Você está na página 1de 10

Administrativo

“É imprescritível a pretensão de ressarcimento ao erário decorrente da exploração irregular do


patrimônio mineral da União, porquanto indissociável do dano ambiental causado.”

“A EC nº 51/2006, ao prever a admissão de agentes de combate às endemias por processo seletivo


público, estabeleceu exceção constitucional à regra do concurso público, cabendo ao legislador
ordinário definir o regime jurídico aplicável aos profissionais.”

“O candidato estrangeiro tem direito líquido e certo à nomeação em concurso público para
provimento de cargos de professor, técnico e cientista em universidades e instituições de pesquisa
científica e tecnológica federais, nos termos do art. 207, § 1º, da Constituição Federal, salvo se a
restrição da nacionalidade estiver expressa no edital do certame com o exclusivo objetivo de
preservar o interesse público e desde que, sem prejuízo de controle judicial, devidamente
justificada.”

“A equiparação de carreira de nível médio a outra de nível superior constitui forma de provimento
derivado vedada pelo art. 37, II, da CF/88.”

“É inconstitucional dispositivo de Constituição estadual que permite transposição, absorção ou


aproveitamento de empregado público no quadro estatutário da Administração Pública estadual sem
prévia aprovação em concurso público, nos termos do art. 37, II, da Constituição Federal.”

“No caso de necessidade de complementação da indenização, ao final do processo expropriatório,


deverá o pagamento ser feito mediante depósito judicial direto se o Poder Público não estiver em
dia com os precatórios.”

“É constitucional a constituição de fundação pública de direito privado para a prestação de serviço


público de saúde.”

“É constitucional a utilização da colaboração premiada, nos termos da Lei 12.850/2013, no âmbito


civil, em ação civil pública por ato de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público,
observando-se as seguintes diretrizes: (1) Realizado o acordo de colaboração premiada, serão
remetidos ao juiz, para análise, o respectivo termo, as declarações do colaborador e cópia da
investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o colaborador, acompanhado de seu defensor,
oportunidade em que analisará os seguintes aspectos na homologação: regularidade, legalidade e
voluntariedade da manifestação de vontade, especialmente nos casos em que o colaborador está ou
esteve sob efeito de medidas cautelares, nos termos dos §§ 6º e 7º do artigo 4º da referida Lei
12.850/2013; (2) As declarações do agente colaborador, desacompanhadas de outros elementos de
prova, são insuficientes para o início da ação civil por ato de improbidade; (3) A obrigação de
ressarcimento do dano causado ao erário pelo agente colaborador deve ser integral, não podendo ser
objeto de transação ou acordo, sendo válida a negociação em torno do modo e das condições para a
indenização; (4) O acordo de colaboração deve ser celebrado pelo Ministério Público, com a
interveniência da pessoa jurídica interessada e devidamente homologado pela autoridade judicial;
(5) Os acordos já firmados somente pelo Ministério Público ficam preservados até a data deste
julgamento, desde que haja previsão de total ressarcimento do dano, tenham sido devidamente
homologados em Juízo e regularmente cumpridos pelo beneficiado.”

“Não cabe ao Poder Judiciário, sob o fundamento de isonomia, conceder retribuição por
substituição a advogados públicos federais em hipóteses não previstas em lei.”
“I - É constitucional a aplicação do piso salarial nacional dos Agentes Comunitários de Saúde e
Agentes de Combate às Endemias, instituído pela Lei 12.994/2014, aos servidores estatutários dos
entes subnacionais, em consonância com o art. 198, § 5º, da Constituição Federal, com a redação
dada pelas Emendas Constitucionais 63/2010 e 120/2022, cabendo à União arcar com os ônus da
diferença entre o piso nacional e a legislação do ente municipal; II - Até o advento da Lei
9.646/2022, a expressão ‘piso salarial’ para os Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de
Combate às Endemias corresponde à remuneração mínima, considerada, nos termos do art. 3º,
inciso XIX, da Lei 8.629/2014, somente a soma do vencimento do cargo e da gratificação por
avanço de competências.”

“Em se tratando de cargos constitucionalmente acumuláveis, descabe aplicar a vedação de


acumulação de aposentadorias e pensões contida na parte final do art. 11 da Emenda Constitucional
20/1998, porquanto destinada apenas aos casos de que trata, ou seja, aos reingressos no serviço
público por meio de concurso público antes da publicação da referida emenda e que envolvam
cargos inacumuláveis."

