restringindo a visão em raríssimos casos.

Figura 13: Visão de Túnel


Figura 14: Visão Periférica

Na primeira situação é possível observar a restrição do campo visual


ocasionado pelo efeito da visão de túnel, não sendo possível visualizar e identificar
todas as ameaças presentes no cenário. Na segunda situação fica nítida a
vantagem obtida pela manutenção da visão periférica, possibilitando a identificação
das ameaças.

5. TIRO SEMI VISADO

O tiro semi visado consiste em manter o foco no objetivo (ameaça), com visão
secundária (desfocada) no aparelho de pontaria. Seu emprego está associado à
técnica do terceiro olho, portanto mantendo os dois olhos abertos. É essencial na
execução das varreduras para melhor domínio do ambiente e identificação dos
perigos imediatos, sendo fundamental seu treinamento para obtenção da efetividade
de disparo de arma de fogo.
Figura 15: Tiro Semi Visado

6. FUNIL FATAL

Funil Fatal ou Cone da Morte são locais que atraem disparos, por serem locais
lógicos de haver presença policial, como: viaturas, escudos balísticos. Também
podem ser locais que retratam a silhueta do policial militar, como: portas, janelas,
corredores, becos, foco de iluminação, escadas e etc.
Por colocar o policial em risco, devem ser evitados ou superados de forma
objetiva.

Figura 16: Funil Fatal


7. TÉCNICAS DE CONDUÇÃO DO ARMAMENTO – POSIÇÕES

É essencial a manutenção da postura tática (conforto, equilíbrio e naturalidade)


para melhor operar com o armamento. As técnicas de condução do armamento são
inúmeras, sendo adotadas como padrão do GATE/PMESP as técnicas descritas
abaixo, separadas em dois conjuntos distintos: posições de retenção e posições
pronto.

7.1. RETENÇÃO

As posições de retenção são utilizadas para manter o armamento em


condição de emprego ao mesmo tempo em que dá conforto ao policial militar,
preservando seu bom condicionamento físico. A arma permanece rente ao
corpo, direcionada para baixo, levemente inclinada em relação ao solo e
voltada para frente, de modo que não aponte para os membros inferiores do
policial. Braços e cotovelos recolhidos junto ao corpo. A arma pode ser
lateralizada ou frontal.

Figura 17: Posição de Retenção Arma Longa


7.2. PRONTO BAIXO

Na posição pronto baixo, como o próprio nome informa, a arma já está


pronta: empunhadura dupla, braços estendidos, arma em 45⁰
(aproximadamente) em relação ao solo, voltada para frente, retirando-a da
linha dos olhos, restando apenas o direcionamento da arma para o perigo
imediato que surgir. A arma permanece abaixo da linha dos olhos (abertos)
para oportunizar melhor visão periférica. Pode ser adotada como posição de
busca quando não há necessidade ou oportunidade para a posição pronto
emprego. Não deve ser adotada diante de uma ameaça iminente.

Figura 18: Posição Pronto Baixo

7.3. PRONTO EMPREGO

Mesma base realizada na posição pronto baixo, porém na posição pronto


emprego a arma é elevada à altura dos olhos, mantendo os dois olhos
abertos (semi visado), com alvo engajado.
Figura 19: Posição Pronto Emprego Arma Curta

Figura 20: Posição Pronto Emprego Arma Longa

8. VELOCIDADES DE DESLOCAMENTO

8.1. VELOCIDADE

Estão relacionadas ao objetivo da progressão empregando a manutenção


da postura tática.

● Velocidade de cobertura: lenta


● Velocidade de busca: média
● Velocidade de assalto: rápida
8.2. CORRIDA

As corridas são executadas com prejuízo da postura tática em detrimento


do objetivo pretendido: aproximação do companheiro da patrulha,
recomposição da retaguarda, tomada de abrigo e de pontos, entre outros.

● Corrida tática: Utilizada na recomposição da retaguarda ou


aproximação.
● Corrida evasiva: Manutenção do sigilo à distância ou redução da
exposição.

A corrida tática e corrida evasiva podem ser executadas por meio das
posições de retenção, com o armamento junto ao corpo: cruzado no peito, à
frente do corpo, ou lateralmente, mantendo a posição natural do corpo.

9. VARREDURA

9.1. TOMADA DE ÂNGULO (FATIAMENTO)

O policial militar posiciona-se frontalmente em direção à barricada (abrigo


ou cobertura), adotando postura tática, e com movimentos progressivos
avança lateralmente, movimentando quadril e tronco, sem expor o corpo,
conquistando ângulo a ângulo (fatiando), até que todo ambiente seja varrido
ou a ameaça encontrada. Todo movimento deve ser realizado com emprego
de armamento na posição pronto emprego, com empunhadura do lado
correspondente ao avanço.
Para evitar a falsa sensação de segurança e ampliar a visibilidade do
ambiente a ser varrido, o policial deve se afastar da barricada.

Figura 20: Tomada de Ângulo


POSTURA TÁTICA – EMPUNHADURA CORRESPONDENTE

Não observar a postura tática durante a varredura pode causar exposição do


policial. A postura tática acompanha a empunhadura, que por sua vez corresponde
ao lado do avanço. Na posição ajoelhada, a perna mais próxima ao abrigo fica alta e
a oposta baixa. Isso permitirá o movimento de quadril e tórax para avançar com o
armamento na posição pronto emprego e realizar a varredura com maior segurança.

16. MOMENTO DE TREINAMENTO PRÁTICO EXERCÍCIOS PRÁTICOS

CAMINHADA TÁTICA: marcação com cones; posição pronto baixo e pronto


emprego; atentar para posição da bandoleira (VÁRIAS REPETIÇÕES)

TREINAMENTO DE SEMI-VISADA: (colocação alvos): a) pronto baixo; b) pronto


emprego com engajamento (primeiro semi visado; depois faz visada por dez
segundos pra corrigir) (VÁRIAS REPETIÇÕES)

TREINAMENTO DE TRANSIÇÃO DE ARMA (ESTÁTICO): - Bandoleira cabeça:


Imbel IA2 em pronto baixo – pronto emprego (na fita) – transição (1) – arma curta –
saque objetivo (na fita) (ARMA DEVE SER COLOCADA JUNTO AO CORPO, PARA
QUE NÃO BATA E INUTILIZE O POLICIAL)

TREINAMENTO EM MOVIMENTO: - Caminhada tática: pronto baixo – pronto


emprego (e continue...) - Mesmo exercício, agora com transição de arma mais
pesada.

TREINAMENTO DE TRANSIÇÃO DE ARMA (DINÂMICO): - Bandoleira cabeça:


MD97 em pronto baixo – pronto emprego – transição (1) – arma curta – saque
objetivo (ARMA DEVE SER COLOCADA JUNTO AO CORPO, PARA QUE NÃO
BATA E INUTILIZE O POLICIAL)

TREINAMENTO DE GIRO ESTACIONÁRIO (ESTÁTICO): alvos à direita, alvos à


esquerda e alvos à retaguarda

TREINAMENTO DE GIRO ESTACIONÁRIO (DINÂMICO): com cones, cruzando e


fazendo controle de arma

TREINAMENTO DE PROGRESSÃO: Formação siamesa (em dupla): segundo


homem se adianta - Formação siamesa (em dupla): segundo homem se adianta e
tem contato visual (confirmação do instrutor) – faz formação high-low;

“ISSO NADA MAIS É DO QUE UM TREINAMENTO DE TIRO, SÓ FALTA


ACIONAR O GATILHO”
O primeiro exercício dinâmico com tiro trabalhado em conjunto com Defesa
Pessoal, será uma simulação de combate corporal, onde o aluno estará em posição
de expectativa ( empurrar, brigar ), após a ordem do instrutor “ Sair do X a Direita “,
o X seria no meio o inimigo e se afastar dele na diagonal, onde terá mais distância
em menor tempo para iniciar a defesa com sua arma de fogo. Após a ordem do
instrutor, o aluno terá que se afastar em posição de expectativa para trás na
diagonal da direção que for ditada. Após assumir tal posição o aluno irá colocar a
mão no armamento e aguardará a ordem do instrutor “ pronto “, onde o mesmo
poderá iniciar a sequência de 3 disparos no alvo. Após executar o tiro, o correto é
fazer a quebra de túnel 180° para verificar se não tem mais nenhuma ameaça
iminente no terreno, guardar o armamento retornar para a posição inicial e levantar
a mão.

