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INVESTIR NO EXTERIOR É PARA VOCÊ?

Antes de falar sobre como investir no exterior, é importante compreender se investir no exterior é
para você. Afinal de contas, só sabendo dos prós e contras é que você vai decidir se faz sentido
ou não.

A primeira vantagem de alocar uma parte dos seus recursos no exterior é a diversificação da sua
carteira de investimentos. E toda vez que falamos em diversificação, falamos em redução de
riscos.

Quando você investe apenas na Ambev (B3: ABEV3) é um risco altíssimo, pois você está
alocando todo seu patrimônio em um único negócio de bebidas. E se ocorrer alguma derrapada
da empresa, seu patrimônio vai desvalorizar junto.

Então você, de forma correta, diversifica seu patrimônio em Ambev (B3: ABEV3), WEG (B3:
WEGE3), Taesa (TAEE11), Itaúsa (B3: ITSA4), Sanepar (B3: SAPR11), Engie (B3: EGIE3), Localiza (B3:
RENT3)...

Agora imagine quando você coloca as maiores empresas do mundo para jogar a seu favor dentro
da sua carteira? A diversificação se torna muito mais forte, sólida e eficiente!

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Perceba que, apesar de diversificar em vários modelos de negócios distintos brasileiros, você
ainda está totalmente inserido dentro de uma única economia, de um único país, com uma única
moeda. E o Brasil é um país historicamente marcado por instabilidades e grandes crises.

E se ocorrer mais uma crise financeira, econômica ou política no Brasil? Seu patrimônio será
bastante afetado. É aqui que entra a importância da diversificação internacional.

A diversificação é um dos pilares de uma carteira de


sucesso. Quando você investe em renda fixa e renda
variável, você já deu um passo correto e importante
rumo ao sucesso! O próximo passo é diversificar
entre ações de setores distintos, fundos
imobiliários de segmentos diferenciados e renda fixa
de vários emissores diferentes.

E, por fim, o suprassumo da carteira sólida, robusta e


segura é quando você expande para uma
diversificação internacional. Portanto, se você quer
promover uma carteira balanceada, com diferentes
exposições, reduzindo drasticamente seu risco, você
deve investir no exterior.

Gráfico da esquerda: as maiores economias do mundo. Gráfico a direita: as maiores bolsas de valores do mundo.

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COMO FAZER
INVESTIMENTOS
NO EXTERIOR?
Agora que você decidiu que investir no exterior faz sentido para seu patrimônio, vamos entender
como fazer isso.

BDRs
A primeira opção é através das BDRs – brazilian depositary receipts. Eles são uma forma de
investir no mercado estrangeiro sem ter uma conta no exterior. Eles são certificados de
depósitos lastreados em investimentos internacionais.

Em outras palavras, são recibos lastreados em ações de empresas estrangeiras. Na


prática, funciona assim: você não compra a ação diretamente, mas sim um recibo
lastreado naquela ação. Esse recibo possui uma rentabilidade atrelada a variação da
ação que ele representa.

As principais BDRs negociadas na bolsa brasileira são Apple (AAPL34), Google (GOGL34),
Microsoft (MSFT34), Facebook (FBOK34), Amazon (AMZO34), e Berkshire Hathaway
(BERK34).

Vale ressaltar que nem todas as ações americanas possuem BDRs negociados no Brasil. O
mercado brasileiro ainda está em estágio inicial e não consegue prover toda a variedade de
ações (stocks) e fundos imobiliários (REITs) negociados no exterior.

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ETFs
A segunda opção é através de ETFs -exchange traded funds. Elas são negociadas na B3, a bolsa
de valores brasileira.

ETFs são fundos de investimento negociado no dia a dia do pregão da bolsa. Seu principal
objetivo é replicar um índice, como por exemplo S&P 500 e NASDAQ 100.

Na prática, o gestor de uma ETF compra os ativos que compõem os índices, com o objetivo de
replicar a rentabilidade do índice escolhido. Ele não tenta superar o índice e sim acompanhá-lo. É
o que chamamos de gestão passiva.

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A maior diferença entre as ETFs e os fundos de investimentos tradicionais são forma de gestão
(ativa x passiva) e os custos envolvidos. Via de regra, ETFs cobram taxas de administração abaixo
dos fundos de investimentos. Inclusive, este último também costuma cobrar taxa de
performance, ou seja, uma porcentagem dos lucros obtidos.