“É constitucional o reajuste de proventos e pensões concedidos a servidores públicos federais e seus


dependentes não beneficiados pela garantia de paridade de revisão, pelo mesmo índice de reajuste
do regime geral de previdência social (RGPS), previsto em normativo do Ministério da Previdência
Social, no período anterior à Lei 11.784/2008”

“O regime de subsídio não é compatível com a percepção de outras parcelas inerentes ao exercício
do cargo, mas não afasta o direito à retribuição pelas horas extras realizadas que ultrapassem a
quantidade remunerada pela parcela única.”

“Aos servidores públicos estaduais e municipais é aplicado, para todos os efeitos, o art. 98, § 2° e §
3°, da Lei 8.112/1990.”

“É constitucional ato normativo estadual que, respeitando as condições mínimas definidas em


diploma federal de normas gerais, estabelece exigência adicional para a manutenção do porte de
arma de fogo por servidores estaduais aposentados das forças de segurança pública.”

civil

“É inconstitucional a lei estadual que preveja o arquivamento de materiais genéticos de nascituros e


parturientes, em unidades de saúde, com o fim de realizar exames de DNA comparativo em caso de
dúvida.”

constitucional

“É inconstitucional, por violação do art. 132 da CF, a criação de órgão ou de cargos jurídicos fora
da estrutura da Procuradoria do Estado, com funções de representação judicial, consultoria ou
assessoramento jurídico de autarquias e fundações públicas estaduais.”

“É constitucional a instituição de órgãos, funções ou carreiras especiais voltadas à consultoria e


assessoramento jurídicos dos Poderes Judiciário e Legislativo estaduais, admitindo-se a
representação judicial extraordinária exclusivamente nos casos em que os referidos entes
despersonalizados necessitem praticar em juízo, em nome próprio, atos processuais na defesa de sua
autonomia, prerrogativas e independência face aos demais Poderes, desde que a atividade
desempenhada pelos referidos órgãos, funções e carreiras especiais remanesça devidamente
apartada da atividade-fim do Poder estadual a que se encontram vinculados.”
“Não ofende a Constituição Federal a previsão, em ato normativo estadual, de obrigatoriedade de
escolha do Procurador-Geral do Estado entre os integrantes da respectiva carreira.”

“É constitucional a Lei nº 9.882/1999, que dispõe sobre o processo e julgamento da arguição de


descumprimento de preceito fundamental”.

“Ofende a autonomia administrativa das Defensorias Públicas decisão judicial que determine a
lotação de defensor público em localidade desamparada, em desacordo com os critérios
previamente definidos pela própria instituição, desde que observados os critérios do art. 98, caput e
§ 2º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT.”

“1. É devido o pagamento de honorários sucumbenciais à Defensoria Pública, quando representa


parte vencedora em demanda ajuizada contra qualquer ente público, inclusive aquele que integra; 2.
O valor recebido a título de honorários sucumbenciais deve ser destinado, exclusivamente, ao
aparelhamento das Defensorias Públicas, vedado o seu rateio entre os membros da instituição.”

“A trabalhadora gestante tem direito ao gozo de licença-maternidade e à estabilidade provisória,


independentemente do regime jurídico aplicável, se contratual ou administrativo, ainda que ocupe
cargo em comissão ou seja contratada por tempo determinado.”

“1. A intervenção do Poder Judiciário em políticas públicas voltadas à realização de direitos


fundamentais, em caso de ausência ou deficiência grave do serviço, não viola o princípio da
separação dos Poderes. 2. A decisão judicial, como regra, em lugar de determinar medidas pontuais,
deve apontar as finalidades a serem alcançadas e determinar à Administração Pública que apresente
um plano e/ou os meios adequados para alcançar o resultado; 3. No caso de serviços de saúde, o
déficit de profissionais pode ser suprido por concurso público ou, por exemplo, pelo remanejamento
de recursos humanos e pela contratação de organizações sociais (OS) e organizações da sociedade
civil de interesse público (OSCIP).”

“Considerando-se a natureza do cargo, é constitucional a necessidade de ordem ou autorização


expressa do Advogado-Geral da União para manifestação do advogado público sobre assunto
pertinente às suas funções, ressalvadas a liberdade de cátedra e a comunicação às autoridades
competentes acerca de ilegalidades constatadas.”