TIRO DINÂMICO
Os exercícios de Tiro Dinâmico serão divididos em 2 partes, a primeira de forma
sozinha e a segunda em dupla.
A primeira parte, que é sozinha por aluno, será formada por 2 exercícios. O
primeiro exercício será uma simulação de suposta falha na Arma principal ( Fuzil ) e
o operador terá que utilizar o armamento secundário (pistola). Existirá 3 pontos na
pista, onde no primeiro o aluno irá fazer o disparo com o Fuzil, e após o disparo em
ambos os alvos, ele irá simular a falha no armamento, diante dessa parte, ele
avançará com a pistola para o próximo ponto e irá fazer o disparo nos três alvos
novamente e por último avançar no 3 ponto e fazer o mesmo processo.

Figura 21: Pista Exercício Solo 1


O segundo exercício será realizado com o Fuzil, onde existirá um campo com a
simulação de um edifício de só um cômodo. Onde o início será na seta verde
ilustrada, irá imobilizar o primeiro alvo a vista, após irá progredir com cautela até a
primeira entrada e irá imobilizar os 2 alvos dentro que estão no fundo. Após ele irá
progredir na parede externa até o final na curva e irá abater o 2 alvo fora, onde fará
a progressão até a 2 entrada e abater os 2 alvos restantes no interior.

Figura 22: Campo Exercício Solo 2

A segunda parte será feita em duplas, sendo o primeiro exercício com a Pistola, e
o segundo com o Fuzil.
O primeiro exercício será realizado em dupla junto de forma lateral do começo ao
término. Onde existirá três alvos em uma distância curta, denominados em 1,2,3
respectivamente. Com a ordem do instrutor 1 os alunos irão progredir para frente e
realizar 2 disparos no alvo simultaneamente, na ordem 2, irão progredir para
esquerda e realizar o disparo no alvo número 1, e por último na ordem número 3
irão progredir para direita e disparar no alvo 3. Vale ressaltar que os movimentos
sempre será apenas para frente, trás e lateral, nunca será em diagonal.
O segundo exercício será realizado com fuzil, onde terá um campo com 5 pontos
de abrigo, e os alunos em dupla farão a progressão em conjunto até o último ponto.
Em cada abrigo, poderá ser realizado 3 disparos no alvo, vale ressaltar que serão 2
alvos, e cada aluno terá o seu designado.
III: CQB / PROGRESSÃO / VCQB / APH
TÁTICO

COMBATE EM AMBIENTES CONFINADOS - CQB

Constitui-se doutrina de combate em ambientes confinados o conjunto de


técnicas que permitem a atuação operacional do policial militar em áreas edificadas,
sendo imprescindíveis para a sobrevivência policial no caso de eventuais confrontos
com ameaças armadas ou desarmadas no interior de recintos fechados.
Internacionalmente, tais técnicas são conhecidas pela denominação americana
de CQB (Close Quarter Battle) ou CQC (Close Quarter Combat).
Em todo o mundo, há diversos registros com expressivo número de policiais
mortos ou feridos em enfrentamentos sob as circunstâncias do ambiente confinado.
Tais índices são resultados das condições críticas pelas quais os policiais militares
são submetidos quando estão operando em ambientes confinados.
Nesse sentido, a curta distância é o principal fator crítico do CQB. Isso porque,
normalmente, os espaços dos cômodos são pequenos, o que amplia as chances de
um policial ser facilmente atacado ou ferido, independente do tipo de arma do
oponente, somado à redução da capacidade de pronta resposta à agressão por
parte do policial.
Outras desvantagens dos policiais em relação aos infratores: ausência de abrigos
ou coberturas; espaço limitado a manobras; baixa luminosidade; controle da visão
periférica; possibilidade de múltiplos alvos, elevado nível de estresse; capacidade
do criminoso em eleger locais estratégicos para efetivar uma emboscada.
Durante toda a movimentação dentro da edificação, o policial deve adotar uma
postura ofensiva e estar à procura de toda fonte de perigo. Além de empregar as
técnicas de CQB, descritas a seguir, é imprescindível a observação de conceitos
táticos importantes como a postura de caçador, o caminhar tático em silhueta
reduzida e plataforma de tiro, terceiro olho, controle de arma, projeção siamesa,
disciplina de luz e som, bem como o uso das técnicas básicas de varredura que são
a tomada de ângulo e a rápida olhada.
CONCEPÇÃO DO PERIGO IMEDIATO (CPI)

Dentre as diversas técnicas que cuidam da movimentação da equipe tática dentro


de um ambiente confinado, a Concepção do Perigo Imediato (CPI) foi eleita a
padrão para fluição dos integrantes do GATE de SP.
A teoria da CPI é simples e parte do conceito de perigo imediato, que é o ponto,
local ou situação em um ambiente onde existe a maior probabilidade de surgir uma
ameaça física contra o policial.
A CPI, por sua vez, divide o perigo imediato em primário e secundário. Perigo
imediato primário são pessoas, ao passo que perigo imediato secundário são
cantos, locais, portas, janelas, mobiliários, etc.
O operador, portanto, ao adentrar em um ambiente confinado, deve sempre
procurar por pessoas, preocupando-se com a visualização das mãos. Caso não veja
alguém, a preocupação será em busca dos perigos imediatos secundários dispostos
conforme a configuração do recinto e a distribuição do mobiliário.
Para interpretação do ambiente e identificação dos perigos imediatos, o policial
deverá aplicar o ciclo OODA (Observar – Orientar – Decidir – Agir), observando e
identificando as fontes de risco, orientando-se acerca das possíveis alternativas,
decidindo a ação ótima para o caso e finalmente executando a ação propriamente
dita.
Outro conceito importante para a Concepção do Perigo Imediato é a identificação
do canto leve e canto pesado. No canto leve, o operador possui uma
pré-visualização do ambiente, correspondente a cerca de 25%. O canto pesado
corresponde ao outro lado, cujo o policial deverá se preocupar em varrer ao passar
pela porta.

Figura 23: Canto leve e canto pesado


Quanto ao enquadramento da arma primária durante a movimentação na
edificação e passagens por portas, fica a critério do operador realizar o engajamento
centro/canto (posição pronto-emprego do centro para o canto do ambiente) ou
canto/centro (o operador passa pela porta buscando primeiramente o canto e depois
o centro do cômodo).

Figura 24: Engajamento Centro-Canto

ENTRADAS: TÉCNICAS DE PASSAGEM PELA PORTA

As técnicas tradicionais de passagem pela porta são as entradas cruzada,


gancho e limitada. Além destas, o GATE/SP emprega a entrada gancho-cruzada em
invasões táticas e a entrada mista (denominada dessa forma por ser uma mistura de
técnicas) para progressões lentas, furtivas.
Com exceção da entrada mista, todas as outras técnicas de passagem pela porta
requerem relativa velocidade durante a execução. Isso porque as portas são
exemplares cones da morte, assim entendidos como a silhueta e a faixa de luz
projetadas por uma abertura, produzindo uma área de alto risco quando da sua
passagem.
As portas no Brasil normalmente possuem tamanhos variáveis entre 80 e 70
centímetros de largura, podendo estar posicionadas no centro ou no canto das
paredes. Tais verificações são determinantes para as técnicas de movimentação e
treinamento da equipe.

ENTRADA CRUZADA

Na entrada cruzada, os policiais estão posicionados um em cada lado da


porta, atravessando-a em movimento semelhante a uma cruz. É
recomendável para ocasiões em que a porta se encontra fechada e o policial
necessita checar a maçaneta ou aplicar uma técnica de arrombamento. O
ponto fraco dessa técnica é o lapso temporal, ainda que breve, que leva o
segundo operador para adentrar no ambiente, oportunizando uma agressão
ao primeiro operador pelo canto que ainda não foi coberto.

Figura 25: Entrada Cruzada

ENTRADA EM GANCHO

Na entrada em gancho, os policiais também estão posicionados um em


cada lado da porta e ao adentrar se movimentam em gancho. A dificuldade
dessa técnica está na súbita troca de direção e de áreas pré-visualizadas
pelos policiais.
Figura 26: Entrada em Gancho

ENTRADA LIMITADA

Entrada limitada consiste na técnica que o operador projeta parcialmente


ao ambiente, contudo sem adentrar. A projeção é semelhante à rápida olhada
da varredura, só que o operador não retorna ao abrigo/cobertura do batente
da porta, permanecendo na posição e visualizando o canto do recinto.

Figura 27: Entrada Limitada


ENTRADA GANCHO-CRUZADA

Muito utilizada pelo Grupo da U.T.I ( Unidade de Interventores Táticos )


do GATE durante as invasões táticas, a entrada gancho cruzada permite que
a dupla de operadores core-hografe o momento de passagem pela porta,
permitindo que ambos adentrem simultaneamente no ambiente e em
condições de tiro. Nessa progressão, os dois policiais estão do mesmo lado
da porta e esta já se encontra aberta. A dificuldade da técnica reside no
entrosamento dos policiais e nas diversas larguras de portas.

Figura 28: Entrada Gancho-Cruzada

ENTRADA MISTA

A entrada mista, por sua vez, é muito recomendável nas progressões


lentas, furtivas, cuja prioridade é a segurança dos policiais e não é necessário
imprimir grandes velocidades durante o deslocamento.
É executada a partir de dois policiais que estão juntos e se aproximam de
um ambiente com a porta aberta. Na entrada mista eles conseguirão plotar
todo o recinto, antes de projetar no ambiente, aplicando a seguinte cronologia
de técnicas: o operador 1 permanece em posição de pronto-emprego e com a
visualização parcial do ambiente; o operador 2 aplica a tomada de ângulo até
o outro lado da porta, aclarando quase a totalidade do ambiente; para
finalizar, falta a visualização dos “escanteios”, os quais serão constatados
simultaneamente com os dois policiais tomando a posição high-low e entrada
limitada; caso esteja limpo ambos passam cruzado.
Figura 29: Entrada Mista: policial 1 segura o canto leve, enquanto o segundo policial inicia a
tomada de ângulo até o domínio visual do canto pesado.

Figura 30: - Entrada mista: policiais executam as técnicas high-low e entrada limitada para
visualização simultânea dos cantos não vistos.
CHECAGEM DE PORTA

Em qualquer técnica de passagem, o policial sempre deverá checar a


porta, empurrando-a com o cano do próprio armamento ou com o cotovelo da
mão fraca, com a finalidade de verificar se não há qualquer alteração.

Figura 31: Cheque de porta utilizando o corpo.

PRINCÍPIOS DO CQB

Os princípios do CQB, portanto, são a base de todo o conjunto técnico que


permite a atuação operacional do policial militar em áreas edificadas. Sempre
que observados, a probabilidade de sobrevivência do policial no caso de
eventuais confrontos armados será elevada.

São três princípios:

● Sempre atue no mínimo em dupla


● Sempre possua uma segunda arma ( Backup )
● Sempre preencha todo o espaço
Sempre atue no mínimo em dupla - Dois operadores constituem a célula
básica de qualquer grupo de operações especiais do mundo. As técnicas de
CQB são desenvolvidas a partir de dois policiais militares, tudo com o intuito
de amplificar a segurança de ambos.

Sempre possua uma segunda arma ( Backup ) - Como os confrontos


em ambientes confinados são sempre rápidos e a curtas distâncias, a
segunda arma implicará na segurança do policial caso necessite realizar uma
transição de arma, com a ocorrência de pane ou por mudança da
configuração do local da missão. Ressalta-se que no GATE/SP, o operador
sempre possuirá como arma principal, uma arma longa (fuzil de assalto ou
submetralhadora) e como arma secundária, uma arma curta (pistola).

Sempre preencha todos os espaços dados - O policial, durante a


progressão em ambiente confinado, deve sempre checar, ainda que
visualmente, todos os ambientes, cômodos, cantos, mobiliários, atrás da
porta etc, sob pena de ser surpreendido por um agressor a qualquer tempo.

ENTRADAS: TÉCNICAS DE PROGRESSÃO NO AMBIENTE

ENTRADAS COBERTAS

Também chamadas de entradas furtivas, lentas ou programadas, as


entradas cobertas são penetrações em ambientes sem visualização, quando
há necessidade de continuação do deslocamento da equipe.
É a arte da furtividade combinada com a suave movimentação do time,
utilizada em buscas, varreduras e neutralização de alvos suspeitos com
segurança.
É utilizada quando não se quer mostrar a presença da guarnição ou
quando a exata localização do suspeito não é conhecida (marginal
embarricado).
No caso, a prioridade da segurança será essencialmente do policial militar.
Este deve estar preocupado em aplicar técnicas de varreduras e táticas
individuais, não se preocupando com a velocidade do deslocamento, mas sim
em dominar e abordar o marginal, em segurança, dentro da edificação.
ENTRADAS DINÂMICAS

A entrada dinâmica, invasão tática ou assalto, é empregada quando há a


necessidade de uma ação rápida, de surpresa e de choque dentro de um
ambiente. No meio policial, é classicamente utilizada em ocorrências de crise
como uma das alternativas táticas, sendo executada somente por grupos
táticos especiais.
Corresponde a uma ação agressiva, contínua, realizada quando se entra
em uma edificação efetuando a limpeza dos espaços, movendo-se
rapidamente e atacando poderosamente qualquer ameaça de forma rápida e
efetiva até o domínio completo do local.

PRINCÍPIOS DA ENTRADA DINÂMICA

Três são os princípios da entrada dinâmica (os “3 S”):

● Velocidade (Speed);
● Surpresa (Surprise);
● Ação de choque (Shock action).

TIPOS DE VELOCIDADES EM ENTRADAS

Conforme o tipo de progressão da coluna, as entradas irão possuir três


tipos de velocidade, quais sejam:

● Velocidade de Cobertura: deslocamento lento, progressivo, usado


em situações de terrenos desconhecidos;

● Velocidade de Busca: deslocamento moderado, usado para domínio


rápido de um ambiente ou para atingir um ponto pré-determinado. A
velocidade varia conforme o objetivo, sendo que esta é fator de aumento de
risco.

● Velocidade de Assalto: deslocamento rápido e direcionado, usado


quando a situação exige ação dinâmica. Empregada em ocorrências de crise.
FORMAÇÃO DA COLUNA

Para a execução de qualquer missão, a coluna básica do GATE/SP é


composta por no mínimo 4 (quatro) policiais, com as seguintes funções:

1º OPERADOR – Ponta 1;

2º OPERADOR – Ponta 2 (acumula a função de granadeiro);

3º OPERADOR – Comandante;

4º OPERADOR – Retaguarda (acumula a função de arrombador).

Figura 32: Coluna com 4 operadores

Destaca-se que no CQB, a distribuição das funções é tão-somente para


determinar o posicionamento inicial da coluna, onde todos devem exercer
qualquer função na fluição.
Quatro operadores é a composição básica, podendo-se acrescentar mais
um militar com a função de escudeiro ou, no caso da invasão tática, mais
quatro operadores, totalizando oito em uma coluna.
Em qualquer progressão, os policiais devem buscar informações quanto
ao grau de periculosidade dos marginais, da presença de um ou múltiplos
reféns (para entradas dinâmicas), além da quantidade ou complexidade do
número de cômodos. Isso determinará alguns aspectos da fluição, onde os
policiais atuarão em dupla por cômodo ou a coluna básica (4 operadores) em
todos os cômodos.
Figura 33: Dois policiais atuando em um cômodo / Quatro policiais atuando em um cômodo

VERBALIZAÇÃO

A verbalização é imprescindível durante todo o processo de entrada, seja


ela coberta ou dinâmica. Ela acontecerá entre os policiais militares e destes
com os marginais. Conforme a ocorrência, os policiais devem observar a
disciplina de sons e executar a comunicação por meio de sinais.
Sempre que possível, a verbalização dos policiais com os marginais deve
iniciar com a ordem de polícia (de forma clara, firme e objetiva), seguida da
ordem circunstancial (por exemplo, “deite no chão”, “largue a arma”, “mãos na
cabeça” e etc).
No que se refere à entrada dinâmica, esta possui peculiar verbalização, a
ser bradada pelo operadores tão logo finalize a invasão do ambiente alvo, na
seguinte ordem:

● (Número) limpo! – cada operador brada seu número e limpo. Por


exemplo: 27 limpo! 08 limpo! E assim sucessivamente.