As principais ETFs de investimentos no exterior negociados na bolsa brasileira são o IVVB11


(iShares S&P 500) e o SPXI11 (It Now S&P 500).

E, a quarta e última opção, é através de uma corretora de valores no exterior. Esta é, na minha
opinião, a melhor forma de investir.

Diferentemente das outras opções, essa aqui te possibilita todo o leque de investimentos
disponíveis no exterior. Você pode comprar diretamente todas as ações das bolsas do mundo,
principalmente nas bolsas americanas NYSE e a NASDAQ.

Além do que, entre todas as opções, a única que você realmente está retirando seus recursos do
Brasil e aproveitando todos os benefícios do exterior, é a opção de investir em uma corretora
americana.

Alguns anos atrás, não existiam corretoras americanas que oferecessem o serviço em português.
No entanto, desde 2019, existem corretoras americanas com serviço totalmente em língua
portuguesa, que derruba a barreira daqueles que possuem dificuldades com a língua inglesa.

COMO ABRIR CONTA EM


CORRETORA NO EXTERIOR?
Para abrir uma conta em uma corretora no exterior é preciso RG ou CNH, comprovante de
endereço, acesso a internet e 5 minutos do seu tempo para preencher os dados do cadastro.

A maior corretora americana para brasileiros é a Avenue Securities. Atualmente ela detém R$ 8
bilhões de ativos sob gestão e 500 mil clientes brasileiros. Inclusive, esta é a corretora que eu
utilizo.

Para você escolher a sua, sugiro utilizar a nota dos clientes como referência da qualidade das
corretoras. O site Reclame Aqui é um bom lugar para consultas imparciais, onde os próprios
clientes avaliam as corretoras que utilizam. Aqui está a lista das corretoras e suas respectivas
notas (dados de 10 de janeiro de 2022):

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Corretoras que os
clientes mais gostam

6
Corretoras que os
clientes mais gostam

7
Corretoras que os
clientes mais gostam

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A pergunta que não quer calar:
QUAIS SÃO OS CUSTOS DE
INVESTIR ATRAVÉS DE UMA
CORRETORA NO EXTERIOR?
Ao investir nos Estados Unidos, você precisa investir com dólares. Não é possível investir nos
Estados Unidos utilizando reais brasileiros. Portanto, é necessário fazer o envio do dinheiro do
Brasil para o exterior.

Para fazer a remessa do dinheiro do Brasil para fora, será preciso usar um banco ou corretora de
câmbio autorizada pelo Banco Central.

Quando a operação de câmbio é fechada, o cliente paga Imposto sobre Operações Financeiras
(IOF) a uma alíquota de 0,38% sobre o valor.

A cotação do câmbio para a transferência internacional é baseada no dólar comercial, mas com
um adicional. Por exemplo, quando o dólar está cotado em R$ 5,00, a conversão realizada é de R$
5,10. Essa diferença é o chamado spread.

Em relação a corretagem, cada corretora tem uma tabela diferente e planos de cobrança de
acordo com o perfil de investimento do investidor.

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QUAIS SÃO OS IMPOSTOS
AO INVESTIR NO EXTERIOR?

As vendas de ações (stocks), fundos imobiliários (REITs) e ETFs abaixo de R$ 35 mil por mês ficam
isentas de Imposto de Renda.

No Brasil, quando você vende suas ações brasileiras, o teto da isenção é de R$ 20 mil mensais. E
fundos imobiliários e ETFs no Brasil não são isentos de IR.

Caso você invista no exterior através de BDRs negociadas na bolsa brasileira, há a cobrança de
15% de IR sobre o lucro. Não há a isenção de IR.

Vendas acima de R$ 35 mil por mês nos EUA possuem a cobrança de Imposto de Renda de 15%.
Em relação aos dividendos recebidos nos Estados Unidos, eles são tributados na fonte em 30%.

A melhor forma de começar a investir no exterior é através de ETFs. E aqui está uma
seleção das melhores ETFs para você iniciar sua jornada.

As vendas de ações (stocks), fundos imobiliários (REITs) e ETFs abaixo de R$ 35 mil por mês ficam
isentas de Imposto de Renda.