“Há um estado de coisas inconstitucional no sistema carcerário brasileiro, responsável pela violação
massiva de direitos fundamentais dos presos. Tal estado de coisas demanda a atuação cooperativa
das diversas autoridades, instituições e comunidade para a construção de uma solução satisfatória.
2. Diante disso, União, Estados e Distrito Federal, em conjunto com o Departamento de
Monitoramento e Fiscalização do Conselho Nacional de Justiça (DMF/CNJ), deverão elaborar
planos a serem submetidos à homologação do Supremo Tribunal Federal, nos prazos e observadas
as diretrizes e finalidades expostas no presente voto, especialmente voltados para o controle da
superlotação carcerária, da má qualidade das vagas existentes e da entrada e saída dos presos. 3. O
CNJ realizará estudo e regulará a criação de número de varas de execução penal proporcional ao
número de varas criminais e ao quantitativo de presos.”

“Não se submete a reserva de iniciativa a lei complementar nacional que, regulamentando a EC nº


88/2015, fixa em 75 (setenta e cinco) anos a idade de aposentadoria compulsória para todos os
agentes públicos titulares de cargos efetivos ou vitalícios”.

“Em respeito à autonomia federativa, não viola o art. 37, V, da Constituição a lei estadual que
considera as promoções entre entrâncias para o escalonamento dos subsídios da carreira da
magistratura.”

militar

“1) A perda da graduação da praça pode ser declarada como efeito secundário da sentença
condenatória pela prática de crime militar ou comum, nos termos do art. 102 do Código Penal
Militar e do art. 92, I, ‘b’, do Código Penal, respectivamente. 2) Nos termos do artigo 125, § 4º, da
Constituição Federal, o Tribunal de Justiça Militar, onde houver, ou o Tribunal de Justiça são
competentes para decidir, em processo autônomo decorrente de representação do Ministério
Público, sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças que teve contra
si uma sentença condenatória, independentemente da natureza do crime por ele cometido.”

“É constitucional a disposição do Conselho Nacional de Justiça que prevê a facultatividade


de representação por advogado ou defensor público nos Centros Judiciários de Solução de Conflitos
e Cidadania (CEJUSCs).”

“O Conselho Federal e os Conselhos Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil não


estão obrigados a prestar contas ao Tribunal de Contas da União nem a qualquer outra entidade
externa.”

“O deferimento de sequestro de rendas públicas para pagamento de precatório deve se


restringir às hipóteses enumeradas taxativamente na Constituição Federal de 1988.”

“Observadas rigorosamente as exigências normativas, não ofende a Constituição a


possibilidade de uso de depósitos judiciais para o pagamento de precatórios em atraso, tal como
previsto pela EC nº 94/2016.”

“É constitucional norma legal que veda aos servidores titulares de cargo efetivo de agências
reguladoras o exercício de outra atividade profissional, inclusive gestão operacional de empresa, ou
de direção político-partidária.”

“1. É inconstitucional, por ausência de simetria com as competências do TCU e por afronta à
separação de poderes, lei que condicione genericamente o repasse de recursos federais à prévia
aprovação de projeto pelo Tribunal de Contas da unidade federativa destinatária das verbas. 2. É
inconstitucional, por contrariedade ao art. 70 e incisos da CF/88 e por desrespeito à autonomia
federativa, lei federal que atribua aos tribunais de contas estaduais competência para analisar contas
relativas à aplicação de recursos federais.”

“São incompatíveis com a Constituição Federal de 1988 a concessão e, ainda, a continuidade


do pagamento de pensões mensais vitalícias não decorrentes do RGPS a dependentes de prefeitos e
vice-prefeitos, em razão do mero exercício do mandato eletivo.”

“O ato de qualquer dos poderes públicos restritivo de publicidade deve ser motivado
objetiva, específica e formalmente, sendo nulos os atos públicos que imponham, genericamente e
sem fundamentação válida e específica, impeditivo do direito fundamental à informação.”

“É inconstitucional dispositivo de Constituição estadual que veda a prestação de serviços de


arrecadação e movimentação de recursos financeiros por instituições financeiras privadas
constituídas no País sob controle estrangeiro.”
O reconhecimento do direito às terras tradicionalmente ocupadas pelos indígenas não se sujeita ao
marco temporal da promulgação da Constituição Federal (5/10/1988) nem à presença de conflito
físico ou controvérsia judicial existentes nessa mesma data.

“É inconstitucional lei estadual que autoriza o cômputo de gastos previdenciários como despesas
com manutenção e desenvolvimento do ensino.”

“1. É constitucional norma estadual que, sem afastar a aplicação da legislação nacional em
matéria ambiental (inclusive relatório de impacto ambiental) e o dever de consulta prévia às
comunidades indígenas e tradicionais, quando diretamente atingidas por ocuparem zonas contíguas,
autoriza a concessão à iniciativa privada da exploração de serviços ou do uso de bens imóveis do
Estado; 2. A concessão pelo Estado não pode incidir sobre áreas tradicionalmente ocupadas por
povos indígenas, remanescentes quilombolas e demais comunidades tradicionais.”

“É constitucional o ato normativo municipal, editado no exercício de competência legislativa


suplementar, que proíba a participação em licitação ou a contratação: (a) de agentes eletivos; (b) de
ocupantes de cargo em comissão ou função de confiança; (c) de cônjuge, companheiro ou parente
em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, de qualquer destes; e (d) dos
demais servidores públicos municipais.”

“É inconstitucional, por violação à competência da União para legislar sobre direito civil e seguros
(CF/1988, art. 22, I e VII), lei estadual que estabelece obrigações contratuais para operadoras de
planos de saúde.”

“É inconstitucional, por violação à competência legislativa privativa da União, a lei estadual que
autoriza a seus órgãos de segurança pública a alienação de armas de fogo a seus integrantes, por
meio de venda direta.”

“É constitucional – formal e materialmente – lei municipal que proíbe a soltura de fogos de


artifício e artefatos pirotécnicos produtores de estampidos.”

“Norma estadual que, a pretexto de proteger os estudantes, proíbe modalidade de uso da


língua portuguesa viola a competência legislativa da União.”

“É inconstitucional lei estadual que (a) reduza o conceito de pessoas com deficiência
previsto na Constituição, na Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência, de estatura constitucional, e na lei federal de normas gerais; (b) desconsidere, para a
aferição da deficiência, a avaliação biopsicossocial por equipe multiprofissional e interdisciplinar
prevista pela lei federal; ou (c) exclua o dever de adaptação de unidade escolar para o ensino
inclusivo.”

“É inconstitucional, por violação à competência legislativa privativa da União, lei estadual


que reconhece o risco da atividade e a efetiva necessidade do porte de armas de fogo para os
vigilantes de empresas de segurança privada.”

“O pagamento de ‘salário-esposa’ a trabalhadores urbanos e rurais, e a servidores públicos,


viola regra expressa da Constituição de 1988 (art. 7º, XXX e art. 39, § 3º), e os princípios
republicano, da igualdade, da moralidade e da razoabilidade.”

“A suspensão dos direitos políticos prevista no artigo 15, III, da Constituição Federal (‘condenação
criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos’) não impede a nomeação e posse de
candidato aprovado em concurso público, desde que não incompatível com a infração penal
praticada, em respeito aos princípios da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho
(CF, art. 1º, III e IV) e do dever do Estado em proporcionar as condições necessárias para a
harmônica integração social do condenado, objetivo principal da execução penal, nos termos do
artigo 1º da LEP (Lei nº 7.210/84). O início do efetivo exercício do cargo ficará condicionado ao
regime da pena ou à decisão judicial do juízo de execuções, que analisará a compatibilidade de
horários.”

“São inconstitucionais normas que atribuem a emissão de pareceres opinativos aos auditores de
Tribunal de Contas estadual, por incompatibilidade com a função de judicatura de contas
estabelecida pelos arts. 73, § 4º, e 75, caput, da Constituição.”

eleitoral

“Os Estados possuem autonomia relativa na solução normativa do problema da dupla


vacância da Chefia do Poder Executivo, não estando vinculados ao modelo e ao procedimento
federal (art. 81, CF), mas tampouco pode desviar-se dos princípios constitucionais que norteiam a
matéria, por força do art. 25 da Constituição Federal devendo observar: (i) a necessidade de registro
e votação dos candidatos a Governador e Vice-Governador por meio de chapa única; (ii) a
observância das condições constitucionais de elegibilidade e das hipóteses de inelegibilidade
previstas no art. 14 da Constituição Federal e na Lei Complementar a que se refere o § 9º do art. 14;
e (iii) que a filiação partidária não pressupõe a escolha em convenção partidária nem o registro da
candidatura pelo partido político; (iv) a regra da maioria, enquanto critério de averiguação do
candidato vencedor, não se mostra afetada a qualquer preceito constitucional que vincule os Estados
e o Distrito Federal.”

O prazo previsto para a convocação de suplente, no caso de licença de parlamentar para


tratar de interesses particulares (CF/1988, art. 56, § 1º), é de observância obrigatória pelos estados-
membros e deve ser adotado pelas respectivas Assembleias Legislativas.

É constitucional o entendimento jurisprudencial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)


segundo o qual é: (i) cabível a utilização da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) para
apuração de fraude à cota de gênero; e (ii) imperativa a cassação do registro ou do diploma de todos
os candidatos beneficiados por essa fraude.

“Em atenção aos princípios democrático, da soberania popular e da centralidade dos partidos
políticos no sistema proporcional, o parágrafo único do art. 16-A da Lei 9.504/1997 deve ser
interpretado no sentido de excluir do cômputo para o respectivo partido apenas os votos atribuídos
ao candidato cujo registro esteja indeferido ‘sub judice’ no dia da eleição, não se aplicando no caso
de candidatos com pedido de registro deferido ou não apreciado.”

“A exceção à exigência de votação nominal mínima, prevista para a posse de suplentes,


constante do art. 112, parágrafo único, do Código Eleitoral, não ofende a Constituição.”

É constitucional a modificação dos critérios de cálculo para a fixação do limite de gastos


com publicidade institucional dos órgãos públicos no primeiro semestre do ano eleitoral,
promovendo ajustes na redação do art. 73, VII, da Lei 9.504/1997 (Lei das Eleições). Entretanto,
essa alteração não se aplica ao pleito eleitoral de 2022, em razão do princípio da anterioridade
eleitoral (CF/1988, art. 16).

A mora legislativa na edição de lei complementar para proceder aos ajustes necessários à
adequação do número de deputados federais à proporção da população de cada estado e do Distrito
Federal configura omissão inconstitucional do Congresso Nacional em dar efetividade à segunda
parte do art. 45, § 1º, da CF/1988.

“É inconstitucional a omissão do poder público em ofertar, nas zonas urbanas em dias de eleições, transporte
público coletivo de forma gratuita e em frequência compatível com aquela praticada em dias úteis.”

PENAL

Compete ao STF processar e julgar ação penal ajuizada contra civis e militares não
detentores de foro privilegiado quando existir evidente conexão entre as suas condutas e as apuradas
no âmbito mais abrangente de procedimentos em trâmite na Corte que envolvam investigados com
prerrogativa de foro

Não comete o crime de apropriação indébita (CP/1940, art. 168, § 1º, II), pois ausente a
elementar “coisa alheia”, o sócio-administrador, nomeado depositário judicial, que deixa de
transferir o montante penhorado do faturamento da empresa para a conta judicial determinada pelo
juízo da execução.

“É impositiva a fixação do regime aberto e a substituição da pena privativa de liberdade por


restritiva de direitos quando reconhecida a figura do tráfico privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei
11.343/2006) e ausentes vetores negativos na primeira fase da dosimetria (art. 59 do CP),
observados os requisitos do art. 33, § 2º, ‘c’, e do art. 44, ambos do Código Penal.”

A dosimetria da pena é uma fase independente do julgamento, razão pela qual todos os
ministros possuem o direito de se manifestar, independentemente de terem votado no sentido da
absolvição ou condenação do réu.

São constitucionais — por não violarem os preceitos dos arts. 3º, I a IV, e 5º, “caput”, ambos
da CF/1988 nem o princípio da proporcionalidade, sob a perspectiva da proibição da proteção
deficiente — dispositivos de leis que estabelecem a suspensão da pretensão punitiva estatal, em
consequência do parcelamento de débitos tributários, bem como a extinção da punibilidade do
agente, se realizado o pagamento integral.

É inconstitucional — por violar os princípios da impessoalidade e da moralidade


administrativa (CF/1988, art. 37, “caput”) e por incorrer em desvio de finalidade — decreto
presidencial que, ao conceder indulto individual (graça em sentido estrito), visa atingir objetivos
distintos daqueles autorizados pela Constituição Federal de 1988, eis que observa interesse pessoal
ao invés do público.

“O prazo para a prescrição da execução da pena concretamente aplicada somente começa a correr
do dia em que a sentença condenatória transita em julgado para ambas as partes, momento em que
nasce para o Estado a pretensão executória da pena, conforme interpretação dada pelo Supremo
Tribunal Federal ao princípio da presunção de inocência (art. 5º, inciso LVII, da Constituição
Federal) nas ADC 43, 44 e 54.”
O dano moral sofrido pela vítima é inerente aos crimes praticados contra a mulher no âmbito
doméstico e familiar, de modo que a fixação do respectivo valor mínimo indenizatório (CPP/1941,
art. 387, IV) pressupõe o respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa, viabilizados
pela oportunidade de manifestação do réu durante o curso da ação penal.

É inconstitucional — por contrariar os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/1988, art. 1º,
III), da proteção à vida (CF/1988, art. 5º, “caput”) e da igualdade de gênero (CF/1988, art. 5º, I) —
o uso da tese da “legítima defesa da honra” em crimes de feminicídio ou de agressão contra
mulheres, seja no curso do processo penal (fase pré-processual ou processual), seja no âmbito de
julgamento no Tribunal do Júri.

A interpretação no sentido da obrigatoriedade da audiência prevista no artigo 16 da Lei


Maria da Penha (Lei 11.340/2006), sem que haja pedido de sua realização pela ofendida, viola o
texto constitucional e as disposições internacionais que o Brasil se obrigou a cumprir, na medida em
que discrimina injustamente a própria vítima de violência.

“O art. 268 do Código Penal veicula norma penal em branco que pode ser complementada
por atos normativos infralegais editados pelos entes federados (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios), respeitadas as respectivas esferas de atuação, sem que isso implique ofensa à
competência privativa da União para legislar sobre direito penal (CF, art. 22, I).”

1. DIREITO PROCESSUAL CIVIL

É cabível o ajuizamento de ação rescisória em face de acórdão proferido pelo STF em


processo de extradição, pois este possui cunho predominantemente administrativo, não havendo que
se falar na hipótese de julgamento de natureza penal.

Não se aplica às associações genéricas — que não representam qualquer categoria


econômica ou profissional específica — a tese firmada no Tema 1.119 da sistemática da repercussão
geral, sendo insuficiente a mera regularidade registral da entidade para sua atuação em sede de
mandado de segurança coletivo, pois passível de causar prejuízo aos interesses dos beneficiários
supostamente defendidos. No julgamento do aludido Tema 1, o STF considerou que a substituição
processual pelas associações teria sede direta no art. 5º, LXX, b, da CF/1988 2 , e fixou a seguinte
tese: “É desnecessária a autorização expressa dos associados, a relação nominal destes, bem como
a comprovação de filiação prévia, para a cobrança de valores pretéritos de título judicial
decorrente de mandado de segurança coletivo impetrado por entidade associativa de caráter
civil”.

“É constitucional o sequestro de verbas públicas pela autoridade judicial competente nas hipóteses
do § 4º do art. 78 do ADCT, cuja normatividade veicula regime especial de pagamento de
precatórios de observância obrigatória por parte dos entes federativos inadimplentes na situação
descrita pelo caput do dispositivo” No caso de atraso na quitação das parcelas de precatório, o
sequestro de verbas públicas pela autoridade judicial é constitucional, pois configurado
descumprimento ao regime especial de pagamento (ADCT, art. 78), cuja adesão dos entes
federativos inadimplentes é obrigatória.

São constitucionais — desde que respeitados os direitos fundamentais da pessoa humana e


observados os valores especificados no próprio ordenamento processual 3, em especial os princípios

2
3CPC/2015: “Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais
da proporcionalidade e da razoabilidade — as medidas atípicas previstas no CPC/2015 destinadas a
assegurar a efetivação dos julgados.

É inconstitucional — por violar os princípios do juiz natural, da razoabilidade e da


proporcionalidade — o inciso VIII do art. 144 do Código de Processo Civil (CPC/2015), que
estabelece que o magistrado está impedido de atuar nos processos em que a parte seja cliente do
escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo ou afim, em linha
reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, ainda que essa mesma parte seja representada por
advogado de escritório diverso.

“1. A Justiça Comum é competente para julgar ação ajuizada por servidor celetista contra o Poder
Público, em que se pleiteia parcela de natureza administrativa, modulando-se os efeitos da decisão
para manter na Justiça do Trabalho, até o trânsito em julgado e correspondente execução, os
processos em que houver sido proferida sentença de mérito até a data de publicação da presente ata
de julgamento.” Compete à Justiça Comum o julgamento de ação na qual servidor celetista
demanda parcela de natureza administrativa contra o Poder Público.

2. DIREITO PROCESSUAL PENAL


“É constitucional o estabelecimento, por resolução do CNMP, de cautelas procedimentais para
proteção de dados sigilosos e garantia da efetividade dos elementos de prova colhidos via
interceptação telefônica.”

É constitucional o art. 3º da Lei 13.964/2019 (Lei Anticrime), especificamente quanto à


instituição e à implementação do juiz das garantias no processo penal brasileiro, porquanto trata de
questões atinentes ao processo penal, matéria da competência legislativa privativa da União
(CF/1988, art. 22, I), que tem natureza cogente sobre todos os entes federativos e os Poderes da
República. No entanto, é formalmente inconstitucional — por configurar invasão desarrazoada à
autonomia administrativa e ao poder de auto-organização do Judiciário (CF/1988, art. 96, I) — a
introdução, pela Lei Anticrime, do parágrafo único do art. 3º-D do CPP, que impõe a criação de um
“sistema de rodízio de magistrados” nas comarcas em que funcionar um único juiz.

É inconstitucional — por usurpar a competência do STJ (CF/1988, arts. 105, I, “a” e “c”; e
128, I, “d”) — norma que atribui ao TJDFT a competência originária para processar e julgar ações
de “habeas corpus” nas quais figurem como autoridades coatoras (i) o Presidente e membros do
TJDFT; (ii) o Presidente e membros do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF); e (iii) o
Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.

Investigação de agentes com foro privilegiado perante o respectivo Tribunal de Justiça:


necessidade de prévia autorização judicial para a instauração . Encontram-se presentes os requisitos
para a concessão de medida cautelar, pois (i) há plausibilidade jurídica no direito alegado pelo
requerente, que decorre da jurisprudência desta Corte quanto a necessidade de autorização judicial
prévia para a investigação de agentes públicos detentores de prerrogativa de foro; e (ii) há perigo da
demora na prestação jurisdicional, que se justifica pelo não acautelamento das situações fáticas

estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código; (...) Art. 8º Ao aplicar o
ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da
pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. (...) Art. 805. Quando
por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos
onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados.”
relacionadas à controvérsia constitucional objeto de apreciação.

É incompatível com a Constituição Federal de 1988 — por ofensa ao princípio da isonomia


(CF/1988, arts. 3º, IV; e 5º, “caput”) — a previsão contida no inciso VII do art. 295 do Código de
Processo Penal (CPP) que concede o direito a prisão especial, até decisão penal definitiva, a pessoas
com diploma de ensino superior.

Viola o princípio da proporcionalidade a tentativa de compatibilizar a prisão preventiva com


a imposição do regime inicial de cumprimento de pena semiaberto ou aberto.

Operação Spoofing: destruição de material probatório apreendido a partir de invasões de


dispositivos eletrônicos de autoridades públicas, na posse de “hackers” presos na Polícia Federal Estão
presentes os pressupostos necessários para a concessão da medida cautelar, eis que: (i) a fumaça do bom
direito se vislumbra pela probabilidade, se dissipadas as provas, de frustração da efetividade da prestação
jurisdicional, em ofensa a preceitos fundamentais, como o do Estado de Direito (CF/1988, art. 1º) e o da
segurança jurídica (CF/1988, art. 5º, “caput)”; e (ii) o perigo da demora na efetivação de uma decisão judicial
decorre da possibilidade de esse atraso gerar a perda irreparável de peças essenciais ao acervo probatório da
operação sob análise e de outros procedimentos correlatos.

A superveniência de fatos novos configura circunstância excepcional que permite que


ministro que atualmente ocupe a cadeira profira voto, ainda que seu antecessor, oportunamente, já
tenha votado. Assim, a preservação do voto do ministro sucedido só deve ocorrer se as condições e
circunstâncias levadas a julgamento permanecerem as mesmas.

“O Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) não possui natureza investigativa, podendo ser
lavrado por integrantes da polícia judiciária ou da polícia administrativa.” É constitucional — por
ausência de usurpação das funções das polícias judiciárias — a prerrogativa conferida à Polícia
Rodoviária Federal de lavrar termo circunstanciado de ocorrência (TCO), o qual, diversamente do
inquérito policial, não constitui ato de natureza investigativa, dada a sua finalidade de apenas
constatar um fato e registrá-lo com detalhes.

Você também pode gostar