● Dominado! – Verbalizado primeiramente pelo Comandante da equipe,


com intuito de cientificar o domínio do ambiente. Após, todos os
integrantes, ao mesmo tempo, respondem “dominado!”.
● Reorganizar! – Nessa situação, o Comandante estabelece o
reposicionamento dos operadores, com o objetivo de estabelecer um
link e checar os resultados. Em seguida, realiza contato com o gerente
da crise, informa os resultados e solicita apoio (de um socorro de
emergência, por exemplo).

● Preparar para sair! – Comandante ordena, neste comando, a


organização da equipe no último cômodo, os quais preparam-se para
a saída.

● U.T.I saindo! – Última ordem, dita pelo Comandante, determinando a


saída do grupo.

Figura 34: Grupo Reorganizado após invasão tática

DISTRATIVOS

A principal ferramenta tática distrativa à disposição dos policiais militares


de SP são as granadas, explosivas ou de emissão, específicas para
ambientes confinados (uso indoor).
Quando possível e necessário, o uso de granadas reduz o risco no
momento crítico da entrada, permite que a equipe reconquiste o efeito
surpresa, além de proporcionar o efeito da ação de choque no marginal, com
o congestionamento de seus impulsos nervosos por meio de saturação de
estímulos visuais, sonoros e sinestésicos.
Quanto ao manuseio, a alavanca de manejo deve permanecer na palma da
mão forte do operador e o pino de segurança somente é removido quando for
utilizar a granada. A sequência lógica de lançamento será: puxa (o pino de
segurança), pisa (o granadeiro se posiciona próximo da porta), olha (para o
local onde irá arremessar) e lança (o lançamento será baixo e curto).

MOMENTO DE TREINAMENTO PRÁTICO ENTRADAS DINÂMICAS

Os exercícios serão realizados em uma pista que simula o ambiente


confinado no Terminal Portuário. Será realizado em duplas, após em
quartetos todas as entradas: Entrada Cruzada; Entrada Gancho; Entrada
Gancho Cruzada; Entrada Limitada; Entrada Mista.
Após o treinamento destas entradas, irá fazer uma simulação real onde
formará uma equipe tática, primeiramente com uma coluna de 4 policiais e
irão fazer os 2 tipos de progressão, sendo elas: Entrada Coberta e Entrada
Dinâmica.
Após esses 2 exercícios será feito uma simulação com uma coluna de 8
policiais e irão fazer a entrada no cômodo e fazer toda a varredura com a
comunicação e a Granada de Gás Lacrimogêneo.
PROGRESSÃO

Existem três tipos de progressão que podem ser adotados de acordo com fatores
influenciadores, tais como o terreno, o objetivo, a presença de criminosos, dentre
outros. Assim, têm-se as progressões centopéia, ponto a ponto e híbrida.

Figura 35: Composição de Coluna com 8 operadores

1º homem/ Ponta 1:

O ponta 1 é responsável pela segurança da vanguarda da patrulha, sendo


o policial que conhece em detalhes o terreno e possui boa condição física.
Ele também é quem direciona a patrulha e estabelece a velocidade do
deslocamento. O ponta 1, normalmente, está equipado com arma primária
(arma longa) e arma secundária (arma curta).
Além disso, usualmente é o ponta 1 quem responde à injusta agressão
quando há o confronto armado, e quem verbaliza quando a patrulha se
depara com indivíduo em atitude suspeita.

2º homem/ Ponta 2:

O ponta 2 também é responsável pela segurança de vanguarda


(considerando a aplicação do princípio da ponta dupla) e também deve
conhecer o terreno em detalhes e possuir boa condição física. O ponta 2,
normalmente, está equipado com arma primária (arma longa) e arma
secundária (arma curta).

3º homem/ Comandante:

O comandante é responsável pela patrulha, pelo apoio de fogo, pela


segurança lateral, bem como pela definição do andamento da patrulha – a
qualquer momento, o comandante pode redefinir o objetivo e a direção da
patrulha.
4º homem/ Tarefas especiais:

O tarefas especiais é responsável pela realização da busca pessoal


durante as buscas pessoais, bem como pela condução de pessoas detidas.
Ainda, é ele quem conduz os suprimentos e os materiais (munições,
equipamentos auxiliares, utensílios de APH, apreensões, dentre outros).

5º homem/ Ala:

O ala realiza a segurança do abordador durante as buscas pessoais e


presta apoio de fogo nas laterais.

6º homem/ Subcomandante e Ala:

O subcomandante presta apoio de fogo nas laterais e auxilia o comandante


na execução das ordens, bem como no controle do efetivo.

7º homem/ Retaguarda:

O retaguarda é responsável pela segurança de retaguarda.

8º homem/ Retaguarda:

O retaguarda é responsável pela segurança de retaguarda.

FORMAÇÕES

As formações da patrulha urbana podem ser adaptadas para o número de


policiais existentes no momento da operação. Contudo, recomenda-se o
número mínimo de 4 (quatro) operadores para que sejam respeitados os
procedimentos técnicos e de segurança.
Em todas as formações, as distâncias entre os elementos não são rígidas,
normalmente são ditadas pelos mesmos fatores que influenciam na escolha
da formação utilizada (frequência de transposição de becos e vielas, número
de edificações elevadas, dentre outros).
A escolha da formação a ser utilizada será definida pelo comandante,
previamente ou até mesmo no momento da operação, após o conhecimento
do terreno e informes sobre o local.
Considerando as características da patrulha urbana e dos terrenos
urbanos, tem se a formação em coluna adotada para a esmagadora maioria
dos casos. A formação em coluna permite melhor controle e velocidade de
deslocamento e maior potência de fogo nos flancos e facilidades nas ações
laterais. É normalmente utilizada em ambientes urbanos para progressões
centopeias ou ponto a ponto.
Além da formação em coluna, é possível adotar as formações em linha,
losango, triângulo, cunha, escalões à direita e à esquerda, e linhas duplas
paralelas. Entretanto, a aplicação dessas formações deve ser adequada ao
objetivo para o qual é realizada a patrulha, pois, como mencionado, a
formação em coluna atende às necessidades do patrulhamento no ambiente
urbano.

PROGRESSÃO CENTOPEIA

Todos os operadores se deslocam juntos a uma distância razoável entre os


homens, cada um tomando conta de sua área de responsabilidade - este tipo
de deslocamento é feito em áreas que não oferecem grande perigo em
terreno aberto.

TRANSPOSIÇÃO DE CORREDORES À DIREITA OU À ESQUERDA EM


CENTOPÉIA

1. Deslocamento da Coluna
2. Visualização do corredor à direita ou à esquerda.
3. O ponta 2 realiza a siamesa corpo/ cano da arma com ponta 1 e
transpõe o beco.
4. Os demais operadores que sucedem o ponta 2 realizam o carrossel (
assumir a posição quando passar pelo corredor).
5. O ponta 2 retorna à posição original da patrulha

Figura 36: Transposição de Corredor à esquerda


ENTRADA EM CORREDORES

1. Deslocamento da patrulha.

2. Visualização do corredor à direita ou à esquerda.

3. O ponta 1, em posição torre ou agachado, toma ângulo para a


direção que deseja tomar, enquanto que o ponta 2, em posição em pé,
mantém a cobertura à frente.

4. Após a tomada de ângulo, o ponta 1 entra no corredor.

5. O ponta 2 segue o ponta 1 e os demais operadores realizam o


carrossel.

6. Os operadores retornam à posição original da patrulha.

Figura 37: Entrada em Corredores

O afastamento da parede na tomada de ângulo poderá ser maior (permite


melhor visualização do corredor) ou menor (mantém o ponta 2 abaixo da
arma do ponta 1, garantindo extrema segurança em caso de confronto
armado).

PROGRESSÃO PONTO A PONTO

A progressão ponto a ponto compromete a mobilidade da patrulha, mas


beneficia o sigilo e a segurança dos operadores. Ela deve ser executada com
o estudo de lanço, devendo cada operador ter a cobertura do seu sucessor.
O deslocamento deve ser feito preferencialmente em curtas distâncias,
uma vez que este tipo de progressão causa grande desgaste físico aos
operadores.
1. O ponta 1 toma o abrigo em posição torre.

2. O ponta 2 compõe a posição high-low com o ponta 1.

3. O ponta 1 faz o confere e a saída lateral, avançando em lanço com retenção


para o próximo abrigo e assume a posição torre.

4. O ponta 2 fica em posição torre

5. O comandante compõe a posição “high low” com o ponta 2.

6. O ponta 2 faz o confere e a saída lateral, avançando em lanço com retenção


para compor a posição “high low” com o ponta 1.

7. O ponta 1 faz o confere e a saída lateral, avançando em lanço com retenção


para o próximo abrigo e assume a posição torre.

8. O ponta 2 fica em posição torre.

9. O comandante inverte a posição do abrigo e comunica ao retaguarda.

10. O retaguarda avança em lanço com retenção para compor a posição “high
low” com o ponta 2.

11. 1 O ponta 2 faz o confere e a saída lateral, avançando em lanço com


retenção para compor a posição “high low” com o ponta 1.

12. O ponta 1 faz o confere e a saída lateral, avançando em lanço com retenção
para o próximo abrigo e assume a posição torre.

13. O ponta 2 e o retaguarda ficam em posição torre.

14. O retaguarda inverte a posição do abrigo e comunica ao comandante.

15. Retorna à sequência 5.


ABORDAGEM EM SITUAÇÃO DE PATRULHA URBANA

1. Deslocamento da patrulha.

2. Visualização do indivíduo a ser abordado.

3. O ponta 1 ou o ponta 2 inicia a verbalização e ambos realizam a


aproximação.

4. Após o abordado estar em posição de abordagem (sem visualização da


patrulha e com as mãos visíveis – encostado na parede e com as mãos na
parede ou na cabeça), o ponta 1 passa o abordado, realizando a segurança à
frente, o ponta 2 aguarda o comandante para iniciar a busca pessoal, e o
retaguarda efetivamente se volta para a retaguarda para realizar a
segurança.

5. O comandante realiza a segurança da abordagem e o ponta 2 realiza a busca


pessoal no abordado.
Figura 38: Abordagem

Caso a abordagem transcorra sem alteração (com referência ao


cometimento de algum ilícito ou alguma pendência judicial) o abordado é
liberado pelo comandante e a patrulha retorna à posição original.
Caso a abordagem transcorra com alteração (com referência ao
cometimento de algum ilícito ou alguma pendência judicial) e seja necessária
a condução do abordado, o ponta 2 fará a utilização de algemas para
segurança da patrulha e conduzirá o abordado, sendo que o comandante
assumirá a ponta junto com o ponta 1 (ambos farão a ponta dupla).

Figura 39: Transporte de Custódia

O ponta 1 e o ponta 2 devem ter o cuidado de retirar o suspeito do beco a


fim de evitar o funil fatal, conduzindo-o para local seguro para a realização da
abordagem.
EXERCÍCIO PROGRESSÃO CENTOPÉIA - PISTA ZULU

Será formada uma coluna de 8 policiais onde farão a progressão centopéia com o
caminho denominado por cones, existirá 5 alvos e com a ordem do instrutor,
simultaneamente todos os Operadores irão fazer o disparo no alvo.

VCQB - COMBATE VEICULAR

Nosso Módulo de VCQB inicia-se com uma breve explanação sobre as Regras de
Segurança, passando com as condutas a serem adotadas no estande e finalizando
com o Plano de Segurança e Evacuação em caso de algum acidente que possa
exigir cuidados mais específicos.
VCQB (repentino, violento, curta duração, curta distância e intenso). Ainda na
parte teórica que é realizada em volta do veículo, abordamos a assunto da Balística
de Combate, neste caso com o foco na Balística Terminal aplicada a veículos.
As interações do projétil com os vidros e as superfícies do veículo são
fundamentais para adoção do protocolo correto e a forma de utilizar o veículo como
abrigo ou entender que você precisa abandoná-lo o mais rápido possível. Depois de
apresentar estes conceitos os alunos compreendem que disparos através dos vidros
podem ter resultados catastróficos como por exemplo saber que em regra atirar do
interior do veículo através do parabrisas faz com que a trajetória dos disparos
subam, enquanto atirar de fora para dentro do veículo faz os projéteis descerem.
Vidros laterais não geram uma alteração na trajetória considerável.

A BALÍSTICA ENVOLVENDO VEÍCULOS

Outro ponto abordado na Balística Terminal tem a ver com os impactos


oblíquos contra a superfície do veículo que podem defletir e manter a
trajetória na direção do alvo ou na sua direção e que impactos
perpendiculares contra uma estrutura feita para colapsar ou resistir a colisões
com grande massas e baixa velocidade não tem uma boa propriedade
balística para resistir a disparos de projéteis com pouca massa e alta
velocidade. Logo o veículo não resiste a disparos, exceto por dois pontos
isolados(bloco do motor e eixo do rodado) que também não traz nenhuma
vantagem tática por sacrificar a sua mobilidade.

POSICIONAMENTO

Após a percepção que o veículo não é um local seguro e muito fácil alvo na
equipe, o correto é desembarcar o quanto antes. Por isso é interessante o
entrosamento da equipe, após a ordem do Motorista de livre desembarque,
TODOS desembarcarem e assumir a suas posições.
O primeiro tipo de posicionamento é quando não houver nenhum abrigo
próximo da viatura, onde todos desembarcaram e pegaram abrigo na traseira
do veículo, assumindo o posicionamento High-Low com os policiais da
esquerda e os do lado direito.
Quando houver algum abrigo próximo, os 3º e 4º policiais da viatura irão
desembarcar e assumir a posição no abrigo, já o 1º e 2º irão ficar atrás da
viatura assumindo fogo de supressão para após essa ação ir para o abrigo
mais próximo.
Vale relembrar que quanto menos tempo ficar próximo da viatura é melhor,
pois como citado anteriormente a viatura não é um local de abrigo para fogo.

Figura 35: Posicionamento com abrigo após desembarque.

ABORDAGEM DE INDIVÍDUO ARMADO

Após o veículo do suspeito parar após o pinote, de imediato todos


operadores da viatura irão desembarcar e criar uma coluna de 2 policiais na
Posição Tática, a coluna da esquerda irá avançar na porta frontal esquerda e
a coluna formada na direita irá avançar na porta traseira da direita em
velocidade de Assalto. Após a chegada no local denominado, de imediato os
policial da frente da célula irá abrir a porta e pegar abrigo na porta aberta,
onde o policial de trás já em Posição Ponto Emprego irá empregar a visão de
túnel dentro do veículo para segurar a equipe, onde de imediato fará a
verbalização para os indivíduos no interior desembarcaram e deitarem no
chão.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR TÁTICO -
APH TÁTICO

Atualmente, é nítido o aumento de ocorrências de confrontos armados entre


policiais e marginais durante o patrulhamento urbano, especialmente em áreas de
domínio de facções criminosas, as quais estimulam seus membros a combater as
forças policiais. Considerando isso, as equipes táticas desenvolveram técnica para
realizar o resgate do operador ferido com segurança para os operadores e também
para o operador ferido.

PONTA 1 FERIDO DURANTE A PATRULHA

1. Deslocamento da patrulha

2. O Ponta 1 é ferido (injusta agressão da vanguarda).

3. O comandante e o ponta 2 passam pelo ponta 1 (ferido) procuram abrigo e


iniciam a saturação de fogo em resposta à injusta agressão, caso necessário.

4. O retaguarda retira rapidamente o ponta 1 (ferido), procurando abrigo.

5. O ponta 2 e o comandante podem retornar no ponto a ponto ou retornar na


caminhada tática respondendo ao fogo até encontrar abrigo. No local seguro,
é iniciado o APH Tático e acionado o socorro avançado, mantendo-se a
segurança do perímetro.
PONTA 2 FERIDO DURANTE A PATRULHA

1. Deslocamento da patrulha.

2. O ponta 2 é ferido (injusta agressão da vanguarda).

3. O comandante passa pelo ponta 2 (ferido) e apoia o ponta 1 na saturação de


fogo em resposta à injusta agressão, caso necessário, sendo que ambos
devem procurar abrigo.

4. O retaguarda retira rapidamente o ponta 2 (ferido), procurando abrigo


.
5. O ponta 1 e o comandante podem retornar no ponto a ponto ou retornar na
caminhada tática respondendo ao fogo até encontrar abrigo. No local seguro,
é iniciado o APH Tático e acionado o socorro avançado, mantendo-se a
segurança do perímetro.
COMANDANTE FERIDO DURANTE A PATRULHA

1. Deslocamento da patrulha.

2. O comandante é ferido (injusta agressão da vanguarda)

3. O ponta 1 e o ponta 2 procuram abrigo e iniciam a saturação de fogo em


resposta à injusta agressão, caso necessário.

4. O retaguarda retira rapidamente o comandante (ferido), procurando abrigo.

5. O ponta 1 e o ponta 2 podem retornar no ponto a ponto ou retornar na


caminhada tática respondendo ao fogo até encontrar abrigo. No local seguro,
é iniciado o APH Tático e acionado o socorro avançado, mantendo-se a
segurança do perímetro.
RETAGUARDA FERIDO DURANTE A PATRULHA

1. Deslocamento da patrulha.

2. O retaguarda é ferido (fogo da retaguarda).

3. O comandante e o ponta 2 passam o retaguarda, procuram abrigo e iniciam a


saturação de fogo em resposta à injusta agressão, caso necessário.

4. O comandante retira rapidamente o retaguarda (ferido), procurando abrigo.

5. O ponta 1 e o ponta 2 podem retornar no ponto a ponto ou retornar na


caminhada tática respondendo ao fogo até encontrar abrigo. No local seguro,
é iniciado o APH Tático e acionado o socorro avançado, mantendo-se a
segurança do perímetro.
OPERADOR DE OUTRA GUARNIÇÃO FERIDO

1. Deslocamento da patrulha.

2. A patrulha se aproxima do operador ferido e identifica o agressor ou o


provável local onde o agressor está.

3. O ponta 1 e ponta 2 passam o operador ferido, procuram abrigo e iniciam


saturação de fogo em resposta à injusta agressão, caso necessário.

4. O comandante e o retaguarda retiram o operador ferido, procurando abrigo.

5. O ponta 1 e o ponta 2 podem retornar no ponto a ponto ou retornar na


caminhada tática respondendo ao fogo até encontrar abrigo. No local seguro,
é iniciado o APH Tático e acionado o socorro avançado, mantendo-se a
segurança do perímetro.

EQUIPAMENTOS DO APH TÁTICO POLICIAL

No atual cenário da Capital de São Paulo ( Brasil Capital ), o correto é o


policial ter em sua posse uma quantidade adequada de Gases para estancar
lacerações e ralados com sangramento médio/alto.
No cenário do ferido já estar sem consciência e uma morte súbita
temporária cardiovascular, o correto é o Policial ter em posse a Adrenalina e
iniciar o RCP ( Ressuscitação Cardiopulmonar ), que é o conjunto de medidas
emergenciais que possibilitam o salvamento de um ferido que esteja
enfrentando um quadro de falência cardiovascular e/ou respiratória. Essa
situação é gravíssima, já que as células do cérebro morrem em 10 minutos
sem oxigenação e lesões irreversíveis começam a ocorrer após a parada
cardiorrespiratória.
A ressuscitação cardiopulmonar, também chamada de reanimação
cardiorrespiratória, combina técnicas que incluem compressões torácicas,
visando bombear o coração, melhorar o fluxo sanguíneo e, assim, fornecer
oxigênio ao cérebro até que haja atendimento médico.
Primeiramente, verifique o estado de consciência da pessoa, perguntando
em voz alta se você pode ajudá-la. Não faça muitas perguntas nesse
momento. Mas, verifique se a vítima está respirando e se tem pulso. Em caso
negativo, comece imediatamente o protocolo de RCP para restabelecer a
respiração e batimentos cardíacos.
O uso da Adrenalina em um RCP, estimula o coração, acelera os
batimentos cardíacos, aumenta a pressão arterial, promove a constrição das
arteríolas, relaxa os músculos bronquiais e intestinais. Age com eficácia, em
casos indicados, na reanimação cardíaca.
Para aplicar a Adrenalina 1g, é por via intravenosa ( diretamente na
circulação da veia ), intraóssea ( consiste na introdução de uma agulha na
cavidade da medula óssea, possibilitando acesso à circulação sistêmica
venosa por meio da infusão de fluido na cavidade medular, fornecendo uma
via rígida, não colapsável, para a infusão de medicamentos e soluções em
situações de emergência) e endotraqueal ( O tubo endotraqueal, conhecido
pelos profissionais como TOT (Tubo Orotraqueal), é um dispositivo
médico-hospitalar, estéril, invasivo, utilizado em pacientes quando há
necessidade de submetê-los à ventilação mecânica, ou seja, quando um
respirador artificial assume a respiração e inspiração naturais).
Deite a vítima de barriga para cima sobre uma superfície firme. Confira se
as vias aéreas estão desobstruídas aplicando duas insuflações de ar via
boca-a-boca. Após isso, Coloque as duas mãos sobre o centro do tórax do
indivíduo, deixe os seus braços esticados e os dedos cruzados. Feito isso,
comprima o tórax da vítima com o peso do seu corpo, sempre de maneira
rápida e profunda. Devem ser realizadas entre 80 e 100 compressões por
minuto.

EXERCÍCIO APH TÁTICO

Será formada uma pista grande com comprimento, onde terá um policial
ferido no final desta, e uma Coluna de 4 policiais irão fazer a progressão
Ponto a Ponto até o ferido, realizar a retirada do local e iniciar os primeiros
Socorros.
PARTE IV:
INSTRUÇÃO AEROTRANSPORTADA

O uso da aviação, principalmente de aeronaves de asas rotativas na área policial


é de grande auxílio, abrangendo diversas área como: resgate de feridos em
condições extremamente graves, transporte com maior rapidez, transporte de tropas
especializadas, acesso a locais de difícil acesso, auxílio em operações marítimas,
auxílio em operações em áreas urbanas e na visualização do topo de edificações.
Por isso é de extrema importância o policial militar saber como se comportar e
utilizar esse equipamento se for necessário um dia.

OPERAÇÕES MARÍTIMAS

Para iniciar os trabalhos em relação às Aeronaves, com a devida


autorização concedida pelo Tenente Coronel QOPM Leguz, atual comandante
do CAvPM ( Comando de Aviação da Polícia Militar ), e com auxílio do
CAvPM, o primeiro exercício será o desembarque da aeronave em uma
distância de 15m do Solo por Rapel e os policiais realizarão o nado após a
ordem dos instrutores até a faixa de area.

DESEMBARQUE POR RAPEL

Desembarque por rapel em local plano, atualmente a Aeronave da PMESP


suporta apenas 2 policiais no transporte, por isso após o desembarque por
rapel, irá formar uma célula tática e irão avançar até o abrigo por Caminha
Tática em progressão.

DESEMBARQUE SOLO

Em certas circunstâncias é possível realizar um pouso temporário pela


aeronave para realizar o desembarque. No momento que a aeronave estiver
feito o toque no solo, os dois operadores desembarcam e formam a célula
tática em movimento ao próximo abrigo.
Figura 36: Desembarque de operadores do GATE de uma aeronave

PARTE V: GERENCIAMENTO DE CRISE


E PRIMEIRA INTERVENÇÃO

CONCEITOS INICIAIS

Neste primeiro momento, iremos repassar alguns conceitos básicos referentes ao


tema e que servirão para o entendimento do processo de primeira intervenção em
ocorrências de crise com foco específico em situações que envolvam reféns,
suicidas armados ou artefatos explosivos. Ou seja, em que pese a amplitude do
termo, toda “crise” tratada neste manual terá por referência ocorrências com reféns,
suicidas armados ou artefatos explosivos.

BOMBA

Engenhos construídos com o intuito de causar danos, lesões ou mortes e


que podem ser fabricados com material explosivo, inflamável, agentes QBRN
(químico, biológico, radiológico ou nuclear) ou de forma mista. Classificam-se
internacionalmente em dois tipos: EOD (Explosive Ordnance Disposal) ou
artefatos explosivos industrializados e IED (Improvised Explosive Device) ou
artefatos explosivos improvisados.
CARACTERÍSTICAS DA CRISE

● Imprevisibilidade: evento inesperado, em qualquer lugar e com qualquer


pessoa.

● Compressão de tempo: As providências a serem adotadas para conter e


estabilizar uma crise são urgentes.

● Ameaça à vida: componente essencial para caracterizar uma crise no âmbito


policial.

CAUSADOR DO EVENTO CRÍTICO – CEC

É todo aquele indivíduo que dá causa a uma crise, podendo fazê-lo pelas
mais variadas motivações.

CRISE

Situação crucial, que exige resposta especial da polícia, a fim de conseguir


uma solução aceitável, nos aspectos legais, éticos e morais vigentes.

CRITÉRIOS DE AÇÃO

Na tomada de decisões, deve-se rigorosamente observar os seguintes


critérios:

● Necessidade: indica que qualquer ação somente deve ser


implementada quando for indispensável.

● Validade do risco: orienta que toda e qualquer ação tem que levar em
conta se os riscos dela advindos são compensados pelos resultados.

● Aceitabilidade: implica em que toda a ação deve ter embasamento


legal, moral e ético.
ELEMENTOS ESSENCIAIS DE INTELIGÊNCIA

● Perpetrador (causador): informações detalhadas sobre quantidade,


motivação, vestes, condição física, estado mental, habilidade com armas,
histórico criminal.

● Reféns: quantidade, idade, condição física, localização no ponto crítico.

● Objetivo: informações sobre o local da crise, plantas, tipo de edificação,


cômodos, vias de acesso.

● Armas: quantidade, tipos e calibre, artefatos diversos, habilidade no


manuseio.

EQUIPE TÁTICA

É responsável por realizar a invasão tática no ponto crítico, com o objetivo


de liberar os reféns e neutralizar a ação do causador da crise.

GERENCIAMENTO DE CRISES

Consiste na aplicação dos recursos necessários, para identificar, prevenir


ou reprimir a prática de atos ilegais na resolução de uma crise, dentro de
parâmetros legais, éticos e morais vigentes na sociedade.

GERENTE DA CRISE

Participante do sistema de administração de determinada crise, que dispõe


de autoridade para decidir sobre as condições de negociação ou resolução
da crise.

GRUPO TÁTICO

Grupo de policiais militares especializados no uso das alternativas táticas,


que no caso em São Paulo, e o 4° Batalhão de CHOQUE “ Operações
Especiais”, que sedia o grupamento do COE e do GATE.
NEGOCIADOR

É o responsável em coletar informações para o gerente da crise e utilizar


as técnicas de negociação para liberação dos reféns. Não é um decisor.

NEGOCIAÇÃO REAL

Objetiva a rendição ou desistência do ato – convencimento.

NEGOCIAÇÃO TÁTICA

Visa preparar o ambiente para o uso de outra alternativa tática.

OBJETIVOS DO GERENCIAMENTO DE CRISES

● Salvar Vidas
● Aplicar a Lei

POSTO DE COMANDO

Estrutura de referência, dotada dos recursos necessários, de onde atuam o


comandante do teatro de operações e sua assessoria.

PRIMEIRA INTERVENÇÃO

É o conjunto de ações técnicas a serem tomadas pelo policial ou equipe de


policiais que primeiro se deparam com ocorrências qualificadas como críticas
em andamento.

O QUE SÃO OCORRÊNCIAS DE CRISE?

Como já dito inicialmente, ocorrências de crise são fatos violentos ou


repentinos, onde ocorre a ruptura do equilíbrio e da normalidade. Como via
de regra, associa-se ocorrências de crise somente com aquelas situações
onde esteja presente a figura do refém.
Contudo, uma ocorrência de crise é muito mais ampla, podendo apresentar
diversos aspectos e exigir do primeiro interventor uma leitura correta dos
fatos para que consiga adotar os procedimentos necessários nesta fase
inicial de atendimento. Assim, temos como exemplos de ocorrências de crise:

● Reféns localizados.
● Rebelião em estabelecimentos prisionais.
● Bombas e explosivos.
● Atentados terroristas.
● Manifestações sociais.
● Suspeito barricado.
● Invasão de propriedade.
● Cidadão com propósito suicida.

Figura 37:GATE atuando em ocorrência de crise com refém.

PRIMEIRO INTERVENTOR EM OCORRÊNCIAS DE CRISE

Normalmente é o primeiro policial a chegar à ocorrência (eventualmente


outra pessoa pode já ter iniciado o contato), sendo que deverá conter e isolar
o ponto crítico da crise.
Importante destacar que o primeiro interventor deverá buscar um local
seguro e abrigado, para que consiga ter uma análise completa do cenário da
crise.
O policial militar que exercer a função de primeiro interventor deverá atuar
como um estabilizador de ânimos – devendo acalmar as pessoas envolvidas
e o cenário de caos que, normalmente, é gerado nestas situações de crise.
Em análise de ocorrências anteriores, percebe-se que os causadores do
evento crítico tendem a serem extremamente agressivos nos primeiros
minutos, sendo comuns agressões verbais e ofensas pessoais ao policial
militar que tenta estabelecer contato.
Deve-se ter ciência que o tempo resposta para acionamento do
negociador e equipe tática do GATE poderá variar de acordo com a distância
de cada cidade. O primeiro interventor poderá iniciar a verbalização com o
causador da crise, sempre abrigado, visando desestimular o ato delituoso e
não potencializar os ânimos já exaltados, não permitindo concessões de
qualquer natureza aos infratores.
Nesta primeira fase de atuação, é importante que se procure colher o
maior número possível de informações sobre o evento crítico, tais como:
número de infratores, número de reféns, pessoas feridas, local de
confinamento, vias de fuga, armas de fogo, motivação do ato, etc.
Além disso, destaca-se a importância do acionamento de socorro
emergencial que deverá estar presente até a resolução da crise. Por fim,
estas informações preliminares deverão ser repassadas ao Comando local
para que seja realizado o devido acionamento das equipes do GATE.

São ações importantes do primeiro interventor em ocorrência de crise:

● Tentar acalmar os envolvidos.

● Colher informações sobre a ocorrência.

● Ganhar tempo.

● Não despertar exigências - nesta fase inicial não são permitidas


concessões como entrega de comida, água, auxílio médico, etc.

● É muito mais importante ouvir do que falar, principalmente os


desabafos.

● Ouvir o sujeito e perceber informações valiosas até a chegada do


negociador.

● Lembre-se que permitir a fala do causador reduz sua ansiedade.

● Seja sincero, sem mentiras durante a conversa com o causador do


evento crítico.

● Evite dizer expressões negativas, como: “não”, “não vou conseguir”, “é


impossível”. Nestes casos, substitua por expressões positivas ou neutras,
como: “vou verificar”, “estamos analisando”. Assim, o primeiro interventor
evitará um possível momento de fúria do causador da crise, como também,
ganhará tempo até a chegada do negociador.

● Não sugira qualquer tipo de troca de reféns ou outras pessoas.


Figura 38: 5 Passos para o primeiro interventor em ocorrências de crise

A CHEGADA DO NEGOCIADOR

Até o momento da chegada do negociador ao local, o primeiro interventor


irá atuar subordinado a seu superior imediato.
Após o protocolo de acionamento das equipes do GATE, poderá ocorrer a
chegada do negociador no evento crítico. Assim, o negociador poderá atuar,
inicialmente, em conjunto com o primeiro interventor até que se estabeleça o
vínculo emocional entre o negociador e o causador.
Logo, importante é a atuação do primeiro interventor, que servirá, em um
primeiro momento, como um elo de transição entre o causador e o
negociador que acaba de chegar ao evento crítico.

Figura 39: Relação de Ações entre o primeiro interventor e o negociador do GATE


TIPOLOGIA DO CAUSADOR

Para que a negociação seja proveitosamente dirigida, procure sempre


identificar as características psicológicas dos causadores dos eventos
críticos.

INDIVÍDUO MENTALMENTE PERTURBADO

Outra possibilidade de atuação são ocorrências envolvendo indivíduos


mentalmente perturbados. Para tanto, é importante o esclarecimento de
alguns pontos sobre o tema:
● Perfil do indivíduo mentalmente perturbado: sexo masculino,
jovem, baixo nível socioeducacional, desempregado, sem suporte
social adequado, história de atos violentos, maus tratos na infância,
baixa tolerância a frustrações, baixa autoestima, pouca tolerância a
relações interpessoais próximas, abuso ou abstinência de drogas e
irritação do humor.

● O indivíduo mentalmente perturbado pode mostrar sua agressividade


de diversas maneiras: ameaçando agredir (física, verbal) e destruindo
objetos.

● Poderá tornar-se agressivo por alguma razão: não se sente


compreendido, não é atendido em suas necessidades, sofreu outra
agressão, sentimento de perseguição, alucinações ou efeitos de
substâncias psicoativas.

● Sinais de violência iminente: atos recentes de violência, ameaças


verbais ou físicas, voz alta, estridente, com comentários pejorativos,
agressivos, sexualmente invasivos ou voz abafada, contida,
resmungos, olhos arregalados e um olhar desafiador diretamente nos
olhos do entrevistador.

Os quadros psiquiátricos que mais comumente apresentam agressividade:


transtornos psicóticos (esquizofrenia, transtorno de humor e psicose
pós-parto), transtornos mentais orgânicos (delirium e intoxicação e
abstinência de drogas), transtornos de personalidade (anti-social) e
transtornos cerebrais (epilepsia).

COMPORTAMENTO SUICIDA

É todo ato de morte que resulta direta ou indiretamente de um ato positivo


ou negativo praticado pela própria vítima e que esta sabia dever produzir este
resultado. A razão principal das pessoas quererem cometer suicídio é o
sentimento de desesperança e impotência, geralmente provocada por uma
perda marcante:

- Ente querido.
- Relações amorosas.
- Emprego/colapso financeiro.
- Problemas de saúde/doença crônica.
Associado a estes fatores, o uso de substâncias psicoativas também
podem potencializar o comportamento suicida em determinados momentos.
Nestes casos, o primeiro interventor deverá ter muito cuidado durante seu
contato inicial com o cidadão que apresenta comportamento suicida, deve-se
saber qual motivo o levou a chegar naquela situação.
Uma abordagem errada do primeiro interventor pode ser o estopim ao
cometimento do suicídio por parte daquele cidadão. Nesta linha, seguem
alguns pontos importantes para abordagem de cidadão que apresenta
comportamento suicida:

● Evite falar sobre o motivo que levou o cidadão àquele estado.

● Em caso de traição amorosa, evite falar sobre a pessoa que traiu.


Nestes casos, jamais permita que o cidadão tenha contato com a
pessoa que o traiu (plateia para o suicídio).

● Não permita que o cidadão fale ao telefone com entes queridos como
mãe ou pai (despedida).

● Procure saber se o cidadão possui algum forte vínculo familiar ou de


amizade e com quem (ancoragem).

SUICÍDIO PROVOCADO POR POLICIAL

Situação na qual um indivíduo apresenta determinado comportamento com


a intenção de provocar o uso de força letal pelo policial militar.

ALTERNATIVAS TÁTICAS

Durante o processo de gerenciamento de uma crise, se faz necessário que


o primeiro interventor tenha conhecimento das possibilidades de uso das
alternativas táticas. Conforme gráfico abaixo, pode-se notar o escalonamento
do uso das alternativas táticas:
Figura 40: Alternativas Táticas

O GRUPO TÁTICO

O grupo tático deve estar presente desde o início do evento crítico,


podendo ser formado de modo emergencial até a chegada das equipes
especializadas do GATE. Este grupo deve estar preparado para o uso de
todas as alternativas táticas na resolução da crise, o comandante da equipe
tática irá atuar com base nas decisões do gerente da crise.
Determinada a intervenção, passa a gozar de autonomia operativa, nos
limites da opção tática previamente analisada e autorizada pelo gerente da
crise.

PROCESSO DE RENDIÇÃO

Mesmo durante uma primeira intervenção, o causador do evento crítico


poderá se render. Desta forma, é importante que o primeiro interventor tenha
o conhecimento necessário para orientar o causador do evento crítico de
quais passos deve seguir para uma rendição segura e sem surpresas.
Assim, sugere-se que, preferencialmente, os causadores deixem suas
armas em local que impossibilite o acesso dos reféns ao armamento (em um
momento de descontrole o refém pode pegar o armamento e partir para uma
agressão contra o causador do evento crítico).
Após a saída dos reféns o causador deve caminhar com as mãos sobre a
cabeça e de costas para os policiais, sendo então realizada a intervenção da
equipe tática. Importante ressaltar que o causador da crise pode querer a
permanência dos reféns no local como uma garantia de vida.
PRIMEIRA INTERVENÇÃO EM OCORRÊNCIAS DE ROUBOS A BANCOS –
NOVO CANGAÇO

O cometimento de furtos/roubos a bancos na modalidade “Novo Cangaço”,


vem apresentando grande frequência nas pequenas cidades paulistas, tendo
intensas semelhanças com o antigo modo cangaceiro do bando de “Lampião”.
Ataques em pequenas cidades, grupos fortemente armados, reféns e desafio
aos órgãos policiais são características que podem ser vistas entre estes
grupos.
Percebe-se que o “Novo Cangaço”, dentro do contexto da criminalidade
organizada, surgiu como uma forma para arrecadação de fundos financeiros
para os grupos criminosos, tendo conexão direta no cometimento de outros
crimes como a lavagem de dinheiro e tráfico de entorpecentes, fazendo com
que estes grupos atuem como verdadeiras empresas do crime com diversas
frentes de negócios manifestamente ilegais.
Desta forma, nota-se que, os grupos criminosos que realizam os roubos em
agências bancárias possuem alto grau de organização, com divisão de tarefas
e funções previamente definidas.
Assim, nestas modalidades criminosas, o primeiro interventor deverá atuar
de acordo com o protocolo de ação preliminar a chegada do GATE,
principalmente naquelas ocorrências em que pessoas sejam feitas de reféns
como “escudos humanos”.

EXERCÍCIO GERENCIAMENTO DE CRISE E PRIMEIRA INTERVENÇÃO TÁTICA

O exercício será realizado nos Centro Comercial próximo a praia, onde será
simulado uma Crise de um CEC armado na posse de um refém.
Será efetuado todo o isolamento da área pelas unidades de apoio, e será dito
um Gerente de Crise e uma equipe Tática.
Onde o gerente tomará o rumo da simulação e ditará qual ação é necessária
para o término da crise.
Figura 40: Local da Simulação

SIMULAÇÃO CONTRA-TERROR
- METRÔ
O último exercício do curso será realizado na Linha de Metrô da Av. Atlântica,
onde existirá uma simulação de um ataque terrorista na mesma, e os alunos irão
fazer a limpa com a progressão no local.

Figura 41: Estação de Metro

Você também pode gostar