No Brasil, quando você vende suas ações brasileiras, o teto da isenção é de R$ 20 mil mensais. E
fundos imobiliários e ETFs no Brasil não são isentos de IR.

Caso você invista no exterior através de BDRs negociadas na bolsa brasileira, há a cobrança de
15% de IR sobre o lucro. Não há a isenção de IR.

Vendas acima de R$ 35 mil por mês nos EUA possuem a cobrança de Imposto de Renda de 15%.
Em relação aos dividendos recebidos nos Estados Unidos, eles são tributados na fonte em 30%.

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RENDA FIXA: Vanguard Total

Bond Market ETF (BND).

Esta ETF possui 10.167 títulos de renda fixa dentro da sua carteira.

São todos títulos com grau de investimento (alta qualidade), negociados em dólares, com

vencimentos que variam de 1 ano até mais de 25 anos.

Essa ETF costuma subir e cair modestamente, mesmo em momentos de grandes crises no

mercado. Ela é apropriada para objetivos de médio e longo prazo, onde você busca segurança e

um constante fluxo de renda.

A propósito, falando em renda, ela paga dividendos todos os meses em dólares para seus

investidores.

RENDA FIXA: iShares J.P.

Morgan USD Emerging

Markets Bond ETF (EMB).

Possui 596 títulos de renda fixa, emitidos por países emergentes, todos negociados em dólares.

Portanto, essa ETF adquire títulos de renda fixa do Equador, Uruguai, Kuwait, Qatar, Arábia

Saudita, Brasil, Peru, Argentina, Colômbia, Cazaquistão, República Dominicana, África Do Sul...

E como esses países não são desenvolvidos como Estados Unidos e países europeus, eles pagam

dividendos mais robustos aos seus investidores.

Essa ETF é para investidores que buscam dividendos maiores e, em conjunto com o BND, pode

ser uma boa combinação para um portfólio bem diversificado e balanceado.

Assim como o BND, o EMB também paga dividendos mensais em dólares para seus

investidores.

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Alocação de Ativos Da Carteira do Canal Rob Correa (2022)

FUNDOS IMOBILIÁRIOS:
Vanguard Real Estate ETF
(VNQ)
Essa ETF investe em 168 fundos imobiliários americanos (REITs). Dentro dela existem fundos
imobiliários com imóveis de farmácias, mercados, postos de gasolina, academias, shoppings,
escritórios, indústrias, apartamentos residenciais, hotéis, cassinos...

É a ETF mais completa para o investidor que deseja estar exposto ao mercado imobiliário
americano.

Ela paga dividendos 4 (quatro) vezes ao ano: março, junho, setembro e dezembro.

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FUNDOS IMOBILIÁRIOS:
Vanguard Global ex-U.S. Real
Estate ETF (VNQI)
Investe em 701 fundos imobiliários (REITs) pelo mundo inteiro, com exceção dos Estados Unidos.

46% dos fundos imobiliários estão na Ásia, 29% na Europa, 19% em países emergentes, 3% no
Canadá e 3% no Oriente Médio.

É a melhor ETF para o investidor que deseja investir no mercado imobiliário global.

Assim como o VNQ, o VNQI também paga dividendos em dólares 4 (quatro) vezes ao ano:
março, junho, setembro e dezembro.

AÇÕES: Vanguard Total


World Stock ETF (VT)
Esta é a ETF mais completa de ações (stocks) que você vai encontrar.

São 9.350 ações do mundo todo. 63% estão nos Estados Unidos, 17% na Europa, 11% na Ásia, e
9% em mercados emergentes.

Ela paga dividendos em dólares 4 (quatro) vezes ao ano: março, junho, setembro e dezembro.

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CONCLUSÃO
ESTRATÉGIA DOS ROB N’ HOLDERS

O investimento no exterior possui uma série de vantagens que fazem sentido para a maioria
absoluta dos investidores. Gera maior diversificação, reduz riscos e você evita refém da
economia e da política do seu próprio país.

Somado a isso, investir fora também possibilita ganhos financeiros em duas formas: na
valorização do ativo estrangeiro e na apreciação do dólar. Isso é fundamental, visto que
historicamente o dólar se valorizou em relação ao real.

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Prazer,